terça-feira, 11 de abril de 2017

“AMIGO” DAS EMPREITEIRAS: LULA RECEBEU “COMISSÕES” DA ODEBRECHT ASSIM COMO FHC, ITAMAR, COLLOR, SARNEY... E TODOS OS CHEFES DOS GOVERNOS BURGUESES NOS ÚLTIMOS 50 ANOS!


Marcelo Odebrecht afirmou nesta segunda-feira (10) em depoimento ao Juiz Moro que valores em espécie foram sacados por Branislav Kontic, ex-assessor do ex-ministro Antonio Palocci e teriam sido entregues ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No mesmo depoimento, o empreiteiro declarou que o codinome “amigo” das planilhas de propina da empreiteira referia-se ao ex-presidente Lula. Em nota o Instituto Lula informou que todas as doações recebidas, da Odebrecht e de outras empresas, foram feitas “com os devidos registros e nota fiscal”. Em resumo, Lula reconhece que recebeu “dentro da lei” contribuições da Odebrecht e Marcelo afirma de além dessas ajudas “legais” passou dinheiro vivo para Lula e o PT.  Não somos ingênuos ao ponto de acreditarmos que o maior oligopólio da construção pesada no país, não construiu seu império às custas de um envolvimento econômico estreito com o Estado burguês ao longo dos últimos cinquenta anos. Esta relação onde o Estado capitalista é o principal indutor da chamada iniciativa privada é marcada por corrupção endêmica, favorecendo financeiramente os gestores públicos e potenciado os lucros dos empresários. Este “fenômeno” sistêmico do modo de produção capitalista não é produto da “desonestidade” de certos dirigentes corruptos, é generalizado a todas as empresas privadas que negociam produtos ou serviços com o regime burguês. Portanto a conduta corrupta dos acionistas e executivos que controlam as grandes empreiteiras no país é exatamente a mesma de uma pequena empresa que fornece lápis ou cadernos escolares para uma prefeitura no interior do Brasil, a única diferença são as dimensões das cifras... que no caso específico da Lava Jato são gigantescas. Porém as grandes empreiteiras nacionais são as responsáveis pelo conjunto das obras da infraestrutura do país, além de participarem de empreendimentos em serviços e industriais em vários ramos da economia, em parceria com o governo federal. Por força de uma imposição legal os trustes internacionais não podem integrar licitações do setor público, a não ser em casos muito específicos, a existência desta “reserva de mercado” para as grandes empreiteiras brasileiras têm causado a fúria de apologistas do neoliberalismo, dentro e fora das fronteiras nacionais. A desestruturação do cartel das gigantes da construção pesada nacional como vem fazendo a Lava Jato abriria um mercado no Brasil de mais de 20 trilhões de Reais para oligopólios imperialistas do mesmo ramo. Não precisa ser muito esperto para concluir que os interesses em jogo na "espetaculosa" operação Lava Jato vão bem mais além do que o combate a corrupção estatal, posto que processos escandalosos como a privataria tucana ou mais recentemente a bilionária sonegação fiscal de grandes corporações sequer despertam interesse por parte dos paladinos da ética. Mas não se trata apenas de debilitar os “impérios” da infraestrutura do país, é necessário criminalizar os que defendem a manutenção do atual “modelo”, considerado “fechado e arcaico” por Moro, estamos falando é claro das lideranças do PT consideradas como os vilões da nação. É certo que os dirigentes petistas enveredaram por uma trilha de colaboração de classes com os grandes empreiteiros, que passaram a financiar o partido, porém esta “parceria” não é exclusividade do PT, mas porque será que somente a esquerda socialdemocrata está sendo criminalizada? Por acaso os tucanos não praticam há muito mais tempo o "esporte do pocker político" com a burguesia? A questão fulcral neste debate é a blindagem recebida pelo PSDB por parte do imperialismo, interessado na quebra das empreiteiras nacionais e de roldão na desmoralização política do PT que tem levado estas empresas a conquistar novos mercados no exterior. O fato da Lava Jato ter levado para a cadeia (mesmo que provisoriamente) figuras emblemáticas das classes dominantes, como Marcelo Odebrecht e este declarando que Lula era o “amigo” das empreiteiras nacionais e recebia dinheiro legal e ilegal de seus cofres visa chantagear ainda mais o PT e debilitar seus planos para a candidatura presidencial em 2018. Neste quadro, o PSTU e setores do PSOL (como Chico Alencar que foi indicado recentemente pré-candidato a presidente da república pelo partido) tendem a agir como linha auxiliar da direita “sonhando” que desta crise política com o PT e Lula tirem futuramente algum dividendo eleitoral. Esses cretinos de “esquerda” negam-se a compreender que estamos vendo uma ofensiva “moralizadora” contra Lula e o PT não porque eles fizeram negociatas que beneficiaram empresas e grupos capitalistas, “degenerando-se”. Pelo contrário, a classe dominante prepara justamente o descarte de seus “intermediários” da Frente Popular e de sua política de colaboração de classes para entronar no Planalto um governo de corte bem mais conservador, encabeçado por figuras nefastas como Moro ou Alckmin... como exige o imperialismo em função do andar da crise financeira internacional. Para o proletariado é necessário tirar as lições desta guerra de quadrilhas burguesas. Longe de apoiar a sanha reacionária contra seus serviçais petistas assim como  a prisão de Lula, o ativismo classista deve construir nos locais de trabalho e estudo a resistência operária e popular aos ataques neoliberais em curso por Temer, denunciando a covardia do PT e seus planos de capitalizar a crise do governo golpista nas eleições em 2018. A superação da Frente Popular passa necessariamente por construir uma alternativa revolucionária e classista que desde já denuncie abertamente a atual sanha reacionária orquestrada pela mídia murdochiana e a direita reacionária e não o contrário como vergonhosamente vem fazendo a “oposição de esquerda” desde o chamado Mensalão e repetem esta conduta na Lava Jato. A vanguarda classista deve abstrair todas as lições programáticas destes episódios e jamais empunhar a bandeira da “ética e moralidade pública” como faz o PSOL, PSTU, MAIS.... Como afirmou Lenin, o Estado burguês não pode ser “democratizado” ou tornar-se “público”, deve ser demolido pela ação violenta e revolucionária da classe operária. A corrupção não é um fenômeno episódico no regime capitalista, faz parte dos seus próprios mecanismos de acumulação privada de mais-valor. Somente a imposição de outra ditadura de classe, desta vez de caráter proletário, será capaz de iniciar a construção de uma nova sociedade e para alcançar esse objetivo estratégico é preciso edificar um partido operário revolucionário em nosso país, que supere o PT e não seja sua reedição piorada como o PSOL!