quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Importante ato de vanguarda no RJ marca um ponto de inflexão na esquerda anti-OTAN em defesa da resistência nacional líbia e contra a ofensiva imperialista ao Irã e a Síria

Ocorreu nesta terça-feira, dia 29 de novembro, no centro do Rio de Janeiro, o ato em solidariedade à luta do povo palestino, contra a ofensiva imperialista a Síria e ao Irã e em defesa da resistência nacional líbia. Convocaram a atividade o Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino-RJ, a LBI e o PCB, além de dezenas de membros da comunidade síria no Brasil. Cerca de 80 pessoas participaram do ato público que repudiou a ofensiva imperialista no Oriente Médio, apresentada pela “esquerda” pró-OTAN como a fantasiosa “revolução árabe”. A realização de um evento político anti-imperialista, nas escadarias da Câmara Municipal do RJ, marcou um ponto de inflexão da iniciativa dos setores da esquerda que não aceitam ter a OTAN como “aliada tática” na fraudulenta “revolução árabe”, pretexto inventado pela Casa Branca para intervir em países soberanos como a Líbia e agora Síria e Irã.


O porta-voz da LBI, Marco Antônio Queiroz, interveio no ato chamando a solidariedade com a resistência nacional líbia que, apesar de todas as dificuldades, ainda enfrenta os mercenários “rebeldes” do governo títere do CNT, apoiados pela OTAN e as potências estrangeiras. O companheiro denunciou que a agressão imperialista à Líbia foi a antessala da atual investida da Casa Branca contra a Síria e o Irã, sanha belicista que também está voltada a isolar a luta do povo palestino contra o enclave sionista, que treinou os “rebeldes” líbios através do Mossad em conjunto com o servil governo do Qatar.

A intervenção da LBI pontuou a necessidade da conformação de uma frente única de ação contra o imperialismo, mesmo delimitando as profundas divergências dos revolucionários com o governo burguês da oligarquia Assad ou com o regime nacionalista dos Aiatolás no Irã. O combate, como dizia Lênin, ao principal inimigo dos povos, o imperialismo, coloca como tarefa central dos genuínos revolucionários a derrota das tropas da OTAN e de seus “rebeldes” made in CIA que são apoiados por várias correntes revisionistas. Na mesma trincheira de luta anti-imperialista forjamos as condições para construir o partido comunista, independente das direções burguesas nacionalistas.

O fato de estarem presentes como correntes organizadas apenas a LBI e o PCB no importante ato realizado neste dia 29 no Rio de Janeiro, cujo eixo foi “Diga não à Guerra contra os povos da Síria, do Líbano, do Irã e da Palestina. Todo apoio a resistência nacional líbia”, revelou que diversas organizações da esquerda reformista (PCML, PCR, AND etc.), que reivindicam serem formalmente contra a intervenção OTAN negaram-se a intervir de fato no terreno concreto da luta de classes para denunciar a investida ianque contra os povos e nações oprimidas.

Em particular, chama a atenção a ausência do oportunista grupo carioca “CL”, que sabotou anteriormente a iniciativa da LBI, desmarcando duas vezes um ato em defesa da Líbia, para depois realizá-lo literalmente com “meia dúzia”, com objetivo exclusivo de atacar a LBI, que obviamente não caiu na provocação armada pelos pequenos aprendizes do revisionismo que até pouco tempo gritavam: “Viva os rebeldes” e “Abaixo Kadaffi”. A ausência das pequenas seitas oportunistas nas atividades reais do movimento é um traço indelével dos que estão em rota de fuga do programa da IV Internacional e da construção de um verdadeiro partido leninista, construído por revolucionários profissionais.


Os “Otanistas” do PSTU e do PSOL, que apóiam “uma ação enérgica e imediata contra a Siria” foram vigorosamente desmascarados por várias intervenções que denunciaram essa decomposta “esquerda” pró-OTAN, aliada aos mercenários “rebeldes” na Líbia e que seguem o mesmo script canalha na Síria e no Irã! Também o governo Dilma foi denunciado por apoiar as sanções da ONU contra a Síria sob o cínico pretexto de defender os “direitos humanos”, demonstrando o caráter servil da frente popular.

A LBI, que apesar de suas humildes e limitadas forças militantes, ajudou a convocar esta corajosa atividade internacionalista realizada em pleno centro do Rio de Janeiro, defende que se faz necessário não só denunciar a sanha neocolonialista em curso, mas também demarcar campo com esta “esquerda” pró-OTAN que não passa de correia de transmissão desta mídia burguesa “murdochiana”, postando-se como verdadeiros agentes da “transição democrática” conservadora orquestrada pela Casa Branca!

terça-feira, 29 de novembro de 2011


HOJE, 29, AS 17 HORAS NA CINELÂNDIA (RJ)
Venha participar do Ato de solidariedade aos povos que estão enfrentando os mercenários sionistas e as ameaças de guerra!
DIGA NÃO À GUERRA CONTRA OS POVOS DA SÍRIA, DO LÍBANO, DO IRÃ e DA PALESTINA.
TODO APOIO À RESISTÊNCIA NACIONAL LÍBIA!

A esquerda revisionista pró-OTAN pretende transformar a Síria em uma nova Líbia!

Está se cumprindo contra a Síria o mesmo script político montado pelo imperialismo ianque contra a Líbia. A Liga Árabe acaba de adotar sanções mais duras contra o regime da oligarquia Assad exatamente porque este não aceitou o envio da sua missão de “observadores”, na verdade espiões escalados para montar uma provocação contra o país. Toda essa operação de servilismo tem como objetivo debilitar ainda mais o regime sírio, ao mesmo tempo em que os lacaios dos EUA na região apóiam internamente a oposição conservadora agrupada no “Conselho Nacional Sírio”, cópia do CNT líbio, usando como pretexto a defesa dos “direitos humanos”. Em meio a esta ofensiva neocolonialista imunda, cujo alvo principal é o Irã, os mesmos grupos de “esquerda” que saudaram como revolucionários os “rebeldes” pró-OTAN na Líbia agora saem a apoiar a derrubada do regime sírio (também considerado pelos revisionistas uma “ditadura sangrenta”) por via dessas forças reacionárias patrocinadas pelas potências capitalistas, a Arábia Saudita e Israel veiculando a farsa de que está em curso uma “revolução” no Oriente Médio.


A LOI-DO argentina, uma variante mais extremada do morenismo tipo LIT, brada furiosamente “Abaixo o regime assassino de Bachar Assad!” e vende as “manifestações” made in CIA armadas na Síria como ações revolucionárias, afirmando textualmente que “Os explorados se predispõem ao combate e as massas na Síria ameaçam transformar o país em uma ‘nova Líbia’” (Sítio DO). Desta forma calhorda, estes trânsfugas do trotsquismo ajudam a montar o mesmo cenário fantasioso de uma “brutal repressão contra as massas” para o imperialismo fazer da Síria uma “nova” Líbia servil aos interesses das corporações transnacionais! Com o cinismo mais descarado, apoiam uma frente política com os agentes do imperialismo e de Israel na Síria em nome de “derrubar o governo assassino”, dando uma cobertura de “esquerda” à transição democrática conservadora desatada pela Casa Branca na região. Soa como patético a esquerda revisionista apresentar as ações das arquirreacionárias tribos sírias como mobilizações espontâneas por “democracia”. O Mossad e a Arábia Saudita têm apoiado grupos islâmicos Salafi, os quais se tornaram ativos no Sul da Síria no início do movimento de protesto em Daraa em meados de março. Já o governo turco do primeiro-ministro Recep Tayyib está apoiando grupos de oposição sírios no exílio e ao mesmo tempo também “rebeldes” armados da Fraternidade Muçulmana no Norte da Síria. A Fraternidade Muçulmana síria, cuja liderança encontra-se exilada no Reino Unido está por trás dos protestos, tendo apoiado o M16 britânico. Vale lembrar que esta aliança está baseada em um tratado de cooperação militar entre a OTAN, Israel e a Turquia justamente para se contrapor às ameaças por parte da Síria, Irã e Hezbollah.

