ALVO DA FRAUDE ELEITORAL POR DUAS VEZES, OBRADOR DEVE SER
“ESCOLHIDO” PARA GERIR OS NEGÓCIOS DA BURGUESIA... PORÉM PODE SER
“SURPREENDIDO” POR NOVO ENGODO DA DIREITA, LASTREADO NA EUFORIA DA
CLASSIFICAÇÃO DA SELEÇÃO MEXICANA NA COPA DA MAFIOSA FIFA
Recentes pesquisas eleitorais indicam que o candidato Andrés Manuel
Lopez Obrador, AMLO, que dirige o “Morena” (Movimento de Regeneração Nacional),
um racha “à esquerda” do PRD e sua coalizão de centro-esquerda burguesa
vão obter por volta de 47% dos votos na eleição presidencial de 1º de julho no
México. Ele disputa pela terceira vez a presidência e foi vítima duas vezes do
circo eleitoral fraudado da democracia burguesa, “perdendo” o governo central
primeiro para o PAN de Fox e depois para o PRI do atual presidente Peña Nieto.
Obrador desta vez acredita que é sua vez no “revezamento de partidos” da
democracia dos ricos de assumir a gerência dos negócios da burguesia mexicana, por essa
razão não se cansa em afirmar que acredita em “eleições limpas e transparentes”
agora em 2018, patrocinando entre os trabalhadores ilusões nesse regime
bastardo. Ele inclusive aponta que como Lula no Brasil tentou três vezes ser
presidente e conseguiu, seria a vez o México “seguir o exemplo” do Brasil em
nome da estabilidade da ordem burguesa. O partido de AMLO participa das
eleições aliado ao PT (Partido do Trabalho) e ao PES (Partido Encontro Social).
Entre os candidatos com quem compete está Ricardo Anaya – 29,5% das intenções
de voto, pela coalizão de centro-direita México à Frente. Inclui o Partido da
Ação Nacional (PAN) e outros grupos menores, como o Partido da Revolução
Democrática (PRD) e o Movimento Cidadão. Além disso, compete José Antonio Meade
– 20,6%, pelo Todos pelo México, representando a direita clássica e o partido
do atual presidente, Enrique Peña Nieto. Inclui o Partido Revolucionário
Institucional (PRI) e outros, como o Partido Verde Ecologista do México (PVEM)
e Nova Aliança. Não está descartado que uma “reviravolta” de última hora em
favor da centro-direita burguesa representado pelo PAN ou mesmo para beneficiar
o PRI, um golpe eleitoral que pode ocorrer tanto via a fraude direta como pela
classificação “surpresa” na Copa da FIFA para as oitavas de final lastreada
pela vitória inicial sobre o forte time da Alemanha e agora batendo a Coréia do Sul, uma situação que serve
como luva para a direita. O PRI, partido tradicional da extrema-direita
mexicana, que controlou a presidência durante 70 anos, sendo derrotado pelo PAN
em 2000, com a vitória de Vicente Fox, irá disputar essas eleições
presidenciais bastante desgastado. Essa é a razão da ascensão da
centro-esquerda burguesa representada por Obrador. Esse realinhamento político
mostra que setores fundamentais da burguesia mexicana, diante das sistemáticas
crises com Trump e o imperialismo ianque, desejam a ascensão de AMLO porque
percebem que o débil governo de Penã Neto, eleito por via de uma imensa fraude
contra o próprio Obrador, foi incapaz de estabilizar o regime ante o
aprofundamento da crise econômica e cedeu espaço, através da profunda corrupção
estatal, para o avanço das máfias e do narcotráfico no país. Obrador fundou há
alguns anos o “Morena” e postula a presidência, valendo-se da crise do PRD e
tendo o apoio do Partido do Trabalho (PT), de corte neo-estalinista, da
Convergência além de setores descontentes do PRD e de todo arco revisionista do
trotskismo. O pacto estabelecido com Obrador coma burguesia pela estabilidade
do regime político coloca como necessidade imperiosa a construção de uma
direção revolucionária à altura da situação que o país se encontra. Forjar um
partido autenticamente comunista, operário e internacionalista oposto aos
atalhos patrocinados pelos revisionistas do trotskismo (CMI ligada a Alan
Woods, OST lambertista) que atuam como uma sombra de Obrador é uma necessidade
fundamental da vanguarda classista mexicana. Longe de avalizar a política de
colaboração de classe é preciso construir uma ferramenta revolucionária que se
oponha pelo vértice a esse curso de colaboração de classes. Arrancar os
sindicatos das mãos das corruptas máfias priiristas e da nefasta influência do
PRD e de Obrador, do “Morena” e seus satélites é parte fundamental da tarefa
histórica dos marxistas revolucionários neste momento em que se anuncia um
“novo governo” de centro-esquerda burguesa ou mesmo de direita baseado em um
“golpe eleitoral que se utilizaria do sucesso da seleção mexicana na Copa da
FIFA para impor com mais facilidade uma nova fraude!