quarta-feira, 31 de agosto de 2016

CONSUMADO O “GOLPE”: É HORA DE CONSTRUIR UMA ALTERNATIVA REVOLUCIONÁRIA AO GOVERNO ENTREGUISTA DE TEMER E A POLÍTICA DE COLABORAÇÃO DE CLASSES DA FRENTE POPULAR!


O ato final do Golpe Institucional contra o governo Dilma foi desferido neste 31 de Agosto: o Senado acaba de aprovar o impeachment da Presidente da República, por 61 votos a 20, com Renan Calheiros ampliando ainda mais o placar contra a gerente petista. O plenário ainda decidiu manter os direitos políticos de Dilma, ou seja, ela pode se candidatar já nas eleições de 2018 (ou até mesmo em 2016 caso o PT gaúcho lhe ceda a legenda majoritária em POA) se não for revertida a posição da Câmara Alta da República pelo STF ou mesmo ser presa e condenada pela famigerada Operação Lava Jato, demonstrando que setores da burguesia desejam manter um "canal aberto" com Dilma que se mostrou fiel defensora do chamado "regime da democracia dos ricos". O Blog da LBI acompanhou todos os capítulos da crise política que levou ao afastamento da gerentona neoliberal. Nossa corrente trotskista interviu nos atos massivos contra o “golpe” defendendo uma política revolucionária, denunciando a ofensiva da direita reacionária e a covardia da política de colaboração de classes do PT que acabou por pavimentar sua derrota vergonhosa no parlamento burguês. Agora que o canalha Temer passa a governar definitivamente o país pelos próximos dois anos, a LBI faz um chamado à militância classista e de esquerda para organizar através das lutas, greves e da ação direta dos explorados à resistência aos duros ataques neoliberais que serão desferidos pelo golpista do PMDB, seu curto mandato pavimentará o caminho para a ascensão de um regime bonapartista em um futuro próximo no Brasil, possivelmente sob o comando do Juiz Moro, o “queridinho” da Rede Globo e da Casa Branca. Para melhor compreender a crise que levou ao impeachment de Dilma, resgatamos os 20 principais artigos elaborados pela LBI entre 2015 e 2016 que analisaram, passo a passo, a disputa entre os bandos burgueses e apontaram uma plataforma que mantinha a independência de classe dos trabalhadores diante da polarizada conjuntura nacional, processo que hoje teve seu ápice com a destituição da presidente Dilma de um dos postos chaves da gerência central dos negócios da burguesia a frente do Estado capitalista.

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terça-feira, 30 de agosto de 2016

DILMA SE DEFENDE NO SENADO REAFIRMANDO SUA POLÍTICA NEOLIBERAL E CONVOCANDO NOVA ALIANÇA COM O "PMDB DO BEM": ESQUERDA REVISIONISTA OVACIONA "CORAGEM" DA PRESIDENTA QUE ATACOU "SEM MEDO" OS TRABALHADORES E SUAS FAMÍLIAS


Dilma foi ao Senado realizar sua defesa e não dissimulou o que pensa, fez apologia uma apaixonada da Lei de Responsabilidade Fiscal e do seu covarde "ajuste" contra os trabalhadores e suas famílias, chegando mesmo a criticar o PT por não ter votado a favor da LRF em 1994. A presidenta jogou a responsabilidade da crise nacional que cruzou o início do seu segundo mandato na conta da "pauta bomba" da Câmara dos Deputados, ou seja, na votação de uma série de aumentos salariais aprovados para várias categorias do funcionalismo federal que estavam com os salários congelados há vários anos. Dilma não parou por aí, questionada por um senador do PDT se novamente governaria com o PMDB de Temer e Cunha não poupou elogios ao que chamou de "centro democrático e progressista", lamentando que algumas lideranças deste "centro" teriam caminhado rumo ao "conservadorismo". Logo na sequência elogiou o "PMDB do Bem", possivelmente nas figuras do patife Renan e da latifundiária Katia Abreu entre outros tantos... A presidenta elogiou a "Constituição Cidadã de 88" como uma obra de Ulisses e Sarney, omitindo cinicamente que o seu atual partido além de boicotar o Colégio Eleitoral que pariu a "Nova República", não referendou a tal "Constituição Cidadã" por considerá-la um projeto conservador de manutenção do velho "status quo" de dominação burguesa. Por sinal esta Constituição tão reverenciada por Dilma é a mesma que consagrou o atual regime bastardo "semiparlamentarista" que determina o consórcio de legendas burguesas no Congresso como um "co-governo" de fato para conseguir a aprovação de qualquer medida estatal, em síntese o Presidente da República é eleito por maioria de votos mas tem que governar (para aprovar uma diretriz básica) com uma matilha de legendas no parlamento, caso contrário poderá sofrer o impeachment por qualquer banalidade contábil. Lamentável demagogia "democrática" vindo de uma governante que cerceou abertamente as liberdades e reprimiu violentamente o movimento de massas, aprovando inclusive uma "Lei Antiterrorismo" contra os movimentos sociais. Porém a esquerda integrada ao regime burguês "foi ao delírio" com as intervenções de Dilma no Senado, desde os setores abertamente "chapa branca" como o PCO até os agrupamentos "MAIS" críticos... : "Dilma fez um contundente discurso no Senado. Nomeou o impeachment de ‘golpe parlamentar’. Acusou o governo Temer de ‘usurpador’ e ‘ilegítimo’. Denunciou a PEC 241 que visa congelar os gastos com saúde e educação por 20 anos e alertou sobre os planos de Temer para retirar direitos trabalhistas previdenciários”, assim pontuou o site do “tristonho” Prof. Valério Arcary, mostrando o quanto são a "Quinta-Coluna" da Frente Popular. A lista dos que se emocionaram com o discurso neoliberal de Dilma segue com o MRT, recém aderente as candidaturas burguesas do PSOL: "Dilma falou ao Senado ontem um discurso duro contra golpe, a hipocrisia do parlamento e Michel Temer" (site Esquerda Diário). Já o venal e corrupto PCO falou assim de sua patroa: "Dilma será lembrada como uma mulher que não abaixou a cabeça diante da injustiça do golpe", só esqueceram de nominar as injustiças cometidas pela presidenta quando cortou a pensão de viúvas e reduziu drasticamente os benefícios de auxílio enfermidade do INSS. Não seria demais lembrar a esta esquerda revisionista tão comovida com as palavras finais de Dilma no Senado que foi seu governo que propôs privatizar a BR distribuidora e alterar a Lei de Partilha do Pré-sal, iniciativas prontamente abraçadas pelo golpista Temer, agora seu ex-vice de outrora "total confiança".... Nós Marxistas não choramos, como fez seu defensor Eduardo Cardoso, pelo mandato de Dilma, respeitamos seu passado de guerrilheira porém alertamos que há muito se passou para o campo da burguesia, assim como o tucanalha Aluizio Nunes. O PT deixou de ser há bastante tempo um "partido dos trabalhadores", hoje representa os interesses de um segmento de esquerda da burguesia nacional, assim como o PSDB sintetiza a direita mais reacionária e entreguista das classes dominantes. Dilma Rousseff já não é mais uma de nossas combatentes, nem pela causa do socialismo e tampouco na luta pelas liberdades democráticas de nosso povo!
MRT FAZ “DOBRADINHA” COM ERUNDINA EM SÃO PAULO: PIADA REVISIONISTA DE MAU GOSTO... UMA “VOZ ANTICAPITALISTA” DE MÃOS DADAS COM UMA CANDIDATURA BURGUESA DO PSOL


