Com “sede de sangue”, Hillary organiza oposição “democrática” pró-imperialista para pressionar Putin
Hillary Clinton, a mesma víbora sinistra que sorriu eufórica quando foi informada que a OTAN e seus “rebeldes” mercenários haviam assassinado brutalmente Kadaffi na Líbia, vem dando declarações durante toda a semana condenando o governo russo por patrocinar suposta fraude nas eleições parlamentares para a Duma realizadas no último domingo, 04 de dezembro. Segundo a Secretária do Departamento de Estado do imperialismo ianque, “as eleições na Rússia não foram livres nem justas”. Ela apoiou publicamente as manifestações em Moscou promovidas pela oposição “democrática” pró-imperialista fomentada por milhões de dólares recebidos da Casa Branca para ampliar sua bancada parlamentar e se credenciar como alternativa eleitoral para as eleições presidenciais de 2012. Os resultados divulgados pelas autoridades eleitorais indicam que o partido Rússia Unida, de Putin e de Medvedev, perdeu 77 cadeiras, apesar de ainda manter uma ligeira maioria no Parlamento.
Cerca de mil pessoas foram presas em Moscou em três dias de protestos e novas manifestações foram convocadas para o sábado, 10/12, via Facebook, ferramenta tecnológica que a CIA vem usando para organizar provocações. Gorbachev, o velho ícone da restauração capitalista da URSS, foi escalado por Hillary para prestar novamente seu serviço sujo e saudou o “movimento”, declarando que o governo deve anular os resultados e convocar uma nova eleição. No mesmo tom, em declarações em uma coletiva de imprensa na macabra sede da OTAN, em Bruxelas, a víbora disse nutrir “sérias preocupações” com a conduta das autoridades russas durante o pleito e reforçou a simpatia dos EUA “aos direitos e aspirações do povo russo”, recorrendo ao mesmo script que o imperialismo vem usando no Oriente Médio para fomentar a desestabilização dos regimes nacionalistas burgueses que tem fricções com as potências capitalistas ocidentais, tudo em nome da defesa “democracia” ocidental e dos “direitos humanos”!
Está claro que essa ofensiva política contra Putin está voltada a neutralizar seu governo diante da investida da Casa Branca contra o Irã e a Síria. Ao pressionar Putin, via uma oposição interna, Obama deseja que a Rússia recue em seu apoio militar a esses dois países, medida fundamental para que o imperialismo possa impor seus interesses na região. A Rússia tem uma base militar na Síria, porta-aviões estacionados na costa do país além de ser parceira estratégica do programa nuclear iraniano. Ademais, se opõe parcialmente a criação do sistema de defesa antimíssil para Europa controlado pela OTAN, voltado justamente para neutralizar qualquer reação militar russa a uma possível agressão imperialista. De barbas de molho diante da “transição democrática” conservadora em curso no Oriente Médio, depois de ter vergonhosamente avalizado a agressão imperialista a Líbia na ONU, o primeiro-ministro russo acusou os manifestantes ligados a grupos de direita de agirem “de acordo com um cenário bem conhecido e com seus próprios interesses políticos mercenários” arrematando que “É inaceitável que dinheiro estrangeiro esteja sendo injetado no processo eleitoral russo”. Segundo ele, Hillary “autorizou certos ativistas no interior do país, deu um sinal. Eles receberam o sinal e, com o apoio do Departamento de Estado, começaram a trabalhar ativamente”. Por fim Putin afirmou: “Precisamos pensar em formas de defender nossa soberania da interferência vinda do exterior”.
Está colocado para o proletariado mundial e, particularmente, para os trabalhadores das ex-repúblicas soviéticas rechaçarem as provocações de Hillary e as ameaças da OTAN, do imperialismo ianque e europeu contra a Rússia. Apesar de não depositarmos qualquer confiança no governo burguês do ex-burocrata Putin-Medvedev, cuja conduta está voltada a defender os interesses da nascente burguesia russa, as fricções com a Casa Branca objetivamente representam um obstáculo à expansão guerreirista da OTAN na região. Nesse sentido, os revolucionários devem denunciar as manifestações dos grupos pró-imperialistas e seu caráter contrarrevolucionário, voltado a fazer na Rússia uma “transição democrática” conservadora aos moldes da que vem sendo operada no Oriente Médio. Opomos-nos pelo vértice à política dos grupos revisionistas como a LIT, que depois de saudarem a farsesca “revolução árabe” agora apoiam as manifestações da direita russa assim como festejaram as “revoluções das cores” na Ucrânia, Geórgia, Quirguistão em 2005. Tais “revoluções” nada mais eram que a segunda etapa da restauração capitalista em curso nas antigas repúblicas soviéticas, hoje convertidas a países capitalistas atrasados semicoloniais, quando o imperialismo ianque e europeu impuseram títeres nos governos que ainda estavam sob a influência do Kremlin e mantinham relações políticas e econômicas privilegiadas com a Rússia. Agora, a principal república da antiga URSS é a bola da vez da reacionária ofensiva do imperialismo, que tomou grande impulso com a derrubada do regime Kadaffi pela OTAN, tendo o “bastardo” restauracionista Putin como o “adversário” indesejado a ser removido do poder.