Mídia “murdochiana” a serviço da FIESP faz estardalhaço com a taxa de crescimento do PIB nacional
Quem não se lembra da Miriam “porcão” da Globo News e do Paulo Francini da FIESP literalmente chorarem ao vivo em um programa de entrevistas, em 2008, dizendo que a economia do país iria colapsar, gerando falências das principais empresas “nacionais”. Somente muito tolos ou idiotas “úteis” poderiam ter acreditado naquela encenação canastresca a serviço da FIESP arrancar mais subsídios “generosos” do governo da frente popular. Como parece que deu certo, agora a estória se repete e o fantasma da “catástrofe” mundial volta a ser alentado. Desta vez a mídia tenta fazer um “carnaval” fora de época com o anúncio do PIB, referente ao crescimento “zero” do terceiro trimestre do ano corrente. As manchetes dos principais jornais de hoje (06/12) alardeiam uma estagnação do PIB em comparação com os três meses anteriores, só que intencionalmente “esquecem” de mencionar que se comparado ao mesmo período do ano de 2010 o PIB evoluiu 2,1%, ou seja, um crescimento substantivo em tempos tão “bicudos”. Mesmo com o pífio resultado do trimestre, o PIB acumula no ano um índice positivo de 3,1%, ou seja, se não é um crescimento a “la chinesa”, pelo menos está muito distante da “catástrofe” econômica veiculada pela FIESP.
Na verdade, o chamado “PIG” atua em várias frentes, mas a principal é sem dúvida a econômica. Como o governo da frente popular é totalmente subordinado aos interesses do capital financeiro, que sempre preconizou a velha dieta monetarista da redução orçamentária para o pagamento dos serviços da dívida pública, a burguesia industrial, encastelada na FIESP, exerce sua “contrapressão” através dos seus tradicionais estafetas como a “Folha” e o “Estadão”. A “boa saúde” da economia brasileira, ancorada na exportação das commodities, está diretamente relacionada à divisão internacional dos mercados, que neste momento favorece ao bloco dos BRICs, em função da retração das economias imperialistas. A receita neoliberal, levada a cabo por Lula e agora Dilma, comprimindo os salários e liberando crédito, representa um entrave “natural” para um crescimento maior da poupança nacional e, por consequência, de um forte mercado interno. Para “compensar” a falta de expansão de nossos limitados horizontes econômicos, o governo petista “sentado” na lucratividade do agronegócio e nas exportações de minérios, acaba por “subsidiar” a burguesia industrial, que não para de “chorar” miséria o ano todo.
A classe trabalhadora não deve apoiar a pugna de um setor da burguesia contra outro, tampouco deve adotar as teses do “catastrofismo” econômico como sendo um programa político “radical”, como pretende a esquerda revisionista. Se não estamos à beira do “colapso final” como prega a FIESP, PCO e PSTU, também não temos motivos para “comemorar” com a frente popular o êxito da suposta estabilidade social que só favorece aos patrões e à oligarquia dominante. É urgente organizar uma ampla campanha política de massas para postular um verdadeiro programa de reivindicações transitórias da classe operária, completamente distinto das atuais “campanhas salariais”, organizadas pela burocracia “chapa branca”, que sequer reivindicam a reposição plena das perdas históricas.