Em uma ação de frente única nesta primeira segunda-feira de
outubro, sob a orientação política da famiglia Marinho, entraram em cena de uma
só vez, o "justiceiro" Moro, o atual presidente do STF Dias Toffoli e
a sucursal da Globo, o pretenso "instituto" IBOPE, todos em carga
contra o PT com o objetivo de deter o crescimento eleitoral de Fernando Haddad
a menos de uma semana das eleições. A deflagração da operação "Emparedar
Haddad" é obviamente uma clara resposta às multitudinárias
manifestações antifascistas que ocorreram no sábado passado, colocando na
defensiva completa a candidatura do reacionário capitão Bolsonaro. O movimento
contra o PT foi bem sincronizado, primeiro Moro divulga uma delação requentada
de Pallocci, depois Toffoli bate o martelo no STF proibindo a entrevista de
Lula para a grande mídia (desmoralizando uma sentença constitucional favorável
do seu "colega" Lewandovsky) e por ultimo vem o IBOPE com sua
"fake pesquisa" apontando um crescimento inexplicável da candidatura
Bolsonaro. Diante da impossibilidade de "turbinar" as candidaturas do
chamado "centro", como Ciro e Alckmin, pelo absoluto estancamento
eleitoral desta dupla de vigaristas políticos de direita, a burguesia
nacional (hoje totalmente centralizada pela famiglia Marinho em virtude da crise
do regime) decidiu que o melhor mesmo é impulsionar artificialmente Bolsonaro
para tentar evitar uma vitória do PT no primeiro turno, o que poderia dinamizar
uma "avalanche" difícil de conter na segunda volta final das
eleições. Com o esgotamento total dos tucanos e as dificuldades de crescimento
eleitoral apresentadas por Ciro, sem falar no naufrágio irreversível da
farsante Marina, não restou outra alternativa a burguesia senão apostar suas
fichas na opção posta na mesa pela extrema direita. E será mesmo com Bolsonaro
que a elite dominante pretende fraudar as eleições e governar com um programa
de ajustes neoliberais ultra ortodoxos. O PT, como força coadjuvante do
processo golpista, que já aceitou a prisão e cassação dos direitos políticos de
Lula, aceitará pacificamente a vitória de Bolsonaro, recebendo como
"prêmio de consolação" a eleição de uma importante bancada
parlamentar e a renovação de alguns dos
seus governos estaduais. O cenário está todo montado para um estelionato
político de grandes proporções contra a soberania popular, desde o STF e o conjunto
da camarilha togada até a "prontidão" das Forças Armadas em caso de
"emergência" (leia-se revolta popular). Nesta conjuntura de transição
para um claro regime bonapartista de exceção, investir politicamente em
candidaturas reformistas e neoliberais de esquerda, como Haddad e Boulos é
semear o terreno para novas derrotas, já que estas lideranças anunciam
previamente suas rendições a brutal ofensiva reacionária que se vislumbra no
próximo horizonte político. Para barrar e derrotar o processo golpista em
curso, o caminho a seguir pela classe operária não é o das eleições viciadas e
fraudadas, mas sim o da ação direta e revolucionária em direção ao socialismo!