segunda-feira, 1 de agosto de 2016

BALANÇO DOS ATOS DESTE DOMINGO (31.07): “FORA TEMER” SERVE DE PALANQUE ELEITORAL PARA PT E PSOL, MAS NÃO COMO PONTO DE APOIO DAS LUTAS CONTRA OS ATAQUES NEOLIBERAIS


Esvaziados na maioria das capitais do país, os atos deste domingo, 31 de Julho, marcam a própria dinâmica política imposta pela Frente Popular na sua “luta” contra o impeachment. Convocados fundamentalmente pela Frente Povo Sem Medo, MTST, PSOL, PCdoB e setores minoritários do PT, mas sem o apoio de peso da CUT e da direção petista, as marchas pelo “Fora Temer” tiveram um caráter eleitoral, tanto por reivindicarem as “eleições gerais” como saída institucional para a crise política nacional, como também porque esta atividade serviu tangencialmente de palanque para as candidaturas do PT e do PSOL nas disputas municipais (prefeitos e vereadores). O ato em São Paulo “contra o golpe e por eleições gerais” foi o maior no país, o que não ocorreu em outras cidades importantes. Da mesma forma, a domingueira “verde-amarela” convocada pela direita foi um fracasso, tendo maior destaque a concentração na Av. Paulista, centro da reação burguesa nacional. Esse “empate” revela o pano de fundo da conjuntura brasileira, onde Lula e o PT aguardam que Temer faça o ajuste neoliberal não concretizado por Dilma para “colher os frutos” eleitorais em 2018, em uma ilusão paralítica e criminosa. Já outros setores da Frente Popular (PCdoB, MTST) desejam eleições já via a convocação de um plebiscito no que contam com o apoio de setores do PSOL. Ambas vertentes convergem no caminho eleitoral para a solução da crise burguesa, não apontando a ação direta e revolucionária das massas (greves, ocupações de fabrica, luta contra reforma da previdência) para barrar os ataques em curso. Ao contrário, enquanto Dilma e Lula “criticam” o golpista Temer, fazem rasgados elogios a Henrique Meirelles, demonstrando que tem acordo com a plataforma neoliberal aplicada pelo Ministro da Fazenda chancelado pela Casa Branca e os rentistas. Para os trabalhadores e a vanguarda classista fica a lição de que, seja pelas mãos de Temer ou da gerência petista, novos ataques as suas condições de vida virão, esses dois blocos burgueses tem acordo em jogar o ônus da crise capitalista nas costas dos oprimidos. A defesa da “democracia” burguesa feita pela Frente Popular e seus satélites não pode ser o móvel de luta dos explorados, nosso combate de classe é por uma saída revolucionária para a crise do regime político burguês, o que passar por agitar o boicote ou o voto nulo nas eleições municipais e o apoio às lutas em curso contra o ajuste neoliberal que é levado a cabo por Temer neste momento, mas tem o aval do PT.