O ramo central da LIT clama para que o imperialismo seja ainda mais duro em suas medidas contra a Síria. Em sua “denúncia” de por que Obama e a OTAN supostamente estariam protelando um ataque militar a Síria, o PSTU cinicamente alega que “o imperialismo ainda sustenta Al Assad” e declara: “Diferente do que ocorreu com Kadafi, os governos imperialistas continuam sustentando-o acreditando, mesmo com muitas dúvidas, que Assad ainda possa controlar o levante contra seu governo. Consideram-no o guardião da ordem e da estabilidade regional. Os EUA e Israel temem que o regime sírio caia, pois seu maior medo é a ‘desestabilização’ de toda região. Isto é, o avanço da revolução árabe”(Sítio do PSTU). Desta forma, esses falsários pró-OTAN chegam ao delírio de afirmar que o governo nazi-sionista de Israel sustenta o regime de Assad para deter o avanço da “revolução árabe”, justamente quando o Mossad financia os “revoltosos” para debilitar a oligarquia síria devido a seu apoio militar ao Hezbollah, visando substituí-la por um marionete aliado e submisso integralmente a seus ditames! O PSTU cinicamente ainda lamenta a suposta timidez das grandes potências capitalistas no tratamento ao governo sírio, reclamando “em que pese algumas declarações formais contra a violenta repressão, a ONU e os países imperialistas, especialmente os EUA, silenciam diante deste verdadeiro ‘banho de sangue’” (sítio PSTU). Para a LIT, não basta condenações formais, pressões diplomáticas e sanções econômicas que geram terríveis consequências ao povo sírio, é preciso agir, ou seja, intervir já militarmente “contra a ditadura Assad”, assim como fizeram a ONU e a OTAN na Líbia.

Nesta lógica revisionista caberia ao Brasil romper relações comerciais e diplomáticas para isolar ainda mais o regime sírio, a fim de melhor sufocá-lo para facilitar a tarefa dos grupos tribais arquirreacionários financiados por Israel e a Arábia Saudita, aliados carnais dos EUA na região. Com essa “receita” que mais parece um golpe contrarrevolucionário tramado nos gabinetes do Pentágono teremos, segundo os morenistas da LIT, mais uma “revolução democrática” no Oriente Médio.

Em oposição à farsesca “revolução árabe” difundida pela esquerda pró-OTAN, é evidente que os EUA estão concentrando sua ofensiva “diplomática” neste momento contra a Síria, mas seu alvo belicoso principal está mesmo focado no Irã. Porém, para ter sucesso em sua investida contra o regime dos Aiatolás, depende da neutralização dos adversários militares de Israel em toda região, como Assad. Colocando o governo burguês de Assad na defensiva, sob o pretexto da violação dos direitos humanos contra uma oposição nazi-sionista, o imperialismo ianque e seus “sócios” buscam isolar o Irã de possíveis aliados, em sua próxima aventura guerreirista! Está colocado frente a escalada política e militar do imperialismo em apoio aos “rebeldes” made in CIA na Síria, assim como fez na Líbia, combater para que a luta dos povos do Oriente Médio não sirva para o imperialismo debilitar os regimes que têm fricções com a Casa Branca (Irã e Síria), ou mesmo como cínico pretexto para justificar intervenções militares “humanitárias” como a que ocorreu na Líbia. Cabe aos marxistas leninistas na trincheira da luta contra o imperialismo e pelas reivindicações imediatas e históricas das massas árabes, postarem-se em frente única com os governos das nações atacados ou ameaçados pelas tropas da OTAN e combater os planos de agressão das potências capitalistas sobre os países semicoloniais da região, desmascarando vigorosamente aqueles que se fingindo de “esquerda” avalizam a sanha neocolonialista de Obama e seus sócios.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O conto de fadas do pré-sal e a suspensão de “mentirinha” da Chevron
A transnacional do petróleo e gás Chevron/Texaco, parceira preferencial do governo Hugo Chávez na exploração da bacia do Orinoco, na Venezuela, acaba de fazer sua grande “lambança” na costa brasileira. Ganhadora de um lote marítimo para a exploração de petróleo na Bacia de Campos, segundo as normas da privataria instituída pelo tucanato e mantida pelo governo da frente popular (favor não confundir com “governo popular”), a Chevron extrai o óleo do Campo de Frade de onde já exportou a “bagatela” de mais de 800 milhões de dólares. Mas apesar dos lucros obtidos no Brasil a Chevron utiliza plataformas de prospecção totalmente obsoletas no Campo de Frade, o oitavo em escala de produção de óleo no país. A plataforma Sedco 706, alugada pela Chevron para “trabalhar” no Brasil já foi considerada pelo “respeitado” Wall Street Journal um “motel marinho”. Fica evidente que o enorme vazamento em um poço de petróleo da Chevron é produto direto da falta de capacidade do equipamento trazido por esta empresa transnacional para explorar petróleo em águas profundas e a grandes distâncias da costa. A ANP, instrumento da “privataria” de nossos recursos naturais, diante do grave acidente ambiental só suspendeu o que já estava suspenso pela própria Chevron, ou seja, unicamente o poço “vazado”! Medida anunciada pelos cretinos do governo Dilma, como Haroldo Lima da ANP, como uma “grande punição” aos atos de irresponsabilidade da Chevron.

O vazamento ocorrido no campo de Frade, mais do que o óleo, trouxe à superfície todo um debate acerca do “modelo” de concessão e exploração do petróleo vigente no país. Neste mesmo bojo ficou revelado o embuste criado em torno da falácia das jazidas de pré-sal, difundidas em tom “patrioteiro” pelo então presidente Lula. O chamado pré-sal “vendido” pela mídia murdochiana como a salvação da lavoura para eliminar a pobreza do Brasil, não tem a menor viabilidade comercial, trata-se de um óleo com altíssimo custo de prospecção , exige investimentos pesados na construção de plataformas muito caras e novas refinarias que não existem no país. A exploração de petróleo em qualquer lugar, seja marítimo ou terrestre, segue padrões do custo financeiro e beneficio da produção social desta atividade. Pouco adianta ter muitas jazidas a dez mil metros de profundidade, onde o preço final do barril sairá pelo menos ao triplo do preço de sua cotação no mercado mundial de commodities. Fenômeno distinto ocorre na Venezuela, por exemplo, onde o petróleo jorra praticamente na superfície de águas rasas ou mesmo no próprio solo pantanoso.

A esquerda oficial mais uma vez “comprou” a versão ufanista do pré-sal e como tolos ou ignorantes acreditam piamente no conto de fadas veiculado pela frente popular. Alguns estúpidos como o PCO chegaram a afirmar que a Chevron estava “roubando nosso pré-sal”, quando ocorreu o acidente em alto mar. Outros mais “ingênuos” como o PSTU defenderam: “uma empresa estatal, que não vise o lucro” (artigo de Américo Gomes no sítio do PSTU), como se pudesse existir no setor de petróleo uma exploração deficitária, subsidiada pelo Estado. Na verdade, a “riqueza” de nossas reservas de petróleo nada tem a ver com o pré-sal, uma cortina de fumaça criada para enganar tolos e facilitar a presença dos trustes imperialistas em nosso país, já que não possuiríamos sozinhos os pesados recursos financeiros e tecnologia necessários na extração e refino do óleo do pré-sal. Como marxistas não fazemos apologia do petróleo como uma reserva mineral estratégica para a sobrevivência da humanidade, ao contrário das variantes nacionalistas burguesas e Stalinistas. Reivindicamos sim a estatização e o controle operário de toda a produção, em todas as suas etapas, do petróleo em nosso país, além da expropriação sem indenização das transnacionais que operam no setor.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

قوى الثورة المصرية
Forces révolutionnaires d’Égypte
Egypt 's Revolutionary Forces
Forças Revolucionárias do Egito

O verdadeiro caráter da falsa “revolução” no Egito

Quando ocorreu a queda de Mubarak, no início deste ano, a esquerda “oficial” de uma maneira geral saiu a festejar afirmando que se tratava de uma autêntica “revolução democrática”, afinal o ditador egípcio era odiado pelas massas, que saíram massivamente às ruas exigindo o fim de um regime corrupto e fantoche das forças sionistas. Logo após não faltaram as vozes mais oportunistas da esquerda, como a LIT, para sustentar que “finalmente se respirava a liberdade no Egito”. Outras variantes revisionistas mais delirantes sustentaram que acontecia uma verdadeira “revolução proletária” na secular terra que na história da humanidade ousou desafiar o poderoso império romano. Nós trotskystas da LBI fomos a única corrente a estabelecer uma caracterização marxiana da situação concreta, pontuando que pelo seu caráter político as mobilizações no Egito passavam muito longe de configurar sequer uma “revolução democrática”. Agora retornam os protestos da Praça Tahrir contra a paródia de uma “transição democrática” inconclusa, revelando a farsa que pariu a junta militar que controla o país.

