sábado, 24 de dezembro de 2011

BLOG da LBI entra em um breve recesso de final de ano até o dia 5 de janeiro de 2012, quando completará seis meses de intensa luta programática em defesa do marxismo revolucionário!

O BLOG da LBI hoje está entrando em um breve recesso de final de ano. Retornaremos com todo vigor nossas atualizações diárias no dia 5 de janeiro de 2012, justamente quando completaremos seis meses de existência, cuja expressão deste êxito político são as centenas de acessos diários ao Blog. Nosso Blog tornou-se desta forma, um importante contraponto à mídia “murdochiana”, um pólo vivo da elaboração política e ideológica, quando a maioria da esquerda revisionista capitula e atua como verdadeiro papagaio da grande imprensa venal. Esta elaboração principista é, na verdade, um duro embate de classe contra as posições descaradamente pró-imperialistas hoje adotadas pelas correntes pseudotrotskistas (LIT, PTS, PO, CMI etc.), como a que levantaram frente à agressão imperialista à Líbia e agora nas provocações contra a Síria e Irã.

Como parte da luta contra o reacionário monopólio da mídia murdochiana o BLOG da LBI soma-se aos blogueiros que denunciaram a sinistra morte de Amilton Alexandre, o “Mosquito”, do Blog “Tijoladas”, acontecimento gravíssimo que as pautas dos jornalecos nacionais “ignoraram” completamente. Amilton há muito era conhecido por suas inúmeras denúncias contra o poderio sem fim da mídia (o conglomerado RBS da família Sirostsky, afiliado à Rede Globo, proprietária do jornal Zero Hora e Diário Catarinense) em seu estado, Santa Catarina, a corrupção desenfreada e as sequelas mafiosas que permeiam todas as instituições do Estado burguês (justiça, polícia, parlamento, governo estadual etc. etc.). Tinha sobre si mais de 50 processos de “calúnia e difamação” e sofria várias ameaças de morte. Foi ameaçado até mesmo no púlpito do arquicorrompido Tribunal de Justiça catarinense enquanto era julgado em um dos processos.

No entanto, a mais grave denúncia, que atiçou a ira da oligarquia foi a do estupro de uma menina de 13 anos no qual estão envolvidos o filho de Sérgio Sirotsky (um dos donos da RBS em SC) e seu amigo, filho de um conhecido e truculento delegado de polícia. A “famiglia” Sirotsky tratou logo de abafar o caso comprando juízes, promotores, jornalistas, delegados e policiais que passaram a ameaçar Amilton. As pressões foram tantas que resolveu “fechar” o blog “Tijoladas” no dia 9 de dezembro. Poucos dias depois, 13/12, foi encontrado morto em sua residência, fato que a corrupta polícia caracterizou como “suicídio por enforcamento” com um... lençol. Este é o modus operandi da burguesia e seus cães de guarda para manter o establishment: quando não mata pura e simplesmente ativistas e militantes políticos, mascara um “suicídio” da forma mais vil e grotesca, como foi o caso da RBS e seus agentes policiais em relação ao “Mosquito”. Certa vez um amigo perguntou a Amilton o que ele ganhou com o blog, e eis que ele responde: “O ganho não foi pessoal, mas coletivo. Talvez um dia eu tenha a resposta para a minha parte”.

Em 2012, um ano que “promete” ser de brutal recrudescimento da ofensiva imperialista, ameaçando conduzir a humanidade à barbárie social e cultural com sua sanha bélica contra os povos do planeta, estaremos firmes desde a trincheira programática do BLOG da LBI na luta política em defesa da edificação de um novo modo de produção no qual não exista a exploração do Homem pelo Homem: o Socialismo! Desejamos aos nossos leitores boas festas de fim de ano, com muita saúde e reflexões sobre os novos combates que se avizinham e até o dia 5 de janeiro!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Leia a mais recente edição do Jornal Luta Operária Edição Especial, nº 228, Dezembro/2011


EDITORIAL
2011: Um ano de grandes turbulências para o capital e profundas derrotas para a classe operária mundial


CPI DA “PRIVATARIA TUCANA”
Uma manobra distracionista do PCdoB e PSOL para avalizar o “desmonte” Petista


LANÇAMENTO DO LIVRO DE AMAURY JUNIOR
“A privataria tucana” e a cumplicidade Lulista


CRISE DA OPOSIÇÃO BURGUESA
Fecha-se o cerco ao corrupto Serra ameaçando o controle sobre a principal “cidadela” tucana


“BYE BYE” MARINOR
Na “dança das cadeiras” da democracia dos ricos, PSOL perde vaga no Senado para Jader “Barbada”


CAI MAIS UM MINISTRO
“Sangrando” há dois meses, Lupi deixa o governo para a alegria do PT


RAPINA AO BOTIM ESTATAL
Cid Gomes “revela” como oligarquia “socialista” utiliza o Estado para ganhar milhões em suas negociatas (“rolo”) com a burguesia


A “INDÚSTRIA" DA CATÁSTROFE
Mídia “murdochiana” a serviço da FIESP faz estardalhaço com a taxa de crescimento do PIB nacional


COMEÇOU A OFENSIVA MACARTISTA DO INTERVENTOR RODAS
Reocupar a reitoria para expulsar da USP quem realmente deveria ser expulso


MARACUTAIS DO FUTEBOL BRASILEIRO
O “acordão” comercial que prevaleceu nas finais do Campeonato Brasileiro de futebol e a trajetória de vida do “Doutor Sócrates”, dois paradigmas opostos do esporte nacional


13ª FEIRA ANUAL DO LIVRO DA USP
Com grande expectativa foi lançado o livro “Teses Trotskistas acerca da guerra imperialista contra a Líbia – VOL II - A vitória da OTAN”


RETROCESSO IDEOLÓGICO
Em Fortaleza, Cesare Battisti recebe da LBI uma saudação por sua libertação e uma crítica programática pelo abandono do Leninismo


POLÊMICA DA LIT COM O PTS
Mais uma nova ficção a serviço da OTAN na Líbia


IRAQUE EM GUERRA CIVIL
Saem as tropas regulares ianques para assumir os mercenários mafiosos da “Blackwater”


UMA “CÓPIA” DO REVISIONISMO DO TROTSKISMO
Os maoístas de “A Nova Democracia” repetem na Síria a mesma política pró-imperialista que adotaram na Líbia


RÚSSIA ALINHA-SE COM IMPERIALISMO IANQUE
Acossado pela Casa Branca, Putin defende agora que a ONU condene a Síria


OBAMA MOVE SUAS PEÇAS
Putin em xeque, sob a ameaça eleitoral de um yuppie indicado pela Casa Branca


DENÚNCIAS DE “FRAUDES” NAS ELEIÇÕES PARLAMENTARES RUSSAS
Imperialismo exige que Putin recue ainda mais frente as investidas da Casa Branca contra a Síria e o Irã


MANIFESTAÇÕES PATROCINADAS PELA CASA BRANCA EM MOSCOU
Com “sede de sangue”, Hillary organiza oposição “democrática” pró-imperialista para pressionar Putin


XIII ENCONTRO DE PARTIDOS COMUNISTAS E OPERÁRIOS EM ATENAS
Um “presente de grego” para o proletariado mundial!


AS NOVAS “TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO” A SERVIÇO DOS MONOPÓLIOS CAPITALISTAS
A “campana” cibernética contra militantes anti-imperialistas


ELEIÇÕES NO MÉXICO
Obrador se credencia para ser o “novo” gerente dos negócios da burguesia em 2012


O VELHO CONTINENTE NA ENCRUZILHADA
As “greves gerais” dos trabalhadores europeus não conseguirão derrotar a ofensiva do capital financeiro sobre suas conquistas sem a adoção de uma perspectiva revolucionária de poder


REUNIÃO DE FUNDAÇÃO DA CELAC EM CARACAS
Fachada “soberana” para mais um instrumento de barganha política e econômica com o imperialismo


ESTRANHA MORTE DE KIM JONG IL
Em êxtase, imperialismo e as hienas do revisionismo exigem “transição democrática” para a restauração capitalista na Coreia do Norte


