Acaba de pedir demissão o presidente da Petrobras, Pedro
Parente, o tucano representante do rentismo dentro da estatal. Sua saída
ocorreu porque ele se opôs a redução do preço do Diesel conquistada com a greve
dos caminhoneiros. Segundo ele, “A greve dos caminhoneiros e suas graves
consequências para a vida do País desencadearam um intenso e por vezes
emocional debate sobre as origens dessa crise e colocaram a política de preços
da Petrobras sob intenso questionamento”. Na verdade, a saída de Parente é mais
um capítulo da crise do moribundo governo Temer, cujo governo é sustentado apenas
para cumprir tabela até as eleições presidenciais fraudadas de Outubro. Seu
pedido de demissão é uma prova que o rentismo e a transnacionais do petróleo
que controlam o conselho diretor da Petrobras não aprovaram o recuo de Temer na
manutenção da política de preços flutuantes. Antes de sua demissão, houve
também a greve nacional dos petroleiros que se iniciou na quarta-feira, 30 de
maio, às vésperas de um feriado nacional, e planejada para durar 3 dias não
chegou a completar 24 hs de paralisação. Tão logo o canalha TST anunciou a
absurda multa de 500 mil reais por dia de greve e logo depois a ampliou para a
cifra de R$ 2 milhões, a FUP orientou o retorno ao trabalho: “A orientação da
FUP é de suspensão da paralisação que se estenderia até a meia noite de
sexta-feira, 01/06. Um recuo momentâneo e necessário para a construção da greve
por tempo indeterminado, que foi aprovada nacionalmente pela categoria”. Em
resumo, o “dia de luta” convocado pela FUP e FNP foi uma paralisação
“natimorta”, midiática, iniciada somente depois do refluxo da greve dos
caminhoneiros justamente porque a CUT não moveu um dedo para a unificação das
lutas em curso no país, ao contrário, se propôs junto com as outras centrais
pelegas de ser “mediadora” do movimento junto ao governo golpista de Temer,
afirmando “As centrais sindicais neste momento de impasse nas negociações entre
o governo federal e os caminhoneiros, decidem se colocar à disposição como
mediadoras na busca de um acordo que solucione o caos social que o país
caminha”. Toda a burocracia sindical saiu em socorro da estabilidade do regime
político burguês, porque a esquerda reformista aposta todas suas fichas no
circo eleitoral fraudado da democracia dos ricos. A FNP-CONLUTAS não resistiu a
orientação traidora da FUP-CUT em suas bases e servilmente os sindicatos a ela
vinculados também orientaram a volta ao trabalho, restando ao PSTU “criticar” a
CUT por “perder um oportunidade de ouro” para se convocar a Greve Geral, quando
na verdade nenhum sindicato controlado pela Conlutas levou a frente seriamente
essa tarefa, esperando passivamente que a Frente Popular fosse a vanguarda
nesse chamado. Os Morenistas parecem ser adeptos do “ouro de tolo” como nos
deixou em letra musical Raul Seixas, mas na verdade se limitaram a ficar na cola
do Lulismo, enquanto Boulos e PSOL se dedicavam a fazer demagogia eleitoral em
defesa da “redução dos preços dos combustíveis” sem convocar nenhuma luta
direta e bloqueios de estradas para impor essas reivindicações! Vale lembrar que em nenhum momento os
sindicatos tanto da CUT como da Conlutas estendam o chamado da greve a todos os
trabalhadores terceirizados da Petrobras, hoje conformam a maioria no interior
das refinarias e que sequer tem o direito a sindicalização, negado pelas
burocracias cutistas e revisionistas da FUP e FNP. Por outro lado, a bandeira
de luta levantada pelas direções sindicais em defesa somente da Petrobras 100%
estatal não resolve a crise, porque a empresa continua nas mãos do Estado
capitalista e da canalha burguesa. Por essa razão apontamos o chamado por uma
Petrobras 100% estatal sob o controle dos trabalhadores! A lição fundamental a
ser tirada da sabotagem da unificação das lutas na última semana pela Frente
Popular e seus satélites de “esquerda” reside no elemento fundamental que essas
direções traidoras apostam na intervenção atomizada dos trabalhadores para não
provocar o “caos social”, patrocinando suas expectativas em um desfecho
eleitoral para a conjuntura de crise política que cruza o país. A direção do PT
orientou a CUT a não atuar de fato em apoio a greve dos caminhoneiros e a
sabotar a paralisação petroleira, usando essa pressão de baixo impacto de
greves isoladas para demonstrar à burguesia que não quer “incendiar o país” mas
em troca pede que Lula seja solto e possa concorrer no circo eleitoral fraudado
da democracia dos ricos. Este é um caminho suicida e de derrotas para o
movimento operário, uma senda que não pode ser aceita pela vanguarda classista
dos trabalhadores, sendo necessário romper com esse verdadeiro pacto de
sustentação do regime político burguês que mantém de pé o moribundo governo
golpista de Temer.