OEA E MERCOSUL AMEAÇAM GOVERNO MADURO... CST, PSTU E JEAN
WILLYS (PSOL) DENUNCIAM “GOLPE” DO CHAVISMO DE MÃOS DADAS COM O IMPERIALISMO
IANQUE: CONTRA A DIREITA FASCISTA E A ESQUERDA SOCIAL-DEMOCRATA A RESPOSTA
REVOLUCIONÁRIA DEVE SER A DISSOLUÇÃO DO PARLAMENTO BURGUÊS REACIONÁRIO E A
FORMAÇÃO DE CONSELHOS OPERÁRIOS PARA CONSTRUIR UMA VERDADEIRA REPÚBLICA
SOCIALISTA NA VENEZUELA!
Após o Mercosul e a Organização dos Estados Americanos (OEA)
declararem que a Venezuela caminha para uma ditadura, Nicolás Maduro denunciou
a interferência do imperialismo e de seus aliados no continente contra seu
governo. A crise evoluiu quando na quarta-feira (29), o Tribunal Supremo de
Justiça (TSJ) ameaçou assumir a competências do Legislativo e retirar a
imunidade de seus deputados, decisões que dias após a corte recuou em mais uma
capitulação do chavismo visando um acordo entre as frações burguesas. A OEA, um verdadeiro ministério das colônias
como denunciou Fidel Castro, se prepara para esta segunda-feira (3) uma reunião
de emergência sobre a Venezuela. Os 13 países devem declarar uma “violação da
ordem constitucional” visando impor sanções ao país e gerar mais instabilidade
política visando o fortalecimento da oposição pró-imperialista comandada pelo
MUD. Diante desse quadro de ofensiva da direita reacionária, a tarefa
prioritária da classe operária venezuelana nesta conjuntura de gestação da guerra
civil e da intervenção externa passa necessariamente pela construção do seu
próprio poder estatal (com todas suas instituições embrionárias) para derrotar
tanto a direita golpista como a iminente capitulação do Chavismo frente à
reação. O quadro social, político e econômico reflete a investida do
imperialismo e da direita golpista contra o governo Maduro. Frente a esta
situação defendemos a unidade de ação com o “chavismo” para derrotar a reação
burguesa pró-imperialista, forjando uma alternativa de direção revolucionária
para os trabalhadores! Por esta razão reafirmamos que é preciso derrotar com os
métodos de luta da classe operária a direita golpista sem capitular ao
“chavismo” e seu projeto nacionalista burguês!
Os Marxistas Revolucionários não nutrem ilusões na capacidade
revolucionária do Chavismo ultrapassar suas limitações históricas de um
movimento radicalizado da burguesia nacionalista, combatemos na mesma
trincheira antiimperialista porém somos conscientes de sua incapacidade
programática de romper seus vínculos materiais com o capitalismo. Devemos
acompanhar a própria experiência das massas e da vanguarda classista com o
Chavismo, sem a cooptação das benesses estatais do regime e apontando sempre o
caminho do enfrentamento revolucionário com a burguesia nativa e subordinada
aos interesses do “grande Amo do Norte”. As bravatas em torno da incorporação
das funções legislativas da reacionária Assembleia Nacional por parte do TSJ
(que logo recuou) não passaram de uma barganha com a direita golpista, ligada
diretamente a Casa Branca. O Chavismo como uma expressão radicalizada do
nacionalismo burguês, historicamente é incapaz de levar adiante a tarefa de
construção dos conselhos operários de poder, os Soviets. A demagogia Chavista
da formação dos conselhos populares e do armamento da população para enfrentar
a ofensiva imperialista se mostrou como mais uma falácia da burguesia
“bolivariana”, agora diante do aprofundamento da crise social Maduro se apoia
exclusivamente nos militares “fiéis”. Porém a história mundial da luta de
classes já demonstrou que a “traição” é o principal motor dos golpes de Estado
patrocinados pelo “Tio Sam”. O fundamental é que o proletariado venezuelano
possa construir sua própria independência de classe, erguendo no curso da luta política
