Está ocorrendo nesses dias a Cúpula Mundial sobre o Clima da ONU
(COP-24) na Polônia com a missão de criar um plano de ação para implementar o
“Acordo de Paris”. “Não devemos esquecer as razões pelas quais estamos aqui.
Estamos aqui para articular a ação global contra mudanças climáticas. Nenhum
governo sozinho pode resolver esse problema. É hora de dar vida ao Acordo de
Paris”, declarou o polonês Michal Kurtyka, presidente da COP-24, na abertura.
Assinado em 2015, o Acordo de Paris tem o objetivo de conter as emissões de
gases de efeito estufa e manter o aumento da temperatura do planeta abaixo de
2ºC, se possível em até 1,5°C. No centro da COP deste ano está a disputa pelo
financiamento das ações, considerando a meta de doação de pelo menos US$ 100
bilhões (cerca de R$ 386 bilhões) por ano de países imperialistas as
semicolônias em troca de concessões econômicas e domínios territoriais, como no
caso o controle da Amazônia brasileira pelas metrópoles capitalistas. Tanto que
o famigerado Banco Mundial (BM) anunciou um plano de “investimento” de US$ 200
bilhões para combater a mudança climática entre 2021 e 2025. O pacote tem o por
objetivo financiar “investimentos em agricultura inteligente” em 20 países, ou
seja, incrementar o controle dos grandes grupos de alimentos em áreas até agora
fora de seu alcance. Cinicamente os porta-vozes dos governos das grandes
potências capitalistas discursaram em “defesa do planeta” e pelo
estabelecimento de acordos globais para a redução de emissão de gás carbônico e
da preservação das florestas, em uma suposta “cruzada” contra o chamado
“aquecimento global”. Com a maior cara de pau culpam a China pelo aumento da
temperatura climática do mundo para encobrir que os monopólios imperialistas
são os principais responsáveis pela destruição das forças produtivas, a começar
pela principal delas: o homem e suas condições de vida. Além disso, o plano da
ONU para “zerar o desmatamento” foi montado por ONGs em parceria com governos
das metrópoles centrais que visam colocar as florestas, reservas minerais e
aquáticas das semicolônias sobre o controle de um “consórcio global” que fere
as soberanias formais das nações atrasadas, como o Brasil. Enquanto barbarizam
países inteiros como a Líbia, Síria ou o Iraque para controlar petróleo, água e
urânio in natura, infectam a África com o vírus Ebola para incrementar os
lucros da indústria farmacêutica ou para testes bacteriológicos de armas de
guerra, dizimando populações nativas, os representantes do capital fazem
demagogia “em defesa da natureza”. Contra esta farsa, os Marxistas
Revolucionários denunciam a impossibilidade de haver qualquer preservação da
própria espécie humana assim como do meio-ambiente, das florestas e das fontes
aquáticas sob o tacão dos grandes monopólios transnacionais, já que o capitalismo
leva a humanidade à barbárie e às guerras de espoliação impondo fome, miséria e
desemprego. Ao mesmo tempo, desmascaramos os charlatões que através do chamado
“ecossocialismo” não fazem mais que reforçar a tese revisionista de que o
proletariado está superado como direção política da revolução socialista
apresentando as “novas vanguardas” (verdes, luta de gênero) como eixo principal
da “utopia” de uma “economia sustentável”. Eles “esquecem” que o conceito de
forças produtivas elaborado por Marx, engloba fundamentalmente a força de
trabalho, ou em outras palavras, o proletariado, a força produtiva principal.
Em uma sociedade que condena a maioria da população, inclusive nos países
imperialistas, à miséria absoluta as forças produtivas efetivamente deixaram de
crescer e só podem voltar a fazê-lo através da Revolução Proletária para
garantir a existência da humanidade em harmonia com a Natureza em um futuro
comunista.