segunda-feira, 1 de outubro de 2018

LAVA JATO “LIBERA” DELAÇÃO DE PALOCCI: MORO NA RETA FINAL DA CAMPANHA ESCANCARA O CARÁTER GOLPISTA DA CAMARILHA TOGADA. ABAIXO O CIRCO ELEITORAL FRAUDADO DE MANIPULAÇÃO DA VONTADE POPULAR!


O "justiceiro" Moro retirou o sigilo de parte do acordo de delação de Palocci na Lava Jato. Trata-se de uma clara operação para atacar o PT e a candidatura de Haddad, além de garantir a ida de Bolsonaro ao 2º turno na dianteira, cuja candidatura estava estagnada. No documento, Palocci afirma Lula indicou Paulo Roberto Costa para a Petrobras com o objetivo de "garantir ilicitudes" na estatal e que usou o pré-sal para conseguir dinheiro para campanhas do PT. A defesa do ex-presidente afirmou que a decisão de Moro "apenas reforça o caráter político dos processos e da condenação injusta imposta ao ex-presidente Lula" e que o juiz tem "o nítido objetivo de tentar causar efeitos políticos para Lula e seus aliados". O ex-ministro relatou uma reunião que teria ocorrido no início de 2010, na biblioteca do Palácio do Alvorada, com Lula - na época presidente do país -, Dilma Rousseff e José Sérgio Gabrielli, então presidente da Petrobras. Segundo Palocci, nesta reunião, Lula "foi expresso ao solicitar do então presidente da Petrobras que encomendasse a construção de 40 sondas para garantir o futuro político do país e do Partido dos Trabalhadores com a eleição de Dilma Rousseff, produzindo-se os navios para exploração do pré-sal e recursos para a campanha que se aproximava". Lula teria afirmado, nesta reunião, que caberia a Palocci gerenciar os recursos ilícitos. Segundo o ex-ministro, as campanhas do PT foram abastecidas com caixa dois. Palocci afirma no depoimento que as campanhas em 2010 e 2014 custaram, respectivamente, R$ 600 milhões e R$ 800 milhões. Esses valores seriam mais que o dobro do que foi declarado oficialmente à Justiça Eleitoral na época, de acordo com o depoimento. Nenhuma surpresa ao se tratar da Lava Jato, uma Operação montada desde a Casa Branca e coordenada midiaticamente no Brasil pelas "Organizações Globo". Palocci um ex-militante da tendência Liberdade e Luta (atual corrente petista O Trabalho) converteu-se no interior do PT em um dos precursores do neoliberalismo quando ao assumir a prefeitura de Ribeirão Preto em 1992 privatizou a companhia telefônica da cidade. Ao assumir o Ministério da Fazenda na primeira gerência do presidente Lula, Palocci aprofundou seu curso monetarista promovendo as primeiras contrarrreformas do regime exigidas pelo mercado financeiro. Palocci não resistiu a um escândalo em Brasília, onde foi acusado de patrocinar uma mansão de lobistas ao governo e de quebrar o sigilo bancário do caseiro da tal mansão. Retornou ao governo após a eleição da presidente Dilma em 2010, porém não durou seis meses no cargo de ministro da Casa Civil, não conseguindo explicar a compra de um luxuoso apartamento de seis milhões de Reais, logo foi demitido. O petista neoliberal fora do governo, assim como José Dirceu, se dedicou a "prática de consultoria" para grandes empresas capitalistas, acumulando um patrimônio pessoal milionário, não muito distinto de dezenas de dirigentes do PT. É óbvio que o enriquecimento pessoal de militantes da esquerda somente pode acontecer no marco de partidos burgueses, como se transformou o PT ao longo da última década. As supostas "consultorias" são um método de camuflar o recebimento de comissões recebidas por gestores do Estado burguês (de todos os partidos institucionais) em absolutamente todas suas transações comerciais com grupos capitalistas. Os justiceiros fascistas da Lava Jato sabem muito bem que as "comissões" fazem parte da engrenagem do regime capitalista, prática generalizada no país desde a instauração da república com Deodoro da Fonseca, porém acusam o PT de ter inaugurado a "propinolandia" no Brasil. Com o suporte da mídia "murdochiana", a Lava Jato avança a passos largos para fragilizar a Petrobras e retirar a reserva de mercado nacional das empreiteiras brasileiras (somente estas podem participar de licitações estatais). O "conto de fadas" publicitado pelo justiceiro Moro e reverberado pela Globo de que nunca se "roubou tanto" nos governos do PT só pode convencer tolos e incautos. Lula e em certa proporção Dilma promoveram a expansão dos investimentos públicos, lastreados pelo " boom" mundial do preço das commodities e pela "bolha de crédito", por isso mesmo o volume das "comissões" no campo da política burguesa se incrementou beneficiando também centenas de dirigentes e parlamentares do PT. As campanhas milionárias da Frente Popular, irrigadas com "caixa 1 e 2", foram produto do programa burguês do PT que defende impulsionar os "negócios capitalistas" com suas gerências estatais. Palocci como ministro da Fazenda foi uma peça original deste esquema em que o PT compartilhou com uma dezena de partidos da antiga "base aliada". Como Marxistas não pretendemos ocultar o caráter de classe do PT, situado no mapa da política burguesa como um partido de "centro-esquerda", mas esta correta caracterização não nos impede de perceber o curso da ofensiva reacionária, concentrada hoje na Lava Jato, e que tem como estratégia a reversão das liberdades democráticas constitucionais e a abertura da economia nacional aos cartéis imperialistas. Neste sentido convocamos o movimento de massas a defesa incondicional do PT diante das ameaças e prisões da famigerada Lava Jato, sem abonar politicamente o programa burguês do partido e a pratica de enriquecimento pessoal da maioria de seus dirigentes. Da mesma forma os Trotsquistas atuaram diante da prisão do "governador burguês" Miguel Arraes ou o do "presidente capitalista" Jucelino Kubitscheck frente a ditadura militar inaugurada no Brasil nos anos 60. A Lava Jato representa a porta de entrada de um novo regime bonapartista no país, de corte ideológico fascista, não tem nenhum aspecto progressista. Esta mesma lógica de capitulação a Lava Jato norteia desde o PSOL até o próprio PT, passando pelo neostalinista PCdoB, isto sem falar do PSTU fã do justiceiro Moro. É urgente que os movimentos sociais desenvolvam uma vigorosa campanha política nacional para denunciar a farsa da Lava Jato, revelando para as massas seus reais objetivos "inconfessáveis" nesta campanha eleitoral, sem prestar nenhum apoio político e eleitoral a campanha de Haddad e sim chamando o boicote ativo ao circo eleitoral fraudado. Agora é esperar nesta reta final da campanha como a Família Marinho e os seus “institutos de pesquisa” vão aproveitar a divulgação da delação de Pallocci, ao que tudo indica vai servir para garantir ida de Bolsonaro para o segundo turno a frente do PT, na medida que o neofascista vinha perdendo força nos últimos dias, inclusive amargando um empate técnico com Haddad.