segunda-feira, 3 de abril de 2017

OEA E MERCOSUL AMEAÇAM GOVERNO MADURO... CST, PSTU E JEAN WILLYS (PSOL) DENUNCIAM “GOLPE” DO CHAVISMO DE MÃOS DADAS COM O IMPERIALISMO IANQUE: CONTRA A DIREITA FASCISTA E A ESQUERDA SOCIAL-DEMOCRATA A RESPOSTA REVOLUCIONÁRIA DEVE SER A DISSOLUÇÃO DO PARLAMENTO BURGUÊS REACIONÁRIO E A FORMAÇÃO DE CONSELHOS OPERÁRIOS PARA CONSTRUIR UMA VERDADEIRA REPÚBLICA SOCIALISTA NA VENEZUELA!


Após o Mercosul e a Organização dos Estados Americanos (OEA) declararem que a Venezuela caminha para uma ditadura, Nicolás Maduro denunciou a interferência do imperialismo e de seus aliados no continente contra seu governo. A crise evoluiu quando na quarta-feira (29), o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) ameaçou assumir a competências do Legislativo e retirar a imunidade de seus deputados, decisões que dias após a corte recuou em mais uma capitulação do chavismo visando um acordo entre as frações burguesas.  A OEA, um verdadeiro ministério das colônias como denunciou Fidel Castro, se prepara para esta segunda-feira (3) uma reunião de emergência sobre a Venezuela. Os 13 países devem declarar uma “violação da ordem constitucional” visando impor sanções ao país e gerar mais instabilidade política visando o fortalecimento da oposição pró-imperialista comandada pelo MUD. Diante desse quadro de ofensiva da direita reacionária, a tarefa prioritária da classe operária venezuelana nesta conjuntura de gestação da guerra civil e da intervenção externa passa necessariamente pela construção do seu próprio poder estatal (com todas suas instituições embrionárias) para derrotar tanto a direita golpista como a iminente capitulação do Chavismo frente à reação. O quadro social, político e econômico reflete a investida do imperialismo e da direita golpista contra o governo Maduro. Frente a esta situação defendemos a unidade de ação com o “chavismo” para derrotar a reação burguesa pró-imperialista, forjando uma alternativa de direção revolucionária para os trabalhadores! Por esta razão reafirmamos que é preciso derrotar com os métodos de luta da classe operária a direita golpista sem capitular ao “chavismo” e seu projeto nacionalista burguês!  Os Marxistas Revolucionários não nutrem ilusões na capacidade revolucionária do Chavismo ultrapassar suas limitações históricas de um movimento radicalizado da burguesia nacionalista, combatemos na mesma trincheira antiimperialista porém somos conscientes de sua incapacidade programática de romper seus vínculos materiais com o capitalismo. Devemos acompanhar a própria experiência das massas e da vanguarda classista com o Chavismo, sem a cooptação das benesses estatais do regime e apontando sempre o caminho do enfrentamento revolucionário com a burguesia nativa e subordinada aos interesses do “grande Amo do Norte”. As bravatas em torno da incorporação das funções legislativas da reacionária Assembleia Nacional por parte do TSJ (que logo recuou) não passaram de uma barganha com a direita golpista, ligada diretamente a Casa Branca. O Chavismo como uma expressão radicalizada do nacionalismo burguês, historicamente é incapaz de levar adiante a tarefa de construção dos conselhos operários de poder, os Soviets. A demagogia Chavista da formação dos conselhos populares e do armamento da população para enfrentar a ofensiva imperialista se mostrou como mais uma falácia da burguesia “bolivariana”, agora diante do aprofundamento da crise social Maduro se apoia exclusivamente nos militares “fiéis”. Porém a história mundial da luta de classes já demonstrou que a “traição” é o principal motor dos golpes de Estado patrocinados pelo “Tio Sam”. O fundamental é que o proletariado venezuelano possa construir sua própria independência de classe, erguendo no curso da luta política uma verdadeira república socialista na Venezuela construída a partir de conselhos operários forjados na luta contra a direita e o imperialismo! Para os trabalhadores venezuelanos e latino-americanos, que acompanham o desenrolar dos últimos acontecimentos e buscam intervir de forma independente na crise venezuelana fica claro que é preciso preparar uma alternativa política dos explorados tanto ao chavismo decadente como à direita reacionária. Devemos chamar pela derrota da direita golpista com manifestações populares que expressem os métodos de luta e as reivindicações imediatas e históricas dos trabalhadores em unidade de ação com Maduro (exigindo aumento geral do salário, reforma agrária, estatização das empresas e bancos, monopólio do comércio exterior, armamento popular), porém sem prestar nenhum apoio político ao PSUV e ao chavismo. Cabe aos trabalhadores participarem e encabeçarem as manifestações convocadas pelo chavismo não para prestar apoio político ao seu governo nacionalista burguês, mas para defenderem com um próprio programa e independente suas conquistas operárias, a fim de forjar entre a vanguarda um partido comunista proletário cuja estratégia seja a conquista do poder político pelos explorados para construir uma verdadeira república socialista na Venezuela! Por fim, é vergonhoso que correntes do PSOL como a CST e parlamentares como Jean Willys somem-se ao imperialismo denunciando um suposto “golpe” na Venezuela porque a TSJ ameaçou incorporar as funções legislativas, suspendendo temporariamente a Assembleia Nacional pela Suprema Corte. No artigo “Golpe na Venezuela” o parlamentar do PSOL afirmou: “O autoritarismo do governo de Maduro, cuja administração mergulhou o país numa crise econômica, social e política gravíssima (e eu tenho me manifestado muitas vezes nos últimos anos sobre o que acontece na Venezuela!), deve ser repudiado. E este auto-golpe do chavismo é tão grave como foi o golpe no Brasil, ou como qualquer outro. Democracia, sempre” (Brasil 247, 31.03). Segundo a CST “Nos últimos dois dias, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) aplicou mais um golpe à democracia, aprofundando a restrição às liberdades democráticas que o governo de Nicolás Maduro vem realizando, protegido pelo TSJ, ele próprio controlado pelo governo de Maduro. Com estas decisões da Suprema Corte, o governo, de fato, dissolveu a Assembleia Nacional, na medida em que formaliza a eliminação dos seus poderes constitucionais e retira a imunidade dos parlamentares, deixando-os sem jurisdição adequada e à mercê das decisões arbitrárias do governo e do TSJ.O PSL repudia categoricamente todas essas ações que mostram que o governo de Maduro torna-se um regime semi-ditatorial. Um governo autoritário sustentado pelo apoio das forças armadas, agências de segurança e amplos setores empresariais, os banqueiros, as transnacionais petrolíferas e a burocracia sindical” (Site CST, 31.03) . Por sua vez, Eduardo Almeida (PSTU) declara que “Na Venezuela, Maduro deu um autogolpe, fechando a Assembleia Legislativa, e passando seus poderes para o Tribunal Constitucional em que tem maioria”. Na verdade esses “amantes da democracia” burguesa desejam que Maduro recue ainda mais cedendo o governo para o MUD pela via eleitoral! Cabe aos revolucionários justamente uma posição contrária dessa esquerda domesticada: Superar os limites do chavismo, defendendo a dissolução do parlamento burguês reacionário e a formação de conselhos operários para construir uma verdadeira república socialista na Venezuela, sobre o cadáver das instituições burguesas tendo como estratégia a vitória da Revolução Socialista e da Ditadura do Proletariado!