uma verdadeira república socialista na Venezuela construída a partir de
conselhos operários forjados na luta contra a direita e o imperialismo! Para os
trabalhadores venezuelanos e latino-americanos, que acompanham o desenrolar dos
últimos acontecimentos e buscam intervir de forma independente na crise
venezuelana fica claro que é preciso preparar uma alternativa política dos
explorados tanto ao chavismo decadente como à direita reacionária. Devemos
chamar pela derrota da direita golpista com manifestações populares que
expressem os métodos de luta e as reivindicações imediatas e históricas dos
trabalhadores em unidade de ação com Maduro (exigindo aumento geral do salário,
reforma agrária, estatização das empresas e bancos, monopólio do comércio exterior,
armamento popular), porém sem prestar nenhum apoio político ao PSUV e ao
chavismo. Cabe aos trabalhadores participarem e encabeçarem as manifestações
convocadas pelo chavismo não para prestar apoio político ao seu governo
nacionalista burguês, mas para defenderem com um próprio programa e
independente suas conquistas operárias, a fim de forjar entre a vanguarda um
partido comunista proletário cuja estratégia seja a conquista do poder político
pelos explorados para construir uma verdadeira república socialista na
Venezuela! Por fim, é vergonhoso que correntes do PSOL como a CST e
parlamentares como Jean Willys somem-se ao imperialismo denunciando um suposto
“golpe” na Venezuela porque a TSJ ameaçou incorporar as funções legislativas,
suspendendo temporariamente a Assembleia Nacional pela Suprema Corte. No artigo
“Golpe na Venezuela” o parlamentar do PSOL afirmou: “O autoritarismo do governo
de Maduro, cuja administração mergulhou o país numa crise econômica, social e
política gravíssima (e eu tenho me manifestado muitas vezes nos últimos anos
sobre o que acontece na Venezuela!), deve ser repudiado. E este auto-golpe do
chavismo é tão grave como foi o golpe no Brasil, ou como qualquer outro.
Democracia, sempre” (Brasil 247, 31.03). Segundo a CST “Nos últimos dois dias,
o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) aplicou mais um golpe à democracia,
aprofundando a restrição às liberdades democráticas que o governo de Nicolás
Maduro vem realizando, protegido pelo TSJ, ele próprio controlado pelo governo
de Maduro. Com estas decisões da Suprema Corte, o governo, de fato, dissolveu a
Assembleia Nacional, na medida em que formaliza a eliminação dos seus poderes
constitucionais e retira a imunidade dos parlamentares, deixando-os sem
jurisdição adequada e à mercê das decisões arbitrárias do governo e do TSJ.O
PSL repudia categoricamente todas essas ações que mostram que o governo de
Maduro torna-se um regime semi-ditatorial. Um governo autoritário sustentado
pelo apoio das forças armadas, agências de segurança e amplos setores
empresariais, os banqueiros, as transnacionais petrolíferas e a burocracia
sindical” (Site CST, 31.03) . Por sua vez, Eduardo Almeida (PSTU) declara que
“Na Venezuela, Maduro deu um autogolpe, fechando a Assembleia Legislativa, e
passando seus poderes para o Tribunal Constitucional em que tem maioria”. Na
verdade esses “amantes da democracia” burguesa desejam que Maduro recue ainda
mais cedendo o governo para o MUD pela via eleitoral! Cabe aos revolucionários
justamente uma posição contrária dessa esquerda domesticada: Superar os limites
do chavismo, defendendo a dissolução do parlamento burguês reacionário e a
formação de conselhos operários para construir uma verdadeira república
socialista na Venezuela, sobre o cadáver das instituições burguesas tendo como
estratégia a vitória da Revolução Socialista e da Ditadura do Proletariado!