quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Os maoístas de “A Nova Democracia” repetem na Síria a mesma política pró-imperialista que adotaram na Líbia
Os maoístas de “A Nova Democracia” (AND) e seus camaradas da “Liga Operária” (LO) não têm jeito! Depois de apresentarem a ação dos “rebeldes” mercenários da OTAN como uma genuína “revolta popular” na Líbia, voltam à carga e repetem a mesma cantilena vergonhosa pró-imperialista na Síria. AND pragueja como papagaio da mídia murdochiana que governo de Bashar al-Assad reprime os “revoltosos” alegando que “desde os primeiros enfrentamentos, mais de duas mil pessoas já foram assassinadas pela repressão sanguinária do velho Estado” (AND, nº 84, 12/2011). A Fox News e a CNN também anunciaram a mesma cifra como parte da orquestração da Casa Branca para debilitar o regime da oligarquia Assad em nome da “defesa dos direitos humanos”, obviamente escondendo o fato dos grupos armados vindos da Turquia e da Jordânia serem os verdadeiros responsáveis pelos ataques contra o exército nacional sírio e a população civil. A cifra de mortos não passa de relatórios fantasiosos emitidos por ONGs a soldo do imperialismo como a Human Rights Watch (HRW), a mesma entidade que ataca sistematicamente Cuba. Trata-se do velho scritp que montaram na Líbia “informando” que Kadaffi havia bombardeado com caças populações inteiras, notícias plantadas e comprovadamente falsas. Não por acaso, a reacionária Liga Árabe usou estas “informações” reproduzidas pela AND e a mídia murdochiana para suspender a Síria da entidade e obrigar o governo Assad a aceitar a missão de seus inspetores-espiões que acabam de chegar a Damasco, o mesmo fazendo a ONU com suas sanções draconianas! Estranha o profundo “zelo” destas agências do imperialismo em atacar e isolar essas “ditaduras”, que segundo nossos delirantes maoístas não passam de regimes “sanguinários” aliados da Casa Branca!
Mas a linha política da AND não é produto de nenhum equívoco ou falta de informação. Os maoítas se aliam com às forças pró-imperialistas locais porque “acreditam” que elas irão derrubar as “ditaduras” e alcançar a “democracia popular” declarando que “Essas ondas de protestos na Síria fazem parte da revolta dos povos do Norte da África e Oriente Médio em luta por uma verdadeira democracia popular” (Idem). Esse é o escandaloso esquema da AND, não mais partidário da revolução por etapas herdada do stalinismo, mas seu inverso, defensor da contrarrevolução por etapas, primeiro a unidade com os agentes nativos da OTAN contra as “ditaduras” locais, depois o advento fantasioso de uma “verdadeira democracia popular”! Onde estão com a cabeça esses seguidores tupiniquins do “comandante Mao”, não aprenderam nada com o que ocorreu na Líbia!
Por esta fórmula, que copia dos revisionistas do trotskismo como a LIT, justificam a unidade escandalosa com a reação democrática pró-ocidental para derrotar os “regimes totalitários”. “Esquecem” os seguidores do “livro vermelho” que esta “transição democrática” conservadora orquestrada por Obama e Hillary está a serviço de impor regimes títeres do imperialismo nesses países, derrubando governos nacionalistas burgueses, que por mais concessões feitas às potências capitalistas, ainda têm um relativo grau de fricção com os interesses dos grandes monopólios. Portanto, segundo a lógica do império, os decadentes regimes herdeiros distantes do “nacionalismo árabe” devem ser substituídos nesta atual etapa política contrarrevolucionária mundial por servos completamente dóceis, como é o governo “provisório” do CNT líbio, que já tem sua cópia no “Conselho Nacional Sírio” sediado em Istambul na Turquia, com seu “exército de libertação” recebendo armas e treinamento no Qatar, Arábia Saudita e do Mossad sionista. É justamente esse processo que se impôs na Líbia e está em curso na Síria, tendo como próximo alvo o Irã!
Ao dizer que “O povo sírio vem dando grandes demonstrações de força ante a repressão do regime reacionário local aos protestos por uma democracia popular no país, mas também de forte consciência política ao não engolir as medidas meramente burocráticas anunciadas pelo reacionário Bashar al-Assad com o intuito de tentar aplacar a revolta das massas” (AND, nº 77, 05/2011) estes cegos incorrigíveis da AND não fazem mais que apoiar pela “esquerda” a ofensiva ianque na região. De nada adianta fingirem ser contra a “ameaça de agressão” e afirmar que “A Síria passou então a ser alvo de ameaças do imperialismo sob o pretexto de ‘democracia’ e ‘liberdade’” (AND, nº 84, 12/2011) se estes anti-imperialistas de meia tigela negam-se a estabelecer uma frente única militar com os regimes burgueses atacados ou ameaçados pela ação da OTAN e das forças de rapinas, uma lição elementar nos deixada por Lênin. Lembremos que na Líbia a AND fez o mesmo: resmungou formalmente contra a agressão da aliança imperialista, porém acabou avalizando a ofensiva neocolonialista em nome de que esta “revolta popular” made in CIA iria por fim à “ditadura de Kadaffi”. Obama, Sarkozy e Cameron agradecem, afinal de contas o imperialismo não esquece o valoroso serviço prestado por Mao Tsé Tung, muito útil quando fechou na década de 70 com Nixon um acordo político e militar entre a China e os EUA contra a URSS para impedir que o Estado operário soviético levasse apoio militar aos combatentes vietnamitas que lutavam contra o imperialismo ianque usando o espaço aéreo chinês! Como se vê, a AND e seus camaradas da LO não fazem mais que “honrar” as escandalosas “tradições” contrarrevolucionárias de seu “comandante”!