sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

ABAIXO A INTERVENÇÃO MILITAR NO RIO DE JANEIRO, FORA AS TROPAS DO EXÉRCITO DAS RUAS! ROMPER COM A POLÍTICA DA FRENTE POPULAR (PT e PSOL) DE SILÊNCIO CÚMPLICE OU APOIO VELADO A AÇÃO DAS FFAA!


O governo golpista de Temer acaba de decretar intervenção militar no Estado do Rio de Janeiro nesta sexta-feira (16.02). Segundo o Planalto, as FFAA “vão ajudar na segurança do RJ até dezembro de 2018”. Trata-se na verdade de uma nova investida reacionária contra a população pobre e negra do Rio de Janeiro, rebelada em razão da falência completa do Estado fluminense e agora com o aprofundamento da crise econômica. A ausência da polícia durante o Carnaval e as cenas de arrastões marteladas no Jornal Nacional para criar pânico não foram por acaso, montaram um cenário para justificar a intervenção militar e estrategicamente colocar os militares nas ruas, em uma espécie de “balão de ensaio” do que pode vir a acontecer em um futuro breve em todo o país. Os parceiros da Frente Popular faliram o Estado do Rio de Janeiro, sendo que Pezão, filhote de Cabral (PMDB) sequer está pagando os salários dos servidores públicos. Os trabalhadores precisam enfrentar essa ofensiva reacionária rompendo a paralisia imposta pelas direções reformistas e frente populista (PT, PCdoB e do PSOL). O PSOL, por exemplo, limita-se afirmar que “Intervenção no Rio é ação desesperada de Temer que praticamente tirou de cena o governador fluminense” (site PSOL nacional, 16.02). Essa política de conciliação de classes tem levado o movimento popular a um beco sem saída, com a liquidação de conquistas e direitos. Nesse marco os revolucionários têm a obrigação de denunciar o papel de Marcelo Freixo e seus aliados. Marcelo Freixo, principal referência da esquerda carioca, que todos os dias usa as redes sociais para informar sobre as atividades de seu mandato parlamentar mantém-se “bem caladinho” sobre o tema apesar das tropas estarem ocupando morros e favela. Freixo não deseja chocar-se com a chamada “opinião pública”, ou melhor, com seus eleitores de classe média que defendem “mais segurança” diante da barbárie social imposta pelo roubo dos cofres públicos pela máfia do PMDB. O parlamentar do PSOL é defensor das ultra-reacionárias UPPs e da “Operação Lava Jato”. Mesmo nesta espiral de violência da repressão estatal contra o proletariado, o PSOL defende que a polícia deva ser “mais eficiente e transparente”. Freixo reclama que as UPPs não chegam à totalidade dos morros cariocas para “combater as milícias”. Um de seus principais aliados no Rio de Janeiro, Alessando Molon, da Rede, reclamou do retardo das medidas adotadas por Temer, “A situação de insegurança já é gravíssima há muito tempo, esse carnaval, infelizmente, foi o carnaval da violência. Por que só agora o governo decidiu tomar essa atitude?” (UOL, 16.02). Randolfe Rodrigues foi no mesmo sentido de criticar a medida "casuística" de Temer para ganhar tempo a fim de aprovar a reforma da Previdência. Em geral o conjunto da Frente Popular, do PT ao PSOL, variam do “silêncio cúmplice” ao “apoio velado” a ação das FFFA para ficar de bem com seu eleitorado de classe média. Diferente do PT e do PSOL que só denunciam o “golpe” quando trata-se de eleições e das disputas no parlamento burguês, os Marxistas Revelucionários da LBI defendem em alto e bom som: “Abaixo a intervenção militar no Rio de Janeiro, fora as tropas do Exército das ruas!”. A classe trabalhadora e o povo pobre não pode continuar indefeso contra a violência organizada do Estado capitalista e seus bandos mafiosos. Precisa organizar comitês de autodefesa pela expulsão do aparato repressivo das favelas, pela destruição das polícias e contra a intervenção das FFAA no Rio de Janeiro. Para Trotsky, “inclusive as frações mais avançadas (do exército) não passarão aberta e ativamente para o lado do proletariado até que vejam com seus próprios olhos que os operários querem lutar e são capazes de vencer (“Aonde vai a França?”). Ou seja, a unidade do proletariado mesmo com os setores mais avançados do exército só se dará em situações pré-revolucionárias. No caso específico do Exército, defendemos um programa de reivindicações transitórias destinadas aos soldados e cabos, a fim de que rompam com a hierarquia militar subordinando-se a uma clara estratégia de destruição revolucionária do aparato repressivo do Estado burguês (difusão de imprensa política nos quartéis, direito a sindicalização, formação de sindicatos vermelhos, etc.). Frente a intevenção militar defendemos a unidade dos trabalhadores da cidade e do campo pela via da construção de Greve Geral que se inicie pela mobilizações das bases operárias e populares neste dia 19 de Fevereiro, tendo como eixo o fim imediato da intervenção militar. Estrategicamente é necessário expropriar a burguesia para que sobre os escombros desse Estado burguês corrupto e assassino se construa um poder de novo tipo, capaz de erguer um modo de produção social que garanta condições dignas de vida para o conjunto dos que trabalham e não que sirva para acumular capital a fim de engordar os bolsos de um punhado de parasitas mafiosos!