Marie Colvin, a jornalista “heroína”: mídia murdochiana chora a morte de um dos seus
Foi divulgada como destaque pela grande mídia internacional nesta quarta-feira, 22/02, a morte de dois jornalistas ocidentais na cidade síria de Homs, foco da “oposição” pró-imperialista ao presidente Bashar al-Assad. No ataque a bomba atribuído às forças do governo sírio, morreram o repórter fotográfico francês Rémi Ochlik e a jornalista norte-americana Marie Colvin, correspondente do Sunday Times, jornal britânico pertencente ao mafioso magnata das comunicações Rupert Murdoch.
Marie Colvin, veterana repórter de guerra tinha uma longa folha de serviços prestados ao imperialismo, contribuindo para a derrubada de governos nacionalistas através de provocações organizadas sob a fachada da cobertura jornalística, nos países em conflito, sobretudo, da chamada “Primavera Árabe”. Longe da suposta “preocupação humanitária” em retratar jornalisticamente os horrores das guerras de rapina das potências capitalistas no Oriente Médio e suas consequências para a população civil, a jornalista norte-americana realizava o trabalho sujo de gerar, através de factóides midiáticos que eram reproduzidos pelos jornais burgueses e as cadeias de TVs pelo mundo afora, a justificativa para as intervenções militares imperialistas da OTAN, como ocorreu na Líbia ou fazer coberturas simpáticas aos mercenários travestidos de “opositores democráticos”, como estava fazendo na Síria.
Enquanto a mídia “murdochiana” chora a morte de um dos seus, santificando o nome da jornalista “heroína” Marie Colvin, o conjunto dos meios de comunicação da burguesia em todo o planeta silenciou de forma criminosa ao bárbaro assassinato da jornalista Hala Misrati, âncora da televisão estatal líbia durante o regime Kadaffi. Ela ganhou destaque porque aparecia em pleno ar empunhando um fuzil chamando a resistência do povo líbio contra intervenção militar imperialista e seus “rebeldes”. Hala Misrati foi assassinada cruelmente em uma prisão controlada pelo CNT no dia 19/02, sendo estuprada e torturada (sua língua foi arrancada), antes de ser executada por estes canalhas que foram apresentados como revolucionários pela esquerda revisionista. Toda nossa dor está com a jornalista Hala Misrati, mártir da resistência nacional antiimperialista na Líbia, nenhuma lágrima para a escriba da OTAN, Marie Colvin!
Vale destacar que muito provavelmente a repórter do Sunday Times tenha sido morta por um atentado planejado pela CIA ou o Mossad e executado pelos “rebeldes” sírios ligados ao chamado “Exército Livre”. Marie Colvin foi vítima de seu próprio trabalho sujo, uma vez que para provocar um ambiente de indignação internacional que possibilite sua estratégia de realizar uma intervenção militar na Síria, via tropas da OTAN, para desestabilizar ou derrubar o regime da oligarquia Assad, o imperialismo ianque não vacila em sacrificar seus próprios pares, transformando em “heróis” os que não passam de serviçais dos planos de recolonização das potências capitalistas.