domingo, 18 de agosto de 2019

PSOL, PT E AFINS: QUANDO O CRETINISMO PARLAMENTAR DA ESQUERDA REFORMISTA SEQUER TEM O “SENSO DO RIDÍCULO”...


O Congresso Nacional está na véspera de selar o fim da Previdência Pública no país, após a emenda constitucional da malfadada (contra)reforma ter sido aprovada com uma ampla margem na Câmara dos Deputados, e no Senado a previsão é de uma vitória ainda mais folgada do rentismo. No bojo da ofensiva neoliberal, este mesmo Congresso, composto majoritariamente pela nova escória da política burguesa, prepara um pacote de “ajuste” brutal de medidas exigidas pelo “mercado”, como a chamada “reforma tributária” e um agressivo plano de privatizações das estatais ainda sobreviventes ao “desmonte”. Nem é preciso gastar muito o tempo de nossos leitores falando sobre o caráter venal da atual composição política do Congresso brasileiro, mas por mais inacreditável que possa parecer a esquerda reformista (PT, PSOL e afins) ainda insiste em “virar o jogo” das contrarreformas no marco do lobby parlamentar, e em um delírio criminoso sustenta que o governo neofascista pode ser derrubado pela própria ação de deputados e senadores bolsonaristas... que poderiam ser convencidos a mudar do campo reacionário pela plataforma da “oposição”...

A “grande estratégia” desta esquerda reformista que integra a Frente Popular de colaboração de classes é apostar que a pressão parlamentar, desvinculada da ação direta das massas poderá infringir derrotas no terreno institucional ao governo Bolsonaro e sua pauta econômica neoliberal ditada integralmente pelo capital financeiro internacional. Neste sentido, o PT e seus apêndices políticos, lançaram a proposta da formação de uma ampla “Frente Antifascista”,  formulação originada diretamente no cárcere da “República de Curitiba” pelo próprio Lula. A princípio parece muito alvissareira e correta a ideia da articulação de uma Frente Única para lutar contra a ofensiva neofascista, uma trincheira de combate no curso da mobilização concreta dos trabalhadores, juventude e do povo oprimido. Mas não é nada disso o que Lula e o PT está propondo, muito pelo contrário...segundo os próprios dirigentes da Frente Popular, a chamada “Carta de Curitiba” : “Não foi uma carta para a esquerda ou centro esquerda. Foi uma carta a praticamente todo o especto político do país, exceto a extrema-direita. Examinando-se com cuidado os destinatários, é imediata a lembrança da base parlamentar que sustentou os governos de Lula. Eis os destinatários nominados por Lula: Rodrigo Maia (DEM), Marcos Pereira (PRB), presidente e vice da Câmara, e os presidentes de partidos, líderes ou vice-líderes das bancadas: Tadeu Alencar (PSB), Fábio Ramalho (MDB), Arthur Lira (PP), Rubens Bueno (Cidadania), Paulinho da Força (Solidariedade)”etc... (site247, 14/08).


Afinal a tal Frente proposta pessoalmente por Lula, e celebrada pela esquerda reformista como a “alavanca política” para tirar o neofascista do Planalto, não passa de um “bloco parlamentar” com os setores neoliberais mais entreguistas da burguesia nacional. A ilusão disseminada pelo PT e PSOL que as críticas pontuais de setores do “Centrão” feitas a algumas aberrações cometidas por Bolsonaro, poderia desembocar em uma Frente antifascista é no mínimo ridícula, para não falar dos danos políticos que este tipo de proposição leva a consciência do movimento operário e popular. Será mesmo crível que se possa “convencer” a malta de bandidos do Congresso Nacional que o governo Bolsonaro está “cometendo ilegalidades” e que poderia sofrer um processo de impeachment? Somente os tolos ou idiotas úteis da esquerda reformista para para dissipar tamanha asneira, enquanto o Congresso Nacional trata de subtrair todos direitos históricos do proletariado, sem a menor linha de resistência das direções do movimento de massas. É claro que não descartamos a possibilidade de após todo o “serviço sujo” do ajuste neoliberal ser aprovado no parlamento, a própria burguesia descartar o “lixo Bolsonaro”, substituindo por outro governo reacionário tão o mais draconiano, porém esta alternativa depende de fatores internacionais, como a próxima disputa para a Casa Branca e os fluxos globais da crise do capital. A questão fulcral para a classe operária neste momento não é a espera passiva do calendário eleitoral, ou mesmo o inócuo lobby parlamentar sobre um Congresso Nacional de estelionatários. O norte estratégico do proletariado deve apontar para a ação direta contra a ofensiva neoliberal, no sentido de germinar na luta sua própria alternativa de poder revolucionário!