Para não deixar qualquer sombra de dúvida acerca do eixo político que galvaniza hoje as massas egípcias, deixemos que a ala mais à esquerda e radical do movimento, do ponto de vista democrático, se pronuncie em seu último comunicado, estamos falando é claro do grupo “Forças Revolucionárias do Egito”: “Nós, a maioria das massas populares revolucionárias egípcias, soberanas em nosso território sobre nosso destino, e fonte de todo o poder no Egito, o poder que recuperamos para nós com a revolução popular e pacífica de 25 de janeiro de 2011, afirmamos nossa vontade sincera de transmitir esse poder a representantes civis eleitos – Parlamento e Presidente – até, no máximo, dia 15 de maio de 2012. Nossa revolução continua. É obrigação do Conselho Superior das Forças Armadas cumprir essas diretivas e atender as reivindicações anunciadas nesse comunicado até que se complete a transição, para representantes civis eleitos, nos prazos definidos nesse comunicado, de todos os poderes do governo do Egito. Parlamento e presidente eleitos no Egito não serão submetidos a nenhum tipo de tutela militar”.

Nunca é demais relembrar que a organização “Irmandade Muçulmana”, força majoritária no movimento está bem mais à direita, aceitando pactuar com os militares uma transição ainda mais conservadora. A “Irmandade” que iniciou os protestos de rua no último dia 19, contra a lentidão do processo de transição democrática por parte dos militares, acaba de aceitar a indicação do novo premiê, o ex-“mubarakista” Kamal Ganzouri. O gabinete anterior foi demitido pelos militares em função do seu desgaste precoce na condução da legitimação de uma Assembleia Constituinte de “araque”. O candidato escolhido pelos EUA à Presidência da República, El Baradey, também aguarda ansioso a realização das eleições, criticando o apego da junta militar ao “poder”. O governo Obama já sinalizou seu descontentamento com o “travamento” da transição, ameaçando um corte dos subsídios americanos fornecidos ao Egito.

Há todo um “clamor nacional” pela finalização do processo controlado da transição democrática, que em nada se assemelha a uma genuína “revolução democrática”. A ausência de uma direção política minimamente consequente, inclusive do ângulo da democracia burguesa plena, retarda em muito as tendências mais combativas do proletariado egípcio. Nesta conjuntura de completo embotamento da consciência da classe operária, onde não existem os elementos mais básicos de duplo poder, afirmar que está se processando uma “revolução” no Egito, serve aos interesses da confusão e distracionismo muito úteis para a verdadeira reação democrática, posta em marcha pela burguesia e o imperialismo em toda região árabe.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Iêmen: Outra “revolução” sob acordo da transição e benção da Casa Branca

Foi assinado nesta quarta (23) na Arábia Saudita o documento de acordo da “revolução”, leia-se transição, no Iêmen. Imaginar que uma “revolução” pode ser “assinada” entre governo e oposição, só mesmo na mente de idiotas ou charlatões do marxismo, como a esquerda revisionista do tipo PSTU, PCO, PTS etc... O fato é que o atual presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, no comando de um regime títere das potências imperialistas há 33 anos, acaba de assinar um acordo com os líderes da oposição “democrática” onde se compromete a deixar o poder e de “quebra” abandonar o país rumo aos EUA. Pelo acordo assinado nesta quarta-feira em Riad, o governo foi transferido ao seu vice, Abdrabuh Mansur Hadi, considerado um nome de consenso entre todas as facções políticas do país. Ele será o responsável de iniciar uma “transição democrática” sob a “supervisão” direta do governo Obama. Pelo acordo, Saleh e sua família também ganharam imunidade de 90 dias, na condição de permanecer como presidente “honorário” do país.

O Iêmen estava sacudido por um levante popular há cerca de dez meses. No curso da crise política do regime vigente, o presidente Saleh foi alvo de um ataque militar das forças de oposição, o que o  obrigou a se refugiar na vizinha Arábia Saudita. Mesmo isolado politicamente, Saleh retornou ao Iêmen, sob a proteção da temida guarda republicana, para coordenar o pacto de transição com os setores da oposição considerada “moderada”, o que exclui as forças da Al Qaeda, contrária ao acordo. Já os Estados Unidos comemoraram o acordo, afirmando que este é um “passo significativo”. “Os Estados Unidos aplaudem o governo iemenita e a oposição por chegar a um acordo para uma transição pacífica e organizada do poder”, afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner. O acordo marca “um passo significativo para o povo iemenita”.

A essência política da chamada “Primavera Árabe” que varre vários países da região é exatamente a pressão popular contra os carcomidos governos autocráticos, dirigida para o estabelecimento de novos regimes democratizantes. No bojo deste processo de transição, que nada tem a ver com uma revolução proletária (armamento popular e construção de conselhos operários), o imperialismo ianque introduz seus interesses, intervindo em cada país com uma plataforma política diferenciada. Nos regimes servis em decomposição os EUA tratam de defender as bandeiras democráticas e a instauração de novas instituições republicanas (Egito, Tunísia, Iêmen), nos regimes adversários (Líbia, Síria) fomentou a insurreição armada e a pressão direta da OTAN. A classe operária deve manter-se totalmente independente das manobras políticas do imperialismo, levantando seu próprio programa histórico para disputar a direção das massas com todas as variantes burguesas. Para esta tarefa é indispensável a construção de um genuíno partido revolucionário leninista, sob as bases do Programa de Transição da IV Internacional.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Governo Dilma atendendo “apelos” da reação sionista e esquerda revisionista alinha-se com o imperialismo ianque na ONU para condenar a Síria

Por iniciativa dos EUA a assembleia geral da ONU, este verdadeiro covil de bandidos como afirmou Lenin de sua precursora, aprovou ontem (22) uma condenação a Síria por violação dos “direitos humanos”. Foram 122 votos a favor, 13 contra e 21 abstenções. O governo brasileiro da frente popular seguiu a determinação do embaixador ianque e mais uma vez revelou seu caráter pró-imperialista e submisso aos interesses do Pentágono no Oriente Médio. A Síria vem sofrendo forte pressão dos EUA para apoiar a ação terrorista de Israel contra o Irã, chegando mesmo a ser suspensa da Liga Árabe, uma espécie de junção de governos vendidos à Casa Branca. O operativo político montado por Obama para “neutralizar” o governo de Bashar Assad foi impulsionar uma oposição de extrema direita, ao estilo do que fez na Líbia, para apresentar o regime sírio perante o mundo como uma “ditadura genocida”. É evidente que os EUA não pretende invadir nem atacar militarmente a Síria (um país relativamente pobre de recursos naturais), seu alvo belicoso neste momento está focado no Irã, mas o “sucesso” político da operação contra o regime dos Aiatolás depende da neutralização dos adversários militares de Israel em toda região. Colocando o governo burguês de Assad na defensiva, sob o pretexto da violação dos direitos humanos contra uma oposição nazi-sionista, o imperialismo ianque e seus “sócios” buscam isolar o Irã de possíveis aliados, em sua próxima aventura guerreirista.

