Ministro quadrilheiro do PDT diz que só sai do governo “abatido a bala”, para depois se “borrar” de medo!
Pareceu mais uma cena daquelas chanchadas produzidas pelo velho Mazzaropi, mas não era. Foi o caso dos arroubos do ministro do trabalho, o pedetista Carlos Lupi, tentando se defender das acusações de corrupção lançadas consecutivamente pela mídia contra o sexto membro do gabinete de Dilma. Com uma linguagem própria de “malandro marrento” Lupi afirmou que só deixaria o ministério se fosse “abatido a bala”, para logo depois se borrar de medo da reprimenda que levaria da presidenta “poste”. Lupi convertido em “paz e amor” lambeu os pés da chefe, enviando para ela uma patética declaração de amor. Ironias a parte, a verdade é que Lupi tinha razões para bajular Dilma, que ao contrário do que ocorreu com Orlando Silva, foi “blindado” pelo governo. A presidente pessoalmente mandou o procurador geral da república, Roberto Gurgel, retirar o nome do ministro de qualquer investigação que pudesse resultar em um processo no âmbito do STF. Lupi deve permanecer no cargo mesmo enfrentando uma saraivada de denúncias de irregularidades na área de convênios do ministério do trabalho com ONGs “laranjas”.
O carioca Carlos Lupi foi quem se apropriou do espólio partidário do finado Leonel Brizola, que em função de sua morte súbita não preparou um herdeiro político a sua altura no PDT. Lupi, sem a menor história no trabalhismo e dotado de uma “ideologia” pragmática, logo vendeu o partido para a primeira oferta do governo da frente popular, com o qual o velho Brizola mantinha uma certa reserva. Sentado na cobiçada cadeira de ministro do trabalho, Lupi debelou adversários internos, como o próprio neto de Brizola e o pedetista histórico Miro Teixeira, transformando o tímido “nacionalismo” do partido em um desbotado fisiologismo político, afeito a todo tipo de maracutaias e alianças com as oligarquias mais entreguistas e corruptas. Neste sentido, o atual PDT de Lupi representa uma caricatura grotesca do que foi o velho “Brizolismo”, com toda a sua carga de incoerências e sua própria natureza de classe.
Para o governo da frente popular a permanência de Lupi significa pôr um fim na linha de denúncias, mantida pela mídia reacionária que na falência Demo-Tucana assumiu o papel de oposição política no país. Pouco importa o grau de corrupção existente no Ministério do Trabalho, para Dilma uma tecnocrata de carreira o relevante é manter uma “média” administrativa tolerável em todos os ministérios. A estabilidade concedida pelo movimento de massas ao governo, permite atravessar todos os episódios de denúncias de corrupção, levados a cabo pela mídia “murdochiana”, sem transformá-los em grandes crises políticas.
O repentino surgimento da doença, com certo nível de gravidade, no ex-presidente aponta um cenário, já delineado por nós, de uma transição do atual governo para uma nova gestão de Lula para 2014. Neste quadro o mandato “tampão” de Dilma deve decorrer sem maiores turbulências políticas ou econômicas, no Brasil “maravilha” da copa do mundo e das olimpíadas. Somente a entrada em cena da classe operária, com seus próprios métodos históricos, será capaz de “estourar” a estabilidade do pacto social vigente, celebrado entre a burocracia sindical “chapa branca” e a elite corrupta dominante.