EDUARDO BARRAGÁN E A DISSOLUÇÃO DO CITO: QUANDO UM DIRIGENTE
CAMINHA PARA FRENTE E DEPOIS RETROCEDE DEZ PASSOS ATRÁS *

O histórico dirigente morenista, Eduardo Barragán, faleceu
na tarde deste último dia 11 de novembro em Buenos Aires. Barragán era
colombiano e integrou ativamente a equipe de quadros dirigentes de Nahuel
Moreno ainda nos anos 1970. Juntos, fundaram a Tendência Bolchevique e,
posteriormente, a Fração Leninista Trostsquista, ainda nos marcos da batalha
interna dentro do Secretariado Unificado (SU). No começo dos anos 1980, foi
deslocado para a Argentina, onde participa da fundação da LIT-QI em 1982,
permanecendo neste país até a sua morte. Conheci pessoalmente Barragán somente
em 1995, quando eu e o camarada Marco Queiroz(recém tínhamos fundado a LBI, em
conjunto com um pequeno punhado de quadros rompidos com a OQI)estávamos em
Buenos Aires para às atividades políticas do Primeiro de Maio. Fomos então até
a um ato do PRS, constituído recentemente nesta época durante a explosão
política do MAS, realizado em um clube da periferia da capital portenha e que
contou com a presença de cerca de 200 militantes. Já conhecíamos algumas
posições programáticas corretas do CITO(Centro Internacional do Trotskysmo
Ortodoxo), do qual o PRS era sua seção nacional. Eduardo, em sua intervenção de
encerramento da atividade do Primeiro de Maio, causou-me uma excelente
impressão ao denunciar a capitulação da LIT diante da ofensiva militar da OTAN
contra a extinta Iugoslávia. Nós da LBI decidimos iniciar um processo de
debates com o CITO, culminando com o deslocamento de um dirigente do PST
colombiano, Omar H, até a cidade de Fortaleza. Desgraçadamente no curso das
discussões programáticas entre nossas organizações, tomamos conhecimento da
deliberação da direção do CITO em retornar ao leito orgânico da LIT, jogando
literalmente no lixo as “posições ortodoxas” que tinham formulado, como a
caracterização da aniquilação da antiga URSS, como sendo um processo histórico
contrarrevolucionário, abrindo uma etapa mundial de grandes derrotas para o
proletariado mundial.