A posição vergonhosa assumida pelo governo Dilma na ONU, desmoraliza por completo a esquerda “chapa branca”, que tenta inutilmente maquiar a gestão da frente popular com contornos “anti-imperialistas” no cenário das relações internacionais. Também de uma mesma tacada desnuda o caráter pró-imperialista da chamada “oposição de esquerda” (PSTU e PSOL) que reivindicava do governo brasileiro a ruptura de relações diplomáticas com a Síria. Ambos os “bandos” desta esquerda traidora (reformista e revisionista) tem em comum a mesma estratégia de colaboração de classes, subordinada à democracia burguesa, cujo farol de referência é o regime político norte-americano. Para os revisionistas da “oposição de esquerda” (PSTU) não há nenhum problema em se aliar com a oposição Demo-Tucana nas mobilizações contra Dilma, já que fazem o mesmo com a oposição “esquálida” na Venezuela, além de terem apoiado a oposição dos “rebeldes” da OTAN na Líbia. No caso dos reformistas continuarem “vendendo” a imagem do governo neoliberal de Dilma como de “esquerda”, é um ofício próprio de degenerados sociais-democratas, convertidos à ordem capitalista.

Os marxistas revolucionários conhecem muito bem a essência oligárquica burguesa do governo Assad, mas de forma alguma podem “colaborar” com a oposição sionista montada pelos EUA. O complexo tabuleiro político da região, que envolve a luta de libertação do povo palestino e a forte presença do Hezbolah no Líbano, exige uma vigorosa postura anti-imperialista e pela destruição do enclave de Israel, ao mesmo tempo em que a impotência das burguesias árabes aponta para o jovem proletariado a realização das tarefas históricas pendentes. De toda a forma, a defesa militar das nações semicoloniais agredidas pelos abutres imperialistas continua neste momento sendo o centro político da intervenção da classe operária árabe, independente dos regimes burgueses autocráticos.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Protestos no Egito exigem a conclusão da transição democrática

A uma semana da realização das eleições parlamentares, as primeiras após a queda de Mubarak, manifestantes retornam a histórica Praça Tahrir para exigir da junta militar que governa o país a conclusão da transição democrática iniciada no começo do ano. As eleições que fundariam a assembleia constituinte, marcadas para a próxima segunda-feira (28), estão ameaçadas diante da crise política aberta com a renúncia do governo civil interino, diante da brutal repressão que se abateu sobre os manifestantes, deixando um saldo de cerca de 20 mortos. As manifestações foram organizadas pela corrente Irmandade Muçulmana em função das evidências da inutilidade da constituinte em relação a alterar o controle dos generais sobre as instituições políticas, uma vã tentativa de enfraquecer o poder militar, soberano absoluto no Egito. Recentemente na Tunísia, uma constituinte similar foi eleita para cumprir a função distracionista de preservar o poder militar, intacto após a derrubada do ditador Ben Ali.

A Casa Branca, mentora da operação política de retirada de cena do carcomido regime de Mubarak, batizada de “revolução” pelos estúpidos reformistas, alertou os militares egípcios de que não admite retrocessos nem adiamentos no processo de transição democrática. As eleições presidenciais devem ocorrer de “qualquer jeito” e Obama já elegeu seu candidato a novo títere do país. O grande receio do imperialismo e da burguesia nacional é o crescimento cada vez maior da influência de massas da Irmandade Muçulmana, uma organização fundamentalista que abriga setores considerados “radicais” em seu interior, apesar da conversão “ocidental” de sua direção majoritária.

A conjuntura política do Egito está muito distante de configurar uma situação de “revolução”, mesmo que seja “democrática”. As massas seguem as ilusões da transição conservadora, que não destruiu os pilares básicos da ditadura, e ainda por cima reforçou o prestígio político do imperialismo ianque na região, considerado patrono da democratização reacionária. A esquerda revisionista em conjunto vem repetindo o “mantra” da burlesca revolução árabe, cumprindo assim o papel de força auxiliar da OTAN e da Casa Branca. A chave de uma intervenção revolucionária para os marxistas passa por potenciar o sentimento anti-sionista das massas e ao mesmo tempo publicitar pacientemente na vanguarda das lutas, a denúncia do reacionário processo de transição democrática, uma verdadeira armadilha para o genuíno combate socialista da classe operária no Egito.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Um odor de traição no heróico combate da resistência líbia

A captura do filho mais velho e apontado como sucessor do coronel  Muammar Kadafi, Saif al Islam, detido neste último sábado no sul da Líbia, representou um duro golpe no combate da resistência nacional à ocupação do país pelas tropas da OTAN e seu governo títere do CNT. Segundo a versão oficial da mídia “murdochiana”  e ratificada pelos “rebeldes”, Saif tentava fugir do país, disfarçado de vendedor de camelos quando foi preso por uma unidade militar do CNT, que  foi alertada sobre a presença de remanescentes do regime Kadaffi na região. Semanas após ao assassinato de Kadaffi, o Tribunal Penal Internacional (TPI), órgão do imperialismo ianque, tinha divulgado o início de possíveis negociações com Saif, para uma rendição  “justa”, na qual seria julgado “imparcialmente” pela corte imperialista.

O que chama a atenção na captura de Saif Al Islam é que este claramente não estava em combate, ao contrário do que ocorreu com seu pai e irmão, trucidados covardemente pelos “rebeldes” da OTAN, Saif era apontado como o setor político dentro do regime nacionalista, mais “aberto” ao diálogo e favorável à presença das grandes empresas de petróleo na Líbia. O governo dos bandidos do CNT declarou que julgará Saif no próprio país, mas não descartou sua entrega ao TPI em um segundo momento. A clara diferença no tratamento dispensado a Saif em comparação a outros membros dirigentes do antigo regime, aponta para uma nítida capitulação militar e política deste setor burguês Kadaffista e uma traição aberta aos combates que a heróica resistência ainda trava em alguns pontos do país.

Os marxistas revolucionários nunca nutriram expectativas na capacidade revolucionária do nacionalismo burguês do século XXI, nem no “verborrágico” Chávez, tampouco no “socialismo verde” de Kadaffi. Isto de forma alguma nos impediu de estabelecer uma frente única com a nação agredida pelo imperialismo, agora sob a forma de uma “revolução”  contra um “tirano sanguinário”. Diferenças sempre existiram e existirão no campo do nacionalismo burguês, uns mais ousados outros mais covardes, aqueles mais democráticos outros mais autoritários... mas todos representantes da mesma essência de classe do capitalismo. Por acaso o “fujão” João Goulart e o “mártir” Salvador Allende não eram ambos signatários do mesmo projeto histórico? A genuína luta socialista pela libertação do jugo da opressão imperialista sobre os povos, para triunfar realmente  deverá ser encabeçada pelo proletariado e seu partido comunista leninista na vanguarda do processo revolucionário .

sábado, 19 de novembro de 2011

Lançamento do livro


Teses trotskistas acerca da guerra 
imperialista contra a Líbia
Volume II
A vitória da OTAN

Apresentação

Durante mais de oito meses, desde fevereiro deste ano, acompanhamos, passo a passo, as etapas da agressão das potências imperialistas contra a Líbia. Não como comentaristas da luta de classes, mas assumindo posições políticas principistas, a LBI foi a primeira corrente política a denunciar o caráter pró-imperialista das reacionárias “manifestações” em Benghazi para, logo depois, desmascararmos os “rebeldes” mercenários a serviço da CIA, treinados no Katar com o apoio do Mossad. No curso do conflito denunciamos a genocida ação da OTAN contra o país norte-africano e defendemos a frente única militar com o governo de Kadaffi e a vitória da resistência contra as tropas abutres invasoras.

Ainda em abril de 2011, lançamos o primeiro volume das “Teses trotskistas acerca da guerra imperialista contra a Líbia” onde pontuamos não só essas posições como travamos várias polêmicas com a esquerda, desde o revisionismo do trotskismo até os apoiadores do chavismo e do castrismo. Com esse debate tratamos de clarificar entre a vanguarda a capitulação daqueles, como a LIT que, em nome do apoio a farsesca “revolução árabe”, apoiavam a ofensiva imperialista como também estabelecemos os limites do decadente regime nacionalista burguês comandado por Kadaffi.

