segunda-feira, 27 de outubro de 2025

ELEIÇÕES PARLAMENTARES ARGENTINAS: MAIS UMA FRAUDE ESCANCARADA QUE SÓ REFORÇA AS TESES DA LBI SOBRE A DEMOCRACIA BURGUESA 

Há apenas 45 dias atrás, o governo Milei havia perdido por 14 pontos na província de Buenos Aires. Ontem, venceu por meio ponto na mesma província de Buenos Aires, reduzindo sua vantagem para 16 pontos contra o segundo colocado, a Fuerza Patria peronista, liderada pela ex-presidente Cristina Kirchner e pelo governador Kicillof. O governo pró-imperialista de Milei obteve 41% dos votos nacionais e metade das cadeiras do parlamento em disputa. Nenhuma previsão política poderia admitir esses resultados, os “libertários” mais otimistas projetavam uma derrota moderada para Milei, porém os resultados finais fraudados foram completamente diferentes de todos os prognósticos, sejam os da esquerda burguesa peronista ou do oficialismo neoliberal. A fraude eleitoral descarada ocorreu em meio a uma crise econômica aguda, com fuga de capitais, fraturas dentro da camarilha libertária produto dos escândalos de corrupção no núcleo central do governo. A abstenção eleitoral na Argentina bateu um recorde histórico, indicando o estado de ânimo das massas, atraída politicamente pela via da ação direta antiparlamentar.

Entretanto a esquerda revisionista, o PTS e diversas afins, não conseguem enxergar a fraude a “céu aberto” e oscilam entre as explicações de “giro à direita” na conjuntura, ou designar o “socorro financeiro” de Trump como o elemento fundamental do “inesperado” resultado eleitoral. A primeira análise, “giro à direita”, chega a ser ridícula diante do tamanho da revolta popular manifesta nas ruas , já a segunda narrativa do “socorro de Trump”, esbarra objetivamente nas péssima condições econômicas dos argentinos, que com ou sem a “ajuda” de Scott Bessent(Secretário do Tesouro ianque), estão vivendo sob um arrocho salarial e desemprego alarmantes.

A questão fulcral que a esquerda revisionista se recusa a encarar, por razões de sua “domesticação“ pelo capital financeiro, é a falência histórica da democracia parlamentar burguesa, que sob a Nova Ordem Mundial do Fórum de Davos, não passa de uma fraude manipulada em todas as direções, do início ao fim do processo eleitoral.