PCdoB: um instrumento político e eleitoral da oligarquia corrupta dos Gomes no Ceará
A disputa pela hegemonia nas eleições municipais de Fortaleza encontra-se em um impasse no campo “uterino” da própria frente popular. A atual prefeita “fake trotsquista” (DS), Luizianne Lins não poderá concorrer à sucessão, pois já cumpre seu segundo mandato, tenta então emplacar no PT um nome de seu círculo “íntimo” para a disputa em outubro. Acontece que a asquerosa oligarquia dominante dos Gomes (PSB), que recebeu o apoio de Luizianne em 2010, não aceita nenhum dos nomes “prefeituráveis” indicados pela prefeita petista. O governador Cid Gomes chegou a apontar um nome petista de sua estreita confiança “pessoal” para solucionar o impasse, o deputado Camilo Santana, sendo categoricamente rejeitado pela “entourage” de Luizianne. Com uma disputa eleitoral praticamente sendo travada no campo da frente popular, onde não existe nenhuma oposição (de “esquerda” ou “direita”) que possa ameaçar a perda do controle da prefeitura pela base de apoio do governo Dilma, o nome que seria indicado pelo PT, com apoio dos Gomes, teria o passaporte de entrada carimbado rumo ao Paço Municipal (sede da prefeitura em Fortaleza). Mas, contrariado com o veto ao petista Camilo Santana (considerado quase da família) o ex-ministro Ciro Gomes, chefe político do clã, resolveu manobrar por fora do PT e nos bastidores articula a candidatura do senador “fake comunista” Inácio Arruda do PCdoB. Com seu nome “plantado” Inácio já aparece em primeiro lugar nas pesquisas eleitorais encomendadas pelos Gomes, que formalmente seguem buscando uma solução ao impasse em sintonia com Luizianne.
Não é a primeira vez que o PCdoB serve de estafeta aos Gomes, em 2006 o próprio Inácio Arruda conseguiu seu atual posto de senador graças a um outro veto, na ocasião feito contra o então deputado federal Eunício Oliveira (PMDB), chantageado por Ciro a renunciar de sua indicação ao Senado. Os ex-Estalinistas, agora convertidos ao nacional-desenvolvimentismo, também tem uma longa ficha de serviços prestados a outros clãs oligárquicos no Ceará, como aos Jereissati (PSDB) na final década de 80. Sem nenhum critério de classe ou mesmo princípios revolucionários, o PCdoB assim como seu “primo” reformista PCB, participou dos oito anos da gestão corrupta e repressora de Luizianne, mas só agora quando são “convocados” pelos Gomes a fazer o trabalho sujo dos “bastidores” da política burguesa descobriram que Fortaleza “precisa mudar”, talvez passando das mãos da pequena-burguesia inteiramente cooptada pelos grupos capitalistas do Estado, para as “garras” de uma oligarquia reacionária regional. A verdade é que a “rebelde” Luizianne, eleita com o decisivo apoio da corrente política do deputado João Alfredo do PSOL, transformou-se em uma aprendiz de ditador, inclusive demitindo grevistas, sem que houvesse a menor resistência, por parte das camarilhas de “esquerda” que se venderam ao capital.
Ao reivindicar completar “90 anos”, o PCdoB chega ao fundo do poço em sua história de traições à classe operária, convertido em um instrumento das classes dominantes e sem o menor pudor marxista de ter integrado governos como o do fascista Kassab em São Paulo ou dos Sarney no Maranhão. Servindo a família burguesa dos Ferreira Gomes no Ceará, que agora se dizem “socialistas”, o PCdoB prostitui totalmente o legado do genuíno comunismo e até mesmo das tradições democráticas mais elementares, se juntando a próceres da ditadura militar. Seus mortos da guerrilha do Araguaia foram profanados em seu passado de luta, pela atual direção do PCdoB que vendeu o partido em troca de algumas migalhas “cedidas” pelas corporações capitalistas “modernas” e as “velhas” oligarquias fundiárias do nordeste brasileiro. O sangue derramado pelos heróicos guerrilheiros do Araguaia desgraçadamente servem agora de elemento de barganha política, para traficar benesses no botim estatal, controlado secularmente por esta mesma elite racista e decomposta moralmente.
As eleições municipais que se aproximam são mais uma etapa política da farsa montada por este regime da democracia dos ricos. Mais uma vez, não serão as massas, com seu voto popular, que decidirão os prefeitos eleitos em outubro. As grandes empreiteiras, detentoras dos contratos públicos das “megas”obras da copa, é que decidirão o futuro eleitoral das principais capitais, para isso utilizarão as urnas eletrônicas, impossíveis de qualquer aferição minimamente séria e democrática. O papel político destinado aos partidos da “ordem” (institucionalidade burguesa) é avalizar e legitimar as decisões do “sagrado” mercado e suas corporações, afinal para estes senhores do capital o que é melhor para o mercado é também melhor para o povo... Depois é só midiatizar os “resultados” eleitorais forjados e contar com a “generosa” colaboração desta “esquerda” corrompida.