O MRT (ex-LER-QI) tem a posição mais ridícula e venal entre os grupos revisionistas do Trotskismo nestas eleições municipais. Posando de “ortodoxo” critica o apoio do MAIS a Luciana Genro em Porto Alegre, porém lançou candidaturas diretamente pelo PSOL em São Paulo, na prática irá puxar votos nesta dobradinha para a “socialista Erundina”!!! Não por acaso o MRT também apresenta a ex-ministra de Itamar Franco e coordenadora da campanha eleitoral de Marina Silva em 2014 como uma legítima representante da “esquerda”. O Esquerda Diário (24.08) afirma no artigo “Cumprindo as leis anti-democráticas, justiça nega presença de Erundina em debate” que “Na ação promovida por Erundina e no que a juíza julgou nem entrou em questão outros candidatos proibidos pela lei anterior de participar em debates, como é o caso de Altino do PSTU que não tem nenhum deputado federal. Pela lei anterior todos candidatos de algum partido com algum candidato poderia participar (os que tem nenhum não). Ou seja, era uma lei especialmente voltada contra a esquerda”. O MRT coloca no mesmo patamar um dirigente sindical metroviário perseguido por Alckmin e uma velha raposa burguesa abrigada no PSOL que até ontem estava no PSB, uma legenda a serviço do governador tucano! Vergonhosamente passa um verniz de esquerda na ex-prefeita petista declarando “A candidata pelo PSOL, Luiza Erundina destaca-se por desafiar o voto progressista do PT na maior cidade do país... Erundina consegue angariar votos desse setor democrático que rompeu com o petismo e lutou contra o golpe, seus 9% mostram que existe um espectro a esquerda amplo buscando alternativas aos partidos do regime”. É nesta onda “progressista” ligada ao chamado “campo democrático” que engrossou as manifestações contra o impeachment de Dilma que as candidaturas do MRT em São Paulo estarão colocadas, apresentando-se como “uma voz anticapitalista” de mãos dadas com uma candidatura burguesa, a mais nova piada criada pelo revisionismo para enganar tolos e desavisados! Não esqueçamos que Erundina (esta velha raposa política que teve Temer como candidato a vice-prefeito em 2004 em aliança com o PMDB de Quércia) buscou incessantemente coligar-se com a Rede em apoio a sua atual candidatura em São Paulo. Assim como o PSOL de Porto Alegre, Erundina tem o apoio do PPL e recebe “doações” de capitalistas. O mais repugnante nesse jogo de cena venal é que o MRT recorre à justa denúncia da “Lei da Mordaça” que impede o PSOL de participar dos debates na TV para melhor traficar seu apoio a Erundina, em nenhum momento ventila sequer chamar o voto em Altino do PSTU (para serem minimamente coerentes com o próprio programa) como uma “alternativa” a candidatura burguesa da ex-prefeita petista!

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

SOMENTE 7 VOTOS PARA BARRAR O IMPEACHMENT: POR QUE DILMA E O PT NÃO CONSEGUEM DERROTAR O GOLPE PARLAMENTAR NO SENADO?


A resposta a esta questão envolve pontos estratégicos para a compreensão histórica do processo que levará a interrupção de quatro mandatos consecutivos da Frente Popular na gerência do Estado Burguês nacional e o fim do pacto social de colaboração de classes. Em primeiro lugar existem dois elementos para a análise marxista dos acontecimentos: um macro-estrutural do regime capitalista e outro da própria conjuntura político parlamentar do Congresso Nacional. Vamos começar pela abordagem mais profunda dos fatos, sejamos categóricos Dilma e o PT são apeados da gerência estatal não porque perderam apoio entre os trabalhadores ao implementarem um duro ajuste fiscal e terem dado início as reformas neoliberais para subtrair as conquistas sociais da população brasileira. Esta "tese" (que possui uma forte lógica interna) é defendida vigorosamente pelo PSTU, MAIS, CST e grande parte do PSOL, guardado os nuances de cada abordagem. O grande "furo" desta caracterização da situação falimentar de Dilma reside justamente não na evidencia do governo petista ter atacado agressivamente os trabalhadores após a vitória eleitoral de 2014, mas no gravíssimo erro de afirmar que a Frente Popular teria perdido sua base social e até mesmo eleitoral com a implementação do "ajuste". Segundo a lógica equivocada dos revisionistas, o PT ao perder apoio dos trabalhadores teria obrigado a burguesia a retirar-lhes a condução do Estado, pela via do golpe parlamentar. O termômetro cabal de que a Frente Popular (em seu conjunto de apêndices políticos e sindicais) está longe de ter perdido sua imensa base social e eleitoral é a constatação que o próprio campo de influência do PSOL (MAIS, PCB etc..) foi arrastado pela campanha de defesa do mandato de Dilma, muitos antes ácidos ao PT hoje se dizem "tristes" com o desfecho do impeachment... Ironia a parte o fundamental é não falsear a realidade, as enormes manifestações de rua, as declarações da intelectualidade e dos artistas, a ação enérgica da juventude mostraram um forte apoio de massas ao governo Dilma e ao PT, mesmo enquanto estes seguiam no Planalto ordenando ataques a direitos sociais e garantias democráticas, como o corte dos benefícios da Previdência e a lei Antiterror. O "X" da questão é abstrair da conjuntura atual a lição que o movimento operário e popular ainda não superou politicamente a direção da Frente Popular, ao contrario, esta continua sendo um grande polo aglutinador, capaz de atrair para o seu lado forças "críticas" como o PSOL e afins, sob o manto da democracia burguesa como um "valor universal". Mesmo diante do maior bombardeio midiático o PT, segundo as próprias pesquisas feitas pelos "institutos" corporativos, continua sendo a legenda de maior adesão nacional e sob a intensa chuva de denúncias da famigerada "Lava Jato" seus candidatos a prefeito figuram entre os mais preferidos (as quatro primeiras posições) em capitais como Recife, Fortaleza, Natal, Porto Alegre e até São Paulo. Em resumo o "default" de Dilma não pode ser explicado de forma simplista como uma "decisão indireta dos trabalhadores" descontentes com "suas medidas impopulares" como quer nos fazer crer os "tristinhos" do MAIS, a burguesia nacional está literalmente "cagando" para o sentimento político dos trabalhadores, caso contrário não teria sustentado oito anos o odiado FHC. O golpe institucional é deliberado no seio da fração majoritária da classe dominante exatamente quando Dilma revela não ter na Câmara dos Deputados um mínimo de um terço de votos para seguir adiante com o ajuste, ou seja, a primeira votação do impeachment no parlamento, pautada por Cunha, serviria na verdade como um teste de  correlação de forças onde a própria burguesia foi surpreendida com o "derretimento" da base aliada do governo. Até o momento preliminar da votação na Câmara os Sarney, Renan, Cabral etc.. estavam frontalmente contra as intenções golpistas da dupla de bandidos Cunha e Temer, porém desvelado o acachapante resultado da admissibilidade do impeachment na primeira instância parlamentar a orientação geral do "mercado" se alterou. Não por coincidência em meados de 2015 às commodities atingiram seu menor valor comercial nos últimos dez anos, abaixo até da crise internacional de 2008. Sabendo que diante da grave crise econômica (drástica redução na entrada de dólares das exportações) o governo Dilma teria que por um fim a política de subsídios fiscais  e empréstimos generosos dos bancos públicos, com o fechamento do fluxo de crédito internacional para o Brasil, o setor mais dinâmico da elite capitalista resolveu romper sua aliança de uma década com a Frente Popular e patrocinar o golpe institucional. É óbvio que este "protocolo de rompimento" não foi realizado de forma unânime no intestino da burguesia, partidos como o PDT, parte do PSB, PR e PTB e até setores do próprio PMDB se mantiveram fiéis ao governo Dilma. Porém uma tática desastrosa da liderança do PT na Câmara dos Deputados colocou definitivamente as chances de sobrevivência do Governo Dilma na lixeira, trata-se da linha sugerida pelo líder José Guimarães (considerado até então como o maior "espertalhão" do Congresso) que consistia em promoter retirar os cargos chaves do PMDB na Esplanada e entregá-los ao PP e PSD. Fechado o "conchavo" entre Guimarães, o senador Ciro Nogueira e Kassab, com o aval de Dilma, o resultado foi tragicômico... os parlamentares do PP e PSD cotados para assumir ministérios no governo Dilma no dia seguinte da votação apoiaram todos o impeachment, e claro os deputados do PMDB que ainda resistiam em seguir Temer e Cunha votaram contra o PT. A pequena margem de votos, tanto na Câmara (cerca de 20 a 25) como no Senado (cerca de 6 a 7), que selaram historicamente o fim da gerência Dilma reflete que a sentença do golpe foi definida a "contragosto" dos planos originais da burguesia, que projetavam finalizar as reformas neoliberais no "cordão de contenção" da Frente Popular. Com a certeza de que com a oposição aberta de Cunha e Temer no Congresso Dilma não conseguiria governar, é que a burguesia formou um novo "bloco de poder", granjeando a antiga oposição Demo-Tucana e a maioria fisiológica da ex-"Base Aliada". A proposta de convocar um plebiscito por novas eleições, desautorizada pelo PT, uma tentativa da anturragem Dilmista em reverter a posição de cerca de cinco senadores indecisos veio muito tarde e já não havia mais tempo para reviravoltas de última hora. Para as classes dominantes não há dúvidas da temeridade de colocar nas mãos de um governo tampão, sem o menor respaldo popular e ainda cercado de hienas famintas por verbas, a tarefa de reduzir o aparelho de estado em pelo menos um terço. Por esta razão a saída estratégica para superar o ciclo histórico da governança petista passa bem longe de Temer e da máfia Tucana, o "mercado" e os barões rentistas que antes regiam o governo Dilma agora preparam um novo regime "excepcional", o Bonapartismo de Estado, sob a supervisão direta de Washington. Curiosamente os que se dizem indignados com o golpe e "rangem os dentes de ódio" para Temer parecem gatinhos tão mansos quando se trata da "Lava Jato" e seu protagonista principal, o justiceiro Sérgio Moro. O "intocável" Moro talvez seja o elemento que dará segurança a Temer concluir o golpe institucional em pouco mais de seus dois anos de gestão biônica, obviamente com a prisão de Lula e a desmoralização dos dirigentes petistas. No Senado da Republica está se configurando para Dilma uma velha máxima soviética: "Tão perto e nunca tão distante". 