LIGA BOLCHEVIQUE INTERNACIONALISTA
http://www.lbiqi.org

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Os maoístas de “A Nova Democracia” repetem na Síria a mesma política pró-imperialista que adotaram na Líbia
Os maoístas de “A Nova Democracia” (AND) e seus camaradas da “Liga Operária” (LO) não têm jeito! Depois de apresentarem a ação dos “rebeldes” mercenários da OTAN como uma genuína “revolta popular” na Líbia, voltam à carga e repetem a mesma cantilena vergonhosa pró-imperialista na Síria. AND pragueja como papagaio da mídia murdochiana que governo de Bashar al-Assad reprime os “revoltosos” alegando que “desde os primeiros enfrentamentos, mais de duas mil pessoas já foram assassinadas pela repressão sanguinária do velho Estado” (AND, nº 84, 12/2011). A Fox News e a CNN também anunciaram a mesma cifra como parte da orquestração da Casa Branca para debilitar o regime da oligarquia Assad em nome da “defesa dos direitos humanos”, obviamente escondendo o fato dos grupos armados vindos da Turquia e da Jordânia serem os verdadeiros responsáveis pelos ataques contra o exército nacional sírio e a população civil. A cifra de mortos não passa de relatórios fantasiosos emitidos por ONGs a soldo do imperialismo como a Human Rights Watch (HRW), a mesma entidade que ataca sistematicamente Cuba. Trata-se do velho scritp que montaram na Líbia “informando” que Kadaffi havia bombardeado com caças populações inteiras, notícias plantadas e comprovadamente falsas. Não por acaso, a reacionária Liga Árabe usou estas “informações” reproduzidas pela AND e a mídia murdochiana para suspender a Síria da entidade e obrigar o governo Assad a aceitar a missão de seus inspetores-espiões que acabam de chegar a Damasco, o mesmo fazendo a ONU com suas sanções draconianas! Estranha o profundo “zelo” destas agências do imperialismo em atacar e isolar essas “ditaduras”, que segundo nossos delirantes maoístas não passam de regimes “sanguinários” aliados da Casa Branca!
Mas a linha política da AND não é produto de nenhum equívoco ou falta de informação. Os maoítas se aliam com às forças pró-imperialistas locais porque “acreditam” que elas irão derrubar as “ditaduras” e alcançar a “democracia popular” declarando que “Essas ondas de protestos na Síria fazem parte da revolta dos povos do Norte da África e Oriente Médio em luta por uma verdadeira democracia popular” (Idem). Esse é o escandaloso esquema da AND, não mais partidário da revolução por etapas herdada do stalinismo, mas seu inverso, defensor da contrarrevolução por etapas, primeiro a unidade com os agentes nativos da OTAN contra as “ditaduras” locais, depois o advento fantasioso de uma “verdadeira democracia popular”! Onde estão com a cabeça esses seguidores tupiniquins do “comandante Mao”, não aprenderam nada com o que ocorreu na Líbia!
Por esta fórmula, que copia dos revisionistas do trotskismo como a LIT, justificam a unidade escandalosa com a reação democrática pró-ocidental para derrotar os “regimes totalitários”. “Esquecem” os seguidores do “livro vermelho” que esta “transição democrática” conservadora orquestrada por Obama e Hillary está a serviço de impor regimes títeres do imperialismo nesses países, derrubando governos nacionalistas burgueses, que por mais concessões feitas às potências capitalistas, ainda têm um relativo grau de fricção com os interesses dos grandes monopólios. Portanto, segundo a lógica do império, os decadentes regimes herdeiros distantes do “nacionalismo árabe” devem ser substituídos nesta atual etapa política contrarrevolucionária mundial por servos completamente dóceis, como é o governo “provisório” do CNT líbio, que já tem sua cópia no “Conselho Nacional Sírio” sediado em Istambul na Turquia, com seu “exército de libertação” recebendo armas e treinamento no Qatar, Arábia Saudita e do Mossad sionista. É justamente esse processo que se impôs na Líbia e está em curso na Síria, tendo como próximo alvo o Irã!
Ao dizer que “O povo sírio vem dando grandes demonstrações de força ante a repressão do regime reacionário local aos protestos por uma democracia popular no país, mas também de forte consciência política ao não engolir as medidas meramente burocráticas anunciadas pelo reacionário Bashar al-Assad com o intuito de tentar aplacar a revolta das massas” (AND, nº 77, 05/2011) estes cegos incorrigíveis da AND não fazem mais que apoiar pela “esquerda” a ofensiva ianque na região. De nada adianta fingirem ser contra a “ameaça de agressão” e afirmar que “A Síria passou então a ser alvo de ameaças do imperialismo sob o pretexto de ‘democracia’ e ‘liberdade’” (AND, nº 84, 12/2011) se estes anti-imperialistas de meia tigela negam-se a estabelecer uma frente única militar com os regimes burgueses atacados ou ameaçados pela ação da OTAN e das forças de rapinas, uma lição elementar nos deixada por Lênin. Lembremos que na Líbia a AND fez o mesmo: resmungou formalmente contra a agressão da aliança imperialista, porém acabou avalizando a ofensiva neocolonialista em nome de que esta “revolta popular” made in CIA iria por fim à “ditadura de Kadaffi”. Obama, Sarkozy e Cameron agradecem, afinal de contas o imperialismo não esquece o valoroso serviço prestado por Mao Tsé Tung, muito útil quando fechou na década de 70 com Nixon um acordo político e militar entre a China e os EUA contra a URSS para impedir que o Estado operário soviético levasse apoio militar aos combatentes vietnamitas que lutavam contra o imperialismo ianque usando o espaço aéreo chinês! Como se vê, a AND e seus camaradas da LO não fazem mais que “honrar” as escandalosas “tradições” contrarrevolucionárias de seu “comandante”!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011


CPI da “Privataria Tucana”, uma manobra distracionista do PCdoB e PSOL para avalizar o “desmonte” Petista

A CPI da “Privataria Tucana”, baseada no livro “denúncia” do jornalista Amaury Junior, foi protocolada nesta quarta (21/12) na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados com as assinaturas de 185 parlamentares de diversos partidos. A iniciativa política da instalação desta “explosiva” CPI coube ao deputado Protógenes Queiroz (PCdoB), que contou com a preciosa ajuda do colega Chico Alencar (PSOL), além de alguns parlamentares Petistas que descumpriram a orientação palaciana de boicotar a CPI da “privataria”. Já o presidente da casa, Marco Maia (PT), não deu muitas esperanças de instalar de fato a CPI, alegando outras “prioridades” para os trabalhos legislativos de 2012. O inusitado foi a coleta de nomes de peso do DEM para a CPI, produto da crise aberta durante a última campanha presidencial entre José Serra e os “caciques” do ex-PFL. Na verdade, esta CPI, assim como todas as outras, não tem o menor objetivo de apurar a fundo os delitos da “elite” estatal dominante, corrupta e decadente. Seu foco político, na direção inversa do que anuncia, concentra-se justamente na disputa interburguesa pelo atual controle do desmonte das estatais que sobreviveram a “Privataria Tucana”. Se o “bode expiatório” da vez é o corrupto Serra, carta já fora do baralho do tabuleiro do jogo pesado das corporações capitalistas, já a feroz disputa pela posse do botim estatal é o móvel vigente das oligarquias políticas que parasitam este país.

Portanto, a “explosividade” da CPI da “Privataria”, caso consiga ser efetivamente instalada, concentra-se na promessa de uma brutal briga de “foice no escuro” entre as camarilhas dominantes, e nunca em qualquer ação concreta contra os bandidos “oficiais” que “queimaram” o patrimônio do Estado brasileiro. Nos bastidores de Brasília corre à “boca miúda” que foi o próprio Aécio Neves o patrono do livro de Amaury, o certo é que Serra já perdeu totalmente o controle chegando até mesmo a agredir fisicamente o deputado “aecista”, Rodrigo de Castro. FHC que em tese seria o principal protagonista da “Privataria Tucana” há muito já se “refugiou” debaixo das saias de Dilma, abandonando seu ex-ministro da saúde a sua própria sorte.

No campo da frente popular, mais além do estardalhaço da Blogosfera “chapa branca”, não há o menor empenho em apurar seriamente os crimes da roubalheira da era tucana, sem falar é claro na possibilidade de reverter alguma das privatizações fraudulentas. Os poucos deputados do PT signatários da CPI, foram movidos pela barganha aberta com o governo Dilma, que por razões obvias desencorajou o “ímpeto” da esquerda petista. Na contramão dos poucos cargos e benesses recebidas, Protógenes com o apoio tímido do PCdoB resolveu bancar a nova “pizza” de mais uma CPI inútil para o povo brasileiro, mas que poderá render muitos “dividendos” tanto para setores da base aliada como para a oposição de direita, ávida para se livrar definitivamente do peso morto dos Serristas.

