terça-feira, 20 de agosto de 2019

LEON TROTSKY: UM EXEMPLO DE RESISTÊNCIA REVOLUCIONÁRIA QUE SOUBE ENFRENTAR O ISOLAMENTO POLÍTICO COMBATENDO VIGOROSAMENTE A SOCIALDEMOCRACIA E O STALINISMO


Dedicamos o Editorial do Jorna Luta Operária desta 2ª Quinzena de Agosto para homenagear o grande chefe da revolução Bolchevique, Leon Trotsky, quando se completam os 79 anos de sua morte. Não se trata de um “mero” ato de reverência política ou humana, mas sim do sincero reconhecimento militante do valor revolucionário de sua vida e da sua trajetória comunista por nossa corrente política que reivindica e aplica na práxis, dentro de suas modestas forças, o legado do velho dirigente bolchevique, mesmo sofrendo por isso muitas vezes o isolamento político e o ataque vil da burguesia, dos reformistas e revisionistas, estes últimos cada vez mais adaptados a defesa da democracia como “valor universal”. Ainda jovem Trotsky dirigiu o Soviete de Petrogrado, depois foi fundador do Exército Vermelho, comandante da Revolução de Outubro ao lado de Lênin e de outros camaradas valorosos. Após ser derrotado na luta interna pelas condições históricas adversas e por limitações políticas, ele foi expulso da URSS, percorreu o planeta na condição de opositor de esquerda da burocracia soviética. No México, última parada de seu “exílio”, lutou com as armas que tinhas às mãos para construir a IV Internacional, sendo assassinado em 21 de agosto de 1940 por ordem da KGB por defender a revolução mundial em oposição à tese do “Socialismo em um só país” aplicada por Stálin mundo afora, responsável por sabotar e derrotar levantes proletários em nome da coexistência pacífica com o imperialismo.

O assassinato de Trotsky não foi um mero "acidente" conspirativo ou policialesco, embora tenha todos os ingredientes de uma trama bem urdida, foi uma consequência trágica das próprias fragilidades da recém fundada IV Internacional. Trotsky estava plenamente consciente de seu completo isolamento político, inclusive no interior das próprias fileiras "trotsquistas", chegou a discutir com sua companheira Natalia Sedova a possibilidade do suicídio físico de ambos, longe de ser uma medida de desespero pessoal seria o último ato político para evitar a rendição diante da contrarrevolução.

A jovem organização internacional que fundara não parava de sofrer baixas em seus quadros, apesar dos gigantescos acertos programáticos a conjuntura mundial da luta de classes era extremamente desfavorável, Trotsky foi obrigado a recorrer a militantes sem nenhuma experiência política e de pouquíssima trajetória militante. A III Internacional de Stalin colhia todo o prestígio da URSS no período anterior à II Guerra, mesmo com todas as traições possua milhões de militantes em todo o mundo em franco contraste com apenas uma dezena de militantes da IV Internacional. Porém para Trotsky o critério numérico ou do imenso aparato stalinista não seria motivo para estabelecer sua derrota ou falência política diante de Moscou, decidiu correr os imensos riscos do isolamento e seguir em frente na construção molecular da IV Internacional, consciente que pagaria com a própria vida por sua ousadia revolucionária. Os jovens militantes que o cercavam no México não tinham o menor preparo para defender a vida do chefe bolchevique, os simpatizantes políticos mais reconhecidos, como o casal Rivera e Frida, sucumbiram diante da pressão e também traíram Trotsky colaborando com o Stalinismo.

A vida do "velho" dirigente estava por um fio em sua fortaleza de Coyacan, a infiltração de agentes de Moscou no interior da IV internacional foi uma operação relativamente fácil de implementar, primeiro um "militante segurança" da sede/residência localizada em um subúrbio da cidade do México facilitou a entrada de atiradores, Trotsky escapou por pura sorte a uma saraivada de tiros em seu próprio dormitório. Logo após ao atentado, ficou evidente que a disposição de Stalin era pela liquidação física do seu principal opositor no campo do movimento comunista internacional, mas as parcas forças da IV Internacional eram incapazes de estabelecer uma reação diante da crônica anunciada pelo Kremlin. O inseto sicário Ramon Mercader, outro infiltrado "simpatizante", não teve grandes dificuldades de conviver de perto com o gigante bolchevique e desferir um golpe mortal contra o proletariado mundial em 20 de agosto de 1940. Trotsky tombou firme de pé, não abriu mão e tampouco "flexibilizou" seu projeto socialista da revolução permanente apesar de estar reduzido à meia dúzia de colaboradores fiéis que por condições óbvias não poderiam fazer frente ao poderio organizativo de centenas de partidos comunistas que aglutinavam em cada país milhares de militantes.

Passados 79 anos de sua morte, os genuínos Trotskistas guardam uma lição histórica do nosso inesquecível mestre bolchevique: Mesmo isolados e ridicularizados pela escória revisionista que abraçou a democracia, resistir até o limite físico de nossas forças políticas para seguir em frente na reconstrução do Partido Bolchevique e da IV Internacional. Não temer arriscar a própria vida na luta pelos princípios revolucionários, o único medo possível é o da vergonha de capitular e abandonar o Trotskismo!