Agora estamos lançando o segundo volume das “Teses trotskistas acerca da guerra imperialista contra a Líbia” dedicada a analisar a vitória da OTAN. Esta se deu fundamentalmente com o brutal assassinato de Kadaffi em uma operação conjunta entre os “rebeldes” mercenários e os bombardeios da OTAN, que depois de meses atacando Sirte, centro da resistência, acabaram por dominar o país, ainda que existam de forma dispersa pequenos focos de oposição ao controle da Líbia pelos títeres do CNT. Com essa publicação desejamos fazer um balanço global da guerra contra a Líbia, pontuando que a vitória da OTAN, que teve o apoio de grande parte da esquerda sob o pretexto de combater uma suposta “ditatura sanguinária”, significa o recrudescimento da ofensiva imperialista contra os povos e nações oprimidas que se incrementa desde a queda do Muro de Berlim e o fim da URSS. Os alvos imediatos desta arquirreacionária cruzada moderna são particularmente no Oriente Médio o Irã e a Síria, mas também tem como objetivo próximo a Venezuela, o Estado operário cubano e a aniquilação das FARC.

Com esta publicação consideramos que, além de registrar nossos acertos políticos durante a guerra propriamente dita, remando contra a maré da chamada “opinião pública” manipulada pela mídia burguesa, contribuímos para condensar em forma de livro as trágicas lições programáticas dos efeitos políticos e ideológicos para o proletariado da derrota de uma nação semicolonial frente a maior operação militar imperialista desde a II Guerra Mundial. Desta maneira, estaremos melhor preparados teoricamente para seguir na árdua tarefa de armar a militância trotskista no combate por reconstruir o autêntico partido mundial da revolução proletária, a IV Internacional e assim combater em nossos dias o maior inimigo dos povos, o imperialismo!

Os Editores
Novembro de 2011

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Aldo faz “faxina” no Ministério dos Esportes, tira “comunistas” e põe representantes das multinacionais

O atual Ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, anunciou mudanças nos principais escalões da pasta que atingem diretamente a participação do PCdoB. Saem os “comunistas” entram representantes das transnacionais e grandes empreiteiras. A Secretaria Executiva, segundo cargo mais importante do ministério, passará a ser comandada por ninguém menos que Paula Pini, ex-executiva do Banco Mundial, ligada às grandes construtoras. Já o embaixador Carlos Henrique Cardim, que ocupou cargos importantes no governo Sarney e FHC, assumirá a assessoria internacional no lugar de Ana Prestes, membro do CC do PCdoB. A secretaria nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social passa a ser conduzida pelo vice-almirante Afonso Barbosa, que ocupava até então a diretoria da Bunge Brasil, uma das principais empresas do agronegócio e alimentos do país, financiadora da campanha de Aldo e de seu projeto de Código Florestal. Sai Wadson Ribeiro, ex-presidente na UNE, acusado de estar envolvido diretamente no esquema de corrupção que derrubou o então ministro Orlando Silva.

Mais do que uma simples troca de cadeiras, a "faxina" feita por Aldo Rebelo representa, de fato, o fim do controle do ministério pelo PCdoB. Fica evidente que essa medida faz parte das condições do acordo político para a manutenção formal do PCdoB a frente do ministério após a queda de Orlando Silva, ou seja, reduzir ao máximo o peso do partido dentro da estrutura de poder da pasta. Além de uma exigência do Palácio do Planalto como forma de blindar o governo Dilma, a desidratação do PCdoB no Ministério dos Esportes é de certa forma uma maneira de melhor preservar os interesses do grande capital através das transações bilionárias que envolvem a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Isto porque o apetite voraz dos aloprados do PCdoB os levou a se engasgarem com um mosquito, ou seja, ser flagrado no escândalo de corrupção do projeto “segundo tempo” desviando 40 milhões em oito anos, trazendo à tona parte da podridão existente no interior do Ministério dos Esportes, o que de certa maneira poderia atrapalhar a manipulação e desvio de um montante infinitamente superior dos recursos bilionários que circulam nos dois maiores eventos esportivos do planeta que serão realizados no país. Vale registrar que, a princípio, a direção do PCdoB resistiu à nomeação de Aldo por não confiar em um “quadro” com tamanho grau de adaptação à burguesia, mas logo teve que engolir a determinação de Dilma sob pena de perder completamente o controle do cobiçado Ministério dos Esportes. Com as exonerações dos “comunistas”, Aldo dá uma resposta clara à direção do PCdoB: quem manda no ministério é ele e seus aliados diretos, os testas de ferro das grandes construtoras e das transnacionais, o partido que fique com as migalhas!

Obviamente, longe de ser uma ação para combater a corrupção no Ministério dos Esportes, já que os desvios bilionários fazem parte intrínseca da estrutura de poder do Estado capitalista, a "faxina" realizada por Aldo Rebelo representa tão somente a garantia de que os grandes negócios, melhor dizendo, as mamatas das grandes corporações, empreiteiras, multinacionais, fomentadas pelos cofres públicos possam continuar a todo vapor e de forma mais profissional, sem a intermediação do PCdoB, com suas “comissões” para alimentar a estrutura do partido. Por outro lado, essa operação executada por Aldo Rebelo reflete sua completa adaptação e conversão em um autêntico representante da burguesia e a total decomposição moral e política do PCdoB, já que como um partido corrompido até a medula engole calado a essa relação podre e submissa com gente do quilate de Aldo Rebelo, que não vacilou em demitir seus “camaradas”, entregando-os aos leões da mídia burguesa, que agora aplaudem Aldo e seguem vorazes no ataque ao partido.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

TPOR acorda tardiamente e agora diz defender militarmente o Irã contra o imperialismo

Em tom de surpresa, a TPOR alerta aos mais desavisados que “Agora, o imperialismo se volta contra o Irã” (Sítio TPOR, 13/11). Parece que os seguidores do falecido Guillermo Lora no Brasil descobriram somente “agora” que a intervenção militar da OTAN na Líbia era a antessala da agressão imperialista contra o Irã! Estão confusos e atordoados os poristas! Também pudera, apoiaram as mobilizações pró-imperialistas na Líbia vendendo-as como uma “revolução democrática” e depois tiveram que dar um giro de 180 graus, quando foram obrigados a reconhecer que os tais “revolucionários” não passavam de agentes da OTAN no combate por terra ao regime nacionalista de Kadaffi. Como seguiu a maior parte do tempo o farsante script do conjunto do revisionismo, apoiando a contrarrevolução em nome do combate à “ditadura sanguinária” na Líbia e foi desmoralizada em sua “frente única” com os mercenários a serviço da CIA, “agora” a TPOR parece ter acordado de seu transe delirante e sai tardiamente “em defesa do Irã contra as ameaças de guerra das potências e de Israel” (Idem).

Não é demais lembrar que pouco antes de começarem as “manifestações” reacionárias em Benghazi, na Líbia, patrocinadas por forças pró-imperialistas ligadas às transnacionais instaladas na cidade portuária e apoiadas pela TPOR que logo declarou “apoio à revolta popular. Pelo fim do regime reacionário! Abaixo a ditadura de Kadaffi!” (sítio TPOR, 23/02), houve pequenas marchas de protesto no Irã contra o regime dos aiatolás. Estas “manifestações” também foram apresentadas por todo arco revisionista, incluindo os poristas, como levantes populares que faziam parte da “revolução árabe” iniciada na Tunísia e no Egito. Imediatamente, estes pseudotrotskistas denunciaram o regime “ditatorial” comandado por Ahmadinejad pela suposta brutal repressão aos “protestos”, quando na verdade estas provocações não passavam de atos midiáticos promovidos pela oposição de direita pró-imperialista que não tinha a mínima base social. Logo se revelou que se tratava de mais uma orquestração do Pentágono com o apoio da mídia internacional para debilitar o regime nacionalista iraniano, no lastro da mal-chamada “rebelião verde” cinicamente apoiada por Obama e as potências europeias em nome da “democracia” após as eleições presidenciais vencidas por Ahmadinejad em 2009, que o acusaram de fraude na tentativa de criar um crise política de grave proporções!

