O PSOL havia em abril estabelecido com o PT, a oligarquia
Gomes (PDT) e o PSB uma “frente ampla pela democracia e eleições livres”. Agora
acaba de ampliar seu leque de “unidade” para partidos abertamente de direita e
golpistas. A farsa recebeu o nome de “Pacto pela Democracia” subscrito por
partidos golpistas e neoliberais como a REDE, PPS, NOVO e até mesmo o PSDB além
de outros “movimentos” como o “Agora” de Luciano Huck assim como uma série de
ONGs financiadas pelas grandes empresas! Quem patrocinou o encontro ocorrido no
dia 13 de junho foi ninguém menos que Neca Setúbal, cuja família controla o Banco
Itaú e patrocina a candidatura pró-imperialista de Marina Silva! Para nós
Marxistas Revolucionários da LBI não há nenhuma surpresa nesta conduta do PSOL,
há tempos denunciamos a aproximação desse partido com as siglas da burguesia
ligadas a direita reacionária, tanto no terreno eleitoral como no campo
programático. Lembremos que em 2017, nas eleições extraordinárias para o
governo do estado do Amazonas, conformou-se a chama PSOL-REDE. O “quadro”
oferecido pelo PSOL para compor a coligação burguesa como vice faz jus ao
quilate político da chapa, tratou-se do delegado de polícia João Victor Tayah,
um nome ligado a repressão dos movimentos sociais e a população mais humilde da
periferia de Manaus. PSOL e REDE são duas vertentes políticas da mesma árvore
frondosa da colaboração de classes, ambos se desgarraram do PT mas seguem na
mesma trilha de apologia da "democracia capitalista" com "ética
na política". Antes, no 2º turno das eleições municipais de 2016 do Rio de
Janeiro formou-se uma “Frente de Centro-Esquerda” burguesa encabeçada por
Freixo no 2º com o apoio do PT, PCdoB, Rede, PSB. Quando o PSOL mandou representantes
para a reunião com a direta para “defender a democracia” com dirigentes do MES
e da Insurgência tendo assento nesse “pacto” buscava ampliar suas relações
políticas com vista as eleições de 2018, o que vai se concretizar com chapas
conjuntas em vários estados, tanto que a plataforma dos que subscrevem o
manifesto reivindica “Defender sobre esses marcos as instituições e práticas
democráticas e produzir eleições limpas, diversas e com ampla participação em
outubro, capazes de efetivamente representar a cidadania e devolver as bases de
confiança e legitimidade ao ambiente político”. Esse programa não entra em
choque com a plataforma defendida por Boulos, ao contrário, esse arco de
aliança é o sonhado pelo PSOL. Boulos foi apresentado como a opção por uma “alternativa
socialista, popular e radical”, entenda-se que essa “alternativa” comporta
também aliança com a Rede de Marina Silva e Randolfe Rodrigues, este último um
verdadeiro “soldado” da US de Ivan Valente no interior da legenda
ecocapitalista ligado ao Banco Itáu. Não por acaso na “conferência cidadã” que
antecedeu a escolha de Boulos pelo PSOL teve como figura central Caetano
Veloso, hoje o elo de ligação entre o Boulos, o PSOL e a Rede com setores de
peso da classe dominante. Em resumo trata-se de radicalizar a democracia
burguesa e as instituições de seu Estado (parlamento, justiça, polícia...), a
velha tese da socialdemocracia reciclada pelo PSOL e sempre saudada pelo PT em
dias de festa. Com este engodo pretendem utopicamente “democratizar” as instituições
burguesas que não passam de sustentáculos da ditadura do capital contra os
trabalhadores. O tragicômico é que agora incluem nesse arco até o PSDB e PPS,
partidos abertamente golpistas e neoliberais! A Insurgência e o MES que estavam
representadas no evento aplaudem a iniciativa sob o argumento escandaloso que é
uma “frente única para defender a democracia” já o MAIS finge-se de morto,
avalizando mais esse engodo reacionário. O PSOL une-se assim aos defensores da
fascistoide “Operação Lava Jato” para ter mais trânsito entre os partidos
burgueses, tudo em nome de defender o regime da democracia dos ricos contra a
ruptura revolucionária do proletariado com esse circo eleitoral fraudado!
.