DIRETO DA BIENAL DO LIVRO DO CEARÁ: LANÇAMENTO DA PUBLICAÇÃO
“OPERAÇÃO LAVA JATO, UM MOVIMENTO DO IMPERIALISMO PARA DESMORALIZAR O CONJUNTO
DO TECIDO POLÍTICO BURGUÊS DO PAÍS”
Realizou-se com pleno êxito o lançamento com a presença do autor Candido Alvarez |
Boa afluência de público na noite de autógrafos na Bienal |
A LBI foi a primeira organização política a denunciar o caráter reacionário da chamada “Operação Lava Jato” ainda no final de 2014, quando toda a “esquerda” reformista, particularmente o PT e o revisionismo trotskista declaravam que a farsa levada a cabo pelo Juiz “nacional” Sérgio Moro era um “patrimônio do Brasil no combate a corrupção”. Na época a presidente Dilma Rousseff chegou a declarar “Eu acho que as investigações da Lava Jato podem mudar, de fato, o Brasil para sempre. Em que sentido? No sentido de que vai se acabar com a impunidade. Mudará para sempre a relação entre a sociedade brasileira, o Estado brasileiro e a empresa privada porque vai acabar com a impunidade. A questão da Petrobras é uma questão simbólica para o Brasil. É a primeira investigação efetiva sobre corrupção no Brasil que envolve segmentos privados e públicos. A primeira. E que vai a fundo” (11.2014). PSTU e PSOL também saudavam os “feitos moralizadores” da “República de Curitiba”, o que escandalosamente fazem até hoje como aborda a mais nova publicação da LBI. Enquanto a cúpula petista, particularmente o staff dilmista, apoiava a operação jurídico-policial engendrada pelo imperialismo ianque para acabar com a Petrobras e as empreiteiras nacionais, nossa corrente política em voz solitária denunciava que o Moro havia sido formado pelo Departamento de Estado ianque e a CIA para inicialmente perseguir o PT e depois desmoralizar o conjunto do tecido político burguês do país para edificar um novo regime político, sendo a ponta de lança de um estado de exceção no Brasil com fortes traços Bonapartistas. Na verdade esse combate político revolucionário esgrimido por nossa pequena corrente trotskista veio desde o julgamento do chamado “Mensalão”, quando o STF sentenciou a prisão dirigentes históricos do PT sob o silêncio cúmplice de Dilma e Lula. Dirceu, Delúbio e Genoino foram acusados de serem os “maiores corruptos do Brasil” quando é sabido que o sistema de “comissões” (propinas como é popularmente conhecido) rege as transações do Estado brasileiro desde o início da República burguesa, sendo o PT o partido que estipulou os menores percentuais nas negociadas com grandes empresas e empreiteiras que estabeleciam contratos com a União. Todos os principais textos elaborados pela direção nacional da LBI do final de 2014 até hoje, além de artigos inéditos, estão coletados no livro “Operação Lava Jato um movimento do imperialismo para desmoralizar o conjunto do tecido político burguês do país”, uma valiosa arma política para vanguarda militante e o ativismo de esquerda analisar a complexa conjuntura brasileira hoje, que caminha a passos largos rumo ao fascismo com a complacência da Frente Popular.
O livro é dividido em quatro capítulos. O primeiro, “Do
‘mensalão’ a ‘Laja Jato’: a primeira denúncia pelos Marxistas Revolucionários
da operação jurídico-política montada pelo imperialismo” relaciona a ação de
Moro com a ofensiva reacionária mais geral do Judiciário contra o PT, sendo
herdeira do farsesco julgamento da ação penal 470 pelo STF, mais conhecido como
o “Escândalo do Mensalão”. Já naquele momento alertamos que a prisão dos
dirigentes históricos petistas estava voltada a “enquadrar” ainda mais o PT às
exigências do imperialismo livrando-se de quadros da “Articulação” (CNB) e seu
“campo majoritário” com vínculos diretos com o movimento operário para depois
perseguir o conjunto da esquerda, inclusive as organizações revolucionárias que
faziam oposição de classe ao governo da Frente Popular. No curso desse
movimento claramente orquestrado pelo imperialismo pontuamos que estão
redondamente enganados os que pensam que a “Lava Jato” tenha por objetivo
exclusivo a “caçada” judicial ao PT. Dallagnol, o “quadro” formulador da Força
Tarefa da direita pró-imperialista, já explanou cristalinamente que a “República
de Curitiba” pretendia não só remover o governo petista como também alterar
profundamente o regime político vigente. Para esta “tarefa divina” não
descartam depurar institucionalmente o PMDB e PSDB, na medida em que a
conjuntura permitir, ou seja, caso o governo Temer “engasgue” na aplicação das
reformas neoliberais exigidas pelo mercado financeiro, o Tea Party tupiniquin
estaria a postos para assumir as rédeas do regime político, reconfigurando
radicalmente a constituição “democrática” de 1988. A plataforma da Lava Jato
“10 medidas contra a corrupção” (escandalosamente apoiada por Luciana Genro e
PSTU) já é um esboço reacionário do programa do novo regime que defendem para o
país. É justamente o que estamos presenciando hoje com a prisão de Cabral, Cunha
e chantagem contra os arqui-corruptos Temer, Renan, Jucá... pelas mãos do Juiz
Moro com o apoio das Organizações Globo.