Sem fazer qualquer autocrítica pública de sua postura vergonhosa na Líbia, “agora” a TPOR novamente muda de posição no Irã e nos diz que “Os trabalhadores e a juventude do mundo devem lutar ao lado do Irã com a bandeira da autodeterminação dos povos e contra qualquer tipo de intervenção imperialista. Não se trata de defender ou apoiar a política do governo burguês iraniano” (Sítio TPOR, 13/11). Recordemos que na Líbia a mesma TPOR dizia em seu manifesto do dia 1 de março que “A intervenção do imperialismo não põe em risco o regime de Kadafi, mas sim à revolução”. Por que seria diferente no Irã? Justamente porque o imperialismo não conseguiu solapar as bases do regime xiita patrocinando uma “revolução democrática” contra a “ditadura dos aiatolás” apoiada na oposição burguesa reformista pró-imperialista. Por esta razão, o Pentágono está preparando sem nenhum disfarce “humanitário” ou “democrático” um ataque militar ao país via enclave de Israel. Se a Casa Branca tivesse conseguido reproduzir no Irã as tais “manifestações populares” como as que orquestrou na Líbia, não temos dúvidas que a TPOR e todo arco revisionista estaria a saudar entusiasticamente a “revolução” no país.

O ziguezague da TPOR demonstra que esta corrente perdeu completamente o eixo programático de luta anti-imperialista e navega na direção para onde sopram os ventos da opinião pública burguesa, copiando acriticamente as posições farsescas e oportunistas do morenismo que tanto criticou no passado. Esperamos que a militância da TPOR tenha abstraído as lições da aberta traição de sua direção ao programa revolucionário na Líbia, que vão contra as posições históricas defendidas pelo próprio Guillermo Lora e que “agora” estabeleçam de fato no Irã uma “frente única” com a nação oprimida e não a escandalosa aliança com os agentes da contrarrevolução “democrática”, como a TPOR estabeleceu na Líbia!

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Editorial do Jornal Luta Operária nº 226, 1ª Quinzena de Novembro/2011: Após a ocupação da Líbia pela OTAN acentua-se o recrudescimento da ofensiva imperialista mundial

Um importante debate se abriu, no seio da chamada esquerda revolucionária, após a derrota do regime Kadaffi pelas mãos dos bombardeios da OTAN e suas tropas em terra, conhecidas com a alcunha de “rebeldes”. Afinal, a queda de Kadaffi fazia parte do processo legítimo de mobilizações “democráticas” que se iniciaram na Tunísia e seguiram até o Egito ou desde sua gênese era um produto do intervencionismo ianque para controlar a transição política operada em toda a região árabe? Para dar cabo a esta questão vital para a classe operária,  muito além de um simples debate “acadêmico” de posições abstratas, recorremos ao método da teoria marxista ,em toda a sua plenitude histórica e dialética. Quando um grande fato histórico, como uma guerra, revolução ou contrarrevolução, adentra no cenário de um período determinado da luta de classes, abre-se toda uma vaga política que determina as características intrínsecas deste momento, quais sejam a grosso modo: progressistas ou reacionárias. No caso da primeira variante rapidamente delineia-se no horizonte da humanidade uma etapa de ascenso revolucionário ou mesmo pré-revolucionário, já confirmada a segunda hipótese está colocada a antessala do fascismo e da latente contrarrevolução mundial. O marxismo como o maior instrumento de aferição da história, tem atravessado períodos de franca inclinação revolucionária, como o aberto com o início da derrota das tropas ianques na guerra de independência  do Vietnã, da qual o Maio de 68 na França é um dos signos mais marcantes desta etapa. Mais recentemente, no final da década de setenta, a derrota militar das ditaduras sangrentas na Nicarágua e no Irã, dando passo ao surgimento de regimes nacionalistas como o da FSLN e dos aiatolás, colocou em xeque o conjunto dos regimes facínoras no cone sul, além de catapultar a velha social democracia na gestão dos principais estados europeus. No fluxo inverso, a destruição dos Estados operários do Leste europeu no início dos anos noventa, deu a largada a uma etapa de ofensiva frontal do imperialismo, culminando com a Primeira Guerra do Golfo e o recrudescimento da onda “neoliberal” que atacaria conquistas históricas do proletariado mundial.

Na possibilidade de nós, trotskistas da LBI, termos nos equivocado completamente acerca do caráter mercenário e pró-imperialista dos “rebeldes” do CNT e ainda por cima ter sido o regime Kadaffi uma “ditadura entreguista sangrenta”, sua derrocada abrupta (que mobilizou uma coalizão de alcance internacional) abriria todo um período de perspectivas revolucionárias para a luta de classes. Mas a realidade concreta, para além do prolixismo de uma “esquerda” revisionista desnorteada, aponta no sentido oposto, onde se inicia uma etapa de profunda ofensiva reacionária do capital financeiro sobre povos, governos e organizações políticas que não se enquadrem em suas “exigências” da nova conjuntura aberta.

Os elementos objetivos da dinâmica imperialista pós o trucidamento de Kadaffi e sua família ainda no calor da batalha campal, aceleraram em muito o “desejo de sangue” da máquina de guerra do capital. O primeiro alvo, nesta sequência fascistizante foi o dirigente das Farc, Afonso Cano, assassinado covardemente após um pesado bombardeio de caças F-16 “emprestados” à Colômbia pelos EUA sob o pretexto de combate ao “narcoterrorismo”. A mesma forma do ataque imperialista ocorrido na Líbia e Colômbia não é uma mera coincidência. A imensurável supremacia bélica, no setor aéreo, das Forças Armadas ianques, a isenta do combate direto entre tropas e exércitos inimigos. No Iraque em 2003 bastaram 19 dias de bombardeios consecutivos para as tropas ianques entrarem em uma Bagdá arrasada, sem opor nenhuma resistência. A Líbia resistiu a mais de 1500 dias de bombardeios de uma coalizão ainda mais ampla do que a de 2003 no Iraque, com um potencial de fogo pelo menos 20 vezes superior. Na Colômbia desde o assassinato do comandante Mono Jojoy em setembro de 2010, as Farc estão sob uma chuva de bombas e mísseis letais disparadas desde o mar do Caribe.

Mas o recrudescimento da ofensiva do imperialismo não permeia somente o campo bélico-militar, também reforça suas posições na arena da luta política mais tradicional. Na Grécia, logo após uma tentativa de um tímido ato populista, através da convocação de um plebiscito para a consulta das condições impostas pela “troika” ao país, o primeiro ministro Papandreu foi “demitido” pelo “deus” mercado, que conjuntamente com a extrema-direita nomeou um novo primeiro ministro, tecnocrata de carreira. Na Itália seguiram a mesma trilha e despacharam o “bunga-bunga” Berlusconi, apesar da identidade fascistizante. A etapa da crise capitalista se delineia tão “pesada” que nem mesmo os velhos “camaradas”, como Berlusconi, estão sendo poupados pelos “senhores da guerra”. A Espanha vive às vésperas do retorno do franquismo, desta vez pela via “legítima” das eleições. Nem mesmo o país que deu origem ao movimento dos “Indignados” consegue respirar alguma brisa de “progressismo” e liberdades democráticas. Na Inglaterra e nos EUA, os movimentos sociais vêm recebendo tratamento de guerra civil por parte da “democracia” dos dois bandos, enquanto Cameron e Obama parecem caminhar tranquilos para um segundo mandato.