sábado, 27 de agosto de 2016

60 A 20 (3X1) PELO “GOLPE”: ESTA É CORRELAÇÃO DE FORÇAS DA BURGUESIA NACIONAL NO “HONRADO” SENADO DA REPÚBLICA


Entre bate bocas acalorados no Senado, empurrões da tropa de choque do governo golpista e os poucos parlamentares ainda fiéis à Frente Popular, o impeachment será aprovado por uma ampla margem de votos, na proporção de 3 para 1. Seria um grave erro político para os Marxistas caracterizar que a burguesia nacional está de conjunto unificada na perspectiva do golpe parlamentar para dar posse ao bandido de "segunda linha", Michel Temer. Entre os agressivos "duelos" travados pelos dois bandos de senadores ocorridos nas seções diurnas presididas pelo "vestal de prostíbulo", Ricardo Lewandowisk, existem os fraternos "jantares noturnos" que agregam tantos petistas como golpistas para delinear cenários políticos pós-impeachment. Dilma não conta só com os votos do PT e PCdoB para sua defesa, detém ainda apoio político entre alguns senadores do PMDB, PDT, PTB, PSB, PSD e possivelmente até do PP, ou seja, ainda que minoritário existe um setor da burguesia nacional que mesmo convicto da derrota no Parlamento seguirá na oposição ao governo Temer, com a mira voltada para uma possível eleição de Lula em 2018. O único consenso político realmente existente no seio das classes dominantes é que o governo tampão deverá finalizar as reformas neoliberais (acompanhado de um duro ajuste fiscal) iniciadas na gerência petista. Seria uma completa ignorância teórica, ou um cretinismo oportunista para a grande maioria, supor que o triunfo do golpe institucional porá fim ao regime democrático burguês instaurado no país em 1985 com a ascensão da chamada "Nova República". Na boca dos pilantras reformistas do PT e PCdoB (desgraçadamente seguidos pelos revisionistas do PSOL e MAIS) a trágica derrota parlamentar da Frente Popular representa o "fim da jovem democracia"... juntos entoam a cantilena "primeiramente Fora Temer" como um mantra de apologia a "sagrada" democracia dos ricos, propondo o "unguento milagroso" das eleições gerais para salvar o regime do "voto universal". Os Comunistas não compartilham da Democracia como um "valor universal", lutamos vigorosamente sim pelo direito de organização política e liberdades, tampouco entendemos que o golpe parlamentar em curso represente uma ruptura institucional do regime vigente. O que está em pleno curso na conjuntura nacional é a transição para um tipo de "bonapartismo de exceção", impulsionado pela anturragem judiciária da famigerada "Operação Lava Jato", personalizada na figura do juiz Sérgio Moro. Para este bando bonapartista Temer deve ser descartado assim que cumprir sua missão golpista, desejo simetricamente idêntico nutrido pela cúpula do PMDB e PSDB em relação a Lava Jato. O interessante nesse importante ingrediente da situação política é que tanto o PT como a turma do PSOL (MES, MAIS etc...) apoiam a cruzada da Lava Jato, travada em nome da moralização do "Erário Público" mas que na verdade aprofundará a dependência do país diante dos oligopólios imperialistas. Estaríamos dispostos, por exemplo, a estabelecer uma frente única de ação contra o Temer tendo como principal palavra de ordem: "Primeiramente Fora a Operação Lava Jato!" a mãe de todo o golpe! Porém os dirigentes da esquerda reformista e revisionista não querem nem ouvir "falar mal" da Lava Jato, assim como não mobilizaram pela greve geral de massas para barrar o golpe parlamentar, apostaram na "sobra" da base burguesa parlamentar para tentar evitar o impeachment... vão colher uma goleada de 3x1, mas os verdadeiros derrotados serão os trabalhadores agora bem mais fragilizados para enfrentar a monstruosa ofensiva neoliberal que ameaça suas conquistas históricas.

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

33 ANOS DA FUNDAÇÃO DA CUT: A TRANSFORMAÇÃO DE UMA CENTRAL OPERÁRIA EM AUTARQUIA A SERVIÇO DA COLABORAÇÃO DE CLASSES COM A BURGUESIA
Por: Hyrlanda Moreira - Fundadora da CUT e membro de sua direção entre 1986 e 2003, encabeçando a chapa que unificou a esquerda revolucionária em 1997


A Central Única dos Trabalhadores (CUT) celebra hoje seus 33 anos. Fundada no Pavilhão Vera Cruz, em São Bernardo, durante a ditadura militar na época sob o comando do general Figueiredo e opondo-se, via o chamado “novo sindicalismo”, aos pelegos do PCB, PCdoB e MR-8, a CUT hoje está completamente integrada ao Estado capitalista após os mandatos do PT no governo central. Mesmo agora estando na “oposição” ao golpista Temer a CUT não tem quase poder de reação operária pelos seguidos anos de sua política de colaboração de classes. Enquanto o ascenso das greves operárias no final dos anos 70 provocou o nascimento da CUT, uma central operária que centralizava a luta dos trabalhadores contra a ditadura militar, defendendo liberdade e autonomia sindical, significando um acontecimento histórico progressivo, a ascensão do governo de frente popular do PT, por sua vez, é um acontecimento político importante porque completou o processo de integração e cooptação política e material da CUT ao Estado burguês. Tal fato representa também um marco histórico que decretou a morte e a falência política dessa entidade como instrumento de luta das massas exploradas. Coube, por exemplo, ao VIII CONCUT em 2003 inaugurar essa nova etapa histórica em que a CUT dá um salto de qualidade no caráter de classe da Central. Se antes a CUT era um braço sindical do PT, depois de 13 anos de gestão da Frente Popular ela consolidou-se como uma sucursal do próprio governo petista, intervindo como guardiã dos interesses econômicos e políticos da burguesia, ao ponto de agora frente ao Golpe Institucional contra Dilma seguir a política da direção nacional do PT de apenas desgastar eleitoral e midiaticamente o governo Temer apostando na volta de Lula em 2018.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