Como não poderia deixar de ser, a chamada “oposição de esquerda”, ou pelo menos sua fração parlamentar, o PSOL, veio em socorro da farsa política montada por Protógenes, de olho nas próximas eleições municipais. Se realmente quisessem combater a “privataria” não só tucana mas também a petista, a “oposição de esquerda” e o ex-delegado Protógenes teriam denunciado na tribuna do Parlamento a cumplicidade do governo Lula/Dilma com o PSDB, em especial na “inviolabilidade” dos atos jurídicos e institucionais que permitiram a entrega das estatais ao capital financeiro. Como é refém do “estado de direito” a “oposição de esquerda” é impotente, política e programaticamente, em travar uma luta consequente e de massas contra o desmonte passado e presente do Estado nacional, no que tange às conquistas históricas da classe operária e do povo brasileiro. Para conduzir o “bom combate” contra as investidas do capital imperialista na arena estatal, o proletariado não deve nutrir a menor ilusão política no Parlamento burguês, corrupto até a medula. Somente a ação direta e consciente (programa) das massas será capaz de derrotar definitivamente toda esta “elite” republicana decadente e “congenitamente” corrupta.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Iraque: Saem as tropas regulares ianques para assumir os mercenários mafiosos da “Blackwater”

Após nove anos de ocupação militar sobre o Iraque, Barack Obama “retirou” oficialmente as tropas ianques do território iraquiano, as quais desembarcaram na base do Forte Bliss, no Texas, em 18 de dezembro último. A ocupação trouxe um saldo macabro para a combalida população iraquiana: quase 200 mil civis mortos nesta guerra de rapina colonialista, milhares de mutilados, milhões de refugiados, desemprego em massa; o país está arrasado em sua infraestrutura, a água potável é escassa (poços foram envenenados pela coalizão anglo-americana), o sistema de saneamento básico e eletricidade são precários. Com um rastro de sangue por onde passaram, as tropas anglo-ianques estiveram “atoladas” nas areias do deserto iraquiano durante nove anos, tendo como resultado, no enfrentamento com a heróica resistência iraquiana, a morte de mais de quatro mil soldados americanos e milhares de feridos e um “custo” que supera a casa dos quatro trilhões de dólares para manter a logística de guerra.

Contudo, o chamado “custo de guerra” é apenas um subterfúgio, uma jogada diversionista do imperialismo para ocultar uma operação de grande envergadura militar que está sendo preparada, a de apontar seus mísseis para a Síria e Irã, fato que a mídia “murdochiana” faz questão de esconder. Como é sabido, o imperialismo ianque e europeu não “abandonaram” simplesmente o território iraquiano. Ao contrário, o Pentágono traça uma nova estratégia militar para a região a fim de aumentar ainda mais seu controle geoestratégico no Oriente Médio. Para reprimir e intimidar a população local, as diversas etnias e grupos religiosos – entre os quais sunitas e xiitas – os militares ianques deixaram no lugar das tropas regulares um enorme contingente de mercenários que já atuavam junto às tropas oficiais. Trata-se de uma máfia, ou empresas privadas de segurança contratadas pelo Pentágono para “manter a ordem” social e política no Iraque, sendo que mais conhecida é a “Blackwater”. A “Blackwater Security Consulting Company”, para se ter uma ideia, é acusada de vários crimes hediondos durante a guerra de ocupação, pois segundo o próprio Wall Street Journal, “utilizam fuzis como se fossem buzinas” para defender a propriedade privada dos grandes trustes petrolíferos.

O objetivo do imperialismo ianque, neste sentido, é coordenar um “ataque em pinças” sobre o território sírio, uma vez que tropas renovadas estariam estacionando no Iraque, Jordânia e Turquia, Arábia Saudita, Qatar e Emirados Árabes, apoiadas pelas “Forças de Operações Especiais” compostas por mercenários e dissidentes sírios. A operação estratégica, formando um “eixo de guerra”, consiste em realizar pequenas incursões ao sul, norte e leste sírio, penetrando pelas fronteiras. Com o “caos” provocado, o imperialismo faria um cínico apelo “humanitário” à opinião pública para intervir no país a fim de “evitar um banho de sangue”, tal como já fizera na Líbia.

A falsa “retirada” das tropas regulares imperialistas do Iraque por parte de Obama responde a uma ofensiva militar ainda mais cruel, serve para perfilar suas tropas para novos alvos estratégicos, Síria e Irã. Quer dizer, não se trata de uma “retirada”, mas sim de uma substituição tático-propagandistica por parte do Pentágono, uma vez que mercenários e efetivos estrangeiros (regulares e irregulares) ainda permanecerão no país. Os povos iraquiano, sírio e iraniano, bem como o proletariado mundial, deverão enfrentar duramente mais esta guerra genocida não só no campo militar como também no terreno político contra a sanha da Casa Branca de intervir diretamente sobre países que não se alinhem à sua vontade colonialista.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011


Em Fortaleza para lançar seu novo livro, Cesare Battisti recebe da LBI uma saudação por sua libertação e uma crítica programática pelo abandono do Leninismo

Em visita à cidade de Fortaleza, para lançar seu novo livro, “Ao pé do muro” pela editora Martins Fontes, Cesare Battisti, ex-preso político do governo Lula, foi recebido calorosamente no auditório da ADUFC nesta segunda-feira (19/12). A iniciativa de lançar seu livro em Fortaleza foi produto do reconhecimento de Cesare do intenso trabalho político desenvolvido pelo comitê cearense pela sua libertação, que ao lado do comitê paulista destacou-se na publicidade e agitação da causa dos refugiados que ainda sofriam perseguição ideológica de seus países de origem. A obra “Ao pé do muro”, segundo nos relatou Cesare, fala sobre a vida de brasileiros que ele conheceu no cárcere da Polícia Federal. “Cada preso tem sua história. Entendi o Brasil por meio dos relatos dessa gente. Cada um é uma janela do Brasil”. Cesare conta que o mais interessante no livro: “é falar do dia a dia da cadeia, da história pessoal de alguns presos. Cada história dessa é uma janela aberta no Brasil. Aproveito pra falar do Brasil que ainda não conheço, que conheço através das palavras destas pessoas. Eles falam de um sentimento muito forte”.

A LBI participou ativamente da campanha política pela libertação de Cesare, integrando o comitê paulista e cearense, por entender que a prisão de militantes comunistas, sob a alegação de qualquer pretexto jurídico, representa um grave ataque ao pleno direito da livre expressão ideológica da classe operária. Perseguido na Itália por sua militância revolucionária no interior do PAC (Proletários Armados pelo Comunismo) nos anos 70, Cesare foi “caçado” na França, México e por fim preso no Brasil em 2007. Após uma longa batalha judicial e disputa política, o STF ratificou o asilo político concedido a Cesare em junho deste ano, colocando-o em liberdade. Sob a acusação de ter cometido crimes “hediondos”, o governo italiano empreendeu uma verdadeira campanha difamatória de “massas” contra Cesare, que desgraçadamente envolveu até a própria esquerda italiana, incluindo neste campo reacionário o revisionismo do trotsquismo.

Para os marxistas leninistas, a luta para livrar Cesare do cárcere brasileiro possuía um caráter democrático e incondicional, ou seja, era absolutamente independente das atuais posições programáticas assumidas pelo ex-militante do PAC, que anunciou sua renúncia à revolução e à luta armada. Por isso mesmo, na primeira oportunidade aberta com o lançamento de seu livro em Fortaleza, a LBI, através de seu dirigente Antonio Luiz, abriu um debate fraternal e direto com Cesare, saudando sua libertação como uma conquista do conjunto do movimento de massas e ao mesmo tempo afirmando a vigência programática da necessidade da violência revolucionária do proletariado para a destruição do Estado capitalista. Sabemos que as atuais posições de Cesare encontram eco na maioria da “esquerda” democratizante, que abriu mão do arsenal teórico do leninismo em troca de “teorias” mais palatáveis à academia burguesa. Este, por exemplo, é o caso do grupo político “Crítica Radical”, membro destacado do comitê cearense pela libertação de Battisti, que se identifica com a negação da ação revolucionária da classe operária na atual etapa histórica.

