ELEIÇÕES MUNICIPAIS: “FRENTE DE ESQUERDA SOCIALISTA” É O
PRETEXTO PARA OS REVISIONISTAS DO “MAIS” APOIAREM O PSOL E SUAS CANDIDATURAS
SOCIALDEMOCRATAS COLIGADAS COM PARTIDOS BURGUESES
Uma das razões para a ruptura do agrupamento “MAIS” com o PSTU foi à negativa deste último em estabelecer coligações com o PSOL nas eleições municipais deste ano, a tão pretendida aliança eleitoral com os sociaisdemocratas foi eufemisticamente batizada de “Frente de Esquerda Socialista”. A direção morenista “oficial” para negar esse brusco “giro” em sua política supostamente “ultra esquerdista” alega que o PSOL se tornou no último período um apêndice do PT por defender o “Volta Dilma” e denunciar o impeachment como um “Golpe de Estado”. A exceção desta linha auxiliar do PT seria Porto Alegre em que a direção do PSOL é controlada pelo MES de Luciana Genro. Esta corrente interna do PSOL, segundo o PSTU, não adotou a política oficial do PSOL na medida em que defendeu “eleições gerais” no curso da crise que levou ao impeachment de Dilma, com o PSTU conscientemente desprezando o fato do MES ter um histórico de coligações com o PV e receber “doações” de empresas capitalistas. Passado o prazo legal para as coligações oficiais nos municípios o que vemos é que o PSTU sairá sozinho em todas as capitais. Por seu turno, o PSOL coligou-se na maioria das grandes cidades com toda gama de partidos burgueses e em municípios menores com o PCB. Em Belém a candidatura burguesa do ex-prefeito Edmilson Rodrigues se aliou ao PDT, PV, PPL e Rede. Já em Porto Alegre a tão sonhada “Frente de Esquerda” almejada conjuntamente pelo MAIS e o PSTU acabou na aliança do PSOL com o PPL, depois que a Rede negou o convite para ser vice de Luciana e preferiu coligar-se com o PMDB. Em São Paulo, Luíza Erundina encabeça a “chapa pura” do PSOL, o caráter burguês da candidatura é representado pela própria figura da ex-prefeita. Esta senhora de longa trajetória política governou a cidade pelo PT no final da década de 80 inaugurando as parcerias da “esquerda” com as grandes empresas de transporte e atacando os movimentos sociais, principalmente ligados à luta pela moradia, depois de ingressar no governo privatista de Itamar Franco migrou para o PSB, sublegenda de Alckmin no estado de São Paulo. Erundina chegou em 2004 a ter o golpista Temer como candidato a vice-prefeito, na aliança costurada na época com o mafioso PMDB de Quércia! O amplo arco de alianças burguesas da social democracia de “esquerda” foi aprovado na reunião do diretório nacional do PSOL no final de julho que deliberou autorizar coligações “com ampliação da política de alianças para além da Frente de Esquerda com PV, PCdoB, PDT, PSB, PT, REDE e outros”. Em resumo, suas candidaturas estavam livres para coligar-se com todos os partidos da ordem capitalista que não fossem tradicionalmente “de direita”, inclusive com os que patrocinaram o golpe parlamentar contra Dilma. Essa orientação impediu o PSTU de coligar-se com o PSOL nas grandes cidades, porém seu racha, o “MAIS”, logo demonstrou o real significado de sua ruptura “alegre” e “pós-moderna”. O chamado à construção de uma “Frente de Esquerda Socialista” não passou de um pretexto para apoiar o PSOL e suas candidaturas socialdemocratas coligadas com os partidos burgueses. O exemplo mais notório dessa política escandalosa foi exatamente em Porto Alegre. Apesar do PSOL na capital gaúcha estar coligado com o PPL, um partido apêndice da direita reacionária, receber dinheiro para a campanha dos grupos capitalistas como Gerdau e Zafarri e ter chegado a oferecer a vaga de vice para a Rede de Marina Silva, o “MAIS” anunciou o apoio à candidatura de Luciana Genro em nome da “unidade da esquerda”. O mesmo deve acontecer em Belém de forma velada. O mais vergonhoso ocorre em Natal, onde Amanda Gurguel se candidata a reeleição pela legenda do PSTU mas só oficialmente apoia sua candidatura a prefeito. A vereadora de fato vai fazer campanha para o PSOL, abrindo uma desmoralização completa na militância