VOTANDO EM FREIXO PODEM ATÉ ENGANAR ALGUNS TOLOS, MA(I)S COM O APOIO A CANDIDATURA BURGUESA DE ERUNDINA CAIU A MÁSCARA DA TAL “FRENTE DE ESQUERDA SOCIALISTA”

Muitos militantes do PSTU e alguns simpatizantes mais honestos da ruptura “Alegre” acharam muito “dura” nossa caracterização inicial de que o surgimento do MAIS e sua defesa da tal “Frente de Esquerda Socialista” era apenas uma desculpa para embarcarem de “mala e cuia” no projeto burguês do PSOL. Não precisou de muito tempo para a história novamente dar razão ao “pequeno” grupo Bolchevique. O MAIS não esperou nem esfriar o “cadáver” do PSTU para declarar apoio às candidaturas burguesas do PSOL, primeiro Luciana e Freixo anunciados como “socialistas”, somente incautos e muito ingênuos puderam acreditar neste “conto do vigário” dos neomorenistas. Porém o anúncio de sustentar a candidatura burguesa de Luiza Erundina em São Paulo, embrulhada como “de esquerda e socialista” causou náuseas até mesmo ao “MAIS” oportunista charlatão do Trotskismo. O prognóstico realizado pela LBI no seu primeiro artigo sobre o caráter ideológico do racha no interior do PSTU, foi confirmado bem antes até do esperado, é que o “tempo” da luta de classes se acelera em momentos de crise política do regime burguês, e logo no primeiro “teste” eleitoral o MAIS já se revelou como um apêndice da social democracia do PSOL. Nem sequer disfarçaram o oportunismo e foram logo afirmando que o único “erro” político de Erundina e Valente foi não ter estabelecido a coligação com o PSTU, apresentando as duas candidaturas como pertencentes ao campo da “esquerda socialista”. Para os militantes mais jovens que talvez não conheçam a trajetória de Erundina, que hoje se parece com uma “velha senhora inofensiva”, seria bom recordar que foi a primeira prefeita do PT a estabelecer a parceria com os grandes empresários (em nome da aliança entre o setor “público e o privado”), para depois romper com o PT em busca de um cargo ministerial no governo privatista de Itamar Franco. Erundina se abrigou nas últimas décadas no PSB, onde se sentiu a vontade para pactuar com políticos burgueses como o tucano Covas, o empresário Paulo Skaf e até o golpista Temer, seu companheiro de chapa para a disputa da prefeitura de São Paulo em 2004. Nas últimas eleições presidenciais Erundina coordenou a campanha da reacionária Marina Silva (apologista do combate ao direito do aborto), de onde partiu para tentar fundar um novo partido da ordem capitalista, o RAIZ. No PSOL está de passagem até a legalização de sua nova legenda burguesa, e claro para não perder a viagem se lança como candidata dos “empresários e trabalhadores” rumo a um governo municipal de colaboração de classes. Até aí nem uma grande novidade, que os “Valentes” da vida salivem pelos votos de Erundina é coerente com o programa social democrata que defendem para gerir a crise do capital, porém os neomorenistas seguidores do Prof. Valério que se diziam “revolucionários”... devem uma desculpa a tantos ativistas ingênuos da esquerda que enganaram! O fato do PSOL na capital paulista não estar coligado a nenhum partido tradicional dos patrões mas apenas com o PCB não altera em nada o conteúdo político da candidatura Erundina, estabelecido pelo seu programa de governo de gestão capitalista da cidade, não muito distinto das plataformas de Freixo e Luciana, acontece que tanto o PDT, PV ou mesmo o REDE já estão comprometidos com os dois maiores polos eleitorais, PSDB e PT. Restou a contra gosto e por falta de opções dos amigos burgueses marchar quase que sozinha em sua nova caminhada na disputa pela prefeitura,o PPL fundado pelo MR8 e Quercia estão no apoio informal, porém Erundina não está somente com a estrutura do PSOL nesta sua empreitada carreirista.... o MAIS atendeu ao seu chamado e “soma”  forças para construir o verdadeiro “governo de esquerda e socialista” junto com os dejetos políticos da burguesia.  

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

A MORTE DE VARGAS E A IMPOTÊNCIA DA BURGUESIA NACIONAL FRENTE À OFENSIVA DO IMPERIALISMO


Nesse dia 24 de agosto completou-se 62 anos do suicídio de Getúlio Vargas. Episódio marcante da história política brasileira, a morte de Vargas ocorreu em meio a uma profunda crise que refletia as contradições do projeto desenvolvimentista de seu governo. Em 1953, a continuidade da política de estímulo à industrialização, uma das principais características do varguismo, começou a sofrer limitações, exigindo a ampliação de investimentos e o aumento das importações de equipamentos e máquinas, o que provocava déficit na balança comercial do país. O mesmo ocorria com a balança de pagamentos, devido à sangria das riquezas nacionais, promovida pelo crescimento das remessas ilegais de lucros pelas empresas estrangeiras que atuavam no país. Esse quadro tornava-se ainda mais grave com a queda dos preços do café no mercado mundial (principal commoditie para exportação no período), contribuindo para o declínio da receita externa, o que reacendeu a disputa feroz entre as diferentes frações da burguesia nacional pelas divisas em dólar e pelo controle do Estado burguês a fim de preservar seus interesses comerciais. Foi esse o “pano de fundo” fundamental da crise política que abalou profundamente o país nos anos 50 e levou ao “suicídio” induzido do “caudilho nacionalista” em agosto de 1954, sob a pressão direta do imperialismo ianque ávido pela “troca” do chefe de estado brasileiro. A principal força de oposição a Vargas era a União Democrática Nacional (UDN), que expressava os interesses das oligarquias agroexportadoras descontentes com as restrições às importações e à política de controle e confisco cambial, mecanismos que transferiam recurso do setor agrário-exportador para o setor industrial. A UDN também agrupava os estratos superiores da classe média, que temiam a esquerdização e o comunismo. O capital imperialista, que desejava utilizar as divisas do país para a conversão e a emissão de lucros para o exterior, era o aliado mais importante desse partido. O governo Vargas, por sua vez, tinha como base de sustentação o chamado pacto populista, uma espécie de aliança entre a burguesia industrial e as massas trabalhadoras das cidades, incluindo também as facções das oligarquias regionais atreladas ao Estado desde 1930 e setores nacionalistas das Forças Armadas, todos unidos em torno de uma ideologia nacionalista que apresentava o desenvolvimento industrial capitalista como meio de realização de interesses comuns da burguesia e do proletariado. Paradoxalmente o governo Dilma também sofreu o último ato do Golpe Institucional neste mês de agosto de 2016. Tal como Getulío, Dilma foi impotente diante a direita e da pressão do imperialismo, porém diametralmente oposta ao velho culdilho, a “gerentona petista” não protagonizou nenhum ato de coragem pessoal e resistência política simbólica, ao contrário, sua “Carta ao Senado” lançada recentemente buscando um acordo com as oligarquias por “eleições gerais” é uma prova dessa covardia em todos os terrenos.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

INTENSA PRESSÃO DA DEMOCRACIA BURGUESA TAMBÉM EXPLODE AS PEQUENAS SEITAS REVISIONISTAS: UMA RUPTURA NA TPOR QUE CAMINHA PARA ABRAÇAR O ANTILENINISMO