Nesta rota aberta de colisão com o marxismo, “personalidades de esquerda” e correntes políticas vão se integrando às instituições do regime burguês, cedendo ao “canto de sereia” da democracia como valor universal. Mesmo tendo noção exata do “isolamento” diante da “opinião pública” da esquerda pequeno-burguesa, os leninistas da LBI reafirmam a necessidade da instauração da ditadura do proletariado pela via da ruptura revolucionária, assim como afirmamos em alto som a inviabilidade histórica de se reformar o Estado burguês. Continuamos lutando, mesmo “isolados” na atual conjuntura de retrocesso na consciência de classe, pela demolição violenta das instituições jurídicas e políticas que dão sustentação ao modo de produção capitalista. O abandono deste legado por parte de Cesare e de tantos outros companheiros e organizações políticas, é parte integrante de um momento de grandes derrotas do proletariado mundial (como o fim da URSS), tendo como consequência direta o desatamento da brutal ofensiva ideológica, econômica e militar do imperialismo sobre os povos.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Começou a ofensiva Macartista do interventor Rodas: Reocupar a reitoria para expulsar da USP quem realmente deveria ser expulso

O impostor João Grandino Rodas, que atende pelo cargo de reitor biônico da USP, acaba de iniciar uma brutal ofensiva contra a toda a comunidade universitária e em particular contra o movimento estudantil, ao expulsar seis alunos da instituição e residentes do CRUSP. A medida draconiana de Rodas teve como base um processo aberto por conta da ocupação da sede da COSEAS em 2010. Fica cristalino que este ato fascistizante de Rodas tem como objetivo amedrontar todos os estudantes que ousam lutar contra a atual estrutura oligárquica vigente na USP, além de representar uma represália a última ocupação da reitoria, da qual 73 companheiros estão sendo processados. Enquanto tenta cooptar docentes e funcionários, concedendo "abonos" salariais que sequer repõem as perdas sofridas, Rodas elogia a ADUSP e o SINTUSP por não terem organizado greves este ano. Ao mesmo tempo o impostor reprime violentamente os estudantes, utilizando o aparelho militar do estado de São Paulo, com base permanente no interior da universidade.

A USP encontra-se em plenas férias escolares e a greve estudantil deflagrada após a desocupação policial do prédio da reitoria atravessa um momento de claro refluxo político, após várias iniciativas importantes (passeatas e atos públicos), mas que não tiveram um fio de continuidade. A direção do DCE (PSOL) insiste na estratégia da negociação permanente com a reitoria, nos marcos de um acordo "palátavel" que mantenha intacta a estrutura de "poder" feudal da universidade . O sócio minoritário do PSOL, o PSTU, é signatário da mesma política que condenou a ocupação da reitoria e no bojo desta "aliança" também qualquer iniciativa dos estudantes que radicalize a luta por uma efetiva democratização da universidade. Já a chamada "oposição" ao bloco reformista do DCE, a LER, que se apresenta como paladina da democracia das "bases", se coloca frontalmente contra uma nova ocupação da reitoria, limitando-se a empunhar a defesa publicitária e jurídica dos companheiros processados à margem da própria mobilização concreta dos estudantes.

O "velho" bolchevique L. Trotsky nos alertava da inutilidade de tentar estabelecer um "linha de centro" entre a política da revolução e a da reforma, como se esforça a LER e outros satélites menores . Para massificar a luta em defesa dos 73 estudantes (com toda certeza os próximos a serem expulsos) que estão sendo processados e ao mesmo tempo impulsionar politicamente a greve que encontra-se em uma etapa de refluxo, é necessário derrotar a ofensiva "Rodiana" fomentando milhares de " processados", através da reocupação massiva da reitoria. A disjuntiva correta a ser levantada pelo movimento deve ser: Ou a maioria dos estudantes expulsa o interventor Rodas ou Rodas continuará a expulsar os estudantes que lutam!


Nota de Repúdio da Associação de Geógrafos Brasileiros – AGB, seção São Paulo, à expulsão dos 6 estudantes da Universidade de São Paulo no dia 16 de dezembro de 2011
17 de Dezembro de 2011

Nós, direção da Associação dos Geógrafos Brasileiros - AGB (seção São Paulo), repudiamos a decisão do reitor João Grandino Rodas e dos dirigentes e conselheiros membros participantes do Conselho Universitário da Universidade de São Paulo e da Comissão Processante favoráveis à expulsão dos 6 estudantes desta Universidade, decisão publicada no Diário Oficial da União no dia 16 de dezembro de 2011.

Estes estudantes, todos alunos de graduação, de diferentes cursos e Unidades, foram eliminados de todas as suas atividades acadêmicas, não podendo mais reingressar na Universidade de São Paulo de forma nenhuma, seja por seleção de pós-graduação, concurso público ou vestibular. Esses estudantes estavam sofrendo um processo administrativo na Universidade desde 2010, quando ocorreu a ocupação de um andar de um dos blocos do Conjunto Residencial da USP, o CRUSP, em um movimento legítimo de retomada desse prédio para a residência universitária, na época utilizado pela seção administrativa Coseas, que controla e determina todos os recursos, bolsas e projetos de permanência estudantil.

Acreditamos que essas expulsões estão contidas em uma estrutura de poder dentro da Universidade que se constitui de maneira autoritária, em um Conselho Universitário no qual os seus membros não são eleitos de forma direta pelo conjunto da comunidade universitária, em que os representantes discentes e dos funcionários são sempre minoria e voto vencido. É essa estrutura que criou um convênio entre a Universidade e a Policia Militar, permitindo uma ação policial truculenta de desocupação do prédio da reitoria no mês de novembro de 2011, quando a tropa de choque, com cerca de 400 homens, sitiou o CRUSP, com semelhança aos acontecidos na residência universitária em 17 de dezembro de 1968.
Relembramos que hoje completam-se 43 anos da desocupação do mesmo conjunto residencial, ação realizada durante a Ditadura Militar, 4 dias após o AI-5, quando o CRUSP foi invadido pelo exército com tropas e tanques de guerra, e cerca de 800 estudantes moradores foram presos.

 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Acossado pela Casa Branca, Putin defende agora que a ONU condene a Síria

Durou pouco as bravatas do ex-burocrata restauracionista, Putin, contra a brutal ofensiva do imperialismo ianque na Ásia e Oriente. A Rússia que “lavou as mãos” covardemente na guerra de rapina imperial contra a Líbia, ameaçava impor algumas restrições ao cerco imposto a Síria e ao Irã, temerosa que a crescente influência militar e política ianque acabasse por “bater a sua porta”. Mas o “temor” de Putin acabou se confirmando antes mesmo do início das operações militares convencionais contra o Irã e Síria, ou seja, a Casa Branca tratou logo de fomentar uma “oposição democrática” doméstica no curso das eleições parlamentares fraudulentas. E não parou por aí, a dupla Obama e Hillary até já lançaram um candidato de “confiança” para as próximas eleições presidenciais russas, deixando sem sono o ex-agente da KGB que sonhava com a mesma “oposição comunista” de Ziuganov pronta para perder novamente.

O oportunista Putin que pouco antes denunciou o assassinato de Kadaffi como sendo uma operação das forças especiais ianques em território líbio, utilizando inclusive os temíveis Drones, agora propôs que o mesmo covil de bandidos (ONU) que autorizou a rapina no norte da África, imponha mais sanções econômicas a Síria. A proposta da Rússia apresentada no Conselho de Segurança da ONU, que também arrastou os burocratas chineses na mesma direção traidora, acabou sendo rechaçada pela França e Inglaterra que a consideraram “incompleta”. Acontece que as “potências” europeias são na verdade satélites militares do imperialismo ianque, apesar de tentarem passar a coloração política de uma “terceira via”. A “Inflexão” aparentemente repentina de Putin não nos causa estranheza, exatamente pelo caráter de classe do governo russo. Como marxistas revolucionários nunca nutrimos a menor ilusão nos “impulsos” anti-imperialistas do bloco dos BRICs, por se tratar de uma coalizão de países semicoloniais (incluindo os atuais ex-Estados operários), apesar da pujança de seus mercados. A centro-esquerda pequeno-burguesa, apologista da articulação dos BRICs como uma alternativa à hegemonia imperialista, é quem deve explicar a conduta de completa submissão destes países à ofensiva mundial do imperialismo.

Mas os regimes burgueses do Irã e Síria também “padecem do mesmo mal” da traição dos BRICs, não é demais lembrar que durante a agressão imperialista à nação irmã Líbia se mantiveram diplomaticamente “neutros”, ou melhor dizendo, fizeram o jogo sujo da OTAN. Agora, é a própria Síria que assiste os países “irmãos” se juntarem a Casa Branca para impor um governo títere em seu território. Assad sabe muito bem que na “hora H” não poderá contar com o efetivo apoio militar da Rússia e China, apesar de alguma demagogia de condenação inútil aos EUA. No Irã o regime nacionalista dos Aiatolás se prepara para um enfrentamento solitário contra uma ampla coalizão imperialista e seu gendarme de Israel.