O capítulo dois intitulado “Moro candidato a neoBonaparte do
Brasil” dedica-se a analisar a própria ascensão do “Justiceiro Nacional”, ganhador
de prêmios de “homem no ano” pela imprensa burguesa, sendo talhado pela
Famiglia Marinho para assumir as rédeas de um novo regime político com
características bonapartistas. Neste cenário emerge a figura de um Bonaparte,
que venha para livrar o país da “sujeira da corrupção”, tendo coragem
suficiente para colocar na cadeia grandes burgueses nacionais. É óbvio que todo
este embuste, que nasceu com a justificativa de “limpar a Petrobras” tem como
pano de fundo a quebra das principais empresas capitalistas que ainda detém
maioria de controle acionário nacional, como as empreiteiras e a própria
Petrobras. Como nos definiu brilhantemente o velho Marx, o bonapartismo emerge
no impasse das classes dominantes, uma espécie de empate na correlação de
forças sociais, catapultando um governo “acima” da disputa entre as frações
burguesas. Em nosso caso concreto o Bonapartismo “Moriano” terá a “missão” de
eliminar todas as barreiras legais para a penetração do capital internacional
nos negócios e obras públicas do Estado Nacional, serão eliminadas todas as
reservas de mercado para a atuação das transnacionais no país.
Dedicamos o terceiro capítulo a analisar a conduta da
esquerda reformista e revisionista diante da Operação Lava Jato. Além da
postura covarde do PT, Dilma e Lula que até ontem eram apoiadores
incondicionais das ações judiciais de Moro, percepção alterada parcialmente com
a absurda condução coercitiva de Lula (que denunciamos vigorosamente assim como
a ameaça de sua prisão), caracterizamos a política direitista do PSTU, PSOL e
seus satélites como o MRT, CST e o MNN em defesa da ação do judiciário. Nesse
ponto é importante registrar que os “Moronistas” do PSTU agora aplicam
integralmente no Brasil a linha oficial da LIT de aliar-se ao imperialismo e aos
“movimentos de massas” de direita para atacar governos da centro-esquerda
burguesa (PT, PSUV), nacionalistas (Líbia, Síria) ou adversários geopolíticos
dos EUA (Ucrânia). Pregam a “unidade” com o MBL para combater Temer, chamando
os grupos protofascistas a marcharem juntos contra o ajuste neoliberal, como
fosse possível esses canalhas “coxinhas” atuarem contra os objetivos
estratégicos do imperialismo. Por ser turno, Luciana Genro e o MES aplaudem
Moro já de olho nas eleições presidenciais de 2018, com o PSOL podendo ser
aliado do Rede de Marina Silva, legenda que deve vir abrigar o comandante da
“República de Curitiba” em sua marcha rumo ao Planalto. Por fim, em forma de
“Apêndice”, selecionamos os principais trechos do “18 Brumário de Luís
Bonaparte” de Karl Marx, obra clássica e valiosa onde o velho revolucionário
crava no prefácio à 2ª Edição de 1869 que “A luta de classes na França criou
circunstâncias e condições que permitiram a um personagem medíocre e grotesco
desempenhar o papel do herói” e conclui “Na condição de Poder Executivo que se
tornou independente, Bonaparte sente-se chamado a assegurar a ‘ordem burguesa’.
Todavia, o segmento forte dessa ordem burguesa é a classe média”.
Esperamos que o mais novo lançamento das Publicações LBI, o
livro “Operação Lava Jato um movimento do imperialismo para desmoralizar o
conjunto do tecido político burguês do país”, cujo organizador é o
Secretário-Geral da LBI, Candido Alvarez, “visionário” dos graves
desdobramentos políticos da ofensiva judicial empreendida pelo Justiceiro Moro,
sirva como uma pequena bússola política e teórica a colaborar para que a
vanguarda militante nacional trilhe a senda da independência de classe em meio
aos campos burgueses em disputa, sabendo combater o fascismo sem capitular a política
de colaboração de classes da Frente Popular, como vergonhosamente sucumbiu o
PCO e outras “pulgas” revisionistas. De nossa parte, compreendemos que esse
esforço político e editorial de nossa pequena corrente militante segue as
melhores tradições nos legada por Leon Trotsky. Nosso comandante bolchevique
sempre soube postar-se, seja na URSS stalinizada, na Alemanha sob a ascensão de
Hiltler ou nos seus últimos dias no México do nacionalista burguês Cárdenas, na
trincheira de luta irreconciliável contra o imperialismo em suas diversas
variantes políticas, mesmo quando este assumia feições “democráticas” ou
“fascistas”. O “velho” não vacilou em
levantar nas diversas e complexas conjunturas a bandeira estratégica da Revolução
Proletária como o caminho inexorável para derrotar as diversas formas políticas
que venha a assumir o regime político burguês, defendendo as liberdades
democráticas pelo movimento operário através de seus métodos de luta, mas nunca
patrocinando ilusões nas instituições apodrecidas a serviço do capital
(Parlamento, Justiça) como faz a o reformismo e o revisionismo trotskista!
Os Editores