terça-feira, 4 de dezembro de 2018

O QUE TEME A FS, CUT E A CONLUTAS (PSTU E GRUPOS DO PSOL) COM O CONTROLE DE MORO SOBRE A LIBERAÇÃO DAS CARTAS SINDICAIS E "CONVÊNIOS" DO AGORA EXTINTO MINISTÉRIO DO TRABALHO?


O "gabinete de transição" do presidente neofascista Jair Bolsonaro, que de fato já governa o país, anunciou nesta segunda-feira (03/12) a decisão de extinguir o Ministério do Trabalho. Segundo o futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, a atual estrutura da pasta do Trabalho será dividida entre os ministérios da Justiça, da Cidadania e da Economia. O Ministério da Justiça, que será comandado por Sérgio Moro, cuidará da concessão de cartas sindicais e convênios segundo afirmou Lorenzoni. O objetivo do novo regime bonapartista com o fim do Ministério do Trabalho é bem claro, sinalizar aos rentistas do mercado financeiro que as reformas neoliberais não terão nenhuma linha de obstrução no governo de inspiração fascista de Jair Bolsonaro. Porém como diz um velho ditado popular: "O Diabo se esconde nos detalhes", e a medida anunciada veio acompanhada de um pequeno "detalhe"...o novo ministro da Economia, Paulo Guedes, cuja pasta absorverá a maioria das atribuições institucionais do antigo Ministério do Trabalho, não controlará o setor da liberação das cartas sindicais e convênios, que ficarão sob a "guarda" do neobonaparte Sérgio Moro em seu superministério da Justiça. A manobra de Moro, enquadrando Paulo Guedes que será investigado pela própria polícia do governo neofascista, visa manter em sua nova pasta o domínio do tráfico da liberação das cartas sindicais e dos "generosos" convênios financeiros firmados entre o antigo Ministério do Trabalho e as centrais sindicais como também com os grandes sindicatos. As burocracias sindicais (FS,CGT,CTB e CUT) logo sentiram o "golpe" dado por Moro e saíram a reclamar da extinção do MT, não porque esbocem alguma resistência real e efetiva contra a ofensiva neoliberal em pleno curso e suas medidas de "ajuste", mas sim porque terão que "beijar a mão" de Moro para continuar parasitando as verbas do Estado Burguês. O estanho mesmo foi a "grita geral" da CONLUTAS e grupos do PSOL (como o Resistência, racha do PSTU), que dizem ser "independentes e classistas", porém a independência de classe na boca da burocracia de esquerda é uma simples demagogia em período eleitoral. Os sindicatos da CONLUTAS assim como os da CUT, CTB e FS Etc..) também recebem verbas do Estado capitalista, assim como seus partidos PSTU, PSOL vivem do milionário Fundo Eleitoral do TSE, comprometendo desta forma a verdadeira independência de classe do proletariado. Não são poucos os exemplos de sindicatos da CONLUTAS, como o dos trabalhadores da construção civil de Fortaleza (dirigido pelo Resistência e PSTU até pouco tempo) que firmam acordos com entidades patronais para o repasse de fundos, até mesmo para os partidos, neste caso específico o Sinduscon (sindicato das empresas da construção) chegou a descontar na folha de pagamento dos operários uma contribuição compulsória para o PSTU, é quase inacreditável que uma organização que se diz revolucionária tenha uma conduta  deste nível de integração com os patrões. Um sindicalismo classista e revolucionário não pode admitir qualquer tipo de integração financeira com os capitalistas e as instituições do seu Estado burguês. Para a combativa luta da classe trabalhadora pouco importa se Moro irá "segurar" ou não os convênios financeiros e a liberação das cartas sindicais, para os Marxistas Leninistas a defesa da autonomia sindical não é uma palavra de ordem vazia de conteúdo e que serve apenas para discursos demagógicos da burocracia sindical. Os sindicatos não precisam de Carta Sindical nem CNPJ para existirem e lutarem pelos direitos da classe trabalhadora! Com ou sem o Mistério do Trabalho (que nunca pertenceu de fato aos trabalhadores) a luta de classes vai prosseguir seu curso, o desafio agora é derrotar a ofensiva neofascista (neoliberalismo somado ao fascismo) superando as burocracias pelegas, de direita e esquerda, e construindo uma nova direção classista e revolucionária para o movimento de massas.