Acaba de chegar a nossas mãos uma “Carta Aberta a Esquerda” que anuncia a ruptura de militantes com a TPOR (organização revisionista ligada ao POR boliviano), após a exclusão inteira de sua regional na Bahia. A plataforma apresentada inicialmente pelos dissidentes, que se constituíram como fração no interior da organização, tem como eixo uma crítica pequeno-burguesa à ausência de um trabalho partidário no campo das chamadas “minorias” e “opressões”. Estes militantes dissidentes chegam ao absurdo de apresentar a intervenção entre gays e lésbicas como “prioritária” diante do trabalho na classe operária, porém de uma maneira mais ampla as divergências tem como pano de fundo um ataque à linha geral programática do POR e a sua estrutura formalmente Leninista, acusando sua direção de burocratismo, caudilhismo, autoritarismo, ou seja, a velha crítica menchevique requentada pelos revisionistas atuais contra os “chefes infalíveis”, em defesa de coletivos ou movimentos horizontais e sem dirigentes. Adaptados ao chamado “campo democrático”, que ganhou imensa força política com a instauração do governo golpista, os signatários da Carta também denunciam a TPOR por opor-se apenas “timidamente” ao golpe institucional deferido contra Dilma e o PT. Este setor pequeno-burguês ainda que declare ser oposição a Frente Popular, nutre profundas ilusões no regime democrático e se vê amedrontado com a possibilidade de perder suas “regalias” materiais em um governo de exceção. O racha acaba por questionar a própria existência do Partido Leninista e sua disciplina centralizada, apesar dos que subscrevem o documento usarem toda a verborragia “ortodoxa” trotskista, como é próprio das tradições “poristas” de “vida dupla” em que a militância pequeno-burguesa se apresenta internamente como dedicados bolcheviques enquanto na vida real está completamente adaptada a classe média progressista e seus interesses materiais diretos na academia e nos sindicatos.  É sintomático que essa ruptura na TPOR, uma pequena seita revisionista que no último período ficou fazendo um “zig-zag” oportunista entre a linha política do PSTU de aproximação com a direita pró- impeachment e a política do PCO pró-Dilma, tenha conteúdo programático e ideológico similar ao racha que fundou o MAIS. Trata-se de mais uma ruptura que é produto da imensa pressão da democracia burguesa sobre as organizações políticas que formalmente se reclamam Trotskistas e Leninistas, para que estas “flexibilizem” suas linhas politicas em nome de “dialogar com as massas”, “romper com o sectarismo” e em defesa de “novas formas de movimento”. No caso em questão junto à militância LGBT e aos defensores da “democracia” agrupados em torno da Frente Popular comandada pelo PT e o PSOL que dirigem as manifestações contra o impeachment. Na verdade, o racha na TPOR segue a linha de privilegiar o trabalho entre as “novas vanguardas” e reflete a conduta geral dos revisionistas neste século XXI de se torarem apêndices da socialdemocracia que abriram mão da luta programática pela Revolução Proletária e da Ditadura do Proletariado. Alertamos que a TPOR é vitima de sua própria política menchevique e revisionista ao abrigar no seu interior todo tipo de militantes quebrados que ao menor sinal de terem seus interesses contrariados apontam “divergências” para melhor se adaptarem ao PT e ao PSOL, dependendo da conveniência pessoal e política. Reproduzimos abaixo os principais trechos da “Carta”, em que seus signatários polemizam com a direção da TPOR sobre vários temas, mas cujo móvel central é justamente questionar os poucos traços do que resta formalmente de Trotskismo dessa pequena seita revisionista. O importante nesta ruptura da TPOR não são suas dimensões numéricas, mas compreender que as tendências da etapa da luta de classes, marcada por profundas derrotas do proletariado mundial, estimula ideologicamente a liquidação de qualquer vestígio de existência Leninista, inclusive em organizações que já abandonaram em sua práxis o legado Bolchevique.

CARTA ABERTA AOS ATIVISTAS, MILITANTES E ORGANIZAÇÕES DE ESQUERDA

DIREÇÃO CAUDILHESCA DO PARTIDO OPERÁRIO REVOLUCIONÁRIO (POR) EXCLUI TODOS OS MILITANTES DA BAHIA DO PARTIDO

Na tarde de 18 de agosto recebemos uma comunicação da direção do Partido Operário Revolucionário (POR) de que todos os militantes da célula da Bahia estavam oficialmente excluídos da organização, decisão essa tomada em reunião do Comitê Central (CC) realizada em 8 de agosto.

Há quase um ano, vínhamos travando uma dura luta interna ao POR contra as posições sectárias, ultimatistas e abertamente conservadoras do partido em relação às opressões. Em nenhum momento manifestamos externamente que essa polêmica estava sendo objetivo de um conflito interno. Nenhum militante de outras organizações ou partidos de esquerda, nem os ativistas mais próximos tomaram conhecimento de que havia uma disputa interna em torno da luta contra as opressões e de outros problemas políticos e organizativos. Somente com a ruptura de um companheiro da Bahia (militante do movimento estudantil) é que veio a lume o fato de que havia um conflito interno entre militantes da Bahia e a direção partidária.

domingo, 21 de agosto de 2016


Dedicamos esta Edição Especial do Jorna Luta Operária de Agosto a homenagear o grande chefe da revolução Bolchevique, Leon Trotsky. Não se trata de um “mero” ato de reverência política ou humana, mas sim do sincero reconhecimento militante do valor revolucionário de sua vida e da sua trajetória comunista por nossa corrente política que reivindica e aplica na práxis, dentro de suas modestas forças, o legado do velho dirigente bolchevique, mesmo sofrendo por isso muitas vezes o isolamento político e o ataque vil da burguesia, dos reformistas e revisionistas, estes últimos cada vez mais adaptados a defesa da democracia como “valor universal”. Ainda jovem Trotsky dirigiu o Soviete de Petrogrado, depois foi fundador do Exército Vermelho, comandante da Revolução de Outubro ao lado de Lênin e de outros camaradas valorosos. Após ser derrotado na luta interna pelas condições históricas adversas e por limitações políticas, ele foi expulso da URSS, percorreu o planeta na condição de opositor de esquerda da burocracia soviética. No México, última parada de seu “exílio”, lutou com as armas que tinhas às mãos para construir a IV Internacional, sendo assassinado em 21 de agosto de 1940 por ordem da KGB por defender a revolução mundial em oposição à tese do “Socialismo em um só país” aplicada por Stálin mundo afora, responsável por sabotar e derrotar levantes proletários em nome da coexistência pacífica com o imperialismo. O assassinato de Trotsky não foi um mero "acidente" conspirativo ou policialesco, embora tenha todos os ingredientes de uma trama bem urdida, foi uma consequência trágica das próprias fragilidades da recém fundada IV Internacional. Trotsky estava plenamente consciente de seu completo isolamento político, inclusive no interior das próprias fileiras "trotsquistas", chegou a discutir com sua companheira Natalia Sedova a possibilidade do suicídio físico de ambos, longe de ser uma medida de desespero pessoal seria o último ato político para evitar a rendição diante da contrarrevolução. A jovem organização internacional que fundara não parava de sofrer baixas em seus quadros, apesar dos gigantescos acertos programáticos a conjuntura mundial da luta de classes era extremamente desfavorável, Trotsky foi obrigado a recorrer a militantes sem nenhuma experiência política e de pouquíssima  trajetória militante. A III Internacional de Stalin colhia todo o prestígio da URSS no período anterior à II Guerra, mesmo com todas as traições possua milhões de militantes em todo o mundo em franco contraste com apenas uma dezena de militantes da IV Internacional. Porém para Trotsky o critério numérico ou do imenso aparato stalinista não seria motivo para estabelecer sua derrota ou falência política diante de Moscou, decidiu correr os imensos riscos do isolamento e seguir em frente na construção molecular da IV Internacional, consciente que pagaria com a própria vida por sua ousadia revolucionária. Os jovens militantes que o cercavam no México não tinham o menor preparo para defender a vida do chefe bolchevique, os simpatizantes políticos mais reconhecidos, como o casal Rivera e Frida, sucumbiram diante da pressão e também traíram Trotsky colaborando com o Stalinismo. A vida do "velho" dirigente estava por um fio em sua fortaleza de Coyacan, a infiltração de agentes de Moscou no interior da IV internacional foi uma operação relativamente fácil de implementar, primeiro um "militante segurança" da sede/residência localizada em um subúrbio da cidade do México facilitou a entrada de atiradores, Trotsky escapou por pura sorte a uma saraivada de tiros em seu próprio dormitório. Logo após ao atentado, ficou evidente que a disposição de Stalin era pela liquidação física do seu principal opositor no campo do movimento comunista internacional, mas as parcas forças da IV Internacional eram incapazes de estabelecer uma reação diante da crônica anunciada pelo Kremlin. O inseto sicário Ramon Mercader, outro infiltrado "simpatizante", não teve grandes dificuldades de conviver de perto com o gigante bolchevique e desferir um golpe mortal contra o proletariado mundial em 20 de agosto de 1940. Trotsky tombou firme de pé, não abriu mão e tampouco "flexibilizou" seu projeto socialista da revolução permanente apesar de estar reduzido à meia dúzia de colaboradores fiéis que por condições óbvias não poderiam fazer frente ao poderio organizativo de centenas de partidos comunistas que aglutinavam em cada país milhares de militantes. Passado quase um século de sua morte, os genuínos Trotskistas guardam uma lição histórica do nosso inesquecível mestre bolchevique: Mesmo isolados e ridicularizados pela escória revisionista que abraçou a democracia, resistir até o limite físico de nossas forças políticas para seguir em frente na reconstrução do Partido Bolchevique e da IV Internacional. Não temer arriscar a própria vida na luta pelos princípios revolucionários, o único medo possível é o da vergonha de capitular e abandonar o Trotskismo! 

