“AMIGO” DAS EMPREITEIRAS: LULA RECEBEU “COMISSÕES” DA
ODEBRECHT ASSIM COMO FHC, ITAMAR, COLLOR, SARNEY... E TODOS OS CHEFES DOS
GOVERNOS BURGUESES NOS ÚLTIMOS 50 ANOS!
Marcelo Odebrecht afirmou nesta segunda-feira (10) em
depoimento ao Juiz Moro que valores em espécie foram sacados por Branislav
Kontic, ex-assessor do ex-ministro Antonio Palocci e teriam sido entregues ao
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No mesmo depoimento, o empreiteiro
declarou que o codinome “amigo” das planilhas de propina da empreiteira
referia-se ao ex-presidente Lula. Em nota o Instituto Lula informou que todas
as doações recebidas, da Odebrecht e de outras empresas, foram feitas “com os devidos
registros e nota fiscal”. Em resumo, Lula reconhece que recebeu “dentro da lei”
contribuições da Odebrecht e Marcelo afirma de além dessas ajudas “legais”
passou dinheiro vivo para Lula e o PT. Não somos ingênuos ao ponto de acreditarmos que o maior oligopólio da
construção pesada no país, não construiu seu império às custas de um
envolvimento econômico estreito com o Estado burguês ao longo dos últimos
cinquenta anos. Esta relação onde o Estado capitalista é o principal indutor da
chamada iniciativa privada é marcada por corrupção endêmica, favorecendo
financeiramente os gestores públicos e potenciado os lucros dos empresários.
Este “fenômeno” sistêmico do modo de produção capitalista não é produto da
“desonestidade” de certos dirigentes corruptos, é generalizado a todas as
empresas privadas que negociam produtos ou serviços com o regime burguês.
Portanto a conduta corrupta dos acionistas e executivos que controlam as
grandes empreiteiras no país é exatamente a mesma de uma pequena empresa que
fornece lápis ou cadernos escolares para uma prefeitura no interior do Brasil,
a única diferença são as dimensões das cifras... que no caso específico da Lava
Jato são gigantescas. Porém as grandes empreiteiras nacionais são as
responsáveis pelo conjunto das obras da infraestrutura do país, além de
participarem de empreendimentos em serviços e industriais em vários ramos da
economia, em parceria com o governo federal. Por força de uma imposição legal
os trustes internacionais não podem integrar licitações do setor público, a não
ser em casos muito específicos, a existência desta “reserva de mercado” para as
grandes empreiteiras brasileiras têm causado a fúria de apologistas do
neoliberalismo, dentro e fora das fronteiras nacionais. A desestruturação do
cartel das gigantes da construção pesada nacional como vem fazendo a Lava Jato
abriria um mercado no Brasil de mais de 20 trilhões de Reais para oligopólios
imperialistas do mesmo ramo. Não precisa ser muito esperto para concluir que os
interesses em jogo na "espetaculosa" operação Lava Jato vão bem mais
além do que o combate a corrupção estatal, posto que processos escandalosos
como a privataria tucana ou mais recentemente a bilionária sonegação fiscal de
grandes corporações sequer despertam interesse por parte dos paladinos da
ética. Mas não se trata apenas de debilitar os “impérios” da infraestrutura do
país, é necessário criminalizar os que defendem a manutenção do atual “modelo”,
considerado “fechado e arcaico” por Moro, estamos falando é claro das
lideranças do PT consideradas como os vilões da nação. É certo que os
dirigentes petistas enveredaram por uma trilha de colaboração de classes com os
grandes empreiteiros, que passaram a financiar o partido, porém esta “parceria”
não é exclusividade do PT, mas porque será que somente a esquerda
socialdemocrata está sendo criminalizada? Por acaso os tucanos não praticam há
muito mais tempo o "esporte do pocker político" com a burguesia? A
questão fulcral neste debate é a blindagem recebida pelo PSDB por parte do
imperialismo, interessado na quebra das empreiteiras nacionais e de roldão na
desmoralização política do PT que tem levado estas empresas a conquistar novos
mercados no exterior. O fato da Lava Jato ter levado para a cadeia (mesmo que
provisoriamente) figuras emblemáticas das classes dominantes, como Marcelo
Odebrecht e este declarando que Lula era o “amigo” das empreiteiras nacionais e
recebia dinheiro legal e ilegal de seus cofres visa chantagear ainda mais o PT
e debilitar seus planos para a candidatura presidencial em 2018. Neste quadro, o PSTU e
setores do PSOL (como Chico Alencar que foi indicado recentemente pré-candidato
a presidente da república pelo partido) tendem a agir como linha auxiliar da direita
“sonhando” que desta crise política com o PT e Lula tirem futuramente algum dividendo
eleitoral. Esses cretinos de “esquerda” negam-se a compreender que estamos
vendo uma ofensiva “moralizadora” contra Lula e o PT não porque eles fizeram
negociatas que beneficiaram empresas e grupos capitalistas, “degenerando-se”.
Pelo contrário, a classe dominante prepara justamente o descarte de seus
“intermediários” da Frente Popular e de sua política de colaboração de classes
para entronar no Planalto um governo de corte bem mais conservador, encabeçado
por figuras nefastas como Moro ou Alckmin... como exige o imperialismo em
função do andar da crise financeira internacional. Para o proletariado é
necessário tirar as lições desta guerra de quadrilhas burguesas. Longe de
apoiar a sanha reacionária contra seus serviçais petistas assim como a prisão de Lula, o ativismo classista deve
construir nos locais de trabalho e estudo a resistência operária e popular aos
ataques neoliberais em curso por Temer, denunciando a covardia do PT e seus
planos de capitalizar a crise do governo golpista nas eleições em 2018. A
superação da Frente Popular passa necessariamente por construir uma alternativa
revolucionária e classista que desde já denuncie abertamente a atual sanha
reacionária orquestrada pela mídia murdochiana e a direita reacionária e não o
contrário como vergonhosamente vem fazendo a “oposição de esquerda” desde o
chamado Mensalão e repetem esta conduta na Lava Jato. A vanguarda classista
deve abstrair todas as lições programáticas destes episódios e jamais empunhar
a bandeira da “ética e moralidade pública” como faz o PSOL, PSTU, MAIS.... Como
afirmou Lenin, o Estado burguês não pode ser “democratizado” ou tornar-se
“público”, deve ser demolido pela ação violenta e revolucionária da classe
operária. A corrupção não é um fenômeno episódico no regime capitalista, faz
parte dos seus próprios mecanismos de acumulação privada de mais-valor. Somente
a imposição de outra ditadura de classe, desta vez de caráter proletário, será
capaz de iniciar a construção de uma nova sociedade e para alcançar esse
objetivo estratégico é preciso edificar um partido operário revolucionário em
nosso país, que supere o PT e não seja sua reedição piorada como o PSOL!