terça-feira, 13 de agosto de 2019

HÁ CINCO ANOS DO “ACIDENTE” QUE VITIMOU EDUARDO CAMPOS ABRINDO CAMINHO PARA ATUAL ETAPA DE REAÇÃO BURGUESA


Neste 13 de agosto completa-se cinco anos ano do “acidente” que vitimou o então candidato do PSB à Presidência da República em 2014, Eduardo Campos. A LBI foi a primeira corrente política não só a anunciar a morte de Campos como a denunciar que a queda do moderno avião Cessna não foi produto de uma falha humana ou mesmo de um problema mecânico ocasional, mas na verdade de uma operação que teve as digitais da CIA para retirar o “socialista” da disputa a fim de abrir caminho para que Marina Silva (a candidata preferencial dos rentistas e do imperialismo ianque naquele momento), pudesse voltar a concorrer ao Palácio do Planalto. Esta artimanha fatal acabou forçando um segundo turno disputadíssimo entre PT e PSDB que derivou na polarização eleitoral e política em que está mergulhado nosso país até hoje com a ofensiva da direita neofascista e a posterior eleição de Bolsonaro. Com uma vitória muito débil nas eleições de 2014, o segundo governo Dilma foi uma “presa” fácil para o golpismo, facilitado é claro pela adoção de agressivas medidas neoliberais assumidas logo do início de 2015, sob a “regência” do ministro rentista Nelson Levi. Passados cinco anos da queda do jato, a FAB ainda não chegou sequer a um resultado definitivo dos reais motivos do “acidente”, justamente porque deseja-se no meio desta situação inconclusa, onde a caixa preta da aeronave estranhamente não conseguiu gravar os últimos momentos do voo terminal de Campos, deixar um rastro de imprecisões do fabricante sobre o acidente que facilitam convenientemente jogar a responsabilidade da tragédia sobre o piloto. A esposa do piloto falecido denunciou recentemente com laudos bastantes robustos tecnicamente enviados a FAB que o motivo da abrupta queda da aeronave foi uma falha mecânica provocada na revisão feita na própria empresa Cessna nos EUA, uma companhia norte-americana controlada sabidamente por militares ianques. Como dissemos a época e reafirmamos agora sem medo de errar, tudo aponta para mais um acidente “fabricado” por razões “estratégicas de estado” com a tragédia tendo as digitais da CIA, uma prova disto é que até hoje a PF não chegou a conclusão de quem é o dono da aeronave. O sucesso do “modus operandi” aplicado contra Campos, foi o mesmo que resultou no “acidente” que também vitimou Teori Zavaski quatro anos depois, o ministro do STF que se colocava naquele momento contra uma articulação golpista da “Lava Jato”. O mais importante agora é compreender que a morte de Campos foi parte de uma ofensiva reacionária do imperialismo que neste momento se condensa no incremento da sanha da direita contra do a esquerda, apontando em uma única direção: entronar no Planalto uma marionete neofascista diretamente alinhada com a Casa Branca, que inclusive rompa as relações econômicas e comerciais com os BRIC´s em favor do amo do norte e abra caminho para varrer qualquer vestígio de influência da “esquerda” na política brasileira ou mesmo traço de soberania nacional de nosso país. Para resgatar esse processo político que consideramos ter um claro fio de continuidade, apresentamos para nossos leitores e simpatizantes o artigo publicado no dia 13 de agosto de 2014, poucas horas depois do acidente. Além disso disponibilizamos uma série de textos que a partir da análise do ocorrido abordou o caráter pró-imperialista da candidatura de Marina Silva (PSB-REDE), coletânea que está a disposição dos nossos leitores em forma do livro “O ‘acidente’ fatal de Campos e a ‘operação’ embuste Marina: Teoria da conspiração ou uma exigência do imperialismo?”, a fim de que a vanguarda militante possa abstrair as importantes conclusões deste “acidente” fabricado e sua relação direta com a própria dinâmica da luta de classe no Brasil.



MORTE “ACIDENTAL” DE EDUARDO CAMPOS RECOLOCA NOVAMENTE MARINA NO CENTRO PELA DISPUTA POLÍTICA AO PLANALTO
13 DE AGOSTO DE 2014