O veterano Leninista viveu intensamente, na vitória e na derrota, o “peso” de ser um dirigente comunista e internacionalista, pagou com a vida pela defesa intransigente de suas ideias e pelo temor que as forças adversárias das teses da Revolução Permanente tinham de seu "pequeno" partido representar a continuidade concreta das tradições de Outubro pelo mundo afora. Cada aspecto pessoal da vida de Trotsky, desde sua genial inteligência até seu poder de oratória, passando pela sua capacidade na elaboração e nas polêmicas, teve a marca da luta programática pelo socialismo científico, em debater sem medo com as diversas correntes políticas do movimento comunista internacional (inclusive com o anarquismo) ao mesmo tempo em que combatia intransigentemente as forças imperialistas “democráticas” ou fascistas. Não fugiu das polêmicas, foi intransigente nos princípios, perdeu seguidores partidários, até então leais por sua defesa incondicional da URSS (mesmo estando sob o comando do stalinismo), como dirigentes fundamentais do SWP norte-americano, parte da própria seção mexicana e a maioria dos agrupamentos que tinham aderido na conferência de fundação da IV Internacional na França em 1938. O assassinato de seus filhos o deixou deprimido por várias vezes e os dias difíceis de exílio geraram outras graves doenças (como uma colite que o castigava impiedosamente), mas ele ainda encontrou forças para se manter pé, firme, escrevendo e organizando a luta política até que um covarde agente da GPU (depois de solto da prisão no México Mercader chegou a ser condecorado em Cuba) o assassinou covardemente pelas costas. Morreu resistindo, literalmente lutando!

Em nome da Direção Nacional da LBI lançamos o jornal comemorativo dos 76 anos da morte de Trotsky também para reafirmar nosso combate intransigente contra os revisionistas que maculam seu legado programático nos dias atuais. Esses trânsfugas revisionistas, hoje melhor representados pelo “MAIS”, ruptura recente do PSTU, desejam por formas “modernosas” apagar o melhor da referência que o velho nos deixou: defensor intransigente da Ditadura do Proletariado e da violência revolucionária das massas, combatente da construção de um partido bolchevique internacionalista centralizado e de quadros, inimigo mortal da socialdemocracia, como o PT e PSOL no Brasil. O "velho" soube defender com maestria “frente únicas” de combate ao fascismo e a direita reacionária sem capitular ao reformismo como fazem seus falsos “herdeiros” atuais. Não serão com "viagens turísticas" a Rússia capitalista de hoje que os revisionistas apagarão da história o crime político de terem apoiado sem o menor pudor a destruição contrarrevolucionária do Estado Operário Soviético, em nome da "Revolução Democrática". 

Dedicamos esta edição especial do Jornal Luta Operária a crivar as polêmicas de ontem e de hoje, abordando temas atuais como a farsesca “Revolução Árabe” ou a apologia da “Frente Popular” em nossos dias, assim como questões teóricas como a concepção leninista do partido revolucionário, a questão dos Soviets, a necessidade do amamento operário, o significado da Revolução de 1905 entre outros tópicos. Além disso, abordamos a história da IV Internacional e de suas fragmentações revisionistas, inclusive analisando a trajetória de dirigentes como Mandel, Lambert e Moreno, pseudotroskistas que tiveram influência decisiva na fundação de correntes políticas que atuam em nosso país e representam o revisionismo na atualidade no continente latino-americano e europeu.

Esperamos que nossos leitores e simpatizantes abstraiam importantes lições com essa nossa pequena contribuição em defesa do legado de Trotsky em pleno Século XXI, onde a barbárie, a contrarrevolução, o retrocesso ideológico e cultural da classe operária caminham a passos largos e avançaram muito nestes 25 anos após o fim da URSS e da queda do Muro de Berlim. Como o Velho Bolchevique sempre optou por dizer a verdade às massas mesmo que amargas, seguimos também nessa questão seus ensinamentos teóricos nesses dias difíceis para a causa comunista em todo o planeta, tendo a certeza que o rigor de nossas posições políticas, programáticas e ideológicas é a melhor forma de honrar sua trajetória para manter-se firme, mesmo diante de nossas pequenas forças militantes, na hercúlea tarefa de reconstruir a IV Internacional! Não será a existência de grandes aparatos revisionistas (como os que foram erguidos ontem e são relançados hoje com outros formatos) o caminho mais curto para retornar a senda proletária da revolução socialista mundial, com Trotsky aprendemos a ousar o Leninismo mesmo “calçando sapatos de criança”!

sábado, 20 de agosto de 2016

LEIA O EDITORIAL DA EDIÇÃO ESPECIAL DO JORNAL LUTA OPERÁRIA, Nº 311
TROTSKY VIVE!


