ONU reforça intervenção militar francesa no Mali! Derrotar o imperialismo e suas “tropas de paz”!
O Conselho de Segurança da ONU aprovou por unanimidade nesta quinta-feira, 24 de abril, a criação de uma “força de paz” com 12,6 mil homens que reforçará a ocupação francesa no Mali a partir de 1º de julho. Desta forma, mais uma vez, fica evidente que as Nações Unidas servem diretamente aos interesses do imperialismo, ao contrário do que pregam setores da esquerda que defendem as chamadas “intervenções humanitárias”. Agora, ao lado da Líbia, ocupada por tropas da OTAN que sustentam o governo mercenário dos ex-“rebeldes”, o Magreb africano presencia a ONU ocupar formalmente o Mali para legitimar a exploração de suas riquezas naturais e minerais pelo governo “socialista” de Hollande. A Minusma, como está sendo chamada a missão das tropas da ONU, na verdade, se apoia nas próprias tropas francesas. Estas comandarão formalmente contingentes militares vindos de outros países africanos que negociaram vários contratos de negócios com Paris para se prestarem a este papel vergonhoso, lacaio das potências imperialistas! Tanto que a permanência da Minusma no país custará até 800 milhões de dólares por ano, sendo previstas eleições em julho deste ano para legalizar um novo governo títere ao gosto da “democracia ocidental”!
A intervenção francesa ocorrida no começo de 2013 teve o objetivo de impedir o avanço das milícias islâmicas que já dominavam dois terços do país e se aproximavam da capital, Bakamo. Com a fragilidade de um governo fantoche dividido e completamente subserviente às potências capitalistas, o país que faz fronteira com a Argélia e é próximo da Líbia, foi alvo da agressão imperialista porque é farto em riquezas minerais como jazidas de ouro, bauxita, urânio, ferro, diamante e outros, controladas por empresas francesas e rapinadas livremente pelas metrópoles. A crise se aprofundou com a derrubada do governo do presidente Amadou Toumani Toure em março de 2012 por um golpe de estado. A nova intervenção imperialista na região do Magreb africano que agora recebe o reforço da “missão de paz” da ONU foi extremamente facilitada pela ação da OTAN na Líbia ano passado. Agora que as potências capitalistas fizeram do território líbio uma verdadeira base militar, se sentiram mais livres para impor seus interesses na região. O “socialista” Hollande, que foi apoiado nas eleições por setores da esquerda que inclusive se reivindicam trotskistas, aprofundou com a agressão ao Mali a política de seu antecessor, o direitista Sarkozy. Neste momento, trata-se de fortalecer o domínio colonialista sobre a região e repartir entre os membros do CS da ONU o botim de um dos mais pobres do continente africano.
A ação das forças francesas com o apoio da ONU reforça a presença do imperialismo na região e aprofunda o cerco ao Irã e a Síria, já que a região tem se tornando o centro de deslocamentos militares das grandes potências capitalistas. Os marxistas revolucionários que se postaram no campo da luta aberta contra a agressão imperialista e em frente única de ação com as forças nativas que se colocaram contra a investida neocolonialista francesa no início deste ano, agora reforçam seu chamado a derrotar as “tropas de paz” da ONU no país, assim como fazem no Haiti. Os grupos islâmicos e fundamentalistas são alvos desde janeiro de 2013 dos bombardeios franceses, da mesma forma como ocorre no Afeganistão, Iraque e Líbia. Ainda que não tenhamos a menor identidade programática com esses grupos, muito pelo contrário, denunciamos seu programa reacionário, teocrático e burguês, desde o início da ocupação nos postamos em seu campo militar na medida em que se enfrentam com a agressão imperialista, porém buscamos forjar no calor do combate uma alternativa proletária e comunista.
A chegada das “forças de paz” da ONU para “preparar” o país para as eleições de julho e com os pesados aportes da União Europeia que concedeu dois milhões de euros a título de “apoio financeiro”, só reforçam a tarefa dos comunistas revolucionários se postarem no campo militar da resistência islâmica que se opõem à investida neocolonialista para forjar a construção de um partido revolucionário internacionalista, porque a estabilização da ocupação imperialista no Mali através da substituição do frágil governo da junta militar que empossou Dioncounda Traoré em março passado dará legitimidade ao novo “gerente” e fortalece seu domínio sobre a região, favorecendo seus planos de atacar a Síria e o Irã. Desde já alertamos que ataques contra a representação da ONU no país por parte da resistência islâmica, organismo internacional que autorizou a agressão imperialista ao território líbio e legitima a ocupação francesa devem ser encarados como atos de repúdio à guerra de ocupação. Neste momento, os verdadeiros terroristas franceses, ianques e britânicos, sobre a chancela da ONU e em nome do combate ao “terrorismo”, ocupam o Mali para sustentar um regime títere buscando agora as eleições farsescas para melhor operar a rapina do país.