Aldo faz “faxina” no Ministério dos Esportes, tira “comunistas” e põe representantes das multinacionais
O atual Ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, anunciou mudanças nos principais escalões da pasta que atingem diretamente a participação do PCdoB. Saem os “comunistas” entram representantes das transnacionais e grandes empreiteiras. A Secretaria Executiva, segundo cargo mais importante do ministério, passará a ser comandada por ninguém menos que Paula Pini, ex-executiva do Banco Mundial, ligada às grandes construtoras. Já o embaixador Carlos Henrique Cardim, que ocupou cargos importantes no governo Sarney e FHC, assumirá a assessoria internacional no lugar de Ana Prestes, membro do CC do PCdoB. A secretaria nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social passa a ser conduzida pelo vice-almirante Afonso Barbosa, que ocupava até então a diretoria da Bunge Brasil, uma das principais empresas do agronegócio e alimentos do país, financiadora da campanha de Aldo e de seu projeto de Código Florestal. Sai Wadson Ribeiro, ex-presidente na UNE, acusado de estar envolvido diretamente no esquema de corrupção que derrubou o então ministro Orlando Silva.
Mais do que uma simples troca de cadeiras, a "faxina" feita por Aldo Rebelo representa, de fato, o fim do controle do ministério pelo PCdoB. Fica evidente que essa medida faz parte das condições do acordo político para a manutenção formal do PCdoB a frente do ministério após a queda de Orlando Silva, ou seja, reduzir ao máximo o peso do partido dentro da estrutura de poder da pasta. Além de uma exigência do Palácio do Planalto como forma de blindar o governo Dilma, a desidratação do PCdoB no Ministério dos Esportes é de certa forma uma maneira de melhor preservar os interesses do grande capital através das transações bilionárias que envolvem a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Isto porque o apetite voraz dos aloprados do PCdoB os levou a se engasgarem com um mosquito, ou seja, ser flagrado no escândalo de corrupção do projeto “segundo tempo” desviando 40 milhões em oito anos, trazendo à tona parte da podridão existente no interior do Ministério dos Esportes, o que de certa maneira poderia atrapalhar a manipulação e desvio de um montante infinitamente superior dos recursos bilionários que circulam nos dois maiores eventos esportivos do planeta que serão realizados no país. Vale registrar que, a princípio, a direção do PCdoB resistiu à nomeação de Aldo por não confiar em um “quadro” com tamanho grau de adaptação à burguesia, mas logo teve que engolir a determinação de Dilma sob pena de perder completamente o controle do cobiçado Ministério dos Esportes. Com as exonerações dos “comunistas”, Aldo dá uma resposta clara à direção do PCdoB: quem manda no ministério é ele e seus aliados diretos, os testas de ferro das grandes construtoras e das transnacionais, o partido que fique com as migalhas!
Obviamente, longe de ser uma ação para combater a corrupção no Ministério dos Esportes, já que os desvios bilionários fazem parte intrínseca da estrutura de poder do Estado capitalista, a "faxina" realizada por Aldo Rebelo representa tão somente a garantia de que os grandes negócios, melhor dizendo, as mamatas das grandes corporações, empreiteiras, multinacionais, fomentadas pelos cofres públicos possam continuar a todo vapor e de forma mais profissional, sem a intermediação do PCdoB, com suas “comissões” para alimentar a estrutura do partido. Por outro lado, essa operação executada por Aldo Rebelo reflete sua completa adaptação e conversão em um autêntico representante da burguesia e a total decomposição moral e política do PCdoB, já que como um partido corrompido até a medula engole calado a essa relação podre e submissa com gente do quilate de Aldo Rebelo, que não vacilou em demitir seus “camaradas”, entregando-os aos leões da mídia burguesa, que agora aplaudem Aldo e seguem vorazes no ataque ao partido.