O julgamento dos acusados de assassinar o casal de trabalhadores rurais José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, dois ambientalistas castanheiros no sul do Pará, ocorreu no último dia 4 de abril. José Rodrigues Moreira, acusado de planejar, financiar e organizar os assassinatos foi inocentado, o que gerou o repúdio de cerca de 300 integrantes de movimentos sociais que estavam reunidos em frente ao Fórum de Marabá. Dias antes, em 02 de abril, o dirigente do MST, Fábio dos Santos Silva, foi assassinado com 15 tiros, na cidade de Iguaí, no sudoeste baiano. O companheiro foi morto na frente da mulher e da filha, por dois pistoleiros em uma moto que interceptou o veículo ocupado pela família, ou seja, o mesmo modus operandi que tirou a vida do casal de ativistas seringueiros no Pará. Antes, no mês de janeiro, o líder sem-terra Cícero Guedes dos Santos foi assassinado em Campos dos Goytacazes. Ele foi pego em uma emboscada quando voltava para a casa, após participar de uma reunião no assentamento Luiz Maranhão, na usina Cambahyba (assentamento Zumbi dos Palmares) e foi baleado por pistoleiros. Como se vê, o terror do latifúndio avança durante o governo Dilma contando com a impunidade da justiça burguesa, que criminaliza a luta dos sem-terra e camponeses podres.
O crime perpetrado pelo latifúndio e que matou os ambientalistas castanheiros ocorreu logo depois do congresso de quadrilheiros ter aprovado o novo Código Florestal, sob a batuta do governo Dilma e seus capachos do PCdoB e que atende integralmente aos interesses dos latifundiários e do chamado agronegócio. Quando foi dada a notícia do assassinato no plenário da Câmara dos Deputados, vários parlamentares ligados aos ruralistas comemoram o crime que encomendaram como expressão de sua dupla vitória! Os pistoleiros que executaram o casal de ambientalistas, assim como os militantes do MST representam os mesmos interesses que o governo Dilma defende no parlamento. Tanto que o desmatamento mais que quintuplicou na área da Amazônia e no Mato Grosso. Isto porque os latifundiários saíram em ofensiva pela aprovação do novo código e sabiam que estariam impunes em seus crimes e no desmatamento, protegidos pelo governo burguês petista.
Para vingar a morte dos outros lutadores do campo e da floresta é necessário resistir e denunciar a ação dos capangas ou da própria polícia a mando dos latifundiários. Não por acaso, apesar de constar na lista de jurados de morte da CPT, não havia nenhuma proteção estatal ao casal de ativistas, já que o Estado burguês e seu aparato de repressão estão montados justamente para por fim a vida dos lutadores do povo e não o contrário. Estas verdadeiras milícias de extermínio não fazem mais que realizar diretamente o trabalho que as polícias praticam pelas “vias oficiais” no dia-a-dia no campo e na cidade. A contratação dos bandos privados pelos latifundiários, como seu ataque desferido contra os ambientalistas no Pará ou os dirigentes do MST, de maneira nenhuma pode ser “prevenido” pelas Polícias Federal, Civil e Militar, ainda mais quando se sabe que o governo Dilma apoia abertamente esta ofensiva via Código Florestal e suas alianças com as oligarquias mais reacionárias.
Estes crimes são de responsabilidade direta do governo petista, do INCRA, do IBAMA e de seu office-boy no Congresso Nacional, o vendido deputado Aldo Rebelo (PCdoB). Não aceitamos as lágrimas de crocodilo desses canalhas! Por esta razão, os marxistas revolucionários não patrocinam ilusões reacionárias neste governo e na “apuração” do assassinato pelo aparato repressivo estatal, aliados do chamado agronegócio. Defendemos que a verdadeira defesa do meio-ambiente só pode ser realizada através da aliança do campesinato pobre com o proletariado do campo e da cidade através da luta pela revolução agrária que exproprie os latifundiários, preservando a vida dos lutadores ameaçados pelo terror dos grandes proprietários, acobertados pela frente popular.