“Sangrando” há dois meses, Lupi deixa o governo para a alegria do PT
A “sangria” do ex-Ministro do Trabalho Carlos Lupi, presidente de “honra” do PDT, foi a mais longa de todas as seis demissões ocorridas sob as denúncias de corrupção na gestão de Dilma Rousseff. O “bufão” Lupi resistiu até onde pôde a uma saraivada de denúncias que não dava trégua há cerca de dois meses na imprensa “murdochiana”, mas a sentença negativa dada pela comissão de ética da presidência da república foi o “tiro de misericórdia” que faltava para a sua demissão . Em um primeiro momento Dilma resolveu bancar a permanência de Lupi no governo, passando por cima das pressões da mídia opositora, temia que a demissão de ministros deixasse de ser uma atribuição da presidência. Neste interregno, mesmo blindado por Dilma, Lupi também foi alvo de setores do PT e da CUT que aliados aos descontentes do próprio PDT, pretendiam se apossar das gordas verbas do FAT, que estão sob o guarda-chuva do Ministro do Trabalho.
Saciada temporariamente em sua sede de “sangue” ministerial, os principais órgãos “murdochianos” saíram a comemorar a saída de Lupi, buscando um alinhamento tático com Dilma, muito bem colocada nas pesquisas de opinião pública. A “Folha de São Paulo” chegou a “nomear” a presidenta como a “serial killer” dos corruptos, após a “suada” demissão de Lupi. Dilma, ex-companheira de Lupi no PDT, está capitalizando politicamente a queda consecutiva dos ministros, conformando uma equipe de governo mais “formatada” às exigências do capital financeiro e do imperialismo ianque. A sequência de troca-troca em apenas um ano de governo acabou fortalecendo a falsa imagem de uma presidente em plena “cruzada contra a corrupção”, atraindo setores dos demo-tucanos para o seu próprio campo político, como o prefeito Kassab e até o ex-presidente FHC.
Mas o elemento fundamental para o êxito político da governabilidade de Dilma, mesmo após o “cai-cai” dos ministros, é a ausência da reação organizada do movimento de massas diante do “mar de lama” em que está imersa a frente popular. A “oposição de esquerda” que continua a lançar seus vaticínios mais catastrofistas acerca da “crise mundial”, mostrou-se completamente impotente em combater a corrupção, inerente ao Estado burguês, no plano da ação direta e revolucionária do proletariado. Agora só nos resta aguardar a próxima denúncia de corrupção ministerial, provocada segundo os interesses da mídia “murdochiana”, representante dos “barões” mais corruptos da vida nacional, para que Dilma habilmente conduza a situação da mesma maneira que as anteriores.
O PDT já anunciou que continua na base do governo com ou sem ministério, não há outra alternativa para os neobrizolistas sem programa. A classe operária deve se preparar para em breve enfrentar uma administração cutista a frente do ministério do trabalho. Os pelegos “chapa branca” da CUT devem engordar ainda mais suas poupanças pessoais, aproximando para sua órbita inclusive os “opositores” da CONLUTAS. A tarefa colocada para a vanguarda classista, neste momento de completa cooptação de todas as “centrais”, é a construção das oposições sindicais combativas.