O inesperado “acidente” aéreo, ainda não totalmente explicado pelas autoridades da ANAC e tampouco pelo governo do estado de São Paulo, que ceifou prematuramente a vida do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, candidato pela coligação PSB e REDE à Presidência da República, novamente recoloca no centro da disputa pelo Planalto a figura de Marina Silva, que teve seu registro eleitoral como cabeça de chapa do REDE “cassado” em 2013 por uma deliberação arbitrária do TSE. A candidatura de Eduardo, um dos netos do legendário Miguel Arraes, vinha enfrentando grandes dificuldades políticas em virtude da fracassada tentativa de transferir o potencial eleitoral de Marina Silva para a chapa de composição entre o PSB e o REDE. Mal confirmaram a morte do líder máximo do PSB, nesta manhã do dia de 13 de Agosto, as hienas “Murdochianas” já comemoravam a “reentrance” de Marina como protagonista do cenário da sucessão presidencial, “constatando” o fato que Campos dificilmente chegaria ao segundo turno na disputa contra Dilma Rousseff. O PSB, com a decisão de Campos de romper o bloco da Frente Popular, não conseguiu sequer conquistar sua unidade interna, “patinando” entre o apoio ao Tucano Aécio (PSB mineiro) e a reeleição da presidenta Dilma. Até na própria família Arraes o nome de Eduardo não era consenso, sua prima Marília vereadora de Recife pelo PSB e também neta do ex-governador Miguel, estava em campanha aberta pela aliança PTB/PT em Pernambuco. Por outro lado, o nome de Campos não conseguia ser bem “digerido” pela militância do REDE, inconformada com a intransigência do PSB em não ceder a “cabeça” da chapa para a “queridinha” da mídia corporativa Marina Silva. A trágica saída de Eduardo Campos (ainda não se pode descartar totalmente a possibilidade de um “incidente” induzido) da disputa presidencial parece que teve a capacidade de reanimar as forças mais conservadoras do país, já descrentes na possibilidade de uma reação eleitoral tanto de Aécio como do ex-governador de Pernambuco. Marina era o grande trunfo do imperialismo para barrar as pretensões de um quarto mandato consecutivo do PT na gerência do Estado Burguês, porém a pesada manobra do governo da Frente Popular junto ao TSE bloqueou parcialmente a aposta política da Casa Branca no projeto “econeoliberal”. O próximo passo das oligarquias mais diretamente vinculadas a Washington, como a famiglia Marinho, será criar artificialmente um clima de “comoção nacional” pela morte de Campos e ainda na esteira do “luto eleitoral” catapultar midiaticamente o nome de Marina como a única opção capaz de derrotar Dilma. De nossa parte como Marxistas Revolucionários devemos afirmar claramente que Eduardo Campos não pertencia às fileiras do movimento dos trabalhadores e tampouco do genuíno socialismo. A oligarquia burguesa Arraes, mesmo reconhecendo o papel do “velho” Miguel no combate da oposição democrática ao regime militar, representa uma das frações políticas das classes dominantes, tendo por várias vezes nas gestões do estado pernambucano reprimido violentamente o movimento de massas e a classe operária. Não reverenciamos a figura de Eduardo Campos como um dos “nossos mortos”, embora alertamos que sua morte será utilizada pelos setores mais reacionários do país para atacar a Frente Popular comandada pelo PT, cujo o próprio PSB já integrou no passado recente.

Em país onde a fraude, a farsa e o golpismo fazem parte das “tradições” mais profundas das elites dominantes nunca é demais ter um pouco de cautela acerca das “versões oficiais” sobre fatos políticos significantes, e a inesperada morte de Eduardo representa bem mais do que uma mera tragédia pessoal. É certo que não faltarão aqueles “tolos”, que acreditam cegamente na “lisura” das instituições brasileiras, para nos acusar de “delírio” ou fomentadores da “teoria da conspiração”. Mas como acreditar nas instituições de um Estado (no sentido amplo do termo) que forja a colocação de explosivos nas mochilas de ativistas políticos para incriminá-los? A queda de uma aeronave moderna e muito bem revisada como a que transportava Campos do Rio até Santos (um trajeto muito curto) não é um fato comum na história da aviação internacional, ainda mais em um procedimento de arremeter o pouso em plena luz do dia. O certo mesmo é que a entrada de Marina na vaga deixada pela morte de Campos, garantirá no mínimo a realização de um segundo turno, quando muito não provocará a própria derrota da candidata do PT nestas eleições presidenciais.

Setores “ortodoxos” mais à direita da burguesia estavam bastante decepcionados com o fraco desempenho de Campos nas pesquisas eleitorais até o momento. Nos bastidores do Congresso Nacional a “crítica” da reação ao presidente do PSB estava focada na sua falta de desprendimento, deixando para o segundo plano o enorme potencial de Marina Silva relegada a vice de um “quase desconhecido”. Na entrevista realizada ontem (12/08) pelos ventríloquos dos Marinhos no Jornal Nacional, Campos foi duramente acossado, uma conduta bem diferente adotada no dia anterior na presença do senador Aécio Neves. O venal PPS, um dos poucos partidos coligados com o PSB nestas eleições, vinha manifestando sinais de insatisfação com a condução exclusivamente “Campista” da campanha, ameaçando até mesmo pular fora do barco, como fazem os ratos quando se inicia o naufrágio.

Mesmo com todos “chorando” a morte de Eduardo Campos, parece que se estabeleceu um certo “alívio” com a sua saída do tabuleiro eleitoral. Dificilmente a cúpula do PSB conseguirá impor um outro cabeça de chapa que não seja Marina, apesar desta contar com adversários declarados no interior do partido de Campos. O próprio futuro político do PSB está ameaçado sem a liderança de Campos e com a possibilidade muito grande de uma derrota eleitoral para o governo de Pernambuco. Sem a frondosa sombra da Frente Popular, o mais seguro para a existência política do PSB será mesmo concluir a fusão com o REDE de forma permanente, tentando colar o partido no prestígio eleitoral de Marina Silva. A eleição presidencial que parecia meio morna e estática, com as pesquisas dos “institutos” sempre repetindo os mesmos índices, poderá agora passar por uma “sacudida”, no sentido de deslocar para a dianteira uma adversária letal para os planos de reeleição do governo Dilma.