Putin em xeque, sob a ameaça eleitoral de um yuppie indicado pela Casa Branca
A Casa Branca já escolheu um candidato, totalmente alinhado com suas posições de “ofensiva total sobre o leste”, para concorrer as próximas eleições presidenciais na Rússia. Trata-se do bilionário Mikhail Prokhorov, de 46 anos, cuja fortuna é estimada em US$ 18 bilhões pela revista Forbes, considerado o segundo homem mais rico da Rússia. Prokhorov é dono do time americano de basquete New Jersey Nets, diretor da Polyus Gold, uma das maiores mineradoras do país e presidente do grupo de investimentos globais Onexim. O yuppie Prokhorov disse que espera conquistar o apoio da classe média urbana russa, que era maioria esmagadora nas manifestações contra o governo Putin na semana passada.
Não é a primeira vez que o imperialismo ianque pretende se livrar dos ex-burocratas restauracionistas, como Putin, um antigo agente da “temida” KGB, na gerência do Estado burguês russo. Mikhail Khodorkovsky, que já foi o homem mais rico da Rússia, está preso desde 2003 pelas acusações de evasão de divisas e crimes de peculato, mas o seu “crime” mesmo foi ter anunciado sua intenção de desancar Putin. A diferença é que agora a Casa Branca, apoiada na ofensiva “Otanista” no front oriental, avalia que já pagou sua “dívida” com os ex-burocratas restauracionistas que ajudaram a liquidar as bases sociais do Estado Operário soviético. Prokhorov parece ser o homem “ungido” por Washington para adentrar em nova fase histórica, onde a Rússia se configuraria em um apêndice militar do Pentágono, já que do ponto de vista político desde a era Yeltsin o Kremlin vem seguindo a Casa Branca em seus passos de rapinas imperiais no planeta.
Como Trotsquistas que lutamos com nossas próprias vidas para defender a manutenção das conquistas da Revolução de Outubro, não nutrimos a menor simpatia política pelos bandos mafiosos restauracionistas que se instalaram no poder desde agosto de 1991. Mas não podemos aceitar a “punição” dos Putin e similares pelas mãos da ofensiva imperialista contra os povos. Se as últimas eleições parlamentares russas foram fraudadas, não é menos fraudulenta a operação política de Washington de impor candidatos mundo a fora a sua “imagem e semelhança”. A verdadeira “vingança” da história deverá ser protagonizada pelo proletariado do Leste Europeu, tendo a frente deste combate um genuíno partido revolucionário. Neste sentido chama a atenção a postura covarde do Partido Comunista da Federação Russa, em particular de sua atual liderança Zuganov, que se adequaram a ser mais uma coluna de sustentação do regime político bastardo e corrupto.