A captura do filho mais velho e apontado como sucessor do coronel Muammar Kadafi, Saif al Islam, detido neste último sábado no sul da Líbia, representou um duro golpe no combate da resistência nacional à ocupação do país pelas tropas da OTAN e seu governo títere do CNT. Segundo a versão oficial da mídia “murdochiana” e ratificada pelos “rebeldes”, Saif tentava fugir do país, disfarçado de vendedor de camelos quando foi preso por uma unidade militar do CNT, que foi alertada sobre a presença de remanescentes do regime Kadaffi na região. Semanas após ao assassinato de Kadaffi, o Tribunal Penal Internacional (TPI), órgão do imperialismo ianque, tinha divulgado o início de possíveis negociações com Saif, para uma rendição “justa”, na qual seria julgado “imparcialmente” pela corte imperialista.
O que chama a atenção na captura de Saif Al Islam é que este claramente não estava em combate, ao contrário do que ocorreu com seu pai e irmão, trucidados covardemente pelos “rebeldes” da OTAN, Saif era apontado como o setor político dentro do regime nacionalista, mais “aberto” ao diálogo e favorável à presença das grandes empresas de petróleo na Líbia. O governo dos bandidos do CNT declarou que julgará Saif no próprio país, mas não descartou sua entrega ao TPI em um segundo momento. A clara diferença no tratamento dispensado a Saif em comparação a outros membros dirigentes do antigo regime, aponta para uma nítida capitulação militar e política deste setor burguês Kadaffista e uma traição aberta aos combates que a heróica resistência ainda trava em alguns pontos do país.
Os marxistas revolucionários nunca nutriram expectativas na capacidade revolucionária do nacionalismo burguês do século XXI, nem no “verborrágico” Chávez, tampouco no “socialismo verde” de Kadaffi. Isto de forma alguma nos impediu de estabelecer uma frente única com a nação agredida pelo imperialismo, agora sob a forma de uma “revolução” contra um “tirano sanguinário”. Diferenças sempre existiram e existirão no campo do nacionalismo burguês, uns mais ousados outros mais covardes, aqueles mais democráticos outros mais autoritários... mas todos representantes da mesma essência de classe do capitalismo. Por acaso o “fujão” João Goulart e o “mártir” Salvador Allende não eram ambos signatários do mesmo projeto histórico? A genuína luta socialista pela libertação do jugo da opressão imperialista sobre os povos, para triunfar realmente deverá ser encabeçada pelo proletariado e seu partido comunista leninista na vanguarda do processo revolucionário .