A principal lição programática a ser abstraída pela classe operária mundial, diante do rufar dos tambores de guerra no Oriente e Ásia, é que a tarefa do verdadeiro internacionalismo e solidariedade ativa entre os povos, somente pode ser praticada por organizações revolucionárias, estejam a frente de estados ou não. As bravatas anti-imperialistas das burguesias nacionais e seus regimes se desfazem na medida de seus interesses de classe, necessariamente associados ao capital financeiro internacional. Cabe à vanguarda mais combativa e consciente do proletariado lutar incondicionalmente contra a guerra imperialista, como nos ensinou Lenin, o primeiro passo para a revolução socialista mundial.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Na “dança das cadeiras” da democracia dos ricos, PSOL perde vaga no Senado para Jader “Barbada”

O STF, com atraso de quase um ano, acaba de deferir a posse do ex-governador do Pará Jader Barbalho em sua vaga no Senado da República. Com a entrada de Jader, ocupando a segunda cadeira do estado do Pará no Senado, perde um assento na casa o PSOL que ocupou a vaga por quase um ano. A atual ex-senadora Marinor Brito foi a quarta mais votada no Pará, mas acabou assumindo o posto em função da impossibilidade de Jader (PMDB) e Paulo Rocha (PT), respectivamente segundo e terceiro mais votados, poderem tomar posse em virtude da chamada lei da “ficha limpa”. Revoltada, Marinor definiu assim a sentença da mais alta corte do país: “Não será uma decisão antipopular e reacionária do STF que nos afastará da luta pela ética na política”. O estranho é que meses atrás a “indignada” Marinor pensava justamente o contrário: “Confio plenamente na correção absoluta da mais alta justiça do meu país”. Para um partido como o PSOL, que se diz defender a “democracia radical”, soa meio esquisito querer “tungar” uma vaga no Senado através de uma candidata que ficou em quarto lugar na “preferência do voto popular”. Mas a verdade é que Marinor desfrutou por quase um ano de todos os privilégios da “casa” dos oligarcas mais corruptos da nação e agora “chora” por ter que lagar a “boquinha”. Jader “Barbada” como é conhecido por sua “nobre reputação” de articulador de negociatas estatais, sem dúvida alguma representará melhor as empreiteiras no Senado, mas a permanência de Marinor nesta “casa” tampouco acrescentaria alguma mudança na vida do povo pobre e trabalhador do Pará.

Agora o PSOL fica exclusivamente representado no Senado pelo “Sarneysista” Randolfe Rodrigues, eleito pelo estado do Amapá com o apoio de seu padrinho político. Como se pode aferir, o “impoluto” PSOL não está muito preocupado com a “ética” na política quando a questão está relacionada com defender seus postos no Parlamento burguês, neste caso impera a regra do “vale tudo” para os revisionistas envergonhados. O recente congresso do PSOL, que elegeu o deputado federal Ivan, o “terrível oportunista”, como presidente do partido, definiu cristalinamente a nova “abrangência” policlassista de sua política de alianças eleitorais. Nas palavras de seu novo presidente: “O PSOL tem vocação de poder”, faltou complementar, o “poder” de continuar praticando o cretinismo parlamentar mais rasteiro!

Já o parceiro do PSOL na “oposição de esquerda”, o PSTU, finge que nada ocorre no “bloco dos revisionistas” e continua insistindo na mesma política de aliança, denominada cinicamente de “frente classista”. Na realidade, tanto o PSOL como o PSTU comungam da mesma estratégia programática, da democracia burguesa como um “valor universal”, estabelecendo o corrompido Parlamento como o “santuário” da política oportunista que praticam. A classe operária enquanto mantiver ilusões em direções políticas do calibre do PSOL e seus “parceiros”, estará muito distante da estratégia da revolução proletária e da ditadura do proletariado, consideradas por estes “doutos senhores” adeptos da “modernidade” capitalista como verdadeiras peças do museu bolchevique.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Fecha-se o cerco ao corrupto Serra ameaçando o controle sobre a principal “cidadela” tucana

As próximas eleições municipais da cidade de São Paulo prometem ser decisivas não só para o futuro político da principal capital do país, mas fundamentalmente para a sobrevivência da oposição Demo-Tucana ao governo central da frente popular. O “inferno astral” do ex-governador José Serra e candidato derrotado à presidência começou quando fugiu do seu controle a iniciativa de fundar um novo partido, o PSD, levando o prefeito Kassab para os braços da base de apoio do governo Dilma. Depois da manobra frustrada, Serra teve que amargar a “vingança” do atual governador Alckmin que fechou as portas do PSDB para uma possível e arriscada candidatura à sucessão municipal. Agora veio o golpe de misericórdia para o tucano de “alta plumagem” com a liberação do livro “A privataria Tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro, onde denuncia com provas robustas os esquemas de corrupção das privatizações da era FHC & Serra.

A feroz luta intestina nas entranhas do maior partido de São Paulo, ameaça a sua hegemonia não só regional, mas os próprios rumos nacionais da debilitada oposição ao governo Dilma. Hoje a “cidadela” paulistana é o centro político da reação da classe média ao projeto de colaboração de classes representado pela frente popular. Com o terceiro orçamento do país, o PT está de “olho gordo” na possibilidade de retornar o controle de São Paulo, reforçando o cerco ao arquicorrupto Serra e atraindo para seu campo político tucanos como Alckmin e o próprio FHC. O lançamento do "prestigiado" Ministro da Educação Fernando Haddad à corrida municipal, além da “neutralização” do PSD e PMDB no confronto direto com o PT, foram movimentos fulminantes para projetar uma vitória eleitoral da frente popular na reacionária capital paulista.

O enorme reforço do prestígio de Lula, principalmente após o anúncio de sua enfermidade, somados aos elementos da larga expansão na economia nacional, indicam uma quase certa derrota dos tucanos e em particular do “capo” Serra nas próximas eleições. São Paulo foi transformada na última década no principal reduto de uma “elite” frustrada, que transborda preconceitos contra todo tipo de “minorias” ou maiorias silenciosas. Um possível triunfo petista dificilmente reverteria este quadro devido ao programa burguês e conservador da frente popular, além do seu arco de alianças com o mesmo perfil social do PSDB.

A alternativa política posta na mesa pela “oposição de esquerda” (PSOL e PSTU), através da candidatura de ocasião do deputado Ivan o “terrível” oportunista, não difere em muito programaticamente de Haddad, a não ser por matizes formais e sem conteúdo de classe. Como não existe a possibilidade de aproveitar a legalidade das eleições burguesas no quadro das atuais restrições do regime vigente, os marxistas revolucionários devem desde já iniciar uma ampla campanha de ação e denúncia do viciado processo eleitoral de cartas marcadas, onde ganhe quem ganhar, realmente quem perde sempre é a classe operária e a população oprimida.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Putin em xeque, sob a ameaça eleitoral de um yuppie indicado pela Casa Branca

A Casa Branca já escolheu um candidato, totalmente alinhado com suas posições de “ofensiva total sobre o leste”, para concorrer as próximas eleições presidenciais na Rússia. Trata-se do bilionário Mikhail Prokhorov, de 46 anos, cuja fortuna é estimada em US$ 18 bilhões pela revista Forbes, considerado o segundo homem mais rico da Rússia. Prokhorov é dono do time americano de basquete New Jersey Nets, diretor da Polyus Gold, uma das maiores mineradoras do país e presidente do grupo de investimentos globais Onexim. O yuppie Prokhorov disse que espera conquistar o apoio da classe média urbana russa, que era maioria esmagadora nas manifestações contra o governo Putin na semana passada.

Não é a primeira vez que o imperialismo ianque pretende se livrar dos ex-burocratas restauracionistas, como Putin, um antigo agente da “temida” KGB, na gerência do Estado burguês russo. Mikhail Khodorkovsky, que já foi o homem mais rico da Rússia, está preso desde 2003 pelas acusações de evasão de divisas e crimes de peculato, mas o seu “crime” mesmo foi ter anunciado sua intenção de desancar Putin. A diferença é que agora a Casa Branca, apoiada na ofensiva “Otanista” no front oriental, avalia que já pagou sua “dívida” com os ex-burocratas restauracionistas que ajudaram a liquidar as bases sociais do Estado Operário soviético. Prokhorov parece ser o homem “ungido” por Washington para adentrar em nova fase histórica, onde a Rússia se configuraria em um apêndice militar do Pentágono, já que do ponto de vista político desde a era Yeltsin o Kremlin vem seguindo a Casa Branca em seus passos de rapinas imperiais no planeta.