morenista que vai concretamente puxar votos para o MAIS, coveiro do PSTU e adversário mortal de sua política, acusada de ser a própria encarnação de uma “seita auto-proclamatória”! Como avaliamos quando da ruptura do MAIS, as supostas críticas pontuais “corretas” a política direitista do PSTU na questão do impeachment de Dilma encobria a tendência reformista de todo um setor da militância comandada por Valério Arcary (avessa a qualquer verniz “leninista” ainda presente na verborragia da direção morenista) de fluir no próximo período diretamente para o PSOL, uma típica legenda socialdemocrata de “esquerda”. Antes de ingressar, o MAIS passará nas eleições de 2016 pelo “estágio” de ser uma sombra oportunista deste partido, servindo para aproximar de suas candidaturas os chamados “ativistas independentes e classistas” adaptados ao regime democratizante que gravitam em torno da Conlutas e ainda defendem a política de “Frente de Esquerda” abandonada circunstancialmente pelo PSTU. Nesta tarefa canalha tem o apoio do NOS, outro racha morenista que silenciosamente se filiou ao PSOL e até mesmo do MRT (ex-LER-QI) que na cidade de São Paulo lançou candidatos pelo PSOL e vai cinicamente apoiar a “socialista Erundina!”. Definitivamente 2016 será um marco para a política de quebra do PSTU, esta organização sofrerá novos rachas diante do seu isolamento político-eleitoral e de sua fragilidade ideológica de anos de adaptação ao regime burguês, com o deslocamento do MAIS e seus satélites revisionistas rumo ao PSOL. Se o resultado eleitoral do PSOL nas capitais for vitorioso a legenda pode se tornar um “PT reciclado” sem qualquer traço de base operária, porém com forte inserção na chamada classe média. Atrairá desde políticos burgueses (como Erundina) que saem descontentes da Frente Popular até todo um setor da vanguarda política e sindical que tem como referência a “defesa da democracia”, eixo político burguês que ganhou peso com o impeachment de Dilma em substituição a “luta pelo governo operário”, lema agora aposentado mas antes tão comum nos discursos dos reformistas e revisionistas.
Uma das razões para a ruptura do agrupamento “MAIS” com o PSTU foi à negativa deste último em estabelecer coligações com o PSOL nas eleições municipais deste ano, a tão pretendida aliança eleitoral com os sociaisdemocratas foi eufemisticamente batizada de “Frente de Esquerda Socialista”. A direção morenista “oficial” para negar esse brusco “giro” em sua política supostamente “ultra esquerdista” alega que o PSOL se tornou no último período um apêndice do PT por defender o “Volta Dilma” e denunciar o impeachment como um “Golpe de Estado”. A exceção desta linha auxiliar do PT seria Porto Alegre em que a direção do PSOL é controlada pelo MES de Luciana Genro. Esta corrente interna do PSOL, segundo o PSTU, não adotou a política oficial do PSOL na medida em que defendeu “eleições gerais” no curso da crise que levou ao impeachment de Dilma, com o PSTU conscientemente desprezando o fato do MES ter um histórico de coligações com o PV e receber “doações” de empresas capitalistas. Passado o prazo legal para as coligações oficiais nos municípios o que vemos é que o PSTU sairá sozinho em todas as capitais. Por seu turno, o PSOL coligou-se na maioria das grandes cidades com toda gama de partidos burgueses e em municípios menores com o PCB. Em Belém a candidatura burguesa do ex-prefeito Edmilson Rodrigues se aliou ao PDT, PV, PPL e Rede. Já em Porto Alegre a tão sonhada “Frente de Esquerda” almejada conjuntamente pelo MAIS e o PSTU acabou na aliança do PSOL com o PPL, depois que a Rede negou o convite para ser vice de Luciana e preferiu coligar-se com o PMDB. Em São Paulo, Luíza Erundina encabeça a “chapa pura” do PSOL, o caráter burguês da candidatura é representado pela própria figura da ex-prefeita. Esta senhora de longa trajetória política governou a cidade pelo PT no final da década de 80 inaugurando as parcerias da “esquerda” com as grandes empresas de transporte e atacando os movimentos