O "gabinete de transição" do presidente
neofascista Jair Bolsonaro, que de fato já governa o país, anunciou nesta
segunda-feira (03/12) a decisão de extinguir o Ministério do Trabalho. Segundo
o futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, a atual estrutura da pasta do
Trabalho será dividida entre os ministérios da Justiça, da Cidadania e da
Economia. O Ministério da Justiça, que será comandado por Sérgio Moro, cuidará
da concessão de cartas sindicais e convênios segundo afirmou Lorenzoni. O
objetivo do novo regime bonapartista com o fim do Ministério do Trabalho é bem
claro, sinalizar aos rentistas do mercado financeiro que as reformas
neoliberais não terão nenhuma linha de obstrução no governo de inspiração
fascista de Jair Bolsonaro. Porém como diz um velho ditado popular: "O
Diabo se esconde nos detalhes", e a medida anunciada veio acompanhada de
um pequeno "detalhe"...o novo ministro da Economia, Paulo Guedes,
cuja pasta absorverá a maioria das atribuições institucionais do antigo Ministério
do Trabalho, não controlará o setor da liberação das cartas sindicais e
convênios, que ficarão sob a "guarda" do neobonaparte Sérgio Moro em
seu superministério da Justiça. A manobra de Moro, enquadrando Paulo Guedes que
será investigado pela própria polícia do governo neofascista, visa manter em
sua nova pasta o domínio do tráfico da liberação das cartas sindicais e dos
"generosos" convênios financeiros firmados entre o antigo Ministério
do Trabalho e as centrais sindicais como também com os grandes sindicatos. As
burocracias sindicais (FS,CGT,CTB e CUT) logo sentiram o "golpe" dado
por Moro e saíram a reclamar da extinção do MT, não porque esbocem alguma
resistência real e efetiva contra a ofensiva neoliberal em pleno curso e suas
medidas de "ajuste", mas sim porque terão que "beijar a
mão" de Moro para continuar parasitando as verbas do Estado Burguês. O
estanho mesmo foi a "grita geral" da CONLUTAS e grupos do PSOL (como
o Resistência, racha do PSTU), que dizem ser "independentes e
classistas", porém a independência de classe na boca da burocracia de
esquerda é uma simples demagogia em período eleitoral. Os sindicatos da
CONLUTAS assim como os da CUT, CTB e FS Etc..) também recebem verbas do Estado
capitalista, assim como seus partidos PSTU, PSOL vivem do milionário Fundo
Eleitoral do TSE, comprometendo desta forma a verdadeira independência de
classe do proletariado. Não são poucos os exemplos de sindicatos da CONLUTAS,
como o dos trabalhadores da construção civil de Fortaleza (dirigido pelo
Resistência e PSTU até pouco tempo) que firmam acordos com entidades patronais
para o repasse de fundos, até mesmo para os partidos, neste caso específico o
Sinduscon (sindicato das empresas da construção) chegou a descontar na folha de
pagamento dos operários uma contribuição compulsória para o PSTU, é quase
inacreditável que uma organização que se diz revolucionária tenha uma
conduta deste nível de integração com os
patrões. Um sindicalismo classista e revolucionário não pode admitir qualquer
tipo de integração financeira com os capitalistas e as instituições do seu
Estado burguês. Para a combativa luta da classe trabalhadora pouco importa se
Moro irá "segurar" ou não os convênios financeiros e a liberação das
cartas sindicais, para os Marxistas Leninistas a defesa da autonomia sindical
não é uma palavra de ordem vazia de conteúdo e que serve apenas para discursos
demagógicos da burocracia sindical. Os sindicatos não precisam de Carta
Sindical nem CNPJ para existirem e lutarem pelos direitos da classe trabalhadora!
Com ou sem o Mistério do Trabalho (que nunca pertenceu de fato aos
trabalhadores) a luta de classes vai prosseguir seu curso, o desafio agora é
derrotar a ofensiva neofascista (neoliberalismo somado ao fascismo) superando
as burocracias pelegas, de direita e esquerda, e construindo uma nova direção
classista e revolucionária para o movimento de massas.