Como Trotsquistas que lutamos com nossas próprias vidas para defender a manutenção das conquistas da Revolução de Outubro, não nutrimos a menor simpatia política pelos bandos mafiosos restauracionistas que se instalaram no poder desde agosto de 1991. Mas não podemos aceitar a “punição” dos Putin e similares pelas mãos da ofensiva imperialista contra os povos. Se as últimas eleições parlamentares russas foram fraudadas, não é menos fraudulenta a operação política de Washington de impor candidatos mundo a fora a sua “imagem e semelhança”. A verdadeira “vingança” da história deverá ser protagonizada pelo proletariado do Leste Europeu, tendo a frente deste combate um genuíno partido revolucionário. Neste sentido chama a atenção a postura covarde do Partido Comunista da Federação Russa, em particular de sua atual liderança Zuganov, que se adequaram a ser mais uma coluna de sustentação do regime político bastardo e corrupto.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

XIII Encontro de Partidos Comunistas e Operários em Atenas: um “presente de grego” para o proletariado mundial!

Neste final de semana ocorreu em Atenas, sob a coordenação do KKE, o XIII Encontro de Partidos Comunistas e Operários, com o lema “O Socialismo é o futuro”. Participaram do fórum 78 organizações que se reivindicam stalinistas ou mesmo aquelas que romperam parcialmente com sua herança teórica, mas aplicam até nossos dias sua nefasta política de colaboração de classes. Um bom exemplo do caráter oportunista do “encontro” é a própria delegação brasileira, representada ao mesmo tempo pelo PCB e o PCdoB. Enquanto o primeiro se proclama parte da “oposição de esquerda” ao governo Dilma e defende a Síria contra a agressão imperialista, o segundo é um dos pilares de sustentação da gestão burguesa da frente popular, apoiador servil da ofensiva da Casa Branca no Oriente Médio! Por aí se tem a dimensão da “unidade programática” que alicerça o encontro desses “comunistas do Século XXI”! Entretanto, é a política adotada pelo próprio anfitrião do encontro em meio à convulsão social por que atravessa a Grécia que revela cristalinamente o fato do “encontro” carecer da mais elementar estratégia de defesa da vigência da revolução proletária e do socialismo. Sob a direção de sua secretária-geral e dirigente da bancada parlamentar, Aleka Papariga, o partido tem sido um verdadeiro freio a que o proletariado grego construa uma alternativa de poder revolucionário frente à crise capitalista. Daí está explicado porque o fórum aponte que o “Socialismo é o futuro”... já que para os nossos dias a política do KKE e dos “comunistas” é de literalmente sabotar a ruptura com a ordem burguesa através da defesa da revolução proletária como única saída progressista para a humanidade frente à barbárie capitalista que assola o planeta.

O mais recente capítulo desta política nefasta foi a convocação no último dia 01/12 pelo KKE e seu braço sindical, a PAME, de uma “greve geral” de apenas um dia para mais uma vez pressionar o parlamento burguês a votar contra o plano de ajuste apresentado pelo governo da coalizão Nova Democracia-Pasok, liderado pelo primeiro-ministro “tecnocrata” Lucas Papademos. A orientação suicida de limitar as mobilizações operárias ao “lobby de massas” já havia sido levada adiante durante todo o governo Papandreu (Pasok). As seguidas derrotas do movimento de massas vêm sendo produto direto dessa política que centraliza suas ações sob a pressão as instituições do regime com fachada democrática e não dirige a mobilização com o eixo político da derrubada do governo burguês de plantão, na perspectiva da construção de uma alternativa de poder operário. Como produto dessa política, recentemente o KKE assumiu a condição de polícia para proteger o parlamento contra os anarquistas e setores mais radicalizados das marchas de protesto, taxando-os de “provocadores”, sendo por isso elogiado pelas forças de direita governamentais pela sua “responsabilidade” e “espírito cívico”! Ainda que os anarquistas caminhem pela mesma senda de “reforma” do Estado burguês apregoada pelo KKE, apenas “radicalizando na forma”, a conduta dos “comunistas” revela que estes são fiéis bombeiros frente ao aprofundamento da crise do regime capitalista. Essa conduta escandalosa do KKE tem levado inclusive ao fortalecimento da direita. A chamada “Nova Democracia”, o tradicional partido de direita grego, agora voltou ao governo nacional depois de ganhar a simpatia popular justamente por votar várias vezes ao lado dos deputados “comunistas” do KKE contra os pacotes da gestão socialdemocrata do Pasok. Os “comunistas” longe de publicitarem a necessidade da ocupação de fábricas/bancos e de impulsionar a constituição de comitês de autodefesa para enfrentar a repressão estatal, tem feito justamente o contrário, se limitado a convocar greves de 24 horas pacíficas e a defender as instituições do regime!

Como “alternativa” para a crise do país, o KKE aponta “que uma forte aliança popular seja formada por trabalhadores, auto-empregados na cidade e zonas rurais, juventude, mulheres para o derrube do poder dos monopólios, retirada da UE com poder do povo”. A saída da Grécia do Euro trata-se de uma solução política completamente distracionista para a verdadeira questão de fundo que nem os “comunistas” querem abordar, ou seja, a ruptura radical com o capital financeiro pela via revolucionária e não simplesmente com a “zona do Euro”. Depois de negar-se a chamar a derrubada do governo burguês do Pasok, agora frente à gestão de unidade nacional controlada pela direita, o KKE apresenta como proposta a “retirada da UE”. Não por acaso, tal medida protecionista, que a frágil burguesia grega até poderia chegar a recorrer desesperadamente, tem a simpatia de setores da própria direita nacional. A entrada da Grécia na chamada zona do Euro a colocou em um colapso previamente anunciado. A única “saída possível” para a burguesia grega seria a renúncia ao Euro e o rompimento com o receituário draconiano da troika, mas isso é impossível no marco estatal de uma classe dominante associada às burguesias imperialistas europeias, em especial a alemã e francesa, que se beneficiam das exportações primárias da Grécia e principalmente da jogatina especulativa de que o país é refém. Em resumo, diante da covardia da burguesia nativa, o KKE assume a defesa da tarefa... dando-lhe uma maquiagem de esquerda, mas sem questionar em nenhum momento o próprio poder burguês!

A partir do exemplo da política levada adiante pelo KKE percebe-se que as próprias resoluções políticas do “Encontro dos Partidos Comunistas” são um verdadeiro “presente de grego” para o proletariado mundial! Essa articulação oportunista não serve para a emancipação dos trabalhadores do jugo capitalista. O que os explorados precisam é reconstruir uma autêntica Internacional Comunista para lutar pela conquista do poder político para as massas trabalhadoras e pela ditadura do proletariado como foi a III Internacional conduzida por Lenin e Trotsky. Esta difícil tarefa está nas mãos daqueles que defendem a reconstrução de sua sucessora programática, a IV Internacional e não dos partidos “comunistas” em sua maioria hoje convertidos a guardiões da ordem capitalista!

domingo, 11 de dezembro de 2011

“A privataria tucana” e a cumplicidade Lulista

Finalmente, após uma dura batalha judicial foi lançado o livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr, “A privataria tucana”. Amaury Jr acabou virando um personagem importante das últimas eleições presidenciais, por conta do anúncio de sua obra onde denunciava os esquemas de lavagem de dinheiro obtidos com as privatizações realizadas no governo de FHC. No seu livro, Amaury revela que o ex-governador José Serra era o operador central da lavagem do dinheiro da “privataria” tucana, o que lhe rendeu em plena campanha eleitoral do ano passado um indiciamento da Polícia Federal petista e a proibição do lançamento de seu livro na ocasião. Agora toda a “blogsfera” de “esquerda” tem dado ampla cobertura ao sério trabalho investigativo do jornalista mineiro, com o claro objetivo de sepultar de vez a figura sinistra do arquicorrupto Serra, ainda mais neste momento onde sua rejeição política consegue atingir todos os recordes de impopularidade.

Agora, o que a “blogsfera” chapa branca não diz é que a gestão da frente popular não só deu continuidade à política neoliberal das privatizações, como também encobriu, política e juridicamente, todas as maracutaias tucanas, para preservar sua influência no seio do imperialismo, patrono da estratégia de debilitar o Estado burguês nacional. Estamos assistindo um verdadeiro “show” de privatizações de nossos aeroportos em pleno governo Dilma, tudo para atender os investimentos estrangeiros no meganegócio da Copa do Mundo e das olimpíadas. E como esquecer a privatização dos bancos estaduais, como o BEC, chancelada na gerência do “operário” Lula que se dizia contra a entrega das empresas estatais ao capital financeiro. O caso emblemático da “doação” ilegal da Vale por um preço simbólico não foi revertido pelas gestões petistas, que optou por indicar um presidente na ex-gigante estatal do minério, alinhado com a política de “favorecer” os novos parceiros da burguesia, como o biliardário Eike Batista.