sociais, principalmente ligados à luta pela moradia, depois de ingressar no governo privatista de Itamar Franco migrou para o PSB, sublegenda de Alckmin no estado de São Paulo. Erundina chegou em 2004 a ter o golpista Temer como candidato a vice-prefeito, na aliança costurada na época com o mafioso PMDB de Quércia! O amplo arco de alianças burguesas da social democracia de “esquerda” foi aprovado na reunião do diretório nacional do PSOL no final de julho que deliberou autorizar coligações “com ampliação da política de alianças para além da Frente de Esquerda com PV, PCdoB, PDT, PSB, PT, REDE e outros”. Em resumo, suas candidaturas estavam livres para coligar-se com todos os partidos da ordem capitalista que não fossem tradicionalmente “de direita”, inclusive com os que patrocinaram o golpe parlamentar contra Dilma. Essa orientação impediu o PSTU de coligar-se com o PSOL nas grandes cidades, porém seu racha, o “MAIS”, logo demonstrou o real significado de sua ruptura “alegre” e “pós-moderna”. O chamado à construção de uma “Frente de Esquerda Socialista” não passou de um pretexto para apoiar o PSOL e suas candidaturas socialdemocratas coligadas com os partidos burgueses. O exemplo mais notório dessa política escandalosa foi exatamente em Porto Alegre. Apesar do PSOL na capital gaúcha estar coligado com o PPL, um partido apêndice da direita reacionária, receber dinheiro para a campanha dos grupos capitalistas como Gerdau e Zafarri e ter chegado a oferecer a vaga de vice para a Rede de Marina Silva, o “MAIS” anunciou o apoio à candidatura de Luciana Genro em nome da “unidade da esquerda”. O mesmo deve acontecer em Belém de forma velada. O mais vergonhoso ocorre em Natal, onde Amanda Gurguel se candidata a reeleição pela legenda do PSTU mas só oficialmente apoia sua candidatura a prefeito. A vereadora de fato vai fazer campanha para o PSOL, abrindo uma desmoralização completa na militância morenista que vai concretamente puxar votos para o MAIS, coveiro do PSTU e adversário mortal de sua política, acusada de ser a própria encarnação de uma “seita auto-proclamatória”! Como avaliamos quando da ruptura do MAIS, as supostas críticas pontuais “corretas” a política direitista do PSTU na questão do impeachment de Dilma encobria a tendência reformista de todo um setor da militância comandada por Valério Arcary (avessa a qualquer verniz “leninista” ainda presente na verborragia da direção morenista) de fluir no próximo período diretamente para o PSOL, uma típica legenda socialdemocrata de “esquerda”. Antes de ingressar, o MAIS passará nas eleições de 2016 pelo “estágio” de ser uma sombra oportunista deste partido, servindo para aproximar de suas candidaturas os chamados “ativistas independentes e classistas” adaptados ao regime democratizante que gravitam em torno da Conlutas e ainda defendem a política de “Frente de Esquerda” abandonada circunstancialmente pelo PSTU. Nesta tarefa canalha tem o apoio do NOS, outro racha morenista que silenciosamente se filiou ao PSOL e até mesmo do MRT (ex-LER-QI) que na cidade de São Paulo lançou candidatos pelo PSOL e vai cinicamente apoiar a “socialista Erundina!”. Definitivamente 2016 será um marco para a política de quebra do PSTU, esta organização sofrerá novos rachas diante do seu isolamento político-eleitoral e de sua fragilidade ideológica de anos de adaptação ao regime burguês, com o deslocamento do MAIS e seus satélites revisionistas rumo ao PSOL. Se o resultado eleitoral do PSOL nas capitais for vitorioso a legenda pode se tornar um “PT reciclado” sem qualquer traço de base operária, porém com forte inserção na chamada classe média. Atrairá desde políticos burgueses (como Erundina) que saem descontentes da Frente Popular até todo um setor da vanguarda política e sindical que tem como referência a “defesa da democracia”, eixo político burguês que ganhou peso com o impeachment de Dilma em substituição a “luta pelo governo operário”, lema agora aposentado mas antes tão comum nos discursos dos reformistas e revisionistas.