Se realmente o fim “trágico” de um regime nacionalista burguês como o de Kadaffi ou mesmo em um eventual colapso prematuro de Chávez, estimulado pela CIA, poderia significar um “alento à luta dos povos” como sustentou a “grande família” do revisionismo, deveríamos pelo menos estar vivenciando uma retomada do ascenso das massas no Egito e Tunísia. Não é isto que ocorre. No país do ex-ditador Ben Ali, as massas foram anestesiadas pela “trampa” de uma Constituinte limitada que sequer terá autonomia para deliberar sobre o poder institucional das Forças Armadas. Na terra milenar dos faraós, os generais egípcios preparam a transição para a gerência do novo títere dos EUA, os ex-chefe da IEA da ONU, ElBaradei. O grande “alento” dado pela covarde morte do “sanguinário” Kadaffi parece mesmo que foi dado para os genocidas do gendarme de Israel, que já fizeram soar os tambores de guerra para atacar outro regime nacionalista burguês da região, neste caso o Irã. Com o sinal verde dado pela Casa Branca os cretinos sionistas alegam que o regime dos aiatolás manipula a preparação de uma bomba atômica, no caso uma “grave” violação ao monopólio das armas nucleares israelenses. Esta “ousadia” militar dos verdadeiros terroristas de Torah na mão, na escalada das provocações patrocinadas contra a Síria, só está sendo possível pelo “sucesso” momentâneo das operações da OTAN em solo líbio, que estimularam as forças imperialistas e seus “sócios” a uma aventura sem precedentes sobre o Irã.

Para aqueles que pensam que o “bafo” do curso belicoso do imperialismo passa bem longe das terras tupiniquins, a operação de guerra montada contra os estudantes da USP e moradores da Rocinha vem provar o contrário. Nem mesmo sob o regime militar a Universidade de São Paulo presenciou momentos mais truculentos. A ofensiva de “Cabralzinho” na Rocinha não está dirigida contra nenhum grande traficante, todos eles negociaram suas “férias” em Bangu, como o “temido Nem”. A vítima real da operação de invasão, protagonizada pela assassina PM carioca é justamente a população trabalhadora que reside no cobiçado espaço da Zona Sul da capital fluminense, na mira da desocupação para loteamentos da Copa do Mundo e olimpíadas.

Ironia à parte para os que saudaram o advento da “revolução” na Líbia, foi a descoberta pelos estudantes no prédio ocupado da Reitoria da USP, de correspondências entre o interventor Rodas e os setores não “radicais” do movimento estudantil, no caso específico o PSOL e seu parceiro de “oposição de esquerda”, o PSTU. Nestas “correspondências” fica comprovada a colaboração destes setores com o fascista de plantão, empossado no cargo de Reitor. Não foi a primeira vez que os revisionistas são flagrados “colaborando” com a reação, é só verificar os casos da Venezuela e mais recente na própria Líbia onde se prestaram a dar a cobertura de “esquerda” aos rebeldes monarquistas do CNT.

A classe operária mundial aprendeu há muito tempo, pagando com seu próprio sangue, a discernir entre uma vitória política e uma derrota histórica sob os golpes do inimigo imperial. A entrada dos “rebeldes” em Sirte, apoiados pelos modernos caças da OTAN, figurará entre os fatos contrarrevolucionários da história do proletariado, ao lado do incêndio do Reichstag em fevereiro de 33 na Alemanha pré-nazista e da marcha “yeltsinista” sobre o Palácio do Kremlin em agosto de 91. Somente pequeno-burgueses corrompidos ideologicamente e deslocados da luta de classes, podem  se “confundir” diante de acontecimentos tão trágicos para o rumo da luta socialista e revolucionária. É necessário preparar e concentrar nossas forças para tempos sombrios de reação em toda a linha, onde apenas a ação direta e consciente (programática) da classe operária será capaz de derrotar a poderosa ofensiva imperialista.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Leia a mais recente edição do Jornal Luta Operária, nº 226, Primeira Quinzena de Novembro/2011


EDITORIAL
Após a ocupação da Líbia pela OTAN acentua-se o recrudescimento da ofensiva imperialista mundial


DESOCUPAÇÃO POLICIAL DA REITORIA DA USP
A operação de guerra civil montada contra os estudantes é um sinal da etapa de profunda reação ideológica e ofensiva mundial do imperialismo!


INVASÃO DA ROCINHA PELA PM
Mais uma farsa apoiada pela TV Globo para “Cabralzinho” e os verdadeiros barões do tráfico de drogas e armas levaram adiante livremente seus negócios milionários


CORRUPÇÃO NO MINISTÉRIO DO TRABALHO
Ministro quadrilheiro do PDT diz que só sai do governo “abatido a bala”, para depois se “borrar” de medo!


MORTE DO CINEGRAFISTA DA BAND
Espetacularização da guerra entre “mocinhos” e “bandidos” montada pela mídia nas favelas cariocas


DELÍRIO DE UMA ESQUERDA CATASTROFISTA
PCO afirma que Brasil está à “beira da recessão”!


BALANÇO DO ENCONTRO MUNDIAL DOS BLOGUEIROS
Submissão em toda linha aos governos da centro-esquerda burguesa


PROFESSORES EM LUTA
TRS derrota “cidcato” na assembleia geral que deflagrou a retomada da greve geral da categoria


BOLETIM DO MOVIMENTO DE OPOSIÇÃO BANCÁRIA/CE
Direção do sindicato (CUT-CTB) confisca salário do bancário e cassa com imposições burocráticas o direito da base de se opor ao desconto assistencial!


URBANITÁRIOS - CEARÁ
Campanha Salarial dos trabalhadores da Cagece foi traída pela diretoria “chapa branca” do Sindiágua a serviço do governo Cid Gomes


4 DE NOVEMBRO DE 1969, CAIU EM COMBATE CARLOS MARIGUELLA PELAS MÃOS DO FACÍNORA FLEURY
Nossa homenagem a esse herói da luta contra a ditadura militar!


POLÊMICA COM A LIT
Da unidade com o ditador Galtieri em defesa das Malvinas à aliança com a OTAN e seus “rebeldes” mercenários na Líbia


POLÊMICA COM OS REVISIONISTAS PRÓ-OTAN
Comandaria Chávez um regime pró-imperialista na Venezuela?


CRISE EUROPEIA
Saem Papandreu e Berlusconi, entra o “deus mercado” agora na forma de tecnocratas de plantão para debelar a crise capitalista


TRAGÉDIA GREGA
Papandreu renuncia e articula governo de coalizão com a direita


ASSASSINATO DO COMANDANTE AFONSO CANO
Com vergonhosa ajuda de Chávez, facínora Santos impõe um duro golpe contra as FARC


LIGA BOLCHEVIQUE INTERNACIONALISTA
http://www.lbiqi.org/

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Saem Papandreu e Berlusconi, entra o “deus mercado” agora na forma de tecnocratas de plantão para debelar a crise capitalista

Na última sexta-feira, dia 11, assumiu como Primeiro-Ministro da Grécia, o tecnocrata Lucas Papademos, ex-vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), uma credencial que por si só demonstra seu compromisso de aplicar a fundo o plano de ajuste exigido pelo imperialismo. Na Itália, no último domingo, o “deus mercado” também encontrou uma solução semelhante e se livrou do “bunga bunga” Berlusconi. O escolhido para substituir o decadente “Cavaliere” foi o tecnocrata Mario Monti, ex-membro da Comissão Europeia para Assuntos Financeiros. A oposição de “esquerda” permaneceu calada e desta forma reverencia o verdadeiro dono do circo democrático, os “barões de Wall Street”.

Papademos estará à cabeça de um governo de coalizão conformado entre o Pasok e o tradicional partido da direita grega, a “Nova Democracia”, até então fora do gabinete. A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, deu o tom do acordo: “Celebro a nomeação do primeiro-ministro Lucas Papademos, que conheço bem e com quem poderemos retomar os trabalhos para analisar o pagamento da sexta parcela e prosseguir com as relações entre o Fundo e a Grécia”.

A saída de Papandreu se deu mesmo após este conquistar o “voto de confiança” no Parlamento. Ele renunciou porque a UE exigiu que a oposição conservadora integrasse o novo governo, já que as pesquisas de opinião indicavam que a “Nova Democracia” ganharia as eleições legislativas caso estas fossem convocadas. Desta forma, sem a necessidade de eleições, escolheu-se um homem de confiança das duas grandes potências imperialistas europeias, França e da Alemanha, para gerir seus negócios a frente do governo grego em uma coalizão onde o Pasok perde força e os partidos de direita têm maioria. 75% dos entrevistados apoiam o novo governo segundo as pesquisas, confirmando plenamente nossos prognósticos de que pela ausência de uma direção revolucionária e, particularmente diante da impotência política do KKE estalinista, a crise econômica grega abria caminho para o fortalecimento das tendências políticas e sociais mais reacionárias, fascistizantes e xenófobas no país!

