Diante do possível enfrentamento entre as tropas do exército e a PM baiana, a defesa do derrotismo revolucionário é a única posição de classe
Com toda justeza de um grande revolucionário que nunca temeu “quebrar os ovos” para fazer a “omelete” da política marxista, Lenin afirmava que diante de um confronto entre duas forças sociais absolutamente reacionárias o proletariado não tinha nenhuma trincheira de combate, a posição do proletariado deveria ser a defesa do derrotismo revolucionário. “Quando dois ladrões se enfrentam que morram os dois” é a celebre frase do dirigente bolchevique para definir de maneira pedagógica para as massas sua política do “derrotismo revolucionário”. Hoje com a greve dos facínoras policiais militares da Bahia e o possível enfrentamento com as tropas federais do exército, a serviço do governo neoliberal do PT, os comunistas leninistas defendem o derrotismo revolucionário, diante dos dois bandos reacionários e antipopulares.
De um lado o governo petista do ex-sindicalista, Jaques Wagner, que deu continuidade à política de arrocho salarial do Carlismo, do outro o movimento “sindical” dos policiais militares, dirigido pelo oportunista Marco Prisco ex-candidato a deputado estadual pelo PTC em 2010 e atual postulante a vereador na chapa tucana. No “terceiro” campo uma população trabalhadora, oprimida e negra, vítima das maiores brutalidades de uma polícia militar racista e de um governo de “esquerda” submisso aos interesses de uma elite dominante preconceituosa. Quando chegarem a um “acordo”, os dois bandos criminosos, governo do PT e sua PM, se voltarão unidos contra as lutas populares, com toda a ferocidade que lhes ordenar os grandes capitalistas e latifundiários baianos.
Não faltaram as vozes na “esquerda” reformista em defesa da greve dos policiais, os arautos do “tradeunismo” vulgar dizem que são “trabalhadores fardados” e nesta condição vítimas da exploração e arrocho salarial como os outros servidores públicos. Os policiais, como uma categoria social, realmente são assalariados (e na sua grande maioria de origem proletária) e nisto se resume seu único “denominador comum” com os trabalhadores. Como um destacamento de “serviços especiais” do Estado burguês, os policiais não fazem parte da classe trabalhadora, como demonstrou o próprio Lenin, em seu excepcional artigo sobre os serviços de “inteligência” do regime tsarista. A polícia cumprindo a função social de um destacamento armado para preservar a propriedade privada dos meios de produção, jamais poderia ser considerada parte integrante da classe trabalhadora, pelo menos para os que têm referência no marxismo histórico. Somente revisionistas mais decompostos podem acreditar que a função da polícia em uma sociedade de classes é cuidar da “segurança pública”, de todos os cidadãos independente de sua posição na cadeia produtiva. A verdadeira “proteção” da polícia é dada apenas a burguesia nos momentos em se sente “ameaçada” de seus lucros pelas lutas do proletariado.
Enquanto os parlamentares da frente popular (PT, PCdoB) condenam os “excessos” da greve da PM baiana, suas centrais sindicais (CUT e CTB) tratam de fazer a tradicional demagogia sindicalista apoiando as reivindicações salariais do movimento “grevista”. Já a “oposição de esquerda”, PSTU e PSOL, convoca a mais irrestrita e acrítica solidariedade aos mesmos policiais militares que acabaram de chacinar covardemente a população indefesa da ocupação do Pinheirinho em São José dos Campos. Seguindo o legado de Lenin e Trotsky, os comunistas sem nenhum “compromisso” com o “sindicalismo” policial e tampouco com a patifaria da frente popular, afirmam em alto som sua defesa do derrotismo revolucionário na atual crise política do estado capitalista e suas forças de segurança. A classe operária deve abstrair as lições deste enfrentamento interburguês e se preparar para organizar sua própria defesa militar diante da brutal ofensiva patronal em curso.