O PSTU atualmente critica timidamente o “MAIS” pelo apoio
eleitoral ao PSOL e suas coligações com partidos burgueses, porém sem o menor
rigor marxista. Lembremos que o novo agrupamento se inspira na própria direção
morenista “oficial”. No ano de 2012, em Belém, o PSTU esteve coligado com o
PSOL em apoio à candidatura burguesa de Edmilson Rodrigues, ex-prefeito petista
da capital paraense, mesmo o psolista tendo como vice o PCdoB e no segundo
turno ganho o apoio de Lula, Dilma e Marina Silva. Todo esse malabarismo
pragmático para eleger seu vereador em Belém! Na época alertamos que na
candidatura do PSOL não estavam representadas as “sombras” da burguesia e sim
os seus mais declarados representantes, a começar pelo próprio Edmilson, que
era (e continua sendo) financiado por empreiteiras, empresas de ônibus e de
limpeza urbana. Não por acaso, teve ao seu lado o PCdoB e Marina Silva, em uma
típica frente popular de novo tipo nos mesmos moldes da montada pelo PT. Na
verdade o MAIS dá “consequência” à política de Frente de Esquerda defendida
pelo PSTU até 2014, foi o “giro” da direção morenista “oficial” que levou os
“descontentes” a agora aplicaram essa orientação de forma ainda mais ampla. Por
conta disso, o MAIS fora do PSOL assim como a CST no seu interior vão apoiar
Edmilson usando a mesma tática cínica do PSTU de 2012, ou seja, votar
“criticamente” no candidato do PSOL em Belém, delimitando-se para o público
interno e se jogando entusiasticamente na campanha real, mesmo sendo esta
financiada pelos capitalistas e tendo como candidato a vice-prefeito um nome
indicado pelo latifundiário Giovanni Queiroz, do PDT. Em sua extensa “ficha
corrida” está a filiação na ARENA e a participação na UDR assassina.
Com relação a Porto Alegre agora o PSTU afirma “Tentamos que
uma Frente de Esquerda que tivesse um perfil alternativo para os trabalhadores,
em torno da candidatura de Luciana Genro. Porém, Luciana e sua corrente, o MES,
não só se posicionaram a favor de amplas alianças em todo o país, como aqui na
capital insistiram até o limite em uma frente com a REDE (que não se deu porque
essa não quis) e concretizaram com o PPL, partido que mantém uma ligação
orgânica com a burguesia em vários estados, sendo um braço do PMDB em muitos
deles. O PSOL apresenta um programa limitado, que não rompe efetivamente com
aqueles que atacam os trabalhadores, não defendem ruptura com o capitalismo e
sim uma ‘Radicalização da Democracia’. Seus passos, lamentavelmente, repetem os
passos iniciais que levaram o PT a chegar onde chegou. Os trabalhadores não tem
nada a ganhar com uma nova ilusão” (PSTU-RS, 08.08). O fato das pesquisas eleitorais estarem
indicando a candidatura de Luciana Genro (PSOL) no topo da preferência popular
para a Prefeitura de Porto Alegre tem deixado a “esquerda” eufórica, salivando
com a possibilidade de gerenciarem a crise do capital em escala municipal. O
“MAIS” e seus satélites apoiam a postulação da dirigente do MES, apesar desta
ter um histórico de suas campanhas serem bancadas por empresas capitalistas,
além de defender para 2016 alianças eleitorais com a Rede e até o PPL,
inclusive sinalizando a disposição de oferecer a vaga de vice para o partido de
Marina Silva. Longe de denunciar frontalmente essa candidatura, o PCB, o MAIS,
a CST, o NOS e o MRT lançaram um manifesto defendo a “Frente de Esquerda”,
quando no máximo criticam a aproximação com a REDE-PPL. O PCR, MLS e CEDS tem a
mesma política distracionista, delimitando-se pelos flancos sem atacar frontalmente
