sexta-feira, 1 de junho de 2018

PEDRO PARENTE PEDE DEMISSÃO DA PETROBRAS: SINAL DE QUE OS RENTISTAS NÃO APROVARAM O RECUO DE TEMER DIANTE DA GREVE DOS CAMINHOHEIROS E QUE OS PETROLEIROS PODERIAM TER DERROTADO O GOVERNO SE A FUP-CUT NÃO TIVESSEM SABOTADO UNIFICAÇÃO DAS LUTAS


Acaba de pedir demissão o presidente da Petrobras, Pedro Parente, o tucano representante do rentismo dentro da estatal. Sua saída ocorreu porque ele se opôs a redução do preço do Diesel conquistada com a greve dos caminhoneiros. Segundo ele, “A greve dos caminhoneiros e suas graves consequências para a vida do País desencadearam um intenso e por vezes emocional debate sobre as origens dessa crise e colocaram a política de preços da Petrobras sob intenso questionamento”. Na verdade, a saída de Parente é mais um capítulo da crise do moribundo governo Temer, cujo governo é sustentado apenas para cumprir tabela até as eleições presidenciais fraudadas de Outubro. Seu pedido de demissão é uma prova que o rentismo e a transnacionais do petróleo que controlam o conselho diretor da Petrobras não aprovaram o recuo de Temer na manutenção da política de preços flutuantes. Antes de sua demissão, houve também a greve nacional dos petroleiros que se iniciou na quarta-feira, 30 de maio, às vésperas de um feriado nacional, e planejada para durar 3 dias não chegou a completar 24 hs de paralisação. Tão logo o canalha TST anunciou a absurda multa de 500 mil reais por dia de greve e logo depois a ampliou para a cifra de R$ 2 milhões, a FUP orientou o retorno ao trabalho: “A orientação da FUP é de suspensão da paralisação que se estenderia até a meia noite de sexta-feira, 01/06. Um recuo momentâneo e necessário para a construção da greve por tempo indeterminado, que foi aprovada nacionalmente pela categoria”. Em resumo, o “dia de luta” convocado pela FUP e FNP foi uma paralisação “natimorta”, midiática, iniciada somente depois do refluxo da greve dos caminhoneiros justamente porque a CUT não moveu um dedo para a unificação das lutas em curso no país, ao contrário, se propôs junto com as outras centrais pelegas de ser “mediadora” do movimento junto ao governo golpista de Temer, afirmando “As centrais sindicais neste momento de impasse nas negociações entre o governo federal e os caminhoneiros, decidem se colocar à disposição como mediadoras na busca de um acordo que solucione o caos social que o país caminha”. Toda a burocracia sindical saiu em socorro da estabilidade do regime político burguês, porque a esquerda reformista aposta todas suas fichas no circo eleitoral fraudado da democracia dos ricos. A FNP-CONLUTAS não resistiu a orientação traidora da FUP-CUT em suas bases e servilmente os sindicatos a ela vinculados também orientaram a volta ao trabalho, restando ao PSTU “criticar” a CUT por “perder um oportunidade de ouro” para se convocar a Greve Geral, quando na verdade nenhum sindicato controlado pela Conlutas levou a frente seriamente essa tarefa, esperando passivamente que a Frente Popular fosse a vanguarda nesse chamado. Os Morenistas parecem ser adeptos do “ouro de tolo” como nos deixou em letra musical Raul Seixas, mas na verdade se limitaram a ficar na cola do Lulismo, enquanto Boulos e PSOL se dedicavam a fazer demagogia eleitoral em defesa da “redução dos preços dos combustíveis” sem convocar nenhuma luta direta e bloqueios de estradas para impor essas reivindicações!  Vale lembrar que em nenhum momento os sindicatos tanto da CUT como da Conlutas estendam o chamado da greve a todos os trabalhadores terceirizados da Petrobras, hoje conformam a maioria no interior das refinarias e que sequer tem o direito a sindicalização, negado pelas burocracias cutistas e revisionistas da FUP e FNP. Por outro lado, a bandeira de luta levantada pelas direções sindicais em defesa somente da Petrobras 100% estatal não resolve a crise, porque a empresa continua nas mãos do Estado capitalista e da canalha burguesa. Por essa razão apontamos o chamado por uma Petrobras 100% estatal sob o controle dos trabalhadores! A lição fundamental a ser tirada da sabotagem da unificação das lutas na última semana pela Frente Popular e seus satélites de “esquerda” reside no elemento fundamental que essas direções traidoras apostam na intervenção atomizada dos trabalhadores para não provocar o “caos social”, patrocinando suas expectativas em um desfecho eleitoral para a conjuntura de crise política que cruza o país. A direção do PT orientou a CUT a não atuar de fato em apoio a greve dos caminhoneiros e a sabotar a paralisação petroleira, usando essa pressão de baixo impacto de greves isoladas para demonstrar à burguesia que não quer “incendiar o país” mas em troca pede que Lula seja solto e possa concorrer no circo eleitoral fraudado da democracia dos ricos. Este é um caminho suicida e de derrotas para o movimento operário, uma senda que não pode ser aceita pela vanguarda classista dos trabalhadores, sendo necessário romper com esse verdadeiro pacto de sustentação do regime político burguês que mantém de pé o moribundo governo golpista de Temer.