DIA "NACIONAL DE MOBILIZAÇÃO" 16/08: A
"UNIÃO" SEM LUTA COM OS ULTRA PELEGOS NÃO É A UNIDADE QUE O
PROLETARIADO NECESSITA PARA DERROTAR A OFENSIVA NEOLIBERAL DO ATUAL GOVERNO
GOLPISTA
A atividade política desta terça (16/08) reúne unitariamente de forma quase inédita as centrais Força Sindical, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central, Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Intersindical e Conlutas, mas a classe operária e vanguarda classista não deve nutrir ilusões nesta "amplíssima" frente sindical que está fincada na conjuntura da crise capitalista para trair e não derrotar a ofensiva neoliberal do atual governo golpista de Temer. A pauta formal que motivou a mobilização unificada da burocracia sindical foi a "oposição" as propostas que já tramitam no Congresso Nacional para liquidar as parcas conquistas e direitos que o proletariado conquistou em mais de um século de combates heroicos de classe. O governo golpista de Temer resolveu "radicalizar" as iniciativas do "ajuste" de sua antecessora, aproveitando-se da fragilidade da organização operária para superar suas velhas direções corrompidas pelo regime da democracia dos ricos. A Frente Popular em um período de recessão e crise econômica capitalista se mostrou impotente para "despejar" todo o pacote neoliberal que a burguesia exigia aplicar no país, articulado o golpe parlamentar Temer tem a função de finalizar o "trabalho sujo" mal concluído por Dilma. Fica evidente que com este "time" de pelegos amarelos de sempre e chapa branca de ontem não está planejado para o 16/08 nenhum método combativo de ação direta, como a greve geral e ocupações de fábrica, as manifestações estarão focadas na surrada pressão parlamentar e demagogia eleitoral em atos públicos nas principais cidades do Brasil. O fato concreto é que a maioria destas centrais sindicais já estão negociando na mesa do golpista Temer a "mediação" das reformas trabalhista e previdenciária, uma exigência dos rentistas internacionais. Como em um "teatro" sincronizado com atores e roteiristas a burocracia sindical ensaia uma "luta unitária" para depois entregar de "bandeira" na mesa dos patrões as conquistas operárias. A TRS /LBI vem ao conjunto do movimento de massas denunciar politicamente esta farsa de unidade sindical que nem de longe se assemelha a uma frente única operária de combate e ação direta. A presença da Conlutas (PSTU) e Intersindical (PSOL) não muda em nada o caráter do engodo de colaboração de classes deste arremedo de união sindical, apenas legitimam a derrota que se avizinha no caso da inação política da vanguarda classista em preparar uma verdadeira greve geral. Somente com a organização independente e de base da classe operária e seus aliados históricos poderemos derrotar a dura ofensiva neoliberal, unindo sim os todos explorados com o norte programático da revolução e do socialismo!