o caráter burguês da candidatura de Luciana. Como se observa, o conjunto desta
esquerda apoia a coligação sabendo não só da “folha corrida” do MES em sua
relação corrupta com os empresários e sua pública aproximação com o PT e Tarso
Genro (ela apoiou o pai no segundo turno das eleições estaduais gaúcho de
2014), inclusive do acordo PT-PSOL do apoio mútuo no segundo turno em cidades
como Rio de Janeiro (com Marcelo Freixo) e Porto Alegre. Sabem inclusive que a
própria campanha para a prefeitura terá a logística financeira da holding
Gerdau, o maior grupo capitalista do Rio Grande do Sul, ainda mais que Luciana
encontra-se no topo das pesquisas, porém precisam “fingir-se de loucos” para
levar adiante sua política canalha. Esta conduta revela que não há qualquer
“diferença programática” entre estas organizações revisionistas que as impeçam
de estabelecer as coligações mais inusitadas, não há divergências políticas
consideráveis entre o MAIS e o PSTU. Criticam formalmente o financiamento de
grandes empresas para as campanhas do PSOL, “esquecendo” que foi a própria
Luciana uma das “pioneiras” da Frente de Esquerda a receber grana de vários
grupos econômicos para sua campanha a prefeitura de Porto Alegre, em uma chapa
com o PV em 2008, uma espécie de “amnésia” coletiva. As declarações destes
agrupamentos em defesa de um programa “socialista” como condição para compor a
Frente de Esquerda, são absoluta letra morta na medida em que seus melhores
aliados internos no PSOL, como o MES, são os campeões do reformismo e de uma
política policlassista de integração ao Estado capitalista.
O apoio do MAIS às candidaturas do PSOL tem uma marca:
adesão direta à política de colaboração de classes da direção desse partido. No
ato em que o racha do PSTU anunciou o apoio à candidatura de Luciana Genro em
Porto Alegre, Vera Guasso, porta-voz do novo agrupamento, não fez uma única
crítica à política do MES de aliança com o PPL e o chamado a Rede para compor a
coligação. Essa “covardia” é produto da adaptação desse setor a orientação
socialdemocrata do PSOL, uma militância que almeja criar partidos amplos como o
Syriza e Podemos, ou seja, engrossar o PSOL no Brasil como representante da
“nova esquerda” que rompeu com o Bolchevismo e com a herança Leninista. Por
essa razão saíram do PSTU porque o morenismo “oficial” colocava empecilhos
formais ao pleno desenvolvimento à linha programática de unidade com os
reformistas a todo custo. Fora e dentro do PSOL, o MAIS conta com aliados de
“esquerda” dessa política canalha. O MRT
e a LSR são respectivamente os melhores exemplos. O MRT (ex-LER-QI) finge
criticar o MAIS pelo apoio a Luciana Genro, entretanto tem uma política ainda
mais oportunista: vai lançar candidaturas pelo PSOL e apoiar Erundina em São
Paulo! Vejamos o malabarismo do MRT: “Surpreende que o MAIS tenha declarado
apoio à candidatura de Luciana Genro (MES/PSOL) coligada com o PPL em Porto
Alegre. No RS, o MAIS – em nome de participar da Frente de Esquerda nas
eleições de Porto Alegre, da qual não figurará o PSTU, que defende uma política
funcional ao golpe – resolveu retirar a pré-candidatura de seu militante
Matheus Gomes a vereador pelo PSTU e apoiar Luciana Genro. Na Convenção do PSOL
em POA, não mencionaram nenhuma crítica concreta à candidatura de Luciana, nem
mesmo de sua busca incessante em ligar-se com a Rede de Marina Silva, ou sua
coligação já travada com o PPL. Para nós essa política aplicada nas eleições de
Porto Alegre contradiz a posição que se delimitava da resolução da executiva
