O conto de fadas do pré-sal e a suspensão de “mentirinha” da Chevron
A transnacional do petróleo e gás Chevron/Texaco, parceira preferencial do governo Hugo Chávez na exploração da bacia do Orinoco, na Venezuela, acaba de fazer sua grande “lambança” na costa brasileira. Ganhadora de um lote marítimo para a exploração de petróleo na Bacia de Campos, segundo as normas da privataria instituída pelo tucanato e mantida pelo governo da frente popular (favor não confundir com “governo popular”), a Chevron extrai o óleo do Campo de Frade de onde já exportou a “bagatela” de mais de 800 milhões de dólares. Mas apesar dos lucros obtidos no Brasil a Chevron utiliza plataformas de prospecção totalmente obsoletas no Campo de Frade, o oitavo em escala de produção de óleo no país. A plataforma Sedco 706, alugada pela Chevron para “trabalhar” no Brasil já foi considerada pelo “respeitado” Wall Street Journal um “motel marinho”. Fica evidente que o enorme vazamento em um poço de petróleo da Chevron é produto direto da falta de capacidade do equipamento trazido por esta empresa transnacional para explorar petróleo em águas profundas e a grandes distâncias da costa. A ANP, instrumento da “privataria” de nossos recursos naturais, diante do grave acidente ambiental só suspendeu o que já estava suspenso pela própria Chevron, ou seja, unicamente o poço “vazado”! Medida anunciada pelos cretinos do governo Dilma, como Haroldo Lima da ANP, como uma “grande punição” aos atos de irresponsabilidade da Chevron.
O vazamento ocorrido no campo de Frade, mais do que o óleo, trouxe à superfície todo um debate acerca do “modelo” de concessão e exploração do petróleo vigente no país. Neste mesmo bojo ficou revelado o embuste criado em torno da falácia das jazidas de pré-sal, difundidas em tom “patrioteiro” pelo então presidente Lula. O chamado pré-sal “vendido” pela mídia murdochiana como a salvação da lavoura para eliminar a pobreza do Brasil, não tem a menor viabilidade comercial, trata-se de um óleo com altíssimo custo de prospecção , exige investimentos pesados na construção de plataformas muito caras e novas refinarias que não existem no país. A exploração de petróleo em qualquer lugar, seja marítimo ou terrestre, segue padrões do custo financeiro e beneficio da produção social desta atividade. Pouco adianta ter muitas jazidas a dez mil metros de profundidade, onde o preço final do barril sairá pelo menos ao triplo do preço de sua cotação no mercado mundial de commodities. Fenômeno distinto ocorre na Venezuela, por exemplo, onde o petróleo jorra praticamente na superfície de águas rasas ou mesmo no próprio solo pantanoso.
A esquerda oficial mais uma vez “comprou” a versão ufanista do pré-sal e como tolos ou ignorantes acreditam piamente no conto de fadas veiculado pela frente popular. Alguns estúpidos como o PCO chegaram a afirmar que a Chevron estava “roubando nosso pré-sal”, quando ocorreu o acidente em alto mar. Outros mais “ingênuos” como o PSTU defenderam: “uma empresa estatal, que não vise o lucro” (artigo de Américo Gomes no sítio do PSTU), como se pudesse existir no setor de petróleo uma exploração deficitária, subsidiada pelo Estado. Na verdade, a “riqueza” de nossas reservas de petróleo nada tem a ver com o pré-sal, uma cortina de fumaça criada para enganar tolos e facilitar a presença dos trustes imperialistas em nosso país, já que não possuiríamos sozinhos os pesados recursos financeiros e tecnologia necessários na extração e refino do óleo do pré-sal. Como marxistas não fazemos apologia do petróleo como uma reserva mineral estratégica para a sobrevivência da humanidade, ao contrário das variantes nacionalistas burguesas e Stalinistas. Reivindicamos sim a estatização e o controle operário de toda a produção, em todas as suas etapas, do petróleo em nosso país, além da expropriação sem indenização das transnacionais que operam no setor.