BALANÇO DO 8 DE MARÇO/SP: FEMINISMO POLICLASSISTA VERSUS
FEMINISMO "CHAPA BRANCA", NÃO SÃO AS ALTERNATIVAS PARA A MULHER
PROLETÁRIA
Núcleo de mulheres proletárias negras da LBI presente na manifestação em SP |
Ocorreu nesta terça-feira, 8 de Março, o ato do Dia
Internacional da Mulher Trabalhadora em São Paulo, agrupando cerca de 3 mil
pessoas. Logo na concentração unitária no Vão Livre do MASP, a manifestação se
dividiu, com agressões e empurrões entre os dois setores políticos que
convocaram a atividade. O PSTU, correntes do PSOL (MES, CST, LSR), PCB, MNN e LER-QI rumaram pela Av. Paulista em direção a Praça Osvaldo Cruz tendo como
eixo a defesa do "Fora Dilma, Fora Todos", uma posição política de
clara aproximação com a direita e a reação burguesa, inclusive alguns grupos
reivindicando a prisão de Lula e o apoio a Operação Lava Jato através do
chamado de "Todos na Cadeia!". Por sua vez, a Marcha Mundial das
Mulheres (MMM), que agrupa os movimentos feministas ligados ao governo Dilma e
ao PT seguiram em direção à rua Augusta-Centro tendo como lema "Mulheres
com Lula". Enquanto a Frente Brasil Popular se lançava na defesa do
governo Dilma contra o suposto "golpe da direita", usando na prática
esse pretexto para sabotar a luta direta contra o ajuste neoliberal do Palácio
do Planalto, vide a famigerada Reforma da Previdência, o arco comandado pelo
PSTU encabeçava uma política de alinhamento com a oposição demo-tucana,
inclusive defendendo "Cadeia para Lula", ignorando que a famigerada Operação Lava Jato é
articulada diretamente pela CIA tendo como fantoche o Juiz Sérgio Moro, cujo
objetivo é desnacionalizar completamente a economia brasileira e atacar as parcas liberdades
democráticas em nosso país.
Concentração do ato, ainda unitário, no Vão Livre do MASP |
Em oposição a essa disputa entre o feminismo policlassista
versus o feminismo "chapa branca", a delegação nacional do Coletivo
de Mulheres da LBI presente no 8 de Março de São Paulo fez a denúncia vigorosa
da Operação Lava Jato como uma reacionária ofensiva jurídico-policial patrocinada pelo
imperialismo não somente para desmoralizar o PT e Lula, mas orquestrada
estrategicamente com o objetivo de atacar o conjunto da esquerda e o movimento
de massas, abrindo o caminho para o início de um regime "democrático"
de exceção. Por esta razão, rechaçamos a caçada da PF e do Ministério Publico Federal a Lula e a prisão de lideranças históricas do PT (José Dirceu e João Vacari), sem no
entanto deixar de lado o combate direto aos ataques neoliberais do governo
Dilma, como fazem o PCdoB e o neogovernista e corrupto PCO, alimentados pelas
benesses do Planalto. Ao contrário, denunciamos que o PT é cúmplice dessa
política de recrudescimento do regime político, vide o governo Dilma ter encaminhado e
aprovado a "Lei Antiterrorismo" em conluio com o PSDB-DEM no parlamento para perseguir os
movimentos sociais, além de entregar o Pré-Sal às multinacionais e atacar as conquistas sociais como o corte de
pensões, do seguro desemprego e do aumento da idade para se aposentar pelo INSS.
Além de intervir no ato nacional do 8 de Março de São Paulo,
a militância da LBI participou da atividade no Ceará, quando as mulheres do MST
e outros movimentos sociais cercaram o Palácio da Abolição (sede do governo),
sendo violentamente reprimidas pela PM de Camilo Santana (PT). A ação covarde
do governo petista, servo e aliado fiel de Ciro Gomes (PDT), um dos maiores
defensores da tese do perigo do "golpe da direita", demonstra a
falácia da política da Frente Popular que visa sabotar a luta direta contra os
ataques neoliberais das gestões petistas em nome de derrotar eleitoralmente a
oposição conservadora (PSDB).
Marco Queiroz, porta-voz da LBI e Isabel Teixeira (de boné), da Oposição Metalúrgica de Guarulhos |