A atividade deste dia 16, completamente desvincula de uma organização real nas bases operárias e populares, serve apenas para demonstrar que o conjunto da burocracia sindical deseja negociar com Temer pequenos ajustes nos projetos draconianos enviados pelo Planalto ao parlamento. A Força Sindical (FS) por exemplo concorda com a elevação da idade mínima para aposentadoria desde que válida para os nascidos a partir de 2001 e junto com a UGT, Nova Central e CSB estão negociando o pacote antioperário com o governo. A CUT diz que não negocia com Temer mas durante o governo Dilma se mostrou favorável a mudanças nas regras previdenciárias. A fala de Juruna, representando da FS, revela bem o caráter canalha da atividade. Segundo ele “Essa manifestação mostra a unidade dos trabalhadores novamente. Até agora estávamos divididos entre o ‘Fora Temer’ e o ‘Fica Dilma’. Claro que todo mundo defende suas posições mas conseguimos unificar na defesa do emprego e contra a retira da direitos. Desejando passar o “dia nacional de mobilização” como um ato contra o governo Temer e não de negociação com este, o PCdoB afirma no artigo “A unidade dos trabalhadores na luta contra o golpe” que “Na convocatória as centrais conclamam os trabalhadores a ocuparem as ruas neste dia 16 para barrar as propostas que retiram os direitos dos trabalhadores e a necessidade de aumentar os níveis de emprego. O documento assinado pela CTB, CUT, Força Sindical, UGT, Nova Central, CSP-Conlutas, CGTB e Intersindical é enfático: ‘As medidas apresentadas pelo governo interino de Michel Temer (PMDB) são medidas contra você, trabalhador/a’. Ou seja, objetivamente, os trabalhadores e as trabalhadoras irão às ruas contra o governo golpista, antipopular, antidemocrático e antinacional”. Nesse balaio de gastos integrou-se a Conlutas. O PSTU deseja vender a imagem “principista” no terreno eleitoral criticando o PSOL por ser um apêndice do PT, porém continua completamente adaptado à burocracia sindical cutista e seus satélites de direita, chegando a apresentar o ato do dia 16 junto com o sindicalismo amarelo da UGT, Força Sindical e Nova Central como o primeiro passo para a “Greve Geral contra Temer”. Segundo o PSTU “O dia 16 de agosto será o Dia Nacional de Lutas e Mobilizações convocado por todas as centrais sindicais contra o desemprego, a inflação e as reformas da Previdência e trabalhista que Temer está prometendo. Nessa data, acontecerão várias paralisações e manifestações. Os trabalhadores e lutadores devem jogar pesado para realizar um forte dia de luta no dia 16, rumo à construção da greve geral”. Nada mais falso! Nem o ato desta terça será massivo (restrito a dirigentes sindicais liberados) nem sua política será voltada a organizar a luta direta contra o governo do PMDB, será na verdade uma ação midiática para negociar com Temer alguma flexibilização pontos mais “duros” do ajuste neoliberal, como defende Paulinho do Solidariedade e da FS, apoiador do atual gerente golpista. O mais trágico dessa “unidade sindical” é que ela demonstra a pouca capacidade de resistência da classe trabalhadora aos ataques do governo e serve como termômetro para a patronal e seus representantes políticos avançarem ainda mais contra os direitos e conquistas. Da parte da TRS-LBI denunciamos essa política distracionista das burocracias sindicais e apontamos que é necessário organizar as mobilizações desde as bases das categorias, com assembleias e discussões nos locais de trabalho e estudo. Para romper com esse verdadeiro ciclo de derrotas é necessário superar a própria concepção economicista vulgar que domina os sindicatos, em sua esmagadora maioria completamente cooptados política e materialmente, que têm como limite de atuação as regras ditadas pelas instituições do regime, como a justiça burguesa. Faz-se necessário travar uma dura luta programática e ideológica no seio da vanguarda classista do proletariado para alterar o atual rumo das mobilizações em curso, já que teremos as campanhas salariais do segundo semestre chegando. Para começar, trata-se de lançar a consigna de unificação nacional de todas as lutas econômicas para o norte político estratégico de derrotar o governo Temer. Em segundo lugar, mas não menos importante, é preciso retomar a pauta das reivindicações históricas da classe operária, muito mais além do que alguns pontos percentuais superiores aos que nos oferece a patronal. Mas, para empreender esta verdadeira batalha central contra toda sorte de oportunistas e revisionistas de “esquerda” que dirigem o movimento de massas no Brasil, atrelando-o ao regime da democracia dos ricos, é fundamental forjar a construção de um verdadeiro embrião do partido operário revolucionário e de frações classistas nos sindicatos, com um trabalho diretamente estruturado em suas bases mais radicalizadas. Este é o principal desafio político, programático e ideológico a ser enfrentado pelos setores da vanguarda classista que buscam construir uma alternativa revolucionária de poder dos trabalhadores em nosso país, enfrentando a pressão daqueles que querem sempre disciplinar o movimento de massas sob as ordens “responsáveis e pacíficas” do grande capital.