terça-feira, 7 de julho de 2015


TUCANOS VOLTAM A AGITAR O FIM DO GOVERNO, APOIADOS POR MORO E O TCU, DILMA REÚNE OS ABUTRES DE SUA BASE PARA PEDIR SUPORTE E DENUNCIAR OS "GOLPISTAS". OS TRABALHADORES DEVEM DEFENDER ESTE GOVERNO QUE LEVA MILHARES A MORTE POR FALTA DE REMÉDIOS NO SUS ENQUANTO SUBSIDIA AS MONTADORAS COM O PPE?

A tucanalha desfere nova ofensiva institucional contra o governo petista, lastreada na determinação da maioria dos conselheiros do TCU (ligados a oposição reacionária) em criar sérios problemas na aprovação das contas da presidente Dilma. Trata-se das famosas "pedaladas fiscais", recurso contábil utilizado pelo governo para fechar as contas de 2014. As tais "pedaladas" consistiram em uma manobra do governo para passar as contas devidas a pagar no exercício fiscal de 2014 ao ano seguinte, desta forma tapou-se o "rombo financeiro" do ano eleitoral que poderia configurar um descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Com o apoio do presidente do TCU Aroldo Cedraz (ex-deputado pelo PFL/DEM) e do "ministro" Augusto Nardes (ex-deputado do PDS/PP) os tucanos prometem levar a diante a acusação contra Dilma, o que obrigaria o Congresso Nacional a tomar uma decisão sobre a legalidade ou não das "pedaladas". Temerosa diante da ofensiva tucana, que pode crescer com um possível apoio do TCU, na mesma corrente midiática que catapultou o juiz Moro em sua nova fase da "Lava Jato", Dilma partiu para o que pensa ser uma contra ofensiva política, convocou uma reunião de emergência com os abutres da base aliada e declarou em entrevista à Folha que "não tem medo dos golpistas". Os achacadores de plantão no Planalto, com Temer a frente, juraram fidelidade ao governo emitindo uma declaração onde pedem que se respeite o "resultado das urnas" e apelam para que a oposição aguarde as eleições de 2018. Os tucanos logo rebateram dizendo que agem sobre as regras da constituição de 1988, e que em 1992 eles e PT atuaram da mesma forma contra um "governo corrupto" levando Collor ao impeachment. Paralelamente as ameaças do TCU, a famigerada operação "Lava Jato" se prepara para encarcerar novas lideranças do PT (possivelmente o alvo agora seja José Dirceu), após o espetáculo midiático de prender o maior empreiteiro do país. Hoje as "investigações" de Moro se debruçam prioritariamente no superfaturamento das novas refinarias em construção do Rio e Pernambuco. As obras no complexo de Campos e Abreu Lima sofreram uma drástica redução em seus ritmos, cumprindo assim o interesse das corporações internacionais petroquímicas que não querem abrir mão de ter o monopólio do refino do petróleo em países imperialistas. Como os volumes financeiros que envolvem a edificação destas plantas industriais são gigantescos, não param de surgir novas denúncias de superfaturamento das obras por parte das empreiteiras e "propinas" (comissões) recebidas por empresas e pessoas ligadas ao PT, este parece ser o caso em Dirceu está envolvido. A "reação" de Dilma diante dos tucanos (a presidente vinha sendo criticada pela inércia) causou empolgação na esquerda "chapa branca" (PCdoB, PCO e afins) que levantam a tese reformista da "frente única" com o PT contra os golpistas, como se toda disputa política interburguesa pudesse ser caracterizada como um golpe de estado. Porém é fato que Dilma está atuando... Em favor das montadoras com o PPE, reduzindo salários já comprimidos dos metalúrgicos e assaltando os recursos do FAT para que as multinacionais não desembolsem recursos durante o período da redução da jornada de trabalho. Também o ajuste comandado por Levy já chegou tragicamente a "ponta final" na área da saúde pública, com o corte orçamentário faltam nos hospitais do SUS em todo país os remédios mais caros para tratamento de doenças mais sérias, são milhares de pacientes que foram condenados previamente a morte por conta de "honrar os compromissos" com os rentistas. Esta é face mais letal e covarde do "ajuste" que os reformistas da base aliada fazem questão de ignorar. Fica então a seguinte questão, o movimento de massas de lutar em defesa de um governo neoliberal que está levando os trabalhadores ao desemprego, arrocho e até a morte por conta das ameaças institucionais de uma disputa interburguesa? Existe na realidade alguma ameaça de um iminente golpe de estado, ou as investidas tucanas são parte de uma estratégia de "sangrar o governo"? A verdade é que este governo central é quem impulsiona o pior "golpe" contra os direitos do proletariado e da população pobre, a oposição conservadora é coadjuvante na ofensiva neoliberal e também não merece nenhum apoio ou confiança política em suas empreitadas demagógicas. São duas alas da burguesia que se alternam na direção do ataque às conquistas sociais, como se presenciou nas votações da redução da maioridade penal e no corte das pensões e aposentadorias. O movimento operário deve seguir uma trilha absolutamente independente das duas principais facções das classes dominantes, ambas servis ao imperialismo ianque. Se de fato houver no país a organização de um golpe militar, favor não confundir com movimentação parlamentar dos partidos burgueses na disputa pelo botim estatal, os comunistas devem estabelecer um amplo chamado de unidade em defesa das liberdades democráticas o que jamais pode ser compreendido como apoio político a este regime da democracia dos ricos e seu governo de turno!