MRT FAZ “DOBRADINHA” COM ERUNDINA EM SÃO PAULO: PIADA REVISIONISTA DE MAU GOSTO... UMA “VOZ ANTICAPITALISTA” DE MÃOS DADAS COM UMA CANDIDATURA BURGUESA DO PSOL
O MRT (ex-LER-QI) tem a posição mais ridícula e venal entre
os grupos revisionistas do Trotskismo nestas eleições municipais. Posando de
“ortodoxo” critica o apoio do MAIS a Luciana Genro em Porto Alegre, porém
lançou candidaturas diretamente pelo PSOL em São Paulo, na prática irá puxar
votos nesta dobradinha para a “socialista Erundina”!!! Não por acaso o MRT
também apresenta a ex-ministra de Itamar Franco e coordenadora da campanha
eleitoral de Marina Silva em 2014 como uma legítima representante da “esquerda”.
O Esquerda Diário (24.08) afirma no artigo “Cumprindo as leis
anti-democráticas, justiça nega presença de Erundina em debate” que “Na ação
promovida por Erundina e no que a juíza julgou nem entrou em questão outros
candidatos proibidos pela lei anterior de participar em debates, como é o caso
de Altino do PSTU que não tem nenhum deputado federal. Pela lei anterior todos
candidatos de algum partido com algum candidato poderia participar (os que tem
nenhum não). Ou seja, era uma lei especialmente voltada contra a esquerda”. O
MRT coloca no mesmo patamar um dirigente sindical metroviário perseguido por
Alckmin e uma velha raposa burguesa abrigada no PSOL que até ontem estava no
PSB, uma legenda a serviço do governador tucano! Vergonhosamente passa um verniz
de esquerda na ex-prefeita petista declarando “A candidata pelo PSOL, Luiza
Erundina destaca-se por desafiar o voto progressista do PT na maior cidade do
país... Erundina consegue angariar votos desse setor democrático que rompeu com
o petismo e lutou contra o golpe, seus 9% mostram que existe um espectro a
esquerda amplo buscando alternativas aos partidos do regime”. É nesta onda
“progressista” ligada ao chamado “campo democrático” que engrossou as
manifestações contra o impeachment de Dilma que as candidaturas do MRT em São
Paulo estarão colocadas, apresentando-se como “uma voz anticapitalista” de mãos
dadas com uma candidatura burguesa, a mais nova piada criada pelo revisionismo
para enganar tolos e desavisados! Não esqueçamos que Erundina (esta velha
raposa política que teve Temer como candidato a vice-prefeito em 2004 em
aliança com o PMDB de Quércia) buscou incessantemente coligar-se com a Rede em
apoio a sua atual candidatura em São Paulo. Assim como o PSOL de Porto Alegre,
Erundina tem o apoio do PPL e recebe “doações” de capitalistas. O mais
repugnante nesse jogo de cena venal é que o MRT recorre à justa denúncia da
“Lei da Mordaça” que impede o PSOL de participar dos debates na TV para melhor
traficar seu apoio a Erundina, em nenhum momento ventila sequer chamar o voto
em Altino do PSTU (para serem minimamente coerentes com o próprio programa)
como uma “alternativa” a candidatura burguesa da ex-prefeita petista!
O MRT está no PSOL na condição de “filiação democrática”,
pelo acordo vai fazer campanha para o partido nos municípios em que este lhe
cedeu legenda, como em São Paulo. Raposas políticas como Ivan Valente e Marcelo
Freixo aceitaram é claro ceder a legenda do partido ao MRT e a todo e qualquer
grupo que esteja disposto a engrossar seus coeficientes eleitorais. Os votos
captados pelo MRT vão engordar as principais candidaturas a vereadores do PSOL
em São Paulo, todas ligadas a sua direção nacional, além de na prática fazer
campanha por Erundina, estabelecendo uma “dobradinha” podre em nome da “unidade
da esquerda”. A filial do PTS no Brasil é mais um agrupamento a ceder as fortes
pressões do chamado “caudal democrático”, seguindo a mesma trilha do seu
partido-mãe fascinado com a eleição de deputados nacionais e provinciais no
bojo da Frente de Esquerda (FIT). Apesar do discurso da ação direta das massas
e da “proximidade da revolução” o que realmente vislumbram é a possibilidade de
ocupar postos parlamentares em coligações políticas com partidos da ordem
capitalista ou ganhar um “passaporte” para ingressar no PSOL. Nós comunistas
compreendemos que a tática eleitoral não pode comprometer a estratégia
revolucionária, rejeitamos a via da cobertura política das alternativas da nova
social democracia (PSOL, Syriza, Podemos etc...), ainda mais danosas para
avançar na consciência de classe do proletariado. A trajetória do MRT em direção ao PSOL indica
uma tendência que deve ser acompanhada de outras vertentes do revisionismo,
como o MAIS por exemplo, que abandonou o norte da revolução socialista.