A UE já declarou que a liberação do próximo lote de “ajuda” a Grécia só será feito quando forem tomadas decisões que comprovem a determinação do novo governo em impor novas derrotas aos trabalhadores. Longe de abrir caminho para o socialismo e a revolução, como apregoavam desde o stalinismo até o revisionismo do trotskismo, a dramática tragédia grega está assentando as bases para a barbárie social sob o tacão da direita tradicional, que vai assumindo as rédeas do governo até então nas mãos do Pasok.

A demagogia de Papandreu, que ventilou a possibilidade de convocar um referendo sobre as medidas de ajuste exigidas pela UE, custou-lhe a cabeça. Depois de perder apoio dentro do próprio Pasok, os capitalistas “elegeram” para seu lugar um economista envolvido diretamente com a adesão da Grécia à Zona do Euro em 2001, um ex-funcionário do FED norte-americano.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Ministro quadrilheiro do PDT diz que só sai do governo “abatido a bala”, para depois se “borrar” de medo!

Pareceu mais uma cena daquelas chanchadas produzidas pelo velho Mazzaropi, mas não era. Foi o caso dos arroubos do ministro do trabalho, o pedetista Carlos Lupi, tentando se defender das acusações de corrupção lançadas consecutivamente pela mídia contra o sexto membro do gabinete de Dilma. Com uma linguagem própria de “malandro marrento” Lupi afirmou que só deixaria o ministério se fosse “abatido a bala”, para logo depois se borrar de medo da reprimenda que levaria da presidenta “poste”. Lupi convertido em “paz e amor” lambeu os pés da chefe, enviando para ela uma patética declaração de amor. Ironias a parte, a verdade é que Lupi tinha razões para bajular Dilma, que ao contrário do que ocorreu com Orlando Silva, foi “blindado” pelo governo. A presidente pessoalmente mandou o procurador geral da república, Roberto Gurgel, retirar o nome do ministro de qualquer investigação que pudesse resultar em um processo no âmbito do STF. Lupi deve permanecer no cargo mesmo enfrentando uma saraivada de denúncias de irregularidades na área de convênios do ministério do trabalho com ONGs “laranjas”.

O carioca Carlos Lupi foi quem se apropriou do espólio partidário do finado Leonel Brizola, que em função de sua morte súbita não preparou um herdeiro político a sua altura no PDT. Lupi, sem a menor história no trabalhismo e dotado de uma “ideologia” pragmática, logo vendeu o partido para a primeira oferta do governo da frente popular, com o qual o velho Brizola mantinha uma certa reserva. Sentado na cobiçada cadeira de ministro do trabalho, Lupi debelou adversários internos, como o próprio neto de Brizola e o pedetista histórico Miro Teixeira, transformando o tímido “nacionalismo” do partido em um desbotado fisiologismo político, afeito a todo tipo de maracutaias e alianças com as oligarquias mais entreguistas e corruptas. Neste sentido, o atual PDT de Lupi representa uma caricatura grotesca do que foi o velho “Brizolismo”, com toda a sua carga de incoerências e sua própria natureza de classe.

Para o governo da frente popular a permanência de Lupi significa pôr um fim na linha de denúncias, mantida pela mídia reacionária que na falência Demo-Tucana assumiu o papel de oposição política no país. Pouco importa o grau de corrupção existente no Ministério do Trabalho, para Dilma uma tecnocrata de carreira o relevante é manter uma “média” administrativa tolerável em todos os ministérios. A estabilidade concedida pelo movimento de massas ao governo, permite atravessar todos os episódios de denúncias de corrupção, levados a cabo pela mídia “murdochiana”, sem transformá-los em grandes crises políticas.

O repentino surgimento da doença, com certo nível de gravidade, no ex-presidente aponta um cenário, já delineado por nós, de uma transição do atual governo para uma nova gestão de Lula para 2014. Neste quadro o mandato “tampão” de Dilma deve decorrer sem maiores turbulências políticas ou econômicas, no Brasil “maravilha” da copa do mundo e das olimpíadas. Somente a entrada em cena da classe operária, com seus próprios métodos históricos, será capaz de “estourar” a estabilidade do pacto social vigente, celebrado entre a burocracia sindical “chapa branca” e a elite corrupta dominante.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Delírio de uma esquerda catastrofista: PCO afirma que Brasil está à “beira da recessão”!

Volta e meia a esquerda catastrofista alardeia que a economia brasileira entrará em colapso, que o país está à beira da recessão e será a “bola da vez” da crise capitalista. O PCO vem se especializando em montar esses cenários delirantes, como manchetes do tipo “Crescimento econômico em queda livre” ou “Brasil muito próximo da recessão” para, logo em seguida, vender o conto de que estamos prestes a presenciar uma “reação das massas” aos efeitos destas turbulências econômicas globais. Em geral quebra a cara! Nas páginas de sua imprensa, em seu mundo da fantasia, esses revisionistas tentam fazer da sua vontade a realidade, buscam encobrir sua impotência com atalhos, justamente porque não podem reconhecer que em função do Brasil ser atualmente um dos principais destinos dos investimentos capitalistas mundiais atravessa uma onda de expansão econômica, que tem amortecido a luta de classes.

Os “dados econômicos” que o PCO lista em seus artigos para dar um ar “científico” aos seus delírios não podem sobrepor-se a uma realidade vista a olhos nus: a estabilidade social e política alcançada pelas gestões da frente popular conseguem atrair um enorme fluxo de capital internacional em forma de bolha de crédito, amortecendo a ação direta da classe operária e rebaixando suas reivindicações imediatas. Justamente por ser peça chave na divisão internacional do trabalho imposta pela economia mundial capitalista, o Brasil não altera sua estrutura de dependência dos centros imperialistas e continua a apresentar altos índices de miséria e pobreza. Porém, a população trabalhadora vem sendo anestesiada com políticas públicas compensatórias das mais diversas e pelo crédito para os pequenos negócios, enquanto na outra ponta, as direções sindicais sabotam as lutas das categorias organizadas, impondo pífios reajustes e mantendo o governo Dilma completamente blindado. As derrotas das últimas campanhas salariais que o digam! Em meio à queda de vários ministros por corrupção, o governo amplia sua popularidade assim como sua base social e política, o PSD de Kassab atuando como fiel escudeiro do governo Dilma no parlamento é mais um prova do quadro de absoluta tranquilidade por que atravessa a gestão da frente popular!

Os planos de incentivo à indústria com renúncia fiscal de quase 30 bilhões de reais, os milionários empréstimos do BNDES, os recordes de vendas, apesar das elevações constantes nos preços dos carros novos, o surgimento vertiginoso dos chamados “pequenos negócios” subsidiados pelo Estado, o aumento dos imóveis em função dos megaeventos (Copa e Olimpíadas)... são exemplos de uma semicolônia que atravessa um momento de expansão econômica e não o contrário, como nos deseja convencer o estúpido PCO. Causa Operária é “apenas” mais afoita em seus delírios castrofistas, que são compartilhados por todo arco revisionista do trotskismo, que vai do PSTU até a LER. O PCO, ao repetir a cantilena catastrofista de que a “crise vem aí!”, como fazem todos os revisionistas de forma recorrente desde o crash capitalista de 2008, busca um atalho oportunista auto-ilusório porque não reconhece que vivemos uma etapa de aberto retrocesso ideológico e de cooptação de um amplo setor social dos trabalhadores, como a chamada “nova classe média” no Brasil. Por esta razão, soam cada vez mais patéticas suas análises e ainda mais suas posições políticas. Não esqueçamos: os mesmos que dizem que o Brasil está “a beira da recessão” são os que, usando como pretexto o aprofundamento da crise capitalista mundial, apoiaram os atentados da extrema direita na Noruega e apresentaram os mercenários “rebeldes” pró-OTAN na Líbia como “genuínos revolucionários”!