Dedicamos esta Edição Especial do Jorna Luta Operária de Agosto a homenagear o grande chefe da revolução Bolchevique, Leon Trotsky. Não se trata de um “mero” ato de reverência política ou humana, mas sim do sincero reconhecimento militante do valor revolucionário de sua vida e da sua trajetória comunista por nossa corrente política que reivindica e aplica na práxis, dentro de suas modestas forças, o legado do velho dirigente bolchevique, mesmo sofrendo por isso muitas vezes o isolamento político e o ataque vil da burguesia, dos reformistas e revisionistas, estes últimos cada vez mais adaptados a defesa da democracia como “valor universal”. Ainda jovem Trotsky dirigiu o Soviete de Petrogrado, depois foi fundador do Exército Vermelho, comandante da Revolução de Outubro ao lado de Lênin e de outros camaradas valorosos. Após ser derrotado na luta interna pelas condições históricas adversas e por limitações políticas, ele foi expulso da URSS, percorreu o planeta na condição de opositor de esquerda da burocracia soviética. No México, última parada de seu “exílio”, lutou com as armas que tinhas às mãos para construir a IV Internacional, sendo assassinado em 21 de agosto de 1940 por ordem da KGB por defender a revolução mundial em oposição à tese do “Socialismo em um só país” aplicada por Stálin mundo afora, responsável por sabotar e derrotar levantes proletários em nome da coexistência pacífica com o imperialismo. O assassinato de Trotsky não foi um mero "acidente" conspirativo ou policialesco, embora tenha todos os ingredientes de uma trama bem urdida, foi uma consequência trágica das próprias fragilidades da recém fundada IV Internacional. Trotsky estava plenamente consciente de seu completo isolamento político, inclusive no interior das próprias fileiras "trotsquistas", chegou a discutir com sua companheira Natalia Sedova a possibilidade do suicídio físico de ambos, longe de ser uma medida de desespero pessoal seria o último ato político para evitar a rendição diante da contrarrevolução. A jovem organização internacional que fundara não parava de sofrer baixas em seus quadros, apesar dos gigantescos acertos programáticos a conjuntura mundial da luta de classes era extremamente desfavorável, Trotsky foi obrigado a recorrer a militantes sem nenhuma experiência política e de pouquíssima  trajetória militante. A III Internacional de Stalin colhia todo o prestígio da URSS no período anterior à II Guerra, mesmo com todas as traições possua milhões de militantes em todo o mundo em franco contraste com apenas uma dezena de militantes da IV Internacional. Porém para Trotsky o critério numérico ou do imenso aparato stalinista não seria motivo para estabelecer sua derrota ou falência política diante de Moscou, decidiu correr os imensos riscos do isolamento e seguir em frente na construção molecular da IV Internacional, consciente que pagaria com a própria vida por sua ousadia revolucionária. Os jovens militantes que o cercavam no México não tinham o menor preparo para defender a vida do chefe bolchevique, os simpatizantes políticos mais reconhecidos, como o casal Rivera e Frida, sucumbiram diante da pressão e também traíram Trotsky colaborando com o Stalinismo. A vida do "velho" dirigente estava por um fio em sua fortaleza de Coyacan, a infiltração de agentes de Moscou no interior da IV internacional foi uma operação relativamente fácil de implementar, primeiro um "militante segurança" da sede/residência localizada em um subúrbio da cidade do México facilitou a entrada de atiradores, Trotsky escapou por pura sorte a uma saraivada de tiros em seu próprio dormitório. Logo após ao atentado, ficou evidente que a disposição de Stalin era pela liquidação física do seu principal opositor no campo do movimento comunista internacional, mas as parcas forças da IV Internacional eram incapazes de estabelecer uma reação diante da crônica anunciada pelo Kremlin. O inseto sicário Ramon Mercader, outro infiltrado "simpatizante", não teve grandes dificuldades de conviver de perto com o gigante bolchevique e desferir um golpe mortal contra o proletariado mundial em 20 de agosto de 1940. Trotsky tombou firme de pé, não abriu mão e tampouco "flexibilizou" seu projeto socialista da revolução permanente apesar de estar reduzido à meia dúzia de colaboradores fiéis que por condições óbvias não poderiam fazer frente ao poderio organizativo de centenas de partidos comunistas que aglutinavam em cada país milhares de militantes. Passado quase um século de sua morte, os genuínos Trotskistas guardam uma lição histórica do nosso inesquecível mestre bolchevique: Mesmo isolados e ridicularizados pela escória revisionista que abraçou a democracia, resistir até o limite físico de nossas forças políticas para seguir em frente na reconstrução do Partido Bolchevique e da IV Internacional. Não temer arriscar a própria vida na luta pelos princípios revolucionários, o único medo possível é o da vergonha de capitular e abandonar o Trotskismo!  

EDITORIAL
Trotsky Vive!

NA LUTA PARA DERROTAR A CONTRARREVOLUÇÃO E O REFORMISMO
Levantamos a bandeira da IV Internacional para honrar o vivo legado de nosso chefe bolchevique! 

TROTSKY ONTEM E HOJE
Legado do "Velho" camarada segue vigente para enfrentar a ofensiva da contrarrevolução mundial!

EM DEFESA DO TROTSKISMO
Se estivesse vivo, Trotsky combateria os “Burnham e Shachtman” de hoje, que apoiam os “rebeldes” pró-OTAN na Líbia e na Síria em nome da farsesca "Revolução Árabe”

IV INTERNACIONAL
Uma história de princípios e fragmentação revisionista

PELA RECONSTRUÇÃO DA IV INTERNACIONAL
Em defesa da concepção leninista do Partido Revolucionário

TROTSKY, 1905 E O “ENSAIO GERAL” DA TOMADA DO PODER PELOS BOLCHEVIQUES EM 1917
A vigência da criação dos Sovietes e o armamento do proletariado

AS LIÇÕES DE OUTUBRO
A luta contra o revisionismo do marxismo em nossos dias

MARXISMO HOJE
Desafios do leninismo para enfrentar a etapa da contrarrevolução em pleno Século XXI

ASCENSÃO E QUEDA DA FRENTE POPULAR
Um combate de princípios para os revolucionários, uma traição vergonhosa para os revisionistas

NAHUEL MORENO
Uma trajetória de contradições marcada pelo revisionismo

“COMITÊ DE LIGAÇÃO” LIT-WRP
Explode a tentativa de uma fusão sem princípios

PIERRE LAMBERT
A versão social democrata do liquidacionismo pablista da IV Internacional

ERNEST MANDEL
A segunda morte do revisionismo

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

BOMBARDEIO SOBRE ALEPPO: “MAIS” UM GRUPO CANALHA REVISIONISTA A SERVIÇO DA CIA, DO PENTÁGONO E DA OTAN!


A imagem dramática de uma criança sangrando na cidade síria de Aleppo, após ter escapado de uma explosão, vem servindo de propaganda para o imperialismo, seus meios venais de alienação de massas e os revisionistas do trotskismo atacarem o governo nacionalista de Bashar Assad e seu aliado russo, Vladimir Putin. Todos em uníssono “murdochiano” acusam as forças armadas da Síria e da Rússia de serem responsáveis pela destruição da cidade e dos mortos civis, terem bombardeado duramente o vilarejo deixando um rastro de sangue. A CIA, a OTAN e o Pentágono, mestres em promover essa propaganda de guerra para manipular a chamada “opinião pública” mundial em favor dos interesses das grandes potências capitalistas agradecem aos grupos de “esquerda” que se somam a essa cantilena enganosa a serviço de resguardar os “rebeldes” que vinham sendo derrotados em Aleppo! O “MAIS”, ruptura recente do PSTU, debutou no cenário internacional na condição de papagaio de Obama e do imperialismo ianque, reproduzindo a versão espalhada pela FOX, NBC, CNN e afins: “A imagem de um pequeno sobrevivente, com olhar perdido e rosto ensanguentado, lembrou ao mundo o desespero da aparentemente interminável guerra civil síria. Omran Daqneesh, de cinco anos, estava na traseira de uma ambulância no bairro de Qaterji, localizado no coração da zona rebelde de Aleppo. Ele sobreviveu a mais um ataque aéreo na campanha dirigida por Vladmir Putin, Bashar Al-Assad e a República Islâmica do Irã contra a insurreição popular árabe, produto do processo revolucionário aberto no Egito em janeiro de 2011” (Esquerda On Line, sítio do MAIS, artigo "Vida e morte sob os céus de Aleppo", 18.08). Em resumo para esses calhordas, os membros do “Eixo do Mal” (Rússia, Síria e Irã) como Bush intitulou tais países, atacou de forma vil os “rebeldes” combatentes da democracia e matou mulheres e crianças inocentes que agora precisam de ajuda e socorro urgente! Os estúdios de Hollywood não poderiam produzir um roteiro tipo “Rambo” tão a gosto da Casa Branca. Esses canalhas revisionistas seguem a linha do PSTU-LIT de estabelecer uma frente única com Obama contra o regime de Assad, principal inimigo fronteiriço do enclave sionista, em nome da defesa da “Revolução Árabe”, inclusive apoiando os grupos terroristas da Frente Al-Nursa e do Estado Islâmico no combate as forças armadas sírias. Para não deixar dúvidas do campo político e militar em que se encontra, o “MAIS” não vacila em afirmar descaradamente: “Mesmo com todas as necessárias críticas aos rebeldes que lutam contra Assad, a batalha pela libertação síria do regime Assad e do domínio russo é causa justa. E mesmo que os anseios por dignidade e liberdade, que abasteceram a primeira fase do levante e foram esmagados por Damasco pela militarização do confronto pareçam ter sido uma miragem distante, é no campo militar dos rebeldes em que podemos localizar” (Idem). Em resumo, estamos ao seu lado contra Assad e Putin, nos somamos aos esforços da OTAN, da CIA e do Pentágono em apoio a seus “guerreiros da liberdade”! Ressaltamos que apesar de numa guerra haverem baixas civis quando as forças em conflito ocupam cidades e batalham em seus entornos, como é o caso de Allepo dominada pelo EI e outros grupos “rebeldes” (que inclusive usam os civis como escudos humanos), a aviação síria e russa não bombardeou as instalações em que se encontrava o menino Omran Daqneesh. Trata-se mais uma farsa montada pela grande mídia imperialista sob as ordens do Departamento de Estado ianque e reproduzidas pelos seus papagaios de “esquerda” como o “MAIS” justamente no momento em que as forças armadas sírias e russas estavam derrotando o EI em todo o país. O Ministério da Defesa russo publicamente negou relatos de vários meios de comunicação ianques e europeus sobre um suposto bombardeio da cidade síria de Aleppo. Lembrou que sua Força Aérea na Síria não bombardeia alvos em cidades e áreas povoadas: “Temos enfatizado várias vezes que os aviões da Força Aérea da Rússia em operação na Síria nunca apontam contra alvos em áreas povoadas. Esta regra é ainda mais relevante em relação ao distrito Qaterji de Aleppo, que está localizado perto de áreas abertas recentemente para resgate da população civil” insistiu o porta-voz da Defesa russo Ministério Igor Konashenkov. O porta-voz do Ministério salientou ainda que o dano não corresponde ao de um ataque aéreo. “Se houve uma explosão não foi causada por um ataque aéreo foguete: em vez danificar os danos foram provocados pela explosão de um cilindro de gás ou uma mina (como comumente usado por terroristas EI)” (Russia Today, 19.08). A prática é generalizada entre os jihadistas que tentam impedir a entrega de ajuda humanitária à população civil. Ele por fim lamentou “Todas as crianças que estão em áreas sob controle terrorista em situação crítica representam uma tragédia. O fato de alguns usá-las cinicamente para atacar a Rússia como objetivo de propaganda é um crime” (Idem). Na verdade a Rússia e o governo sírio estabeleceram corredores para a população civil sair da zona de guerra, mas os "rebeldes" impedem sua saída. Como se observa, a imagem da criança “bombardeada” vem sendo usada como propaganda de guerra para legitimar uma nova ofensiva militar contra a Síria após várias derrotas impostas ao EI pela aliança entre Putin-Assad. O “MAIS” vergonhosamente soma-se esse cínico engodo “made in CIA” para melhor justificar sua adesão à frente única com o imperialismo democrata contra o “ditador” sírio. Esclarecemos que os Marxistas Leninistas nunca nutrimos a menor simpatia política pelo regime da oligarquia burguesa de Assad, porém declaramos abertamente e sem dissimulações que temos um “lado” na guerra civil da Síria, o nosso campo é frontalmente oposto aquele que o imperialismo e seus “amigos” apostam suas “fichas”. Impedir que a OTAN abra um corredor militar desde a Síria, passando pelo Líbano, para atacar o Irã, é neste momento a tarefa central da classe operária internacional em seu combate revolucionário e anti-imperialista. No campo oposto, o “MAIS”, o PSTU e a LIT estão ao lado dos mercenários “rebeldes” terroristas e da contrarrevolução, são adversários das nações atrasadas atacadas pelo imperialismo e da política nos legada por Trotsky!

