A história da luta de classes é plena de ironias e contra
marchas, uma destas ocorreu com a maior liderança nacional do antigo PSD, Juscelino
Kubitscheck. O ex-presidente Juscelino Kubitschek, que governou o Brasil de
1956 a 1961, foi vítima de conspiração fatal e um atentado político que
resultaram em sua morte em 22 de agosto de 1976 pelos agentes da ditadura
militar. A mesma ditadura que recebeu o apoio inicial de JK no fatídico dia
primeiro de abril de 1964, quando o ex-presidente pensava que se “livrando” de
Jango o caminho estaria aberto para sua volta ao Palácio do Planalto. JK morreu
em um suposto “acidente de carro” na Via Dutra, enquanto saía de São Paulo em
direção ao Rio de Janeiro. Segundo notícias da época, estava indo ao encontro
de uma amante. O veículo, um opala dirigido pelo motorista Geraldo Ribeiro,
levou uma batida de um ônibus que vinha logo atrás e, no desvio, se chocou com
uma carreta que ia em sentido contrário. Para começar, há provas de que o
ex-presidente não foi para o Rio ao encontro de uma amante. Essa notícia foi
encaixada nos fatos históricos como mais uma peça para a desmoralização da vida
de JK, em marcha desde o golpe militar. Documentos trocados entre embaixadas
brasileiras e norte-americanas comprovam, por exemplo, que Juscelino era
monitorado pelo serviço secreto norte-americano desde 1963. Nessas cartas os
americanos destacavam que ele era o político mais popular da época, com grandes
chances de ganhar novas eleições presidenciais. Antes de ir para o Rio, JK tinha acabado de voltar de um encontro com
governadores da Bacia do Prata e chegou a ficar alguns dias na casa do
jornalista e amigo Adolfo Bloch, dono da Manchete. Seu carro fez uma parada no
Hotel-Fazenda Villa-Forte cujo proprietário era o brigadeiro Newton Junqueira
Villa-Forte, amigo do general Golbery do Couto e Silva e um dos criadores do
Serviço Nacional de Informação (SNI). Segundo depoimento do filho de
Villa-Forte, Gabriel, que estava presente naquela tarde de domingo, o hotel estava
vazio e o ex-presidente ficou lá por quase duas horas, depois ele e o motorista
voltaram para a estrada e poucos minutos depois aconteceu o acidente. Um
depoimento feito pelo manobrista do hotel, e registrado na época, destacou que
o motorista Geraldo Ribeiro estranhou o carro assim que pegou para retomarem a
viagem. A colisão com o ônibus também não teria acontecido. Tem fotografias revelando que a traseira
esquerda do opala, onde a perícia disse que teria sido o ponto de colisão entre
o carro e o opala estava na íntegra no momento seguinte da colisão, mas, no dia
seguinte, a polícia fabricou outras fotos com a traseira esquerda avariada. Ou
seja, a avaria do opala que serviu de causa, digamos, do acidente, foi
produzida depois do acidente, em algum momento posterior. Juscelino articulava
sua candidatura nessas eleições indiretas de forma discreta. Esse seria o
motivo pelo qual o político teria sido assassinado pela ditadura militar.
Em um período de 272 dias, morreram no país três das principais lideranças de oposição ao regime militar: além de JK, em 22 de agosto de 1976, o também ex-presidente João Goulart, em 6 de dezembro de 1976, e o ex-governador da Guanabara Carlos Lacerda, em 21 de maio de 1977. Os três integravam, à época, o movimento Frente Ampla. Todos esses assassinatos foram orquestrados por agentes da “Operação Condor”. A “Operação Condor” foi coordenada diretamente pela CIA para eliminar as lideranças políticas que em algum momento “atrapalharam” os planos do imperialismo para a região. Para o “Tio Sam” nunca foi problema envenenar, inclusive aliados fiéis como o reacionário Carlos Lacerda, assassinado no final dos anos 70 às vésperas de fundar a “Frente Ampla”. Também tramaram o “acidente” fatal com JK e a morte de Jango. Hoje em dia, enquanto as gangs burguesas a frente do Estado capitalista não vacilam em eliminar fisicamente seus “arquivos vivos” que podem colocar a nu as relações mafiosas do poder burguês, a esquerda revisionista mesmo diante de todas as evidências jura sua fidelidade aos ritos sagrados da democracia capitalista, acreditando que a burguesia não ousaria ultrapassar os limites das "tradicionais" manobras políticas existentes no "jogo do poder", portanto conspirações e assassinatos não poderiam fazer parte do "cardápio" das classes dominantes. O envenenamento de João Goulart pela “Operação Condor” durante a ditadura militar assim como a morte de JK e Lacerda, o “acidente” áereo que matou o General Castelo Branco e as recentes mortes de Eduardo Campos, do Ministro do STF, Teori Zavaski e do próprio delegado da PF que investigava o caso em plena “democracia” só reafirmam a necessidade dos revolucionários denunciaram a verdadeira ditadura do capital em que vivemos, que agora é mais evidente com o governo do neofascista Bolsonaro e a consolidação de um regime Bonaparista sob a tutela de Moro!