quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

PSTU propõe integrar uma “frente de esquerda” encabeçada pelo “movimento por uma nova política”, impulsionado por Marina Silva e Heloísa Helena em Maceió

Quando afirmamos que o PSTU e sua corrente internacional, a LIT, há muito tempo abandonou qualquer princípio de classe em sua política, não são poucas as vozes de “esquerda” pequeno-burguesa que nos contestam, alegando que se trata de um “exagero” e até mesmo de falta de “ética”. A acidez das críticas da LBI a corrente Morenista, longe de assumirem um caráter difamatório, corresponde a própria atuação concreta do PSTU na luta de classes, seja na vergonhosa posição que tiveram na guerra da Líbia ou agora nas eleições quando propõe que Heloísa Helena, dirigente junto com Marina Silva do “movimento por uma nova política”, encabece uma chapa a prefeitura de Maceió. O PSTU mais uma vez se faz de “ingênuo” (na Líbia também desconhecia que os “rebeldes” eram armados e financiados pela OTAN), omitindo o “pequeno detalhe” da ex-senadora alagoana já ter anunciado publicamente seu ingresso no movimento para fundar um novo partido burguês. Convocando uma aliança eleitoral oportunista com o PSOL, os Morenistas afirmam que a vereadora burguesa Heloísa Helena é o melhor nome para representar a frente policlassista em Maceió: “A candidatura de Heloísa Helena será capaz de alavancar e fortalecer o programa e as candidaturas da Frente de Esquerda em todos os setores de nossa cidade” (Sítio do PSTU na internet).

A prematura saída de Marina Silva do PV em 2011, ocorrida após a derrota diante da oligarquia Sarney na disputa pelo controle do partido, obrigou os “Marinistas” a permanecerem institucionalmente em suas legendas de origem, em função da impossibilidade de legalizarem uma nova sigla partidária para as eleições municipais de 2012. A orientação política dada pelo “movimento por uma nova política”, organizado por Marina, é que seus membros se lancem nestas eleições pelos partidos que estiverem filiados no momento. Este é o caso de Heloísa Helena que mesmo já tendo declarado apoio ao movimento “Marinista”, continua filiada formalmente ao PSOL. O último congresso nacional do PSOL ampliou sua política de colaboração de classes em uma tentativa inútil de manter no ambiente partidário sua “ala Marinista”, que engloba além de Heloísa todo o “MTL” da deputada carioca Janira Rocha. Com um arco de alianças com partidos burgueses que inclui o PV (Sarneysista), PDT, PPS além do próprio “movimento por uma nova política” de Marina, o PSOL tenta sobreviver ao naufrágio da “oposição de esquerda” nestas eleições municipais, onde a frente popular deverá colher uma estrondosa vitória nas urnas.

Obviamente para “consumo interno” o PSTU se diz contrário às coligações com partidos patronais, chegando a implorar ao PSOL para “rever” sua política de alianças, enquanto para o “grande público” lança Heloísa Helena para a prefeitura de Maceió. Somente muito tolos podem imaginar que a direção nacional do PSTU não está informada sobre a colocação partidária de Heloísa, mesmo após a própria militância do PSOL repudiar quase unanimemente no congresso, a conduta ultra-oportunista da ex-senadora nas eleições presidenciais de 2010. Acontece que também um setor do próprio PSTU é defensor da ampliação da política de alianças, rompendo a velha tradição de formação de frentes unicamente com partidos da “esquerda” pequeno-burguesa.

Na verdade não há uma diferença substantiva de classe, entre o que defende o PSOL para estas eleições e a tradicional frente reformista proposta pelos Morenistas mais “conservadores”. Tanto é assim que o nome de Heloísa Helena, com toda sua trajetória burguesa, parece ser um denominador político comum entre os “heterodoxos” e “ortodoxos” do revisionismo. Para a classe operária as figuras eleitorais “progressistas” e de “esquerda” da burguesia, como Heloísa, Marina e afins, não devem receber sua menor confiança política. Somente a formação de uma frente classista revolucionária voltada para a ação direta, pode credenciar-se para receber o apoio eleitoral do proletariado e seus aliados históricos.