Fecha-se o cerco ao corrupto Serra ameaçando o controle sobre a principal “cidadela” tucana
As próximas eleições municipais da cidade de São Paulo prometem ser decisivas não só para o futuro político da principal capital do país, mas fundamentalmente para a sobrevivência da oposição Demo-Tucana ao governo central da frente popular. O “inferno astral” do ex-governador José Serra e candidato derrotado à presidência começou quando fugiu do seu controle a iniciativa de fundar um novo partido, o PSD, levando o prefeito Kassab para os braços da base de apoio do governo Dilma. Depois da manobra frustrada, Serra teve que amargar a “vingança” do atual governador Alckmin que fechou as portas do PSDB para uma possível e arriscada candidatura à sucessão municipal. Agora veio o golpe de misericórdia para o tucano de “alta plumagem” com a liberação do livro “A privataria Tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro, onde denuncia com provas robustas os esquemas de corrupção das privatizações da era FHC & Serra.
A feroz luta intestina nas entranhas do maior partido de São Paulo, ameaça a sua hegemonia não só regional, mas os próprios rumos nacionais da debilitada oposição ao governo Dilma. Hoje a “cidadela” paulistana é o centro político da reação da classe média ao projeto de colaboração de classes representado pela frente popular. Com o terceiro orçamento do país, o PT está de “olho gordo” na possibilidade de retornar o controle de São Paulo, reforçando o cerco ao arquicorrupto Serra e atraindo para seu campo político tucanos como Alckmin e o próprio FHC. O lançamento do "prestigiado" Ministro da Educação Fernando Haddad à corrida municipal, além da “neutralização” do PSD e PMDB no confronto direto com o PT, foram movimentos fulminantes para projetar uma vitória eleitoral da frente popular na reacionária capital paulista.
O enorme reforço do prestígio de Lula, principalmente após o anúncio de sua enfermidade, somados aos elementos da larga expansão na economia nacional, indicam uma quase certa derrota dos tucanos e em particular do “capo” Serra nas próximas eleições. São Paulo foi transformada na última década no principal reduto de uma “elite” frustrada, que transborda preconceitos contra todo tipo de “minorias” ou maiorias silenciosas. Um possível triunfo petista dificilmente reverteria este quadro devido ao programa burguês e conservador da frente popular, além do seu arco de alianças com o mesmo perfil social do PSDB.
A alternativa política posta na mesa pela “oposição de esquerda” (PSOL e PSTU), através da candidatura de ocasião do deputado Ivan o “terrível” oportunista, não difere em muito programaticamente de Haddad, a não ser por matizes formais e sem conteúdo de classe. Como não existe a possibilidade de aproveitar a legalidade das eleições burguesas no quadro das atuais restrições do regime vigente, os marxistas revolucionários devem desde já iniciar uma ampla campanha de ação e denúncia do viciado processo eleitoral de cartas marcadas, onde ganhe quem ganhar, realmente quem perde sempre é a classe operária e a população oprimida.