Como marxistas revolucionários não somos partidários do “estatismo” de uma forma geral e abstrata. Não consideramos as empresas ainda sob controle do Estado burguês, como a Petrobras e o Banco do Brasil, por exemplo, como “empresas públicas” a serviço do país. As empresas estatais, sob um regime capitalista servem à acumulação geral da burguesia, e isto independe do matiz político do governo de plantão. Se as privatizações favorecem a determinados clãs da oligarquia (como os Jeressati na geração FHC ou os Batista na era Lula), azeitando a penetração do capital internacional no Brasil, por contrapartida à manutenção da maioria das estatais no atual “modelo”, como defendem os “nacionalistas de esquerda”, serve ao fortalecimento da burguesia “tupiniquim”, sócia menor das corporações imperialistas.

Somente o efetivo controle operário das empresas estatais poderá representar um elemento progressivo e transicional para a efetiva tomada do poder de toda a produção pela classe operária. Qualquer tentativa de apresentar empresas “ocupadas” sob uma gestão cooperativa, como sendo o verdadeiro controle operário da produção não passa de uma fraude política e programática. Casos como as fábricas Flaskô no Brasil e a Zanon na Argentina são um exemplo da farsa de cooperativismo, na qual os revisionistas (Alan Woods e PTS) insistem em chamar de “empresas sob controle operário”. No marco de uma economia regida pela lei do valor, o controle operário de uma indústria ou empresa capitalista só poderá ocorrer em um breve lapso de tempo e ainda mais no marco de uma crise revolucionária geral da sociedade. A defesa da estatização sob controle operário e a própria denúncia política das privatizações sob encomenda do imperialismo, devem estar necessariamente “coladas” ao programa da revolução socialista e da ditadura do proletariado, caso contrário não passarão de demagogia nacionalista burguesa ou retórica revisionista.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O “acordão” comercial que prevaleceu nas finais do Campeonato Brasileiro de futebol e a trajetória de vida do “Doutor Sócrates”, dois paradigmas opostos do esporte nacional

O desfecho do Campeonato Brasileiro da primeira divisão ocorrida neste último domingo foi o corolário da manipulação dos resultados das partidas, mecanismo cada vez mais intrínseco ao funcionamento do bilionário futebol profissional. Apesar do pretenso equilíbrio da competição, sendo a “decisão” levada para a última rodada, tanto pelo título de campeão como na fuga do rebaixamento, não resta a menor dúvida que o destino de quem seria o campeão e quem amargaria o rebaixamento para a segunda divisão já estava traçado. O empate acertado entre Vasco e Flamengo garantiu ao rubro negro sua vaga (e sua cota milionária junto à Globo) na Libertadores, com o time cruzmaltino não ameaçando o título previamente “combinado” para ser do Corinthians, que apenas empatou com o Palmeiras, este antecipadamente confirmado na “Sul Americana”. Já o Cruzeiro comprou a goleada homérica sobre o Atlético Mineiro se livrando do “rebaixamento”, negociata que foi denunciada pela enfurecida torcida do “Galo”. O campeonato conquistado pelo Corinthians, portanto, não foi fruto simplesmente da qualidade futebolística da equipe, mas da combinação entre os interesses de grandes empresários e o grande peso político de sua diretoria, na CBF comandada pelo mafioso Ricardo Teixeira. Vale lembrar que o presidente do Corinthians, Andrés Sanches, foi confirmado pela entidade, na véspera da decisão do título do brasileirão da “Série A”, como o novo diretor de seleções da entidade.

A praticamente dois anos da Copa do Mundo de Futebol a ser realizada no país, o cargo de Andrés na CBF é um dos mais importantes, já que negociará desde os contratos da seleção até a taxa (“jabá”) que tradicionalmente os empresários pagam para conseguir (comprar) a convocação de seus jogadores, principalmente os de baixa qualidade técnica, um mecanismo de especulação para valorizar vertiginosamente o valor no mercado de contratações voltado para a Europa. O prestígio do presidente do Corinthians na CBF já lhe rendeu a construção de um estádio bancado integralmente pelo dinheiro público, o “Itaquerão”, onde será realizada a partida de abertura da Copa do Mundo 2014. Essa ascensão de Andrés na máquina da CBF não decorre do fato de presidir o clube de maior torcida no país, mas do seu know how nos esquemas envolvendo grandes empresários, o governo da frente popular e especuladores que utilizam o futebol como meio para lavar dinheiro, sonegação fiscal e toda a sorte de falcatrua. Outro aspecto importante é que com os holofotes sobre o carbonizado Ricardo Teixeira, nada melhor que um nome associado a um time de massa, ligado ao ex-presidente Lula e com desenvoltura mafiosa para auxiliar o cartola da CBF a alavancar os negócios (desvios) nas transações “comerciais”, envolvendo essa verdadeira galinha dos ovos de ouro, a Copa do Mundo.

Nesse sentido, nada melhor que um título de campeão brasileiro para aumentar o apoio popular ao dirigente corintiano, cacifando-o ainda para assumir o posto de braço direito do arquimafioso Ricardo Teixeira. A coincidência trágica de tudo isso foi a morte do “Doutor Sócrates”, o maior jogador da história do Corinthians, ocorrida no mesmo dia em que o clube “conquistava” de forma fraudulenta o campeonato brasileiro. O “Doutor”, como era chamado por ser formado em medicina, representava o futebol arte não apenas por seu alto nível técnico e inteligência, mas por combater exatamente a manipulação do futebol pela burguesia. Foi assim que participou ativamente do movimento democrático burguês pelas “Diretas Já” em 84 e criou a chamada “Democracia Corintiana”, organismo dos jogadores pelo qual decidiam através do voto desde a renovação e contração de jogadores até os horários dos treinamentos e o fim do confinamento (as concentrações). Destoando do estereótipo dos jogadores de futebol, alienados e despolitizados, Sócrates acompanhava e se posicionava diante de importantes fatos da luta de classes, apesar das limitações políticas e programáticas da esquerda reformista na qual se referenciava. Um bom exemplo que marcou essa trajetória foi a inquebrantável posição de defesa incondicional do Estado operário cubano, reafirmada com todo vigor em sua última entrevista no programa da jornalista Marília Gabriela no SBT que foi ao ar no dia 26/10, assim como a denúncia do assassinato de Kadaffi pela OTAN na Líbia.

O Corinthians, assim como o futebol brasileiro num todo, presenciou neste final de semana, diferentes situações, dois paradigmas diametralmente antagônicos. De um lado, em pleno apogeu, o pacto empresarial que determinou o farsesco campeonato para o clube paulista como consequência da completa apropriação desta importante manifestação da cultura corporal do nosso povo pelo grande capital, transformando-a em mercadoria e instrumento dos interesses capitalistas. Do outro, desgraçadamente em agonia, os que lutam contra essas forças reacionárias e alienantes do futebol, tendo a convicção, assim como tinha o “Doutor Sócrates”, da necessidade da abolição do modo de produção capitalista através da revolução como a única forma de garantir a emancipação de toda atividade criativa da humanidade.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Com “sede de sangue”, Hillary organiza oposição “democrática” pró-imperialista para pressionar Putin

Hillary Clinton, a mesma víbora sinistra que sorriu eufórica quando foi informada que a OTAN e seus “rebeldes” mercenários haviam assassinado brutalmente Kadaffi na Líbia, vem dando declarações durante toda a semana condenando o governo russo por patrocinar suposta fraude nas eleições parlamentares para a Duma realizadas no último domingo, 04 de dezembro. Segundo a Secretária do Departamento de Estado do imperialismo ianque, “as eleições na Rússia não foram livres nem justas”. Ela apoiou publicamente as manifestações em Moscou promovidas pela oposição “democrática” pró-imperialista fomentada por milhões de dólares recebidos da Casa Branca para ampliar sua bancada parlamentar e se credenciar como alternativa eleitoral para as eleições presidenciais de 2012. Os resultados divulgados pelas autoridades eleitorais indicam que o partido Rússia Unida, de Putin e de Medvedev, perdeu 77 cadeiras, apesar de ainda manter uma ligeira maioria no Parlamento.

