A decisão praticamente unânime do Supremo Tribunal Federal (10x01)
que suspendeu a transferência forçada do ex-presidente Lula para um novo
“Carandiru” no interior de São Paulo, foi a expressão maior da “guerra de
posição” que hoje é travada entre os Ministros Togados e a Lava Jato.
Representa sem dúvida alguma uma dura derrota para o justiceiro Sérgio Moro e
sua malfadada “República de Curitiba”, que após as revelações do site Intercept
acerca da verdadeira “caça” dos Procuradores da Força Tarefa aos “monarcas” do
STF, estão em franca defensiva no interior do regime bonapartista instaurado no
país depois do golpe institucional que derrubou o governo petista de Dilma
Rousseff. Até mesmo o relator da Lava Jato no STF, o reacionário Ministro Edson
Fachin, se posicionou favorável a uma parte do recurso apresentado pela defesa
do ex-presidente Lula que trata sobre a suspensão da decisão da juíza fantoche
do Paraná. Por sua vez, após a “Vaza Jato” revelar que o procurador Deltan
Dellagnol procurava “fuçar” as contas clandestinas de Gilmar Mendes na Suíça, o
Ministro tucano do STF declarou que a “Lava Jato era uma organização
criminosa”, azedando de vez a barganha que a “República de Curitiba” ainda
mantinha com o Supremo. Já Cármem Lúcia, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Edson
Fachin deixaram claro que não vão entrar mais no “aha, uhu” com que o
mercenário Dallagnol comemorou a adesão dos últimos togados às manobras
espúrias da Lava Jato. O PT e suas lideranças sindicais da CUT, novamente
apostaram “toda a sorte” de Lula na institucionalidade burguesa, sem
mobilizações nacionais contra a arbitrária transferência, colocando nas mãos da
classe dominante o destino da liberdade de Lula. Se desta vez o “vento soprou
favorável” a Lula no interior do próprio regime bonapartista, em função da
disputa fracional em seu interior, este fato não significa que o STF esteja
plenamente disposto a garantir a liberdade do ex-presidente petista. Com esta
percepção da classe operária, absolutamente oposta a nutrir esperanças
políticas na institucionalidade do Estado capitalista, permanecemos a convocar
uma ampla mobilização das massas proletárias e da juventude em defesa das
liberdades democráticas e pela libertação de todos os presos políticos do
regime golpista!