quinta-feira, 7 de junho de 2018

LEILÃO DO PRÉ-SAL: TEMER USA LEGISLAÇÃO NEOLIBERAL APROVADA POR DILMA PARA ENTREGAR O PETRÓLEO BRASILEIRO ÀS TRANSNACIONAIS


O governo golpista de Temer acaba de entregar 3 blocos de extração de petróleo do Pré-sal para as transnacionais. Shell, ExxonMobil, Chevron, BP Energy, Petrogal, Statoil abocanharam campos nas bacias de Campos e Santos a preço de banana. Na abertura do leilão, foi anunciado pelo ultra corrupto Moreira Franco, Ministro das Minas e Energias, que o governo Temer já estaria organizando a entrega de outras áreas às petroleiras internacionais. Já o diretor-geral da ANP, Décio Oddone, aproveitou a presença das maiores petroleiras do mundo, para reafirmar a cartilha neoliberal de que “a formação de preços de combustíveis no país continuará livre e que não há nenhuma postura intervencionista” no mercado de óleo e gás. Nesse leilão, a Petrobras entrou pela porta dos fundos nos consórcios vencedores com participação de 30%, valendo-se da lei aprovada pelo governo Dilma em 2016, via um acordo escandaloso com o então Senador José Serra (PSDB). O PT e o PCdoB criticaram os leilões mais “esqueceram” que foi no seu governo que essa legislação entregista foi aprovada, retirando da estatal a exclusividade das atividades de operação na camada do Pré Sal, inclusive a participação obrigatória de 30% em consórcios de empresas estrangeiras que tenham interesse na compra de blocos marítimos na costa nacional. Em 2015 o projeto do então senador Tucano José Serra, elaborado sob encomenda dos cartéis internacionais de energia, tramitou em caráter de urgência com a cumplicidade do mafioso Renan Calheiros e na reta final de sua aprovação foi endossado em fevereiro de 2016 pela então presidente Dilma e sua base aliada na Casa. Na época, o Planalto "costurou" com o senador Romero Jucá (PMDB-RR) um texto que agradou a todos os privatistas. Naqueles dias, o dirigente dos "neocomunistas" Haroldo Lima (ex-diretor da ANP no governo Lula) defendia nos gabinetes o projeto Serra. Vejamos o que disse “O projeto de lei do senador José Serra, PLS 131/2015, também do PSDB, propõe o fim dessa obrigatoriedade. É positivo". Como qualquer um pode comprovar a atual entrega pelo governo Temer tem como base a legislação aprovada por Dilma no Congresso, a Frente Popular foi parceira dos Tucanos na agenda neoliberal para " vender" (a preço de banana) o país ao imperialismo e atacar conquistas históricas operárias obtidas com muita luta do proletariado. A Petrobras, já obrigada a importar (pagando em dólar) dos EUA derivados do petróleo pela reduzidíssima capacidade de refino no Brasil, foi obrigada por lei a "doar" o nosso Pré-Sal para a SHELL e BP sem obter retorno financeiro algum. Na época denunciamos que o conchavo podre celebrado entre governo Dilma e a oposição pró-imperialista comandada pelo Tucanato não foi um "raio carregado de chuva em pleno céu de brigadeiro", a política do Planalto em desmontar a Petrobras seguia o cronograma imposto pela Casa Branca, tendo vários "operadores" no país, do juiz "nacional" Moro até o tucanato, passando pelo PT no Planalto. A política neoliberal de desinvestimentos da estatal e a venda a preço de banana de subsidiárias da Petrobras, como a Transpetro e BR distribuidora, são a plataforma do governo Temer para o próximo período. Antes, houve ainda no governo do PT houve a paralisação das obras de conclusão das novas refinarias, o que gerou um prejuízo total de mais de 50 bilhões de Reais a estatal. Tudo em nome de honrar os "compromissos" da Lava Jato em "moralizar" a Petrobras. Não esqueçamos que em 2013, o governo neoliberal do PT recorreu à repressão para impor a privatização do campo de Libra para as empresas chinesas petróleo “à chinesa”.  No marco geral, a Petrobras segue a estratégia das multinacionais de ser uma grande exportadora de óleo cru (commodities), de onde vem o lucro rápido, tornando o país dependente da importação de derivados. Na verdade, o Brasil é absolutamente dependente de todos os derivados do petróleo, incluindo a gasolina e diesel, já que não dispõe de capacidade de refino de seu próprio petróleo, de características pesadas e de baixo valor no mercado de commodities. Exportando petróleo “bruto e grosso” e importando gasolina, querosene de aviação e diesel o país cria um imenso déficit comercial, do qual o pré-sal é somente mais um elemento deste processo de dependência. Na década de 90, o governo FHC quebrou o monopólio estatal do petróleo do Brasil e criou a Agência Nacional do Petróleo (ANP), como testa de ferro das multinacionais assim como acelerou a precarização e a terceirização de serviços. Os governos do PT deveriam ter rompido com estes contratos fraudulentos, mas preferiram continuar a obra privatizante, mantendo os leilões e a entrega do petróleo às multinacionais. Temer dá hoje sequência a essa política. Desta forma, a privatização não ocorre de um só golpe, como aconteceu com as estatais na época do tucanato. Vai-se corroendo por dentro, entregando por partes, sucateando, desnacionalizando, privatizando em doses homeopáticas. Frente a esta dura realidade, os trabalhadores devem ter claro que nenhum projeto baseado em “parceria” com as transnacionais imperialistas poderá conter algum conteúdo realmente nacionalista. Somente a classe trabalhadora pode garantir uma Petrobras 100% estatal. O proletariado brasileiro deve fazer uma vigorosa denúncia do verdadeiro engodo montado pelo imperialismo e o submisso governo golpista de Temer, fiel representante dos rentistas internacionais na entrega dos recursos naturais e suas fontes energéticas. Apenas a ação direta das massas trabalhadoras poderá se opor às investidas imperiais no solo brasileiro, único caminho para a nacionalização plena de nossos recursos naturais e garantir a completa independência dos grandes trustes do petróleo que detém para si o controle militar da energia em todo o planeta.