Cerca de mil pessoas foram presas em Moscou em três dias de protestos e novas manifestações foram convocadas para o sábado, 10/12, via Facebook, ferramenta tecnológica que a CIA vem usando para organizar provocações. Gorbachev, o velho ícone da restauração capitalista da URSS, foi escalado por Hillary para prestar novamente seu serviço sujo e saudou o “movimento”, declarando que o governo deve anular os resultados e convocar uma nova eleição. No mesmo tom, em declarações em uma coletiva de imprensa na macabra sede da OTAN, em Bruxelas, a víbora disse nutrir “sérias preocupações” com a conduta das autoridades russas durante o pleito e reforçou a simpatia dos EUA “aos direitos e aspirações do povo russo”, recorrendo ao mesmo script que o imperialismo vem usando no Oriente Médio para fomentar a desestabilização dos regimes nacionalistas burgueses que tem fricções com as potências capitalistas ocidentais, tudo em nome da defesa “democracia” ocidental e dos “direitos humanos”!

Está claro que essa ofensiva política contra Putin está voltada a neutralizar seu governo diante da investida da Casa Branca contra o Irã e a Síria. Ao pressionar Putin, via uma oposição interna, Obama deseja que a Rússia recue em seu apoio militar a esses dois países, medida fundamental para que o imperialismo possa impor seus interesses na região. A Rússia tem uma base militar na Síria, porta-aviões estacionados na costa do país além de ser parceira estratégica do programa nuclear iraniano. Ademais, se opõe parcialmente a criação do sistema de defesa antimíssil para Europa controlado pela OTAN, voltado justamente para neutralizar qualquer reação militar russa a uma possível agressão imperialista. De barbas de molho diante da “transição democrática” conservadora em curso no Oriente Médio, depois de ter vergonhosamente avalizado a agressão imperialista a Líbia na ONU, o primeiro-ministro russo acusou os manifestantes ligados a grupos de direita de agirem “de acordo com um cenário bem conhecido e com seus próprios interesses políticos mercenários” arrematando que “É inaceitável que dinheiro estrangeiro esteja sendo injetado no processo eleitoral russo”. Segundo ele, Hillary “autorizou certos ativistas no interior do país, deu um sinal. Eles receberam o sinal e, com o apoio do Departamento de Estado, começaram a trabalhar ativamente”. Por fim Putin afirmou: “Precisamos pensar em formas de defender nossa soberania da interferência vinda do exterior”.

Está colocado para o proletariado mundial e, particularmente, para os trabalhadores das ex-repúblicas soviéticas rechaçarem as provocações de Hillary e as ameaças da OTAN, do imperialismo ianque e europeu contra a Rússia. Apesar de não depositarmos qualquer confiança no governo burguês do ex-burocrata Putin-Medvedev, cuja conduta está voltada a defender os interesses da nascente burguesia russa, as fricções com a Casa Branca objetivamente representam um obstáculo à expansão guerreirista da OTAN na região. Nesse sentido, os revolucionários devem denunciar as manifestações dos grupos pró-imperialistas e seu caráter contrarrevolucionário, voltado a fazer na Rússia uma “transição democrática” conservadora aos moldes da que vem sendo operada no Oriente Médio. Opomos-nos pelo vértice à política dos grupos revisionistas como a LIT, que depois de saudarem a farsesca “revolução árabe” agora apoiam as manifestações da direita russa assim como festejaram as “revoluções das cores” na Ucrânia, Geórgia, Quirguistão em 2005. Tais “revoluções” nada mais eram que a segunda etapa da restauração capitalista em curso nas antigas repúblicas soviéticas, hoje convertidas a países capitalistas atrasados semicoloniais, quando o imperialismo ianque e europeu impuseram títeres nos governos que ainda estavam sob a influência do Kremlin e mantinham relações políticas e econômicas privilegiadas com a Rússia. Agora, a principal república da antiga URSS é a bola da vez da reacionária ofensiva do imperialismo, que tomou grande impulso com a derrubada do regime Kadaffi pela OTAN, tendo o “bastardo” restauracionista Putin como o “adversário” indesejado a ser removido do poder.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

As novas “tecnologias da informação” a serviço dos monopólios capitalistas: a “campana” cibernética contra militantes anti-imperialistas

Hoje em dia uma questão extremamente vital é pouco analisada, quer na “blogsfera” quer em nível da elaboração programática da esquerda: o desenvolvimento desenfreado da rede de comunicações internacional (internet) após a queda da URSS e o retrocesso ideológico que se seguiu. Por se tratar de um “objeto” de consumo de massa, de um modismo quase irracional, criticá-la beira à heresia, uma vez que tudo praticamente funciona em torno desta rede, a qual molda e difunde hábitos e padrões de comportamento. Mas a “indústria” da informação, ao contrário do que a pequena burguesia apregoa, não tem como princípio a liberdade de expressão porque está precisamente concentrada nas mãos de um pequeno punhado de capitalistas em nível mundial e estes associados incontinenti aos aparelhos de informação do Estado burguês e seu aparato repressivo.

A intercepção de informações é a característica básica dos novos tempos da internet. E, claro, a fonte irradiadora desta realidade concentra-se no coração do monstro imperialista, os EUA, onde existe a chamada Agência de Segurança Nacional (ASN) que se ramifica em mais outras 16 agências menores responsáveis pela captura e análise da informação por qualquer meio de comunicação. A ASN localiza-se em Fort Meade (Maryland) e é dirigida pelo Grupo de Segurança Naval dos EUA e pelos serviços de espionagem da Força Aérea, cujo complexo apóia-se numa rede planetária de satélites espiões que pode processar uma gama quase infindável de dados.

O cerco à internet após o 11 de Setembro de 2001 recrudesceu com a fascista “Lei Patriota” que concedeu à ASN plenos poderes para espionar a navegação e e-mails em todo o mundo, inclusive em seu próprio território (antes havia restrições jurídicas) como produto da sanha “antiterrorista” do império. O aperfeiçoamento tecnológico facilitou a edificação de uma poderosa base de dados em nível mundial num sistema complicadíssimo denominado de “Total Information Awareness” (conhecimento total da informação) que tem a capacidade de armazenar vídeos, fotos, ligações telefônicas e parâmetros biométricos de “alvos” que contrariem interesses das grandes corporações e assim persegui-lo. Quer dizer, quanto mais complexa e desenvolvida a tecnologia de informação, paradoxalmente maior é o controle social da mesma por mais que as organizações e partidos políticos de “esquerda”, adaptados ao regime da democracia dos ricos tentem afirmar o contrário.

Empresas do “quilate” da Microsoft, Google, Sony, Apple etc. etc. podem controlar indiscriminadamente telefones celulares, computadores, “tablets” através de softwares e hardwares por eles fabricados. Basta enviar “trojans” em anexos de e-mails ou simplesmente inserir “scripts” maliciosos escondidos em um site muito visitado (as redes sociais, por exemplo!). Ou então, com um minúsculo “chip” inserido na placa mãe dos aparelhos (computadores, celulares), as empresas, o Estado burguês pode gravar tudo o que é digitado, “ligar” remotamente telefones celulares como um “microfone” sem que o proprietário perceba, mesmo que não efetue nenhuma ligação, acionar webcams para espionar um “alvo” em tempo real, localizar via satélite pessoas por suas características biométricas. Isto se agrava ainda mais em se tratando da indústria bélica que tem a tecnologia controlada a mão de ferro pela matriz imperialista que utiliza aviões de ataque não-tripulados computadorizados. São os “Reapers” (ceifadores de vida) que arrasaram recentemente a Líbia e hoje são usados para assassinar os dirigentes das FARC nas selvas colombianas e futuramente numa guerra contra o Irã. Ninguém, a não ser os EUA, por exemplo, tem o domínio de como funcionam estes aparelhos, que durante a “guerra fria” tinha o contraponto militar e tecnológico a ex-URSS.

Este imenso e vasto poder tecnológico concentrado nas mãos de um punhado de capitalistas está voltado para a destruição das forças produtivas da humanidade. É uma profunda ilusão no regime “democrático” acreditar que a tecnologia da informação materializada na internet e em outras mídias eletrônicas signifique “liberdade de expressão”. Nada disso. Trata-se de um gigantesco banco de dados referentes ao conhecimento humano ao qual somente o imperialismo tem acesso total e controle. Neste sentido, os “Facebook”, os “Twitters” nada têm de independentes, basta que o capitalista dono do meio de produção “puxe o plug da tomada” e desligue o provedor em que o serviço está hospedado para pôr fim a tão propalada “liberdade” cibernética. A tecnologia da informação a serviço do bem-estar da humanidade só será possível através da tomada do poder da burguesia através revolução proletária, a qual imporá um novo modo de produção, o socialismo.