Pânico instalado e logo na sequência desinstalando na
campanha e no entorno do candidato petista Fernando Haddad, tudo ao sabor das
pesquisas divulgadas pelo dupla de "institutos" (IBOPE e DataFolha)
controlados pela famiglia Marinho e seu cartel midiático. Nenhuma aferição
científica séria realizada pelos tais "institutos" para comprovar um
suposto crescimento da candidatura do fascista Bolsonaro, que ameaçava
inclusive liquidar a fatura eleitoral logo no primeiro turno. Mas depois de
dois dias de "tempestade" do IBOPE&Data veio no terceiro dia a
"bonança" e também pelas mesmas mãos do IBOPE, anunciando no JN da
Globo que Fernando Haddad voltou a crescer, garantindo enfim sua ida ao segundo
turno...Nestes dois dias de pânico para a esquerda reformista, foram também
dias de festa do "mercado", com a maior queda do Dólar em quatro anos
e a forte elevação do índice da Bovespa, eram os rentistas festejando o recuo
do PT e a adesão definitiva dos agiotas financeiros a candidatura do
neofascista, um mix programático de neoliberalismo ortodoxo e fascismo gorila
latino-americano. Mas porque mesmo a "tempestade" dos
"institutos" sobre a cabeça desprotegida dos petistas cessou? Se as
pesquisas eram verdadeiras e revelavam mesmo a realidade de uma guinada
conservadora da sociedade após as multitudinárias manifestações do
"#EleNão", não haveria nenhum fato político novo para à reversão do
quadro e consequentemente Haddad continuaria caindo dando espaço as
candidaturas do "centro" crescerem. Porém nesta quarta-feira (3) o IBOPE
mudou a linha e manteve o cenário anterior, estabilizando a distância entre
Bolsonaro e Haddad em nove pontos percentuais, além de desidratar ainda mais as
candidaturas do "Centrão". Para os Marxistas a razão da
"birutagem" dos tais "institutos" é bem clara: trata-se de
um contundente recado político da burguesia para que a esquerda abandone as
mobilizações populares antifascista ou será castigada eleitoralmente. Este
regime da democracia dos ricos têm o controle absoluto de todo processo
eleitoral, desde as pesquisas fraudadas, passando pelo judiciário golpista que
encarcera lideranças da esquerda e impugna candidatos "indesejáveis",
e até chegar a grande mídia corporativa e seu jogo sujo e pesado em favor da
ofensiva do ajuste neoliberal contra as massas populares. Para esta elite
dominante a soberania popular exercida pelo voto é apenas um dos elementos a
serem adicionados em sua equação política final que decidirá o resultado das
eleições, ou seja, será a burguesia e não o povo a dar a última palavra sobre
as eleições presidenciais! O "conto de fadas" que supostamente de
forma imediata a sociedade conservadora reagiu eleitoralmente (via as pesquisas
dos institutos) ao "29S", não passa de uma cilada política onde
desgraçadamente a esquerda reformista aceitou cair e recuar ainda mais diante
da ofensiva neofascista. Todos nós sabemos das imensas limitações políticas do
movimento "#EleNão", uma mobilização em que a plataforma do
policlassismo (colaboração de classes) teve sua completa hegemonia, porém
seríamos cegos ao negar a importância de um pequeno passo de combate de massas
ao arco neofascista que vem crescendo no país, e que por esta simples razão o
"29S" não foi tolerado pela burguesia e suas colaterais midiáticas.
Sinceramente não cremos que a classe dominante tenha qualquer temor em relação
ao programa neodesenvolvimentista burguês e a candidatura do PT ao Planalto, um nome até bem simpático ao
"mercado" ( Haddad é um ex-assessor do banco Unibanco e atual
funcionário do Insper), porém tem verdadeira paúra do movimento de massas
organizado e mobilizado nas ruas. Faltando apenas três dias da realização do
primeiro turno, o PT comemora a possibilidade de seu retorno a gerência central
do Estado burguês, mas apesar de uma inegável recuperação política da Frente
Popular nossa elite capitalista não está disposta a interromper a selvageria
neoliberal iniciada com o golpe parlamentar de 2016, por isso aposta suas
fichas no "cavalo" que se mostrou mais ousado a implementar a agenda
neoliberal, e o "animal" atende pelo nome de Jair Bolsonaro. Os
movimentos sociais e a juventude devem "cagar e andar" para a
fajutice das "análises sociológicas" que dizem que o momento é
eleitoral, e portanto não cabe nenhum tipo de radicalização popular para não
atrapalhar o processo... nosso vigoroso combate para derrotar a ofensiva neofascista deve ser
nas ruas e não nas urnas!