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

LEIA A EDIÇÃO ESPECIAL DO JORNAL LUTA OPERÁRIA, Nº 311, AGOSTO/2016 - 76 ANOS DO ASSASSINATO DE TROTSKY

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

A MISSIVA DA PRESIDENTA E A PRONTA RESPOSTA DO "MAIS": PAIXÃO PELA DEMOCRACIA BURGUESA E SUAS ELEIÇÕES FRAUDADAS COMBINADA COM UMA PROFUNDA DESILUSÃO COM OS DESCAMINHOS NEOLIBERAIS DE DILMA


A presidenta Dilma finalmente resolveu divulgar com um atraso letal sua carta política, dirigida para os senadores "juízes", onde defende a redução de seu próprio mandato (pela via de um plebiscito) e por consequência a convocação de novas eleições gerais no país. Não é mais novidade para ninguém que o retardo na elaboração do documento teve origem em profundas divergências políticas entre a anturragem Dilmista e a cúpula do PT que rechaça cabalmente a proposta de convocação de novas eleições presidenciais antes do prazo estabelecido pelo calendário institucional. O PT e o próprio governo Dilma sairiam de início bem revigorados moralmente com o golpe parlamentar sofrido, o ataque parlamentar à Frente Popular orquestrado por gângster mafiosos da política burguesa acabou novamente por ungir Lula e Dilma com uma aura de democracia e esquerda, maquiagem perdida ao longo de mais de uma década de políticas neoliberais e alianças com as oligarquias corruptas do país. Porém a justa reação quase que espontânea do movimento de massas de sair às ruas em defesa do governo petista diante de um golpe promovido por bandidos (na maioria antigos aliados do PT) foi gradativamente sendo esfriada pela Frente Popular, cuja carta retardatária de Dilma é a expressão mais "cômica" desta situação. O PT e Lula trataram de capitalizar politicamente a condição de "vítimas dos parlamentares facínoras" somente para as eleições de 2018, enquanto Dilma isolada no Planalto tendia a flertar com a iniciativa do PSOL, PCdoB, MTST, MAIS etc... de realizar novas eleições gerais ainda este ano. É evidente que existem outros ingredientes entre estes dois polos, um deles é a dinâmica da famigerada "Operação Lava Jato" que ameaça liquidar a "reserva moral e política" do PT bem antes de 2018, para assim emplacar um bonaparte termidoriano na presidência da república, ainda que não se saiba exatamente quando. Tragicamente para Dilma somente o PCdoB abraçou com vigor sua derradeira iniciativa, nem o bloco dos senadores "indecisos" e tampouco o campo do PSOL (MTST, MAIS etc..) receberam com entusiasmo a missiva da presidenta já quase deposta. Parece que neste momento a grande preocupação destes setores, incluindo neste balaio o próprio PT, é dar a largada nas campanhas as prefeituras, contando que a aprovação do impeachment já são "favas contadas". Nem mesmo a mobilização unitária sindical do último dia 16/08 foi levada muito a sério pelos que "bradam aos céus" que o golpe parlamentar vai retirar direitos e conquistas dos trabalhadores, mas que não movem uma palha para organizar a resistência real do proletariado no sentido de deflagrar uma greve geral contra o "ajuste" neoliberal. Para o neófito MAIS, que em seu debute logo se abrigou nas saias de Luciana Genro e Marcelo Freixo, parece que "primeiramente o Fora Temer" não passa de uma saudação ideológica as eleições burguesas, assim como é para o PSTU o "Fora Todos". Os adeptos do prof. Valério tem como referências políticas os políticos burgueses que juram respeito ao regime da democracia dos ricos, resguardando é claro o discurso da "responsabilidade social" e "defesa das minorias", estes são os casos de Freixo no Rio e Erundina em São Paulo, ovacionados pelo MAIS como exemplos de "candidaturas socialistas". Para o MAIS Dilma errou por aplicar em seu governo uma agenda neoliberal de recessão e desemprego, porém compartilha com a presidenta a "paixão" pela democracia institucional, ou seja, o respeito à diversidade das classes sociais, como afirmou a atriz global e "heroína", Letícia Sabatella, recentemente ofendida por bandos fascistas em Curitiba. Como Marxistas Revolucionários não confundimos a defesa intransigente das liberdades democráticas com a apologia da democracia burguesa, defendemos Letícia das hordas da direita mas não a transformamos em nosso exemplo como fez o MAIS, exatamente porque é adepta do "respeito à diversidade das classes". Os Comunistas Leninistas não outorgam o direito de existência social e histórica para a burguesia e suas alas fascistas, por isso mesmo seguimos com Trotsky na defesa da Ditadura do Proletariado! Não custa lembrar que se hoje o MAIS está desiludido com Dilma (na época ainda no PSTU), foram os primeiros a defender o voto na chapa "Lula&Alencar contra a direita" em 2002. A crítica que hoje fazem a carta da presidenta, ainda que não se posicionem pelo impeachment como o PSTU, não contém uma única menção ao socialismo e a revolução proletária, porém sobram frases em defesa de "novas eleições"... Desilusão política e profunda identidade ideológica, assim pode ser definida a relação de "amor e ódio" entre Dilma e o MAIS.