Vejamos o cinismo do “puro” MRT ao criticar o MAIS sobre a
tática eleitoral: “Surpreende que o MAIS tenha declarado apoio à candidatura de
Luciana Genro (MES/PSOL) coligada com o PPL em Porto Alegre. No RS, o MAIS – em
nome de participar da Frente de Esquerda nas eleições de Porto Alegre, da qual
não figurará o PSTU, que defende uma política funcional ao golpe – resolveu
retirar a pré-candidatura de seu militante Matheus Gomes a vereador pelo PSTU e
apoiar Luciana Genro. Na Convenção do PSOL em POA, não mencionaram nenhuma
crítica concreta à candidatura de Luciana, nem mesmo de sua busca incessante em
ligar-se com a Rede de Marina Silva, ou sua coligação já travada com o PPL.
Para nós essa política aplicada nas eleições de Porto Alegre contradiz a
posição que se delimitava da resolução da executiva nacional do PSOL”.
(Esquerda Diário, 11.08). O que dizer da “contradição” da própria posição do
MRT que lançou candidaturas a vereador pelo PSOL em São Paulo na chapa
encabeçada por Erundina, a ex-prefeita petista que iniciou a parcerias com os
capitalistas na gestão burguesa do Estado, pavimentou a privatização da CMTC e
atacou o movimento por moradia? Como vemos, Luciana Genro é apenas “aprendiz”
de Luiza Erundina... porém o MRT em seu exercício de distracionismo critica o
MAIS pelo apoio a Luciana sem dedicar uma linha sequer a posição do agrupamento
revisionista de Valério Arcary em São Paulo, já que neste caso estão juntos
apoiando a “candidata da esquerda” que será apoiada por empresários, estes
conhecem seu currículo desde a sua gestão burguesa na prefeitura no final dos
anos 80.
No mesmo rumo oportunista, o MRT vai apoiar Marcelo Freixo
no Rio de Janeiro. Assim como Erundina ele só não está coligado com a Rede
porque Molon é o candidato marineiro à prefeitura carioca. O portal Esquerda
Diário afirma no artigo “Esquerda nos Debates: Freixo faz debate alternativo na
Cinelândia” (26.08) que “O STF liberou a participação de Freixo nos próximos
debates mediante uma lei eleitoral, que mesmo com as medidas antidemocráticas,
faz com que as emissoras possam escolher os candidatos com maior
representatividade e não os candidatos com os deputados. O evento expressou
através da juventude que estava presente uma alternativa de voto frente os
partidos tradicionais da ordem e seus candidatos como o Pedro Paulo e Crivela,
mas também foi em contraposição á figura que o PT representou ao longo desses
anos no poder”. A fórmula de demonstrar simpatia pela tal “alternativa de voto
frente à direita e ao PT-PCdoB” é como o MRT apresenta seu voto
“revolucionário” em Freixo. Sabe-se que o PSOL-RJ recebe dinheiro de
empreiteiras e capitalistas. O próprio Marcelo Freixo foi agraciado com uma
doação de R$ 120 mil da empresa Victor Hugo Demolições LTDA para sua campanha
eleitoral em 2012. Essa empresa foi responsável pela demolição da Vila
Autódromo após remoção forçada de centenas de famílias pela prefeitura do Rio.
Em nota, Freixo disse que a contribuição da empresa foi legal e foi “tudo
registrado conforme a lei e publicado pela Justiça Eleitoral”, ou seja, agiu
como todos os partidos burgueses que ganham doações das empresas. O hilário é
que o MTR critica o apoio do MAIS a Luciana porém não vê problemas em votar na
candidatura burguesa de Erundina e no socialdemocrata Freixo, cujas campanhas são
financiadas por empresas de ônibus e empreiteiras! A posição do MRT não passa
de uma piada revisionista de “mau gosto” para enganar todos, mas seus “jovens
militantes” adaptados ao regime democrático não podem encobrir com esse
malabarismo político o vergonhoso apoio que estão prestando a uma velha raposa
política burguesa em São Paulo!