nacional do PSOL”. (Esquerda Diário, 11.08). O que dizer da “contradição” da
própria posição do MRT que lançou candidaturas a vereador pelo PSOL em São
Paulo na chapa encabeçada por Erundina, a ex-prefeita petista que iniciou a
parcerias com os capitalistas na gestão burguesa do Estado? Não esqueçamos que
Erundina apoiou Marina Silva em 2014 para presidente e buscou incessantemente o
apoio da Rede para sua atual candidatura. Luciana é apenas “aprendiz” de
Erundina... porém o MRT em seu distracionismo critica, surpreso, o MAIS! No
interior do PSOL a LSR, corrente ligada ao CIT e que se proclama defensora do
“Bloco de Esquerda” vem apoiando entusiasticamente Erundina em São Paulo. Em
artigo intitulado “O PSOL com Erundina: os desafios de representar a maioria”
afirma “Erundina possui uma longa trajetória de lutas, apesar de ter ficado
entre 1997 e 2015 no PSB e Michel Temer ter sido seu vice na disputa para a
prefeitura em 2004. O que ocorre é que as lições do último período levaram-na a
construir uma pré-candidatura pela esquerda, se aliando a setores que
claramente se opõem ao governo de Haddad e também a direita tradicional tucana
e do PMDB, além de oportunistas como Russomano”. Como se observa a LSR vende
uma Erundina que não existe, desprezando toda sua trajetória burguesa. A
própria ex-prefeita de São Paulo declara que não é militante do PSOL somente
recorreu a “filiação democrática” para disputar as eleições: “Considero o PSOL
a principal referência da esquerda hoje e agradeço a disponibilidade de
fazermos filiações democráticas com a Raiz. Enquanto isso, estamos no PSOL,
plenamente integrados ao projeto socialismo e liberdade”. A posição da LSR é a
mesma da maioria do PSOL como afirma Luiz Araújo, presidente nacional do
partido e da dirigente da corrente US que aprovou a ampla aliança com os partidos
burgueses: “A vinda de Erundina possui imenso simbolismo. É a coerência de uma
vida de esquerda escolhendo o PSOL no meio da grande crise que vivemos. Sua
experiência ajudará, e muito, a consolidar uma alternativa de mudança”. Tanto a
“direita” como a “esquerda” do PSOL estão unidas em defesa de suas candidaturas
socialdemocratas, como longa trajetória burguesa como é o caso de Erundina!
Os Marxistas Revolucionários entendem a importância do
estabelecimento de frentes e alianças no interior do campo da esquerda, focadas
na organização do proletariado para impulsionar seu combate de classe. Esta
política nada tem a ver com formação de frentes eleitoreiras com partidos da
ordem capitalista. Se coligar eleitoralmente em nome da “luta socialista” com uma
quadrilha política chefiada por Luciana Genro, Edmilson Rodrigues ou Luiza
Erundina representa uma enorme fraude política, um verdadeiro embuste
distracionista para mascarar sua completa adaptação ao regime da democracia dos
ricos. Por esta razão, a LBI concentra nossos modestos esforços militantes na
convocação de uma frente de esquerda de outro tipo, comunista e revolucionária,
com o objetivo centrado na denúncia radical da farsa eleitoral destas eleições
que represente o contraponto da fraude institucional montada pelo Estado
capitalista, com o aval do conjunto da esquerda reformista ávida para ingressar
no parlamento burguês. Nesta direção programática convocamos organizações
comunistas e os coletivos e militantes classistas a se somarem a LBI para juntos
conformarmos uma frente revolucionária para impulsionar uma vigorosa campanha
pelo voto nulo e a denúncia da farsa deste regime da democracia dos ricos e
seus gerentes golpistas.