O PCO, já não é mais nenhuma novidade, metamorfoseou-se de
uma organização da esquerda "radical" trotskista para uma tendência
externa do petismo, de uma forma abrupta e sem mediação política alguma. São
hoje uma espécie de "MR8 do PT", para os mais jovens que não
conheceram o MR8, este foi uma combativo grupo guerrilheiro que protagonizou (de
forma exitosa na parceria com Carlos Marighella) em 1969 o heróico sequestro do
embaixador norte-americano no Brasil em troca da libertação de vários presos
políticos que estavam sendo torturados regime militar. Pois bem, o MR8 passou
de uma aguerrida e corajosa organização comunista para uma tendência externa do
PMDB, raivosos defensores de figuras corrompidas como os ex-governadores
Orestes Quércia e Moreira Franco e do próprio ex-presidente Sarney, foram por
muitos anos conhecidos como os "bate-paus" do PMDB sempre dispostos a
executarem as tarefas mais "sujas", em troca é claro de uma
"generosa" contribuição da burguesia dita "progressista".
Em pleno governo Dilma, o PCO como um camaleão político, passou do "Fora
Lula" defendido por eles em 2006 na crise do "Mensalão", para um
"Amamos Dilma" a partir de 2010 em diante. Obviamente o "cavalo
de pau" político do PCO teve uma base material, assim como o do antigo
MR8, primeiro foram as "gordas" verbas do Fundo Partidário,
facilitadas pela influência do primeiro governo Dilma na Corte Eleitoral (TSE),
depois vieram diretamente as verbas de empresas estatais e agora com o
defenestramento do PT se alimentam das "sobras" da campanha
"Lula Livre". No início da guinada do PCO tudo era justificado pela
camarilha do Sr.Pimenta em nome da luta "contra a direita", pois a
luta de classes propriamente dita tinha subitamente desaparecido para estes
senhores. Depois com o advento do golpe parlamentar, a palavra de ordem de
"Volta Dilma" ganhou as manchetes do jornal Causa Operária, nenhuma
referência ao duro ajuste neoliberal implementado pelo ministro Levy e muito
menos as privatizações levadas a cabo em pleno governo da Frente Popular. Mas
se a defesa intransigente das medidas de "ajuste" do governo Dilma
eram insuficientes para garantir mais verbas para o "guloso" PCO,
este também se transformou no paladino da colaboração de classes, atacando
violentamente todas as organizações de esquerda que criticassem o reformismo do
PT e a política de paralisia da CUT. Para aqueles que pensavam que o "fã
clube" dos poucos seguidores "rentados" do PCO se limitava a
bajulação de Lula e Dilma, agora ultrapassaram qualquer fronteira de classe ao
defender a "segunda linha" da burocracia petista, como o atual
governador, Fernando Pimentel: o carrasco dos professores e funcionários
públicos de Minas Gerais. No site do PCO (29/06) pudemos "descobrir"
que Pimentel que governa seu estado com
um arco da pior escória burguesa possível é um homem de "esquerda:
"Na realidade, a forte ligação com o período Dilma só prova, mais uma vez,
o real teor da perseguição contra Pimentel: uma perseguição política que
objetiva exterminar toda a esquerda brasileira" (site do PCO). A pergunta
que logo vem à cabeça de todo militante classista, não só o mineiro, é a
seguinte: quanto o PCO embolsou para virar capacho de um governador que reprime
violentamente as lutas dos trabalhadores? Deixemos que o próprio Rui Pimenta
responda, se é que tem hombridade para assumir a podridão política em que
submergiu sua organização, ainda que mascarando a corrupção do PCO com a
surrada cantilena que seu asqueroso apoio a Pimentel se justifica para
"combater o golpista Aécio Neves"...