sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

ALEJANDRO ACOSTA E SUA “GAZETA”: UMA FRAUDE POLÍTICA VIRTUAL PARA ENCOBRIR A REAL IDENTIDADE DE UM MEMBRO DOS ORGANISMOS DE “INTELIGÊNCIA” DO ESTADO BURGUÊS


A acusação de “infiltração” dirigida a um suposto militante da esquerda socialista é algo gravíssimo, só deverá ser lançada com farta comprovação factual e material, sob pena de denegrir a trajetória de um ativista do movimento de massas que esteja sendo acusado de forma leviana ou por uma “manobra” produto de divergências políticas no campo popular. Porém também se configura um erro de gravidade máxima omitir tal denúncia, para exercer uma conduta diplomática e oportunista no interior da esquerda socialista. Os Marxistas Revolucionários não podem tolerar a presença de agentes da repressão, travestidos de “militantes de esquerda” no ambiente de nossa trincheira de luta. Posto este preâmbulo, trazemos a público uma série de fatos graves, que envolvem um “grupo” que se reivindica Trotskista, surgido recentemente na esquerda e com origens totalmente “nebulosas”. Estamos nos referindo ao “Gazeta Revolucionária”, cujo dirigente público Alejandro Acosta (uruguaio, naturalizado brasileiro há pouco tempo), tem comprovadamente um passado ligado aos organismos de “inteligência” do Estado Burguês. Deixemos que os próprios fatos e militantes com vários anos de militância real no movimento operário falem sobre a história e práticas deste impostor Alejandro Acosta, que mesmo diante de várias acusações anteriores (PCO, LPS), não conseguiu sustentar minimamente sua defesa. Roberto Bergoci, militante e articulista do próprio “Gazeta Revolucionária” (GR) até um mês atrás, nos enviou uma mensagem comentando a recente ruptura da Tendência Marxista-Leninista (TML) com a Gazeta Revolucionária (GR). Para quem não sabe, a TML dirigida por João Neto, o “Juca”, havia anunciado seu ingresso (fusão) na GR em outubro de 2017 mas já no final de janeiro de 2018 rompeu relações políticas com o grupo de Alejandro Acosta. Segundo Roberto Bergoci “Esse processo se deu em torno do artigo do Florisvaldo sobre a LPS. O Juca corretamente fez a crítica ao caráter do texto, que expunha o funcionamento interno da corrente, revela nome de militantes e etc., uma linha perigosa, que escancara um agrupamento de esquerda para a repressão. Florisvaldo é um operário inexperiente teoricamente, o comitê editorial deveria na época segurar o artigo ou então mudar a parte comprometedora do texto para a publicação, fato que não fizeram. O Juca propôs a retirada do artigo do site, fato negado pelo Alejandro e uma ala da corrente muito influenciada por ele, o que levou a ruptura. Eu tenho acordo com o Juca nessa questão, nos últimos meses, também tenho polemisado e criticado algumas posições do Alejandro que em muito se assemelham com as do morenismo, sobretudo em política internacional (recentemente polemisamos pesadamente sobre o Irã, curdos, primavera Árabe, Ucrânia, Venezuela e ex Estados Operários...em todas essas problemáticas ele se assemelha ao morenismo). Parte da militância, sobretudo os remanescentes da LPS se postam de fato, como meros discípulos passivos do Alejandro, partilhando de suas posições espontâneistas anti-leninista” (Correspondência de Roberto Bergoci para a LBI, 27.01. 2018). O artigo policialesco a que Roberto se refere é a carta escrita pelo “militante” Florisvaldo Lopes em 14 de Outubro de 2017 (A minha experiência na LPS) publicada no site da GR. O texto revela dados internos da Luta Pelo Socialismo (LPS), agrupamento que controla o Sintect-MG, que tanto Alejandro e Florisvaldo haviam acabado de romper, contendo endereços de seus dirigentes, detalhes das vidas íntimas dos militantes, informações financeiras da corrente, algo aberrante nunca visto na esquerda brasileira. O artigo em questão revela que Alejandro e seu “grupo” agem com o método policial de expor as organizações políticas que se reivindicam revolucionárias ao Estado capitalista. Obviamente o pretexto usado para enganar tolos é o suposto “combate à degeneração burocrática” quando na verdade revela informações preciosas de correntes de esquerda à burguesia. As informações detalhadas sobre a vida partidária da LPS, publicadas na repugnante carta de Florisvaldo, mais se parecem um extenso relatório de um informante policial infiltrado do que uma denúncia política “pela esquerda”. Em nada se aproxima de um documento feito por um militante de esquerda e sim de um relatório elaborado pela Polícia Federal. Nesse episódio, toda a esquerda tomou conhecimento desta “pérola” publicada no Gazeta, Alejandro “exagerou” e deixou cair a máscara do traquejo de informante policial. Tanto que a TML exigiu a retirada do texto do site da “Gazeta”, solicitação obviamente não atendida por Alejandro Acosta, sendo este o motivo central do afastamento da TML com a GR. Foi de fato o que aconteceu, tanto que a nota pública no site da TML afirma: “A TML se reorganiza e retoma suas atividades em razão de sua integração à Gazeta Revolucionária não ter se consumado por causa de divergência surgida com relação à ilusão na legalidade burguesa, demonstrada por parte da GR na prática, desdenhando os perigos inerentes ao regime capitalista, que mesmo na mais democrática das nações não deixa de ser a ditadura do capital, estruturada em cima do Estado burguês” (site TML, 21 de janeiro). A GR é a cobertura política que Alejandro Acosta se utiliza para circular no interior da esquerda brasileira, colhendo dados internos e divulgando detalhes do funcionamento das correntes políticas que ele se aproxima ou integrou, como foi o caso do PCO e da LPS, este último composto em sua esmagadora maioria por ex-militantes de Causa Operária sob o comando do sindicalista Pedro Paulo, do Sintect-MG. Em ambos agrupamentos Acosta ocupou postos da mais alta direção em pouquíssimo tempo. Portanto, nada mais normal e coerente que Alejandro, um infiltrado dos órgãos de repressão política disfarçado de militante de esquerda como alertou publicamente a LBI há bastante tempo, patrocine ilusões na legalidade burguesa e desdenhe dos perigos inerentes que os genuínos comunistas correm no regime capitalista, como agora denuncia a TML. Afinal de contas, na condição de agente da repressão política disfarçado, ele encontra-se plenamente protegido desse “perigo”, é ele quem entrega seus “camaradas” e não o inverso em pleno regime de fachada democrática que mantém todos os órgãos de inteligência ativos e operantes. O que a TML somente agora compreendeu tardiamente, depois de passar quase três messes em contato direto com Alejandro Acosta, a LBI já tinha denunciado com bastante antecedência! Inicialmente, em 25 de setembro de 2017, o Blog da LBI no artigo “Racha na LPS: Alejandro Acosta é gravemente acusado de ser um ‘infiltrado’. Faltou o grupo do ‘sindicalista’ Pedro Paulo, que controla a ‘LPS’, dizer a serviço de quem...” afirmou: “Não temos dúvida que Alejandro é um quadro político capaz, mas sem qualquer tradição ou histórico militante na esquerda brasileira. No passado tivemos exemplos de vários ‘quadros políticos capazes’ que estavam a serviço da burguesia e seu aparato de repressão e de inteligência, tanto na ditadura como na ‘democracia’ eles têm um papel fundamental de informar sobre a vida interna das organizações políticas e sabotar a esquerda revolucionária... Cabe a Alejandro Acosta uma explicação pública e detalhada ao conjunto da esquerda brasileira e particularmente as organizações que se reivindicam trotskistas, ‘nicho’ onde ele vem atuado no último período, caso não o faça de forma convincente restará ainda mais dúvidas de quem realmente ele está a serviço”. Como durante todo esse período Alejandro Acosta não deu nenhuma explicação pública convincente de sua origem militante, a LBI tratou de investigar cientificamente a verdadeira trajetória do dirigente da GR, uma pessoa sem história no movimento operário brasileiro, mas que nossa militância tratou de descobrir detalhadamente tanto suas verdadeiras origens políticas como suas atuais relações empresariais e estatais. Nós da LBI não somos ingênuos e sim Leninistas cujo “olfato” sente de longe as patas da repressão política por trás de falsos militantes.

A informação de que Acosta era um “pequeno empresário” já circulava na esquerda. Para legitimar sua GR, Acosta recorreu ao expediente de comprar militantes. As nebulosas finanças de Alejandro para bancar tal aliciamento são bem mais vastas do que um microempresário, ele não tem apenas um “pequeno negócio”. Diante de nossa denúncia pública questionando se Alejandro era um “infiltrado” como acusou abertamente a LPS, ele foi forçado a falar genericamente um pouco de sua suposta trajetória política e de como “ganha a vida” (LPS: uma Conferência abertamente oportunista, 27 de Setembro de 2017).  Disse que seus ingressos são “totalmente lícitos e declarados oficialmente”, o que não é um linguajar usual na esquerda, mais se assemelhando como uma declaração de prestação de contas ao Importo de Renda de um empresário ou executivo de grande empresa. De fato, Acosta tem várias empresas em seu nome no ramo de criação de gado (bovinos para corte e para leite), aluguel de imóveis próprios e corretagem de imóveis para terceiros. Todos os dados foram checados pela LBI nos registros públicos e cartórios, com um capital declarado que chega perto de 1 milhão de reais. É prática comum no “mercado” não se declarar o valor real dos investimentos feitos nesses empreendimentos, por isso esse montante milionário é muito maior! O mais “interessante” é que além de ter vários CNPJ´s em seu nome e de suas empresas, Acosta abriu seus negócios logo após se naturalizar no Brasil em março de 2012, tudo documentado em nossos arquivos. Seus empreendimentos comerciais como a Urano Empreendimentos e D. S. Agropecuaria LTDA, datam de junho de 2013! Em resumo ele veio ao Brasil com bastante dinheiro de suas atividades fora do país, em tese no Uruguai e no México. Nascido em Montevidéu em 1962, Alejandro Omar Acosta Gonzalez afirma que estudou Ciências Sociais na Unam do México. A LBI entrou em contato com camaradas trotskistas uruguaios da velha guarda e ninguém ouviu falar de Alejandro Acosta, nem mesmo se ele militou em algum agrupamento stalinista quando jovem. Por sua vez, o México enquanto país e a Universidade Nacional do México (Unam) em particular são dois centros políticos de organizações Trotskistas. Também nossos contatos políticos mexicanos nunca ouviram sequer falar em Alejandro. O que estava fazendo Alejandro Acosta em todos esses anos é uma incógnita, na esquerda não militava, não estava organizado em nenhum grupo político, o certo mesmo é que acumulou muitos recursos! Ainda segundo as palavras dele “foi metalúrgico até a primeira metade da década de 1990, quando foi colocado numa lista negra que o impediu de conseguir emprego no setor. O antigo militante e preso político César Teles, seu amigo pessoal, o iniciou na área gráfica e na de computação, ainda nos primórdios dessa última. Esses ex-militantes da ala esquerda do PCdoB, que tinham enfrentado a ditadura no Brasil, se agrupavam em torno a um militante histórico do Partido (desde 1924), o ferroviário José Duarte. Este tinha enfrentado mais de 20 anos de cadeia e as mais terríveis torturas sem nunca ter revelado uma única informação para a repressão e continuou sendo um militante até que faleceu com 80 anos de idade. Esse grupo acabou se desmantelando sob a pressão neoliberal, como aliás aconteceu com a maior parte da esquerda mundial. Alejandro ficou afastado da militância até a segunda metade da década passada. Durante o período, assimilou a nova profissão e trabalhou intensamente na área de Informática, na época das ‘vacas gordas’, inclusive em grandes empresas, principalmente no setor de petróleo. Com os recursos obtidos no período, e com planejamento cuidadoso, ele preparou a auto aposentadoria gradual, até conseguir fazê-lo no início desta década” (LPS: uma Conferência abertamente oportunista, 27 de Setembro de 2017). Aqui especificamente a farsa montada por Alejandro não tem pé nem cabeça, serve apenas para enganar tolos ou os mais jovens! Diz que supostamente militou no PCdoB na segunda metade da década de 90, era íntimo de César Teles. A LBI checou minuciosamente e descobriu que sua formação política nunca foi feita pelo dirigente que ele disse ser íntimo (César Teles). Lembremos que ele se naturalizou no Brasil em março de 2012, temos os documentos oficiais do Ministério da Justiça em nossas mãos. Além do mais, a formação feita por um quadro stalinista nunca daria base aos conhecimentos teóricos do trotskismo que Acosta maneja. Alejandro transitou do stalinismo mais recalcitrante para o trotskismo ortodoxo por que mãos? Procuramos vários altos dirigentes do PCdoB, quadros antigos que temos relação política há tempos apesar das diferenças que não confirmaram a fantasiosa estória do Acosta. Com relação a estória armada por Acosta que atuou junto de ex-militantes da ala esquerda do PCdoB que se agrupavam em torno do ferroviário José Duarte, esta é a mais fantasiosa de todas! Duarte morreu no começo dos anos 90 e sempre esteve firme no stalinismo mais recalcitrante, as pessoas que militavam nessa época nunca ouviram sequer falar de um tal Acosta, que hoje se apresenta como um trotskista ortodoxo! Ao desmontar a farsa montada por Acosta com documentos públicos, registros oficiais e depoimentos de militantes da época vivos e quadros dirigentes ativos do PCdoB, comparamos os 36 anos de militância de Candido Alvarez e Hyrlanda Moreira com a militância incógnita do Acosta. Mesmo nossos camaradas dirigentes da LBI (antes da OQI e da CS) sendo atacados por todo o arco da reformista, todos que conviveram com ambos sabem à trajetória de Alvarez e Hyrlanda, desde a CS, no início dos 80 até hoje na LBI. Já o Acosta, é um currículo de mentiras e dados empresariais de como juntou dinheiro e fez uma “auto-aposentadoria”, agora se jogando profissionalmente em ingressar em várias organizações de esquerda (LPS, PCO), depois comprando militantes, criando um “grupo” virtual (Gazeta) ou se aproximando de outras correntes políticas para ter acesso a sua vida interna, dados, endereços, telefones e detalhes íntimos que interessam aos órgãos de repressão e inteligência.

No artigo publicado no “Gazeta” em que Alejandro tenta se explicar com evasivas ele não tocou uma linha sequer em sua atividade empresarial atual de venda de gado e alugueis de imóveis...Porque? Tratou de esconder esses fatos que a LBI tem documentado fartamente, preferindo as generalidades nebulosas! Militância mesmo nunca existiu, não foi visto anteriormente em nenhuma atividade de vanguarda, não interviu em nenhuma categoria organizada, sindicato ou organização política, muito menos nas que se reivindiquem trotskista no Brasil, até bater à porta do menchevique PCO e ascender a sua direção sem critérios pelas mãos de Rui Costa Pimenta, sendo inclusive de sua Comissão Nacional Executiva de Causa Operária, além de presidente de diretório como registra o TSE. Checamos tudo detalhadamente, com documentos oficiais e registros públicos! Ainda assim marcou sua “militância” por viagens internacionais sem o controle de Causa Operária, bancadas por conta própria e de completa indisciplina, afastando-se unilateralmente. Na LPS ocorreu o mesmo tanto que esse agrupamento denunciou assim a questão “Quem paga suas inúmeras viagens e estadias pelo mundo afora? Ou seja, quem profissionaliza o companheiro, uma vez que não é a LPS? É no mínimo estranho que se abra um debate contestando a profissionalização de militantes e trabalhadores na LPS e em sindicatos (pessoas que todos sabem onde moram, quanto ganham, como vivem e quem efetivamente são), enquanto a situação financeira do companheiro e sua vida pessoal é uma incógnita para o partido. Al cotiza R$250,00 mensais. Então, tudo leva a crer que ganha mensalmente cinco mil reais. Esta quantia é incompatível com as idas e vindas e o modo de vida do cotidiano de Al.” (Resposta da maioria dos membros do CC da LPS ao documento enviado pelo Companheiro Alejandro sobre o que seria a caracterização às ‘duas políticas’ da LPS - 04 de setembro de 2017). Como exposto acima, não acusamos sem provas políticas, materiais e documentais e testemunhais de fontes seguras e balizadas, não se tratam de “intrigas e fofocas”! Nenhum desses dados tem origem na LBI ou é produto de uma avaliação subjetiva de um camarada ou dirigente nosso em particular! São dados fornecidos por outras correntes políticas, dirigentes comunistas, fontes oficiais e registros públicos. Somados esses dados dão base a um verdadeiro dossiê sobre Alejandro Acosta, que pode fazer com que Acosta passe a sua vinda inteira se justificando ou inventando novas versões mentirosas sobre sua trajetória de vida. Vamos aguardar qual invencionice ela vai lançar mão agora que foi descoberto...

O fato da TML ter rompido com Alejandro Acosta com sérias acusações que descrevemos acima (ilusão na legalidade burguesa e desdenhando os perigos inerentes ao regime capitalista), além da informação nos repassada por Roberto Bergoci de que o dirigente da TML (Juca) fez a crítica internamente ao caráter policial do texto do “militante” Florisvaldo Lopes, só reforça todas as nossas denúncias com relação a Alejandro Acosta, agora vindo de mais uma corrente que conviveu de perto com ele. A LBI, ao publicar essa denúncia, sabe que seus militantes e dirigentes podem ser alvo de uma represália por parte de Alejandro Acosta e sua rede de infiltrados, agentes policiais e mesmos diretamente dos órgãos de repressão e inteligência do Estado burguês, obviamente ativos em plena democracia dos ricos. Deixamos esse alerta público de segurança, mas não abrimos mão de nossa tarefa revolucionária de denunciar aqueles canalhas informantes que, se passando por militantes, liquidam ou debilitam organizações que se reivindicam revolucionárias, ainda que sejam nossas adversárias políticas no campo da esquerda. Não queremos um novo “Cabo Anselmo” em nosso meio. Na ditadura militar, Cabo Anselmo levou a morte de dezenas de dedicados militantes revolucionários se passando como um destacado quadro político de esquerda quando na verdade era um infiltrado bem treinado pela repressão assassina. Em plena “democracia” a denúncia da LBI sobre a verdadeira identidade de Alejandro Acosta tem ainda mais importância porque grande parte da esquerda encontra-se completamente adaptada a legalidade burguesa e patrocina ilusões no regime democratizante. Neste quadro de retrocesso ideológico brutal, a tarefa pela defesa da construção do Partido Revolucionário, conspirativo, de quadros e militante, recai nas mãos dos Marxistas-Leninistas que levantam firmemente a bandeira da Reconstrução da IV Internacional.