sábado, 27 de agosto de 2016

60 A 20 (3X1) PELO “GOLPE”: ESTA É CORRELAÇÃO DE FORÇAS DA BURGUESIA NACIONAL NO “HONRADO” SENADO DA REPÚBLICA


Entre bate bocas acalorados no Senado, empurrões da tropa de choque do governo golpista e os poucos parlamentares ainda fiéis à Frente Popular, o impeachment será aprovado por uma ampla margem de votos, na proporção de 3 para 1. Seria um grave erro político para os Marxistas caracterizar que a burguesia nacional está de conjunto unificada na perspectiva do golpe parlamentar para dar posse ao bandido de "segunda linha", Michel Temer. Entre os agressivos "duelos" travados pelos dois bandos de senadores ocorridos nas seções diurnas presididas pelo "vestal de prostíbulo", Ricardo Lewandowisk, existem os fraternos "jantares noturnos" que agregam tantos petistas como golpistas para delinear cenários políticos pós-impeachment. Dilma não conta só com os votos do PT e PCdoB para sua defesa, detém ainda apoio político entre alguns senadores do PMDB, PDT, PTB, PSB, PSD e possivelmente até do PP, ou seja, ainda que minoritário existe um setor da burguesia nacional que mesmo convicto da derrota no Parlamento seguirá na oposição ao governo Temer, com a mira voltada para uma possível eleição de Lula em 2018. O único consenso político realmente existente no seio das classes dominantes é que o governo tampão deverá finalizar as reformas neoliberais (acompanhado de um duro ajuste fiscal) iniciadas na gerência petista. Seria uma completa ignorância teórica, ou um cretinismo oportunista para a grande maioria, supor que o triunfo do golpe institucional porá fim ao regime democrático burguês instaurado no país em 1985 com a ascensão da chamada "Nova República". Na boca dos pilantras reformistas do PT e PCdoB (desgraçadamente seguidos pelos revisionistas do PSOL e MAIS) a trágica derrota parlamentar da Frente Popular representa o "fim da jovem democracia"... juntos entoam a cantilena "primeiramente Fora Temer" como um mantra de apologia a "sagrada" democracia dos ricos, propondo o "unguento milagroso" das eleições gerais para salvar o regime do "voto universal". Os Comunistas não compartilham da Democracia como um "valor universal", lutamos vigorosamente sim pelo direito de organização política e liberdades, tampouco entendemos que o golpe parlamentar em curso represente uma ruptura institucional do regime vigente. O que está em pleno curso na conjuntura nacional é a transição para um tipo de "bonapartismo de exceção", impulsionado pela anturragem judiciária da famigerada "Operação Lava Jato", personalizada na figura do juiz Sérgio Moro. Para este bando bonapartista Temer deve ser descartado assim que cumprir sua missão golpista, desejo simetricamente idêntico nutrido pela cúpula do PMDB e PSDB em relação a Lava Jato. O interessante nesse importante ingrediente da situação política é que tanto o PT como a turma do PSOL (MES, MAIS etc...) apoiam a cruzada da Lava Jato, travada em nome da moralização do "Erário Público" mas que na verdade aprofundará a dependência do país diante dos oligopólios imperialistas. Estaríamos dispostos, por exemplo, a estabelecer uma frente única de ação contra o Temer tendo como principal palavra de ordem: "Primeiramente Fora a Operação Lava Jato!" a mãe de todo o golpe! Porém os dirigentes da esquerda reformista e revisionista não querem nem ouvir "falar mal" da Lava Jato, assim como não mobilizaram pela greve geral de massas para barrar o golpe parlamentar, apostaram na "sobra" da base burguesa parlamentar para tentar evitar o impeachment... vão colher uma goleada de 3x1, mas os verdadeiros derrotados serão os trabalhadores agora bem mais fragilizados para enfrentar a monstruosa ofensiva neoliberal que ameaça suas conquistas históricas.