terça-feira, 2 de abril de 2013


Greve de fome dos presos políticos em Guantánamo: Liberdade imediata para os combatentes islâmicos que lutam contra agressões imperialistas!

Prisioneiros políticos do campo de concentração ianque na baía de Guantánamo, em Cuba, estão em greve de fome há mais de 50 dias. O movimento foi deflagrado contras as torturas e diante da violação do mais elementar direito de defesa, assim como devido ao confisco de bens pessoais como fotografias, cartas e exemplares do Al Corão, já que a maioria é acusada de “terrorismo” e de ser ligada a grupos fundamentalistas islâmicos que organizaram o ataque de 11 de Setembro ao território dos EUA. A informação partiu de advogados dos prisioneiros, que mesmo não sendo aceitos pelo campo, alertam para a precariedade da saúde deles, classificada de extremamente grave: “Eles realmente estão ameaçando suas próprias vidas em um esforço heroico para expressar seu ultraje por estarem presos no que pode ser considerada nada menos do que uma câmara de tortura medieval norte-americana... Mais da metade deles está livre de acusações. Eles deveriam estar na rua, saírem da prisão hoje mesmo” (BBC, 01/04) declarou um dos advogados. A greve de fome deve se estender ante as tentativas da Casa Branca de minimizá-la e da imprensa burguesa em ocultá-la. Desde a LBI denunciamos as detenções em Guantánamo, nos solidarizamos com sua greve de fome e lutamos pela liberdade imediata dos presos nas masmorras ianques, combatentes que lutaram contra as agressões imperialistas a seus países de origem.

A ação de protesto começou no passado 6 de fevereiro com seis prisioneiros do grupo denominado Campo Seis, mas com o passar dos dias se ampliou e somou 25 participantes. A base naval que os EUA mantêm em território cubano contra a vontade do povo caribenho abriga uma prisão desde 2001, para encerrar sem processo judicial prévio todos os considerados suspeitos de terrorismo. Estima-se que 166 pessoas estejam confinadas nesta instalação, depois de terem sido capturadas no estrangeiro e que quase todos estão lá em média há 11 anos sem enfrentar acusações concretas. Para fazer demagogia eleitoral, o presidente Barack Obama comprometeu-se durante a campanha eleitoral de 2008 em fechar a instalação, mas ao contrário, anunciou que irá ampliá-la. O governo dos EUA construirá um novo “centro de detenção” na Base Naval de Guantánamo. De acordo com o Comando Sul do Exército dos EUA, serão necessários US$ 49 milhões para a construção do novo centro de torturas e outros US$ 147 milhões para “melhorar a infraestrutura” da atual base militar. Além do novo “investimento” de US$ 196 milhões, apesar da promessa e das inúmeras e reiteradas denúncias de graves violações dos direitos humanos, o presidente dos EUA continua impedindo até mesmo que a ONU visite os presos, muitos deles mantidos incomunicáveis por até 18 meses. Conforme denúncias, os acusados sem provas de “terrorismo” são submetidos a torturas em extensos interrogatórios, mantidos nus em celas onde ficam privados de sono sob permanente iluminação e temperaturas extremas, combinação que tem multiplicado o número de doentes mentais.

A maioria dos presos de Guantánamo é de muçulmanos e já somam mais de uma década de confinamento, abusos e sevícias na prisão inaugurada por George W. Bush em 2002 depois do 11 de Setembro. Para nós marxistas revolucionários não pode ser estranho o fato dos ataques de 11 de Setembro serem qualificados até hoje, pela mídia imperialista, Departamento de Estado dos EUA e burguesias subordinadas ao capital financeiro de Wall Street, como atos bárbaros do “terrorismo” islâmico contra a sacrossanta civilização capitalista ocidental. Afinal, este é o papel dos guardiões da sociedade de classes, os apologistas do mercado como “Deus” supremo e protetor do “grande monstro” imperialista ianque. Como resposta “militar” aos ataques de 11 de Setembro, os EUA “simplesmente” declararam guerra a dois países, Iraque e Afeganistão, ocupando-os com suas tropas após a destruição de suas frágeis defesas bélicas como resultado dos pesados bombardeios aéreos. A desproporção dos exércitos nacionais de ambos os países invadidos contra o poderio militar ianque foi colossal, no caso do Afeganistão sequer possuía uma corporação regular, sendo a própria Al Qaeda o principal braço armado do governo Talibã. Já o Iraque havia sido “castigado” com o bloqueio imposto por “Bush pai” na Guerra do Golfo em 1991. Sem enfrentar grandes obstáculos em sua primeira investida militar, a ocupação ianque hoje atravessa uma guerra “não-convencional” de guerrilha, não por coincidência baseada em atentados tipo “terroristas” contra as bases militares do império nestes países. Perguntamos a mesma esquerda revisionista, que insiste em afirmar o 11 de Setembro como uma expressão do “terrorismo individual”, será que as forças das resistências armadas nos países ocupados pelos EUA, dirigidas pelas mesmas organizações que protagonizaram o ataque ao Pentágono podem ser consideradas como “terroristas”?

Diferente da esquerda pequeno-burguesa e dos pseudotrotskistas que se somaram a “frente antiterror” na época de Bush e continuada por Obama, os marxistas revolucionários apoiamos cada ofensiva sobre os agressores imperialistas e suas tropas de ocupação, postando-se em frente única, com absoluta independência política, com as forças que enfrentam as tropas de rapina das potências capitalistas. Cada revés sofrido pelos invasores dos EUA e da OTAN no Afeganistão, no Iraque, na Líbia ou em qualquer parte do mundo, ajuda a elevar o nível de consciência do proletariado e aumenta a sua confiança de que o imperialismo pode ser derrotado, forjando as condições para a construção de uma autêntica direção revolucionária que lute pela edificação do socialismo. Esses ataques representam uma resposta militar dos povos oprimidos e suas organizações ao imperialismo, muitas vezes por meios não convencionais de combate militar. Defendemos a unidade de ação com as forças que estão em luta contra o imperialismo. Nesse combate consideramos justa toda e qualquer ação de resistência armada das massas à dominação belicista das metrópoles capitalistas sobre os povos oprimidos!

Diante da impossibilidade de derrotar a resistência dos povos oprimidos, Obama pretende ampliar a chamada “guerra ao terrorismo”, utilizando-se cada vez mais de bombardeios com aviões não tripulados ou mísseis disparados de longa distância, atingindo propositadamente alvos civis, chacinando principalmente mulheres e crianças, para provocar terror e desespero na população. Essa verdadeira guerra de terror imperialista é a política da Casa Branca para auferir lucros para a poderosa indústria bélica ianque. Portanto, é uma guerra prolongada que só pode ser derrotada com a unidade dos povos oprimidos de todo o mundo. Esse é o motivo por que os marxistas revolucionários devemos apoiar cada ofensiva sobre os agressores imperialistas, postando-se em frente única com a forças que, neste momento, enfrentam as tropas de rapina das potências capitalistas. Por esta razão, prestamos toda solidariedade a greve de fome dos presos políticos em Guantánamo e lutamos pela liberdade imediata para os combatentes islâmicos que combatem contra agressões imperialistas!