sábado, 23 de junho de 2018

ALVO DA FRAUDE ELEITORAL POR DUAS VEZES, OBRADOR DEVE SER “ESCOLHIDO” PARA GERIR OS NEGÓCIOS DA BURGUESIA... PORÉM PODE SER “SURPREENDIDO” POR NOVO ENGODO DA DIREITA, LASTREADO NA EUFORIA DA CLASSIFICAÇÃO DA SELEÇÃO MEXICANA NA COPA DA MAFIOSA FIFA


Recentes pesquisas eleitorais indicam que o candidato Andrés Manuel Lopez Obrador, AMLO, que dirige o “Morena” (Movimento de Regeneração Nacional), um racha “à esquerda” do PRD e sua coalizão de centro-esquerda burguesa vão obter por volta de 47% dos votos na eleição presidencial de 1º de julho no México. Ele disputa pela terceira vez a presidência e foi vítima duas vezes do circo eleitoral fraudado da democracia burguesa, “perdendo” o governo central primeiro para o PAN de Fox e depois para o PRI do atual presidente Peña Nieto. Obrador desta vez acredita que é sua vez no “revezamento de partidos” da democracia dos ricos de assumir a gerência dos negócios da burguesia mexicana, por essa razão não se cansa em afirmar que acredita em “eleições limpas e transparentes” agora em 2018, patrocinando entre os trabalhadores ilusões nesse regime bastardo. Ele inclusive aponta que como Lula no Brasil tentou três vezes ser presidente e conseguiu, seria a vez o México “seguir o exemplo” do Brasil em nome da estabilidade da ordem burguesa. O partido de AMLO participa das eleições aliado ao PT (Partido do Trabalho) e ao PES (Partido Encontro Social). Entre os candidatos com quem compete está Ricardo Anaya – 29,5% das intenções de voto, pela coalizão de centro-direita México à Frente. Inclui o Partido da Ação Nacional (PAN) e outros grupos menores, como o Partido da Revolução Democrática (PRD) e o Movimento Cidadão. Além disso, compete José Antonio Meade – 20,6%, pelo Todos pelo México, representando a direita clássica e o partido do atual presidente, Enrique Peña Nieto. Inclui o Partido Revolucionário Institucional (PRI) e outros, como o Partido Verde Ecologista do México (PVEM) e Nova Aliança. Não está descartado que uma “reviravolta” de última hora em favor da centro-direita burguesa representado pelo PAN ou mesmo para beneficiar o PRI, um golpe eleitoral que pode ocorrer tanto via a fraude direta como pela classificação “surpresa” na Copa da FIFA para as oitavas de final lastreada pela vitória inicial sobre o forte time da Alemanha e agora batendo a Coréia do Sul, uma situação que serve como luva para a direita. O PRI, partido tradicional da extrema-direita mexicana, que controlou a presidência durante 70 anos, sendo derrotado pelo PAN em 2000, com a vitória de Vicente Fox, irá disputar essas eleições presidenciais bastante desgastado. Essa é a razão da ascensão da centro-esquerda burguesa representada por Obrador. Esse realinhamento político mostra que setores fundamentais da burguesia mexicana, diante das sistemáticas crises com Trump e o imperialismo ianque, desejam a ascensão de AMLO porque percebem que o débil governo de Penã Neto, eleito por via de uma imensa fraude contra o próprio Obrador, foi incapaz de estabilizar o regime ante o aprofundamento da crise econômica e cedeu espaço, através da profunda corrupção estatal, para o avanço das máfias e do narcotráfico no país. Obrador fundou há alguns anos o “Morena” e postula a presidência, valendo-se da crise do PRD e tendo o apoio do Partido do Trabalho (PT), de corte neo-estalinista, da Convergência além de setores descontentes do PRD e de todo arco revisionista do trotskismo. O pacto estabelecido com Obrador coma burguesia pela estabilidade do regime político coloca como necessidade imperiosa a construção de uma direção revolucionária à altura da situação que o país se encontra. Forjar um partido autenticamente comunista, operário e internacionalista oposto aos atalhos patrocinados pelos revisionistas do trotskismo (CMI ligada a Alan Woods, OST lambertista) que atuam como uma sombra de Obrador é uma necessidade fundamental da vanguarda classista mexicana. Longe de avalizar a política de colaboração de classe é preciso construir uma ferramenta revolucionária que se oponha pelo vértice a esse curso de colaboração de classes. Arrancar os sindicatos das mãos das corruptas máfias priiristas e da nefasta influência do PRD e de Obrador, do “Morena” e seus satélites é parte fundamental da tarefa histórica dos marxistas revolucionários neste momento em que se anuncia um “novo governo” de centro-esquerda burguesa ou mesmo de direita baseado em um “golpe eleitoral que se utilizaria do sucesso da seleção mexicana na Copa da FIFA